Já havia ido a mais há mais de 10 lojas em busca de um vestido perfeito, para ir ao tal baile que Edward a convidou. Jasper por estar bonzinho, com o fato de que seria pai, a deu folga naquele dia. Como Alice estava organizando sua festa de noivado, que ocorreria no dia seguinte. — o que levava Bella a usar salto altos, por dois dias seguidas, fato esse que ela não apreciava nenhum pouco. — não teria uma ajuda feminina para ajuda-la. Naquele momento odiou só ter a baixinha como amiga.

         Escutou seu celular tocando, e o retirou de sua bolsa, atendendo a ligação em seguida. Tratava-se de uma chamada de seu irmão Jacob.

—Não acredito que sumiu de novo. — já foi cumprimentada daquela forma.

—Oi Jacob, e respondendo a sua pergunta: Estou bem sim. — fala irônica, e mesmo não o vendo, sabe que ele revirou os olhos. — Estava ocupada, trabalhando, vivendo e esse tipo de coisa. — dessa vez, ela não estava mentindo. — E outra, te liguei faz pouco tempo. — lembra ele.

—Você deveria me ligar todos os dias garota. Sabe quão preocupado eu fico, com você morando ai, sozinha? — questiona sério.

—Eu sei me virar. — é o que ela diz.

—É, eu sei que sabe. Mas se vira de um jeito errado e... — Bella deixou de escuta-lo, quando uma coisa prendeu sua atenção. A mesma estancou no lugar, quando se deparou com uma vitrine, que exibia um vestido perfeito demais para ser considerado real. Piscou algumas vezes, para ver se não se tratava de um sonho, e quando os abriu, viu que ele existia mesmo. A mesma nunca foi vaidosa de um jeito extremo, ou consumista, mas qualquer uma veria o quão maravilhoso era aquele traje. Ela precisava usa-lo essa noite. Nem mesmo se aluga-lo custasse cinco de seus salários. Ela era imprudente mesmo, dane-se. — Jacob, eu preciso desligar. — ela nem espera, que ele diga algo, antes de encerrar a ligação, e praticamente pular dentro da loja com a fachada chique.

[...]

A Noite.

—Eu sempre disse para você tomar suas próprias decisões, e fazer o que você quisesse. Mas, precisava decidir que queria ser isso ontem? Precisava me abandonar com os Volturi? Eles são assustadores, parecem um clã perverso de vampiros. — Emmett dramatiza. Enquanto Edward, com maestria, coloca sua gravata de borboleta, sob o smoking caríssimo.

           O príncipe ri, de seu amigo.

—Estava irritado com o comportamento deles, e queria um tempo para mim. Eu mereço isso, devido ao fato de que logo mais, terei que fazer inúmeros sacrifícios pelo meu reino. — fala calmo.

—E passou esse tempo com quem? Com Bella? — Emmett não perde a oportunidade de perguntar.

—Sim. Com ela. Você mesmo me disse, que eu deveria aproveitar essa viagem, para fazer algo que eu nunca farei quando for rei e estou fazendo: Estou vivendo por mim mesmo, e Bella está nesse pacote, porque ela é a responsável por isso. Porque quando estou com ela, tudo é mais fácil, mais simples e mais real. — explica e Emmett sorri.

—Fico feliz que consiga ter essa pequena amostra de paraíso, antes de... — ele não termina.

—Antes de fazer o que tem que ser feito. — Edward murmura.

—Devemos descer, os Volturi estão esperando. — Emmett muda de assunto e o príncipe assente.

             Quando eles chegam ao salão de festas do hotel, se surpreendem com o tanto de pessoas que encontram. Da onde, os Volturi tiraram tantos convidados? Seriam aqueles hospedes. Edward não se questiona muito sobre isso, apenas desce as escadarias que o separam da festa e se infiltra em meio aquele mar de pessoas.

                A decoração não era como a das festas da realeza, mas era muito bonita. Baseava-se nos tons dourado e branco e tulipas estavam espalhadas estrategicamente em cantos do salão. Haviam algumas mesas na parte lateral do local, e uma orquestra tocava músicas adoráveis. No entanto, ao que parecia, uma banda se preparava para entrar. Aquilo denunciou, que os Volturi não eram tradicionais.

—Estava procurando você, príncipe Cullen. — escutou a voz conhecida de Alec Volturi ressoar perto de si e se virou. O príncipe Volturi exibia um sorriso cínico nos lábios, bem tradicional de sua família. O havia visto em algumas festas do castelo, mas não gostava nenhum pouco dele. O mesmo não inspirava sua confiança. Nenhum Volturi inspirava. Só assinou aquele acordo de paz, porque Carlisle ainda era o rei, e decidiu que seria conveniente.

—Me chame de Edward, apenas. Não estamos em castelos, afinal. — pede com educação e ele assente com desdém.

—Aposto que não será um baile bom para você. Digo, sem uma acompanhante a altura, como a princesa Rosalie. — comenta sorrindo.

—Eu tenho uma acompanhante. Uma amiga. — esclarece e Alec fica surpreso.

—Trata-se de uma princesa que conheço? — indaga curioso.

—Não...Isabella, não é uma princesa...— ao mesmo tempo que diz aquelas palavras, ele se vira em direção a entrada do salão de festas, apenas por distração e o que encontra, faz com que essas palavras, soem mais irônicas do que quando Bella brinca com ele sobre o mesmo ser um príncipe.

      Todos olham naquela direção; Alguns arregalam os olhos, outros perdem o fôlego, ou então ficam estáticos, como Edward estava naquele momento.

              Parada naquele lugar, estava Isabella. Trajando um vestido vermelho como sangue, que destacava todas suas curvas, e o tom pálido de sua pele. Os cabelos quase ruivos, presos em um penteado bem feito e o pescoço enfeitado com um colar preto elegante. Seus lábios, que sempre eram atrativos, estavam mais naquela noite, pintados de uma cor rubra. Ela entregou a capa preta que a cobria, para um dos funcionários do hotel, e varreu o salão em busca de Edward e então o encontrou, e fez algo que aqueceu o coração do príncipe; Ela sorriu.

             Apenas por sua essência brincalhona, Bella fez algo imprevisível, quando abaixou-se, ainda com um sorriso no rosto, executou uma reverência para Edward, e sibilou as palavras “Meu Rei”, por diversão.

            Não haveria uma princesa em todos os reinos que conheceu, que pudessem ter uma beleza que chegasse aos pés de Bella naquela noite. Era a imagem perfeita de uma rainha. A personificação de um anjo caído na terra.

           Naquele momento Edward só conseguia pensar no quão mais perfeita seria, se ela fosse sua rainha.

    Ainda com os olhares sob si e em passos lentos, por causa do peso vindo do vestido, e dos saltos, Bella caminhou até onde o príncipe estava, e por diversão abanou sua mão na frente do rosto dele.

—Não precisa babar, só coloquei um vestido arrumadinho. — ela zomba com um sorriso. Mesmo que soubesse que todos haviam ficado de queixo caído por ela.

—Onde arranjou esse vestido? — Edward pergunta de súbito e ela franze as sobrancelhas.

—Eu o aluguei. Acredita que ninguém nunca o usou? Bom, exceto eu. O costureiro havia acabado de o colocar na vitrine, quando eu o vi. — conta.

—Ele será seu. — decreta, ainda com a imagem perfeita de sua entrada, povoando seus pensamentos.

—O que? — indaga sem entender.

—Esse vestido foi feito para você, e eu não deixarei que nenhuma outra mulher usa-lo. — fala com convicção.

—Edward o normal agora, seria você me elogiar, não agir como um louco. Esse vestido é caríssimo, quase dei meu rim para aluga-lo. — Bella fala exasperada.

—Ele será seu. — repete. — Não irá devolve-lo. Pagarei quanto for necessário. — com toda aquele ar sério, Bella não conseguiu convence-lo do contrário.

               Alec, ao seu lado, observava a situação sem entender nada. E não querendo dar explicações, ou prevendo que o Volturi falaria algo, que denunciaria que ele era um príncipe, Edward puxou Bella pela mão, e seguiu com ela, para o centro do salão.

—O que está acontecendo com você? Está estranho. — ela nota aturdida.

—É só que... Quando te vi entrando com esse vestido... — ele não podia explicar.

—Edward, é só um vestido. — ela fala o obvio.

—Não é. — o príncipe nega.  — Se você soubesse...Notaria que não é só um vestido. — ele fala por alto, e antes que Bella o questione sobre isso, Edward questiona: — Ainda tem problemas em dançar acompanhada? — ele quer sabe, porque a música que começa a tocar, é bonita demais para ser ignorada. Tal como aquele momento. Aquela noite.

—Eu acho que encontrei o parceiro certo. — aquelas palavras significam tanto.

              Edward a puxa para mais perto, com uma mãos sua, ele segura a mão dela, e coloca a outra na curvatura das costas da morena, sentindo os pelos dela se arrepiarem com aquele contato. Quando começam a se movimentar no ritmo da música, sentem seus corações baterem acelerados. Ele já estava acostumado com valsas como aquela, teve anos de treinamento. Mas nunca havia dançado tão perfeitamente quanto naquela noite. O corpo de Bella, se encaixava perfeitamente ao seu.

             Girou Bella em seus braços, e nesse momento seus olhos se encontraram, e foi como se uma venda preta que tampava sua visão sumisse. Ele viu a verdade. Ele viu que algo tinha acontecido. Algo que ele sempre quis e sempre temeu que acontecesse; Ele estava apaixonado. Estava apaixonado pela garota que o beijou, sem conhece-lo numa boate. Pela garota respondona e orgulhosa que tantas vezes o enfrentou. Estava apaixonado pela garota que o agarrou em um elevador. Estava apaixonado pela garota que abriu o coração para ele, de um jeito que nunca abriu para ninguém. Pela garota corajosa, leal e independente, que lhe tirou as gargalhadas mais sinceras. Pela garota que usava a palavra “Gostoso” frequentemente.  A garota que havia virado sua melhor amiga, e parceira em tão pouco tempo, de um jeito que Rose nunca chegaria a ser.

—Vamos sair daqui? — ele pergunta quase sem fôlego, e também tomada por toda aquela troca de olhares, Bella concorda.

          Ela diz que tem um lugar que eles podem ir, e assim os dois seguem para o telhado do hotel, a qual Bella sabe o caminho perfeitamente. O vento os abraça, quando ele chegam lá, e sendo o cavalheiro que é, Edward, cobre os ombros de Bella com seu paletó.

         Os dois ficam lado a lado, no parapeito do prédio, tendo uma visão privilegiada de Londres. Então, em uma coincidência perfeita vários fogos de artifícios, advindos em pró do baile, se destacam no céu.

—Esses caras são realmente excêntricos. — Bella zomba distraída.

—Antes de eu te conhecer naquela boate, uma garçonete me disse que eu não deveria me aproximar de você, que se eu fizesse isso teria meu coração partido por você . — Edward revela do nada, e Isabella o encara. — O que ela não sabia, é que eu consideraria uma honra ter meu coração partido por você. — com isso, a morena arregala os olhos. — Lembra que eu te disse que nunca havia beijado por que queria encontrar a garota certa para isso? A garota pela qual eu estivesse completamente apaixonado? — mesmo confusa, Bella assente. — Ainda que a escolha fosse minha, seria você, sendo naquela boate ou não. Seria você que eu beijaria, porque quando estou com você, o mundo é mais bonito. — ela engole a seco. — Você enxerga milhares de defeitos em si mesma, mas eu não ligo para nenhum deles, porque sei que cada ferida aberta que existe em você, é a prova de quanto você já lutou. Eu não me importo se no seu passado, houveram vários outros. Não me importo se você diz que não sabe amar. Porque eu posso amar por nós dois. Não me importo se ás vezes você é má de propósito, não me importo com seu orgulho ou com seu egoísmo. Não preciso mais procurar o amor da minha vida, porque ele está bem aqui, me olhando assustada. Eu só tenho uma semana aqui, e eu preciso que você saiba o que eu sinto. — com o coração apertado, e trasbordando de emoção, algumas lágrimas deslizam pelo rosto de Bella. Ela não sabia, mas por toda sua vida, esperou por aquelas palavras.

—Eu já conheci todo tipo de cara; Góticos, surfistas, empresário e outros babacas. — ela fala chorando. — Eu achava que havia conhecido todo tipo de cara. E que cada um tinha uma máscara, para camuflar que no fim todos eles eram idiotas. Então, eu conheci você, e não havia máscara. Tudo que você é , tudo que você faz, é simplesmente você. Todo seu cavalheirismo, sua gentileza e sua bondade...Essas coisas te fazem parecer um...Príncipe. E quer saber? Eu não acreditava em contos de fadas. Mas agora eu acredito, porque você é meu conto de fadas. Porque no meio da agitada Londres, foram seus lábios que eu decidi beijar, em uma noite que me marcará para sempre. Foi a você que eu respondi com arrogância, por me camuflar nessa capa de garota impenetrável.

        Sem você, eu estava fadada a pior vida possível, mas você me fez ver que o abandono dos meus pais, não deveria definir quem eu sou. Você me fez rir, como eu nunca ri antes. Eu nunca precisei da opinião de ninguém, e de repente passei a precisar da sua. Porque você é importante para mim e porque eu notei que todos precisam de alguém importante. E você sabe...Eu tenho um medo terrível de amar, de me envolver e de me entregar, e sem que eu percebesse eu fiz isso tudo com você. Não precisa amar por nós dois. Ninguém precisa fazer nada sozinho, você me ensinou isso. Fico extremamente feliz em saber que você me ama e que está apaixonado por mim, porque isso torna menos patético o fato de que eu também te amo, e de que também estou completamente apaixonada por você. — Edward esperava tudo após sua declaração; Um tapa na cara, um xingamento e até mesmo uma fuga. Mas não aquilo.

—Bella... — Edward tenta falar, mas ela interrompe.

—Não faça o discurso da pessoa que irá embora em uma semana, só me deixe ter esse momento. Só me deixe amar alguém e não ter o coração partido dessa vez. Não agora. — ela pede chorando. — Eu sei o que isso significa tanto para mim, quanto para você. Obrigada por me fazer te amar, porque isso me libertou da dor de não ter sido amada pelos meus pais... Mas, nós sabemos, que independente dessas declarações, e  do amor que sinto por você, eu nunca serei a garota certa. A garota que quer as mesmas coisas que você. Porque, mesmo que no fundo você ache que não; Eu não posso ser consertada, talvez se um dia, eu descobrir quem sou, eu possa ser. Mas não hoje. Ainda não me vejo querendo, o que todos querem. E sabemos, que no fim, algumas pessoas estão destinadas a se apaixonarem uma pela outra, mas isso não significa que elas estão destinadas a ficarem juntas — Após isso, Edward enxuga as lágrimas delas, e suspira.

                 O príncipe se aproxima da garota que se declarara, e com o vento batendo em suas faces, encosta suas testas uma na outra, e fita Isabella com intensidade. Em um gesto doce, ele cola seus lábios nos dela, e a beija com todo amor que sente. Demonstrando esses sentimentos tão verdadeiros. Bella deixa que ele aprofunde a caricia, e em resposta a isso, toca o rosto do Cullen, com um carinho que nunca depositou em beijo nenhum.

     Um beijo. Um puro e casto beijo. Foi somente isso, que eles tiveram naquela noite.