Ainda Viva escrita por Hissa Odair


Capítulo 15
Capítulo 14 - Sinto Muito Atsumy parte 1


Notas iniciais do capítulo

Oie!
É, eu demorei, mas agora eu estou postando e é isso o que importa ^-^!
Talvez eu vá dar umas melhoradinhas no cap amanhã de tarde já que estou com soninho e n sei o que eu escrevi :3
Boa Leitura ♥!



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Chiharu Pov’s

Acho que agora é o fim.

Meus pêsames

Vou derramar uma lágrima com a sua família

Vou abrir uma garrafa, despejar um pouco em sua memória

Esse tem que ser o fim. O fim dessa maldição. Eu já estou aqui.

Eu estarei no velório vestida toda de preto

Eu vou chamar o seu nome, mas você não vai chamar de volta

Vou entregar uma flor para sua mãe quando eu dizer adeus

Porque baby, você está morto para mim

A maldição desse maldito amor que me fez sofrer por tanto tempo.

Não posso voltar atrás. Eu já estou com a faca pronta na bolsa.

Eu preciso te matar

Essa é a única maneira de te tirar da minha cabeça.

Oh, eu preciso te matar

Para silenciar todas as coisas doces que você disse

Talvez eu me arrependa de tomar essa medida tão drástica.

Se me descobrirem, eu vou ...

Eu realmente quero te matar

Tirar você da face da minha Terra

E enterrar sua pulseira

Enterrar sua pulseira

Seis pés abaixo da terra

Mas agora era eu ou ele. E cá entre nós ...

Eu preciso dizer sinto muito

Essa é a única coisa que você diz quando você perde alguém

Eu costumava dizer que sentia muito

Eu cansei de escolher os outros. Dessa vez eu me escolho

Eu escolho a minha felicidade. E se for preciso derramar sangue, eu não me importo mais.

Não consigo suportar mais isso. Eu estou presa nesse amor idiota.

Com uma peruca verde de uma loja de fantasias, óculos escuros, luvas descartáveis brancas, um par de tênis de número menor dos que eu costumo usar (o que faz meus pés doerem), olho para a casa de tamanho bem próprio para abrigar duas pessoas.

O ar de tranquilidade desse lugar parece me irritar cada vez mais. Mas não importa.

Em breve o clima agradável se tornará insuportável.

Consigo imaginar bem a cena. Atsumy iria me odiar por isso se soubesse.

Mas ela nunca vai saber que “sua amiga” matou o marido dela.

—Eu vou chorar com ela. Consolar a pobre viúva de coração bondoso – murmuro olhando em volta, e fingindo mexer no meu celular (que está desligado) – Agora saia de casa, Atsumy. Quando voltar já vai ser tarde de mais.

A vizinhança está silênciosa e vazia. Nesse horário é assim mesmo. Demorou algum tempo para eu saber mais ou menos os horários. Por sorte o ponto de ônibus fica bem pertinha daqui (sabe ... eu realmente não quero andar muito tempo com uma casual mancha de sangue caso algo de errado acontecer, e fora que esses tênis me machucam).

Assim que ouço o barulho de uma porta destrancando, eu ajeito a minha roupa e tento agir com naturalidade.

Atsumy passa por mim com uma cara de nervosa, como se estivesse ansiosa por algo ... Mas dane-se.

Hoje eu saio mais cedo do trabalho, então hoje, uma sexta nublada com uns poucos raios de sol, é o dia perfeito para o meu plano.

Atsumy virou uma YouTuber de sucesso. Eu até vi alguns vídeos, e admito que ela é bem fofa e engraçada. Eu imagino se eu era assim antes de toda a minha vida se tornar uma bagunça.

Com tantos problemas eu mudei muito. Claro, eu nunca pensei que algum dia me tornaria uma assassina.

Mas acho que essa vai ser só mais uma das mortes que carrego comigo.

O jovem que eu atirei.

O feto que eu perdi.

E é claro, a Odair Chiharu.

Mais uma morte não vai pesar tanto em mim. Vai ser só uma das várias coisas que me atormentarão até meu coração parar de bater.

Depois ...

Ficar parada aqui está me entediando, e fora que apareceu umas criancinhas (que foram embora logo depois) e um cara aleatório que acho que veio fumar os seus cigarros.

—O treino hoje está demorando – comento comigo mesma, em voz baixa – Tomara que Atsumy demore muito tempo para voltar.

Esse plano pode ter um final bem desagrdável para mim se ela me pegar no flagra. Eu teria que mata-la também.

Depois ...

Ele finalmente chegou. E é nesse momento em que eu penso no quão talvez eu esteja alterada. Porque em vez de eu tentar me esconder, eu só imagino coisas mais fúnebres.

Quando eu cheguei há uns 40 minutos, eu logo olhei se a janela que Atsumy sempre deixa aberta para entrar luz do sol (talvez para gravar um vlog) estava aberta. E, como sempre, ela estava.

Ela deve ser ou muito segura ou muito tonta para deixar uma janela tão fácil de entrar aberta.

Olho em volta, e a rua voltou a ser um deserto de tão vazia (okay, eu acho que ela é segura) e então entro na casa, derrubando o que parecia ser um boneco.

Aparentemente estou no quarto dos dois. Avisto uma câmera e um suporte e cima de uma mesinha.

Eu até gostaria de fazer uma piada de mal gosto, mas tenho medo de falar em voz alta.

Meus pés estão realmente começando a doerem, ou seja que é melhor acabar logo com isso. Tiro a faca da bolsa e com passos silenciosos, saio do quaro cuja porta já estava aberta.

Ah, dane-se.

Tiro os tênis e os deixo em um cantinho. Nem sei o motivo de não ter pensado nisso antes. Na hora de ir embora eu só coloco eles de novo.

Vamos brincar de pique-esconde, Jirou.

“E quando eu te achar você morre”

Ding- dong. Se apresse e abra a porta, eu cheguei.

Mesmo se você tentar se esconder, não adianta

—Sakuma-kun – o chamo em voz alta – Venha cá! Vamos brincar de esconde-esconde!

Ding-dong. Já é tarde demais para correr

Olhando pela janela nossos olhos se encontram.

Encontro a chave da casa em cima de uma mesa, e a coloco no meu bolso.

Começo a rir alto de forma quase diabólica.

Consigo sentir a sanidade ir embora da minha mente.

Dois olhos congelados de medo.

Eu quero ver de perto

—Sakuma-kun! – digo entrando no banheiro – Oh, você não está aqui.

Não se preocupe, querido. Eu vou te achar.

Eu estou entrando, apresse-se e corra

Vamos brincar de esconde-esconde e nos divertir.

Ouço sons de passos atrás de mim. Quase consigo sentir sua presença.

Ding-dong. Aqui está você!

Ding-dong. Você estava aqui o tempo todo

Ding-dong. Parece que eu ganhei

—Sua mão já pertence a ela. Então me dê o seu pulso ...

Ding-dong. Adeus a todos

“Para eu poder te matar de uma vez”

Depois ...

Recupero a consciência com uma dor na parte de trás na cabeça. Permaneço de olhos fechados e tentando dar a entender que ainda não estou acordada.

Eu estou sentada em uma cadeira (eu acho) e meus pulsos parecem estar amarrados com alguma coisa de textura bem irritante assim como meus calcanhares.

—Seria tudo bem mais fácil se você abrisse logo os olhos.

—Idiota ... – murmuro abrindo os olhos e vendo Sakuma bem na minha frente, sentado em outra cadeira – Eu ...

Eu tento falar alguma coisa, mas não consigo. Novamente meu lado mais delicado reage. Meu rosto cora e eu tenho que abaixar o olhar.

—Seria uma má ideia perguntar o que está fazendo armada aqui na minha casa? – consigo ouvir sua respiração – Ito Mayumi, não é?

Engulo seco. Agora eu estou indefesa, não vejo a minha faca e estou ficando melancolica.

—Eu deveria ligar para a polícia?

—Não! – tento me soltar, mas acabo não conseguindo (o que é óbvio!).

Ah cara ... Se ele me denunciar eu estou mais que fudida. Pense, Haru ... Quer dizer, Chiharu!

—Desculpe ... – digo com uma voz frágil – Eu errei, tá? E ... Pode me chamar pelo meu verdadeiro nome ... Sakuma, me chame de Chiharu de novo.

Autora Pov’s

Sakuma já ia discar o número pelo celular, mas o que “Mayumi” tinha dito era tão anormal que isso fez ele prestar mais atenção no que ela dizia.

—Você está louca ... – disse não acreditando nem um pouco no que ela disse.

—Eu não estou louca! – suas mãos estavam tremendo, mas não de medo ou de frio, talvez de raiva ou contendo uma tristeza – Eu ainda sou a Chiharu.. A mesma que fez as Técnicas Proibidas, que era sua colega de sala, a única garota que conseguiu uma vaga como substituta no FFI ...

Abaixou a cabeça, sentia um nó muito forte na garganta e não conseguia falar mais nada.

—Por favor, acredite em mim – ela adoraria ter as mãos livres para secar a lágrima que deixou escapar – Eu ainda estou viva, mesmo que a mídia tenha dito o contrário.

“Não chora, desgraçada! Não chora! Não seja ridícula! Eu que sou a culpada!”

Então respirou fundo e levantou o rosto, tentando manter a postura de Ito Mayumi. Mas na verdade fez uma cara de birra que faria uma criança morrer de inveja.

—Você queria me matar e agora está fazendo essas carinhas de birra ... – ele falou mais para si mesmo, ainda não entendendo 100% do que aconteceu – Agora eu acredito que você seja a Chiharu. Você continua sendo a garota mais bipolar que eu conheço.

“Eu não sou bipolar, porra ...”

Quando a de olhos de neblina ia dizer mais uma das típicas frases dela, um brilhinho de um objeto atrás de Sakuma a fez fechar a boca.

“É a minha faca! Ela está aí! Pense, Haru! Pense! Eu só tenho que fazer ele me soltar e conseguir pegar a faca. Se eu for rápida posso mata-lo”

A faca estava em uma mesinha (a mesma onde ela tinha achado a chave) atrás da cadeira onde ele estava sentado)

—Está feliz em me ver, Sakuma Jirou? – disse sorrindo de forma forçada – Digo, é sempre bom reencontrar alguém que foi importante para você. As coisas entre você e a Atsumy estão bem?

Sabia que aquela pergunta ia o afetar de algum jeito. Mas é isso o que precisa. Precisa demonstrar sentimentalismo. Só assim vai conseguir fazer ele a soltar.

—Você está bem? – Chiharu quase engasga ao ouvir essa pergunta – Onde você esteve todo esse tempo?

Ficou pensando um pouco em como deveria reagir e o que falar, mas era tanta dor e tanto amor acumulados juntos que é sufocante.

—Eu estive perdida – decidiu ser mais filosófica – Eu tentava seguir em frente mas parecia que minha existência era só uma falha. Era para eu ter morrido como todos pensam. Mas algo fez com que eu não morresse e vivesse esse inferno*.

Sakuma murmurou um “Sinto muito” e parecia querer dar um abraço, mas a situação não era bem a apropriada.

—Às vezes é difícil as pessoas seguirem uma vida onde você não existe ... Mas é ainda pior ver as pessoas amadas ficarem infelizes por uma morte que nunca aconteceu.

“Ótima frase para status!”

—Faz tempo que eu não sou mais a mesma – eu começo – Mais ou menos quando Odair Chiharu morreu para manter sua irmã viva.

—Quando voltamos do FFI eu fui ao orfanato e me contaram da sua morte – não eram lembranças agradáveis para nenhum deles – Zun parecia muito abatida. Ela te amava demais ... Ah, desculpe.

Chiharu só fez uma caretinha e deu de ombros, murmurando um “Relaxa, eu já superei isso”.

Depois de mais algumas perguntas e umas respostas não muito explicativas, mas que eram emocionantes o suficiente, a Odair lançou a pergunta que tanto queria.

—Pode me soltar? – perguntou com calma, mesmo que estivesse desesperada – Por favor ...

Sakuma pensou por alguns segundos, ainda meio inseguro. Mas por fim ele decide.

—Você vai embora e nunca mais volta para essa casa – ele disse desamarrando os nós, e soltando a arroxeada – Eu não vou te denunciar, mas se tentar me matar de novo você não vai poder reclamar.

Ela dá uma risada fraca, e massageia os pulsos.

—Eu passei anos fugindo de você. Eu queria te esquecer – falou como se não importasse, mas era um grande esforço dizer aquilo assim – Namorei algumas vezes, mas nunca consegui te esquecer.

Sakuma deu um passo para trás, empurrando a cadeira para o lado. Chiharu aparentava estar até um pouco entediada, mas com um toque mais romântico.

—E com isso você quer dizer ... – parecia meio desconfortável com o tom de voz da mais nova.

—Eu ainda te amo ... – eu começo me aproximando – E que saber?

Só mais 10 centímetros ...

Colocou uma das mãos em seu ombro, na tentativa de causar mais normalidade a aproximação enquanto a outra tentava alcançar o cabo da faca.

—Tenho certeza que você ainda me ama também.

“Está tão perto ...”


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Notas finais do capítulo

Tempo do capítulo: 10 anos após a suposta morte.
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*: Vocês não queriam que ela ainda estivesse viva? Não ficaram tristinhas pelo falecimento da arroxeada mais querida do fandom? É só uma consequência tudo o que acontece com ela.
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Músicas: Dead To Me (Melanie Martinez) e Hide and Seek (Vocaloid)
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Bem, acho que é isso!
Espero que n tenho odiado :´)
KISSES!



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