10 coisas que eu odeio em você escrita por Xokiihs


Capítulo 5
Seis


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Eu odeio como está sempre certa.

 

~♥~

 

— O que vai fazer depois da escola? - Sakura perguntou, de repente, e eu me assustei.

Estávamos, novamente, em silêncio. Depois do que ela tinha feito, se aproximado demais de mim, eu comecei a ficar nervoso em sua presença. E acho que ela percebeu, pois toda vez que me olhava, dava aquele sorriso cheio de dentes. Era amedrontador.

— Vou para casa. - dei de ombros, respirando fundo logo depois. Meu coração tinha parado de bater, mas eu não conseguia ficar parado. Minhas pernas se moviam por conta própria, em um balançar ansioso.

— Nossa, que divertido. - ela foi irônica, dando um bocejo teatral. - E vai fazer o que em casa?

Eu pensei. Geralmente, aos sábados, eu lia ou jogava vídeo game. Às vezes, assistia a algum filme ou vídeo no youtube. Sempre dormia cedo.

— Nada de muito interessante. - respondi, por fim. Percebi que Sakura provavelmente riria se eu dissesse o que eu faria, e eu não desejava isso. Já era constrangedor o suficiente estar em sua presença.

— Hm...- ela resmungou, e ficou pensativa. Logo depois, levantou e foi em direção a mochila preta dela. Arregalei os olhos quando a vi tirando um saco de papel em formato de garrafa. - Vamos nos divertir por aqui, então.

— O que é isso? - perguntei, quase engasgando. Instintivamente, olhei para a porta da sala, esperando ver Tsunade ali, nos pegando desprevenidos.

— Alegria. - ela respondeu, antes de ir para o fundo da sala. - O que acha de experimentar um pouco?

Eu sacudi a cabeça. Nunca tinha bebido, já que eu era menor de idade. E, certamente não era um daqueles jovens inconsequentes, que faziam identidades falsas e iam a bares, para se embebedar. Eu era o típico filhinho da mamãe, que seguia as regras. Obviamente, Sakura era o oposto.

Ela abriu a garrafa e eu vi que o liquido era transparente, quase como água. Ela deu um longo gole, fazendo uma careta logo depois.

— Tem certeza?

Eu assenti, e fiquei apenas a vendo tomar pequenos goles daquilo. Toda vez que tomava, sorria, e a cada gole as caretas iam diminuindo. Depois do quinto gole, soltou um arroto. E riu.

— Espero que não se importe. - disse, dando uma piscadela logo depois. Ela estava sentada com as pernas esticadas, a cabeça encostada na parede, e os olhos verdes parados sobre mim. Parecia ler minha mente.

— Por que bebe isso? - a pergunta saiu sem que eu permitisse. Mas eu realmente não me importei de perguntar, afinal, todos bebem, mas ninguém fala o porquê de beber.

— Porque eu gosto. - deu de ombros, inspirando fundo e soltando depois. - Gosto de sentir a cabeça leve, como se estivesse flutuando; gosto da ardência e do leve amargor, gosto da alegria.

— Essa coisa faz tudo isso?

Ela riu, assentindo.

— Sim.- bebeu mais um gole, mas, dessa vez, demorou para engolir. Vi o movimento de sua garganta descer e subir. De repente, me deu vontade de beber também. - A bebida é como o amor. Você sabe o que é amor?

Eu bufei. - Todos sabem o que é amor.

Ela riu. - Todos acham que sabem o que é amor.

Fiquei em silêncio, sabendo que não adiantaria muito retrucar. Ela provavelmente tinha uma resposta na ponta da língua.

— Amor é doce, amargo, inesquecivelmente esquecível. Machuca, cura, arde, assopra. É tudo, e ao mesmo tempo nada.

Ela riu novamente, e me olhou.

— Você consegue encontra-lo nos lugares mais inusitados.

Eu engoli em seco, e a sede aumentou. De repente, minhas pernas tinham vida própria e simplesmente se moveram.

Sentei-me ao seu lado, e roubei a garrafa de suas mãos. Ela sorriu, virando-se para mim. Eu bebi um gole daquilo, sem hesitar. Desceu rasgando, ardendo, queimando. E não consegui entender como aquilo poderia ser bom de alguma forma.

         Ela pareceu ver isso e sorriu mais ainda. Sua mão foi até o meu rosto, e eu o senti esquentar. Ela se aproximou, aproximou... até estar tão perto que, novamente, podia sentir seu hálito. Ela me encarou, os olhos verdes entrando em minha alma sem pedir permissão; e, então, ela encostou os lábios nos meus. Não foi algo profundo, nem mesmo um beijo de cinema. Nossos olhos permaneceram abertos, como se vigiássemos um ao outro.

Quando ela saiu de perto de mim, senti um desapontamento crescer dentro de mim.

— Isso é amor.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem!



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