Will I Love You? escrita por BTShiver


Capítulo 9
Day Six. Murder?


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei mais do que deveria. Muito mais. Motivos? Matemática atrasa a minha existência.
Séries atrasam a minha existência, mas de um jeito bom.
Livro atrasam a minha existência, mas também de um jeito bom.
Polyvore atrasa a minha existência.
Amigos atrasam a minha existência.
Bloqueio atrasa o universo.
Acho que era só.
Desculpa de novo.
Hope you enjoy :)
Kisses,
W.S.



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— Metade das garotas de Hogwarts sonha em acordar ao seu lado, mas eu simplesmente não entendo o porquê disso. – comentei enquanto observava o Zabini acordar do outro lado da muralha de travesseiros. – Até porque você acorda com um bafo dos infernos e com o rosto inchado. – ele esfregou os olhos com as mãos e depois me encarou.

— Primeiro: eu acordo lindo e maravilhoso porque eu sou lindo e maravilhoso. Segundo: você acha que está melhor que eu? Parece que um hipogrifo fez um ninho no seu cabelo.

— Eu acordo linda e maravilhosa porque sou linda e maravilhosa. – repeti com um sorrisinho, já me levantando e sendo seguida pelo moreno. Seguimos a rotina dos últimos dias, pegando nossas coisas e depois disputando uma corrida para ver quem tomaria banho primeiro. Perdi pela primeira vez.

Fomos calados para o Salão Principal, já que o grande idiota havia acabado com todo o meu bom humor com uma piadinha idiota e demorando o dobro do tempo no chuveiro, o que nos deixou atrasados. Quando adentramos no Salão, o lugar estava lotado. E quieto demais. As pessoas comiam com as cabeças abaixadas, suas respirações sendo o som mais audível.

Franzi o cenho e procurei meus primos na mesa da Slytherin. Quando cheguei até eles, sentei ao lado de Alyssa e lancei um olhar inquisitivo. Ela entregou-me um Profeta Diário. Bette Helliot fora encontrada morta no seu dormitório na noite passada. Morta. Dentro de Hogwarts.

Arregalei os olhos e fitei Alyssa, que tinha a cabeça baixa. Ela e Bette eram grandes amigas. Segurei sua mão por baixo da mesa e li a notícia completa:

“Estudante de Hogwarts é assassinada em dormitório.

A estudante Bette Helliot, 16, foi encontrada morta em sua cama por uma colega de quarto no dia 23 de Setembro às oito horas da noite. A amiga disse às autoridades que havia saído do quarto para buscar um livro na biblioteca e, quando voltou, vinte minutos depois, encontrou Bette deitada na cama, imóvel.

Há rumores de que a causa da morte tenha sido a Maldição Imperdoável Avada Kedavra, mas os aurores encarregados do caso recusam-se a liberar qualquer informação. Estamos todos chocados e de luto pela jovem garota que perdeu sua vida tão cedo.

Lorean Skeeter.”

Dobrei o jornal e fitei o Zabini, que havia se reclinado perto demais para ler a notícia também. Ele estava mais branco que o normal, se isso fosse possível. Os lábios permaneceram comprimidos numa linha fina enquanto os olhos vasculharam todo o salão até a mesa da Hufflepuff, a antiga casa de Bette.

— Um assassino em Hogwarts. – sussurrei, em choque. Meu cérebro ainda lutava para digerir a informação. Uma aluna assassinada a sangue frio dentro dos muros do lugar mais seguro que já conheci.

Olhei ao redor freneticamente, procurando Tristan, a imagem dele desfalecido numa cama, sem cor e sem vida, pintando meus pensamentos. Estremeci de alívio quando o vi entrando pelas enormes portas do Salão.

Seus olhos claros vasculharam o salão e a testa franziu quando percebeu que havia algo errado. Ele finalmente encontrou-me e caminhou até mim, sentando-se entre mim e Aly.

— O que está acontecendo aqui? – entreguei-lhe o jornal e Ty o leu, o cenho franzindo-se cada vez mais. – Isso... Isso não parece certo. Quer fizer, eu sei que qualquer assassinatos nunca parecem certos, mas em Hogwarts...

— Entendo a sensação. – Christopher se meteu na conversa, os olhos voltando a vasculhar o Salão até pararem no irmão que comia silenciosamente no canto da mesa da Gryffindor. Percebi que os seus ombros perderam parte da tensão.

— Ty. – chamei a atenção do Malfoy mais novo. – Você tem de me prometer que vai começar a tomar mais cuidado, certo? É óbvio que os professores e o Ministério farão de tudo para nos deixar em segurança e pegar o monstro que fez isso, mas, enquanto isso, quero que se cuide. – uma ideia surgiu em minha mente. – Aliás, você vai me encontrar depois da sua última aula. Hoje. Vá para o sétimo andar e encontre a tapeçaria de Barnabás o Amalucado, a que ele tenta ensinar balé aos trasgos.  Estarei esperando por lá. Consegue chegar as seis horas? – ele assentiu. Passei a mão pelos seus cabelos macios e fitei meu prato vazio, completamente sem fome.

Passei os olhos pelo Salão, até que encontrei uma figura familiar na mesa da Hufflepuff. Corte de cabelo em estilo militar. Tez escura, como se fosse latino. Um calafrio percorreu toda a minha espinha quando ele virou a cabeça e passou a me encarar.

Sem mover a cabeça, cutuquei o braço de Alyssa. Pela visão periférica, vi que ela seguiu a direção do meu olhar até o menino, o cenho franzido.

Quebrei aquele estranho contato visual e acenei com a cabeça, levantando do banco.

— Eu não estou com fome. Acho que vou pra aula mais cedo. Se cuida, Ty. – ele assentiu. Lancei um olhar para o Zabini, esperando que ele entendesse.

Ele entendeu, pois me seguiu para fora do local. Logo, Jack, Carter e Alyssa se juntaram a nós no corredor.

— O que foi, Eris? – questionou Carter. Respirei fundo e contei a história sobre o encontro estranho que tive com o rapaz no dia anterior e como ele me fitara pouco antes.

— Você acha que ele possa ter feito aquilo? – O Zabini quebrou o silêncio que havia se formado quando terminei a narrativa. Essa era uma das raras vezes em que eu já o havia visto sério e realmente focado.

— Eu realmente não sei. Ele pode entrar quando quiser no Salão Comunal da Hufflepuff, mas não tem como chegar até o dormitório feminino. 

— A menos que... – Jack começou.

— Ele use a janela. – Carter terminou. Todos fitaram-nos por alguns segundos. – O que foi? Ter a ideia não significa que já usamos isso.

— É uma teoria. Algum de vocês conhece o cara? – Alyssa questionou. Neguei com a cabeça.

— Eu nunca o vi, então não posso falar nada. – Carter comentou.

— Eu também. – Jack terminou, e o Zabini apenas assentiu. Ele tinha o olhar desfocado, meio distante.  

Ouvimos passos e todos viraram as cabeças basicamente ao mesmo tempo.

O garoto da Hufflepuff estava do outro lado do corredor.

— É ele. – sussurrei.

Em movimentos sincronizados, Jack e Carter marcharam até ele e agarraram-no pelos braços, um de cada lado. Seus rostos mostravam o quão bravos realmente estavam.

Eu não gostaria de estar no lugar daquele garoto.

Ele foi brutalmente jogado contra a parede.

— Então você ameaçou a nossa prima? – Jack rosnou.

— Quem você pensa que é? – Carter continuou no mesmo tom. Eles pareciam clones naquele momento, mais parecidos que nunca.

— Vocês só perceberão quando for tarde demais. – o garoto moreno tinha um sorriso de escárnio no rosto. – São burros demais pra isso. Ela já era. Todos vocês já eram. – Zabini deu dois passos duros e apressados até ele e acertou o nariz do pobre coitado com um murro. Houve um barulho estranho, e depois uma explosão de sangue. Nunca tinha visto Christopher tão furioso em toda a minha vida.

Nesse momento, Minerva apareceu na porta, furiosa.

— SENHORES POTTER! LARQUEM-NO AGORA! – os gêmeos obedeceram relutantemente. – O que está acontecendo aqui?!

Expliquei à diretora o que estava acontecendo, o seu semblante fechando mais e mais de acordo com a evolução da história.

— Senhor Bradford, creio que tenha muitas explicações a dar. Siga-me. – e seguiram o corredor na direção do gabinete da professora McGonagall.

— Então é isso? Estamos seguros agora? – perguntou Alyssa, mas ela não soava convencida.

— Eu acho que não. É só um pressentimento, mas acho que ainda teremos muitos problemas pela frente. – Jack retrucou em tom sombrio, e seu irmão assentiu. Suspirei.

— Sendo esse o final ou não, eu tive uma ideia agora a pouco. O que acham de montar um pequeno clube de treinamento de Defesa Contra As Artes das Trevas? Como a Armada Dumbledore. Já falei para o Ty me encontrar na Sala Precisa depois da aula. Se não quiserem, tudo bem, mas eu vou ensinar um pouco de auto defesa ao meu irmão. E ainda treino um pouco no processo. – todos assentiram.

— Eu vou levar o meu irmão também. Ele precisa aprender a se defender também. – todos assentiram novamente. Suspirei.

— Pelo menos suspenderam as aulas hoje. – Aly comentou. Fitei-a. – A Minnie anunciou um pouco antes de vocês dois entrarem no Salão. – deu uma pausa. – Normalmente eu faria uma piada sobre o atraso dos dois pombinhos, mas não estou no clima. – comentou, baixando a cabeça. Relevei o “pombinhos” e abracei-a de lado.

Por dentro, minha maior vontade era sair correndo para o meu esconderijo e ficar lá até esquecer de todos aqueles problemas, mas era óbvio que não podia. Se levasse o Zabini até, o moreno transformaria meu santuário num motel. E apenas a sua presença lá já estragaria toda a paz e felicidade do lugar.

— Eu... Eu preciso... – ofegante, Christopher não terminou a frase, apenas virou e começou a andar. Apressada, segui-o.

Ele parou ao chegar num pequeno jardim no canto leste do castelo e sentou num banco de pedra meio escondido por árvores, os cotovelos nos joelhos e mãos no rosto, imóvel.

— Uhm, Zabini...? – questionei sem saber o que fazer. Ele levantou os olhos para mim e tive uma enorme surpresa ao perceber que eles estavam marejados e avermelhados, mais azuis que nunca.

— Ela era minha prima. Ninguém sabia, estávamos brigados faziam anos, mas... Ela era minha prima, Eris. Crescemos juntos. E agora... – ele soluçou e não conseguiu terminar. Levantou as pernas e abraçou os joelhos, encolhendo-se.

Naquele momento, entendi-o mais que nunca. Estava desolado por ter perdido a prima. Triste por não ter aproveitado o tempo que teve com ela. Irritado por me deixar vê-lo sem suas defesas, num momento de fraqueza. Preocupado com o irmão.

Coloquei-me em seu lugar por um segundo. O que aconteceria comigo se fosse o nome de Alyssa ou Jack ou Carter naquele jornal? Meu mundo com certeza desabaria.

Fiquei sem reação por algum tempo, os braços pendendo do lado do corpo, sem saber o que fazer.

O momento passou e sentei ao lado dele no banco. Deixei a minha mão próxima a sua, a ponto de sentir o calor de sua pele, mas sem encostar. Às vezes, apenas saber que tem alguém ali por você vale mais do que qualquer palavra ou toque.


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Notas finais do capítulo

Reviews?
Kisses,
W.S.



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