Uma Noite e Tudo Muda escrita por Dama da Morte


Capítulo 29
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Depois de 36 dias sem atualizar essa bagaça eu tô de volta :3
Como vocês estão? Espero que bem.
Tô tanto tempo fora que eu nem sabia qual o número do capitulo : V
Quero agradecer a todos os funkings comentários de vocês ❤
Obrigada Kaya, GISIELI JACKSON, UmaAmanteDoDiAngelo, BlackJack, Bia, DamaCavalheiro das Águas, Ariel Lima, Aluada,
Queen Of Darkness, princesa de jade e Uma mente criativa, ufa! Obrigada por todos os comentários!
Bom, vamos parar de enrolação e vamos para o capítulo.
Boa leitura!



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Eu havia conseguido fugir de Giovanni e Annabeth.

Agora, minha cabeça latejava, enquanto algumas lágrimas escorriam pelo meu rosto e caiam em meu colo. Eu estava dentro de um táxi em meio ao transito escutando todas as buzinas dos carros alheios, enquanto falava mal de mim mesma mentalmente.

Naquele momento todos aqueles xingamentos que eu conhecia não pareciam apropriados sendo dirigidos a mim. Eu me perguntava como eu pude ter a capacidade de não acreditar em Nico no momento que ele sempre esteve falando a verdade.

Eu era culpada por toda aquela briga, por toda a confusão que causei naquela tarde. Mas se eu acreditasse nele, como estaríamos agora? Tendo outro casamento falso num parquinho?

Com a lembrança de quando Percy ainda estava aqui e todos estavam emocionalmente bem, me permiti rir um pouco, mas logo voltei a chorar novamente.

Eu me odiava naquele momento.

Principalmente por admitir que eu estava procurando alguém para jogar todo a culpa pelo mal entendido, se é assim que posso chamar tal situação de toda minha briga com Nico e a noite da festa. Mas a pessoa culpada por toda aquela briga não era ninguém além de mim mesma.  Eu havia visto coisas demais naquela noite, coisas que nunca se quer existiam.

Agora todos os xingamentos que passavam por minha cabeça não pareciam o suficiente. Nenhum deles se encaixa em tamanha burrice.

— Você está bem moça? – Perguntou o motorista do táxi.

— S-sim. - Fiz que sim com a cabeça soluçando. Não conseguia parar de chorar por um segundo, o que me parecia patético. Levantei a cabeça para olhá-lo. – V-você pode ir mais rápido? Não tem algum atalho por aqui?

O motorista apenas assentiu parando em um sinal e eu voltei a abaixar a cabeça querendo me jogar em frente de um carro e acabar com tudo aquilo.

Minutos depois o homem que estava no volante me ofereceu uma caixa de lenços. Acho que não estava aguentando tantas lágrimas e soluços em seu banco de trás. Por isso, acho que, pelo menos ele, ficou feliz quando chegou ao meu destino e lhe dei o dinheiro da corrida.

Entrei no prédio e fui direto para o elevador. Ninguém me impediu de entrar ali. Bill, o ascensorista, está lá dentro. Ele não me deu “Boa noite” ou algo do tipo, apenas apertou o botão da cobertura e não fez perguntas.

Comecei a me perguntar o que diria para Nico quando chegasse ao apartamento de seu pai. Mesmo odiando ter que admitir meus erros, pedir desculpas era tudo que eu tinha naquele momento.

Quando a campainha tocou, abrindo as portas do elevador, dei de cara com a escuridão. Todas as luzes daquele andar estavam apagadas. A única luz ali emanava do lado de fora, atravessando as portas de vidro da varanda.

Saí do elevador e esperei que as portas se fecharam de novo vendo Bill ir embora, deixando-me sozinha na sala vazia.

Limpei o rosto e respirei fundo. Tinha que ter alguém ali, de preferência só Nico, para que tudo aquilo fosse resolvido de uma vez por todas. Mas se não houvesse ninguém ali, Bill teria me avisado e eu não teria subido.

Resolvi subir para os quartos, Nico tinha que estar ali. Eu já havia conseguido controlar minhas lágrimas e a tremedeira estava quase passando. Eu já sabia tudo o que falaria para ele. Alcancei a porta do quarto dele suando frio de nervosismo.

Respirei fundo prestes a bater a porta, na esperança que ela a abrisse para mim, mas antes de fazer isso descobri sozinha que a mesma já estava aberta. Então eu apenas a empurrei devagar e encontrei ali o que eu menos esperava.

Narrador

Nico estava caído no chão, ao lado de uma poça de sangue, com marcas roxas distribuídas pelo seu corpo que agora era de um magro doentio. Ele estava desacordado entre a vida e a morte.

Thalia abafou o grito de horror e desespero que vinha do fundo da sua garganta com a própria mão, seus olhos estavam arregalados e o pânico agora tomava conta dela. Incrédula com tal cena foi até o garoto com as pernas bambas quase caindo no chão. Ela chorava novamente, as lágrimas escorriam pelo seu rosto de forma descontrolada novamente.

— Não. Não. – Ela dizia para si mesma, mirando o corpo imóvel no chão, pálido e repleto de marcas no chão. – Nico, levanta dai, acorda, me diz que você está dormindo. Para de brincar comigo, para com isso!

Ela falava desesperada, esperando alguma reação do garoto, que continuava imóvel sem reagir a sua voz.

Thalia se abaixou ao lado da cabeça do garoto e começou a sacudir o corpo do rapaz desesperadamente na tentativa de acordá-lo.  Suas lágrimas caiam no rosto desacordado de Nico. Ela tentava achar o sangramento, mas não o encontrava de jeito nenhum, só via alguns machucados recentes no corpo do rapaz. Foi aí que percebeu o cheiro putrefato e viu que ele também tinha vomitado. Thalia percebeu a mancha vermelha no canto da sua boca e ficou um pouco mais aliviada.

Ele havia vomitado sangue, Nico havia feito alguma coisa errada mais cedo para vomitar o próprio sangue. Logo em seguida Thalia lembrou-se de que ele não comia a dia. Os roxos e marcas vermelhas em seu corpo indicavam que ele havia se metido em alguma briga.

Ela tentou se acalmar novamente e raciocinar um pouco, o que parecia ser impossível no momento, mas consegui-o o fazer, pois precisava tirar Nico dali.

Procurou seu celular nos bolsos do jeans, a agora com a cabeça do garoto em seu colo, ela tentava sentir seu pulso. A respiração do rapaz estava ficando fraca e seus batimentos cardíacos começaram a desacelerar. Thalia acabou ligando para Hades que não estava muito longe dali, mas muito ocupado.

— Me atende, me atende, me atende, Hades. – Ela pedia desesperada enquanto o número do pai de Nico só fazia chamar.

Não muito longe dali, apenas há alguns quilômetros de distância alguém diz:

— Não vai atender? – Perguntou a morena mirando os olhos negros de Hades que estava a sua frente. Ele suspirou e revirou os olhos para a moça que estava em cima dele.

— Pensei que nada iria nos atrapalhar agora, Perséfone. – Falou ele vendo-a puxar o seu celular da mesinha que ficava ao lado da sua cama.  

— Pode ser uma emergência, Hades. – Disse ela, logo olhando para o visor do celular de Hades e franzindo o cenho. – Quem é Thalia?

— A namorado, ou sei lá o que do meu filho do meio, Nico. – Respondeu-lhe desinteressado na ligação da garota. Hades apenas pegou o celular das mãos de Perséfone e o colocando o lugar de antes e disse: - Depois eu retorno. Agora vem cá.

A moça sorriu, mas não estava satisfeita com os atos de Hades, queria que ele atendesse a ligação. Ela se aproximou da boca dele e quando estavam quase se beijando, Perséfone saiu de cima dele dizendo:

— Acho melhor atender, docinho. – Disse caminhando em direção ao banheiro do seu quarto, deixando-o indignado e sozinho na cama.

Hades revirou os olhos e pegou o celular um pouco impaciente.

— O que você quer Thalia? – Perguntei mal-humorado.

— Ele está aqui... Eu não sei o que fazer Hades... Eu acho que ele está morrendo.  – Escutou a voz falha da garota do outro lado da linha. – Me ajuda Hades, eu não sei o que fazer!

— Quem está morrendo Thalia? – Perguntou Hades intrigado com a resposta da garota. – Quem está aí?

— Nico, Hades, ele está aqui no chão... Eu não sei o quefazer. – Ele conseguia sentir o desespero na voz de Thalia.

— Conte-me o que está acontecendo. – Pediu ele já preocupado com o filho.

Thalia que não para de tremer e chorar do outro lado da linha sem saber o que fazer, tentou se acalmar novamente, mas sua tentativa foi frustrada, já que nada do que ela tentava estava dando certo naquele momento.

Hades fora pego de surpresa mais uma vez. Teria que levar seu filho mais uma vez o hospital. Não se queixava de ter que leva-lo ao hospital mais uma vez, mas sim do que seu filho estava se tornando depois de alguns meses que descobriu que teria um filho.

— Thalia fica calma. – Falou ele começando a se vestir novamente. – Eu já estou indo pra casa, mas agora eu tenho que desligar...

— Não me deixa aqui sozinha! – Ela pediu alterando a voz. – Não me deixa sozinha... Eu estou com medo.

—Tudo bem, eu não vou te deixar sozinha. – Ele disse olhando com os olhos arregalados para o celular que estava no viva voz em cima da cama.

Ele viu Perséfone se aproximar com sua camisa de botões nas mãos. Ela tinha um olhar curioso.

— O que aconteceu? – Ela formou as palavras sem emitir som algum.

— Nico vai para o hospital novamente. – Explicou alto, sem se preocupar com que Thalia descobrisse sobre Perséfone. – Você pode falar com ela?

A morena que estava em sua companhia fez que sim com cabeça mordendo o lábio inferior.

— Com quem você está falando? - Questionou Thalia.

— Com uma amiga. – Explicou Hades vendo Perséfone ir atrás de algumas peças de roupa e começa a vesti-las. – Ela vai falar com você enquanto eu dirijo até aí, tudo bem pra você?

— Tudo bem, só venha o mais rápido que puder. – Pediu Thalia.

Perséfone se aproximou da cama fechando a lateral do vestido com um casaco pendurado em seu braço. Ela era ótima em acalmar pessoas e fazê-las se sentirem confortáveis. E não fora diferente com Thalia a caminho do apartamento do Hades ela cumpriu a tarefa muito bem, fazendo Thalia esquecer-se do que estava acontecendo.

— Como você e Nico se conheceram? – Perguntou primeiro.

— Eu estava o perseguindo pelo shopping. – Thalia riu fraco acariciando as maçãs do rosto pálidas de Nico. – Foi estranho. Mas eu gostei, foi uma das melhores decisões que eu já tomei.

— E depois? – Questionou novamente quando pararam em um sinal.  

— Depois eu descobri onde ele estudava e decidi ficar por aqui. Comecei a persegui-lo pela escola. - Continuou lembrando-se do dia. – Ele foi grosso comigo, mas eu não desistir até conseguir roubar um beijo dele na piscina de uma festa.

— Você roubou um beijo dele? – Perguntou ela vendo Hades lhe olhar de relance. Perséfone sorriu.

— Sim. Roubei e roubaria de novo. – Admitiu olhando para o garoto desacordado em seu colo achando seu rosto estranho por uma barba crescer em seu rosto. – Depois ele ficou doente...

— Hey, quero apenas que se lembre das coisas boas, ok? – Falou para a garota que começara a ficar triste novamente.

— Quando ele ficou doente passamos alguns dias juntos, pois Bianca foi viajar. - Thalia falava. – Foram ótimos dias, mesmo não conseguindo passar dos beijos com ele.

Hades riu um pouco e logo levou uma cotovelada da namorada.

— Continue. – Pediu ele querendo saber mais.

— Mesmo depois que Maria o proibiu de andar comigo, ele continuou a fazê-lo. – Contou-lhe. - Nico pulava a sua janela enquanto eu o esperava com o carro na esquina da casa dele. Os nossos encontros continuaram todas as noites por meses e meses seguidos. Tudo parecia perfeito. Depois que a amiga dele voltou dos mortos, tivemos uma ótima noite e todas elas só foram melhorando.

— Foi pra isso que eu criei esse menino. – Falou Hades se sentindo-se orgulhoso do filho, mas logo lembrou o que estava acontecendo.  

— Ele havia mudado completamente. E eu gostava disso. – Prosseguiu contando tudo. – Quando Percy ainda estava aqui, ele realizou nosso casamento no parquinho, mesmo sendo de mentira, as alianças de flores e tudo mais, eu gostei. E tudo estava ótimo entre nós e todos os outros, até eu voltar de Londres e irmos aquela festa.  

— Você estava feliz? – Perguntou Perséfone, vendo o prédio onde Hades morava com os filhos. – Você se sentiu feliz nesses momentos?

— Eu me sentia feliz. – Disse ela. – Eu me sentia a porcaria da estúpida adolescente mais feliz do mundo.

— E agora?

— Agora eu só sou uma estúpida que de maior só tem a idade. – Disse Thalia fungando.

Continuaram se falando por telefone, enquanto Hades subia pelo elevador com Bill. Quando chegou ao seu apartamento subiu para os quarto indo direto para o de Nico. Ele viu o estado do filho que só lhe proporciona a dor naquele momento.

Hades pegou o garoto no colo. Seu peso não o incomodava. Acompanhado de Thalia, que ainda falava com Perséfone, que tinha o rosto molhado e repleto de dor, desceu com o filho do meio nos braços o levando às pressas para o carro.  

No carro em alta velocidade, a caminho do hospital, Thalia voltou a chorar novamente, se sentindo culpada por tudo.

— Não chore querida. – Pediu calmamente Perséfone do banco da frente. -  Você não é culpada por isso estar acontecendo.

— Mas… ele só começou a fazer isso depois da nossa discussão…

— Você não tem culpa de nada Thalia, as coisas que Nico começou fazer depois da discussão de vocês não é culpa sua. - Interrompeu Hades. - Nico já é um adulto, tem que agir como tal. Não se culpe pelas besteiras que meu filho anda fazendo.

— Você já se colocou no lugar dele por um momento, meu bem? - Perguntou Perséfone. - Como se sentiria se visse a pessoa que ama indo embora.

No carro fez-se silêncio. Nenhum deles queria responder a pergunta de Perséfone.

No banco de trás Nico começou a se mexer, já começava a sentir-se incomodado pela falta de ar em seus pulmões. Seu corpo estava completamente dolorido. Seu corpo havia começado a ficar gelado, ele se sentia frio. Seus lábios e bochechas começaram perder a pouca coloração que tinham. Sua visão estava ficando turva e os sons ao seu redor confusos. Sua visão estava turva, mas percebeu que seu pai dirigia e que sua cabeça estava no colo de Thalia.

Não tinha certeza pra qual lugar seu pai estava dirigindo, mas sentia que não conseguiria chegar lá a tempo. Ele usou as últimas forças que lhe restavam para colocar a mão em cima da de Thalia. A mão da garota estava em cima do seu peito, enquanto ela lhe observava chorando na esperança de que ele disse algo. Mas Nico apenas apertou sua mão, vendo o rosto embaçado de amada uma última vez.  


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem!
Continuo assim que der, ok?



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