ANASTÁSIA STEELE

Começo a correr pelas ruas e levo alguns segundos para perceber a chuva, mas na verdade isso não importa o que mais nos limpa é o que mais tememos às vezes. Eu amo a chuva, ela sempre me fez tão bem, e por mais que seja temida por uns, é mais clamada por outros.

Corro o máximo que consigo e paro perto de um ponto de ônibus. Sento-me ofegante no meio-fio e começo a chorar.

—Você fez eu me molhar todo sua pirralha. —Christian diz se aproximando.

—Eu não pedi que você viesse atrás de mim seu babaca! —Grito pegando-o de surpresa.

Levanto-me e saio andando para longe dele.

—Não dê as costas para mim. —Diz o Senhor Rabugento.

—Ok pai! —Exclamo e continuo andando.

—Eu estou falando sério Anastásia. —Alerta-me de forma rude.

Viro-me e fuzilo Christian com o olhar. Quem ele pensa que é?

Como ele tem coragem de querer mandar em mim? Ou de falar comigo depois de tudo?!

—Você não me queria longe? Eu estou indo. Agora vê se me erra seu idiota!

—Será que eu vou ter que te bater? —Christian fala pegando-me de surpresa.

—Nossa! —Exclamo rindo. Cruzo os braços e arqueio uma sobrancelha. —Foi tão bom apanhar que você quer fazer isso com outra pessoa? Nem todos gostam de experimentar babaquices.

Christian cerra os punhos e dá um passo na minha direção. Dou um passo para trás assusta.

—Não ouse encostar um dedo em mim seu babaca! —Grito. —Você estragou tudo Christian, eu pensei que você se importava comigo! Mas já vi que você é um egoísta que só se importa com você mesmo!

—Você não sabe de nada! Não passou o que eu passei! —Ele diz ofendido.

—E você não passou o que eu passei! Você tem suas dores e eu tenho as minhas, mas eu nunca descontei nada em você! Mas desde que nos conhecemos você só sabe me insultar e jogar as coisas em cima de mim, mesmo eu não tendo culpa. Você é um babaca! Eu nunca mais quero ver sua cara de novo.

Dou as costas para ele sai correndo pela rua.

Tudo acontece muito rápido. Ouço a buzina de um carro e quando penso que vou se atropelada o homem apenas freia em cima de mim. Meu coração dispara e minhas pernas fraquejam, mas não consigo me mover. O motorista sai do carro todo nervoso e quando o olho, fico sem reação alguma e ele parece ficar do mesmo modo.

Seus olhos são azuis... Iguais aos meus.

—Você está bem menina? —O homem pergunta depois de alguns segundos. Ele se aproxima e abaixa na minha frente apoiando as mãos nos joelhos;

—Ana! —Christian se aproxima correndo e puxa meu braço. —Me desculpe senhor, ela é meio desatenta, e provavelmente louca.

Viro-me e fuzilo Christian. Piso em seu pé e ele grita soltando meu braço.

Continuo a encarar o homem sem dizer uma palavra e ele faz o mesmo.

—Vamos para casa Anastásia. —Ordena Christian depois de se recuperar do pisão.

—Não! —Empurro-o. —Não encoste em mim babaca!

Aproximo-me mais do homem o encaro. Por que eu sinto que o conheço? É como se eu já o tivesse visto.

—Eu te conheço... —Sussurro olhando-o e isso parece incomodá-lo.

—Acho que não... Eu nunca te vi antes menina.

Olho para ele mais uma vez.

Eu tenho certeza que o conheço, mas de onde? Não consigo me lembrar, mas eu sei que o conheço. Eu não estou ficando louca.

—Ana, Christian!

Viro-me e vejo Grace descer do carro com Carrick, ela corre até nós e abaixa na minha frente segurando meus ombros.

—Você está bem querida? —Grace olha-me de cima a baixo.

—Acho que sim. —Digo sem tirar meus olhos do homem.

—O que houve? —Grace pergunta olhando para homem.

—Sua filha estava correndo no meio da rua. —Ele diz.

—Senhor? —Pergunta Grace levantando-se e estende a mão para o homem.

—Steele. —Diz o homem.

—Eu sou Grace Grey, e ela não é minha filha. Eu sinto muito por tudo.

—Tudo bem... —Diz o Sr. Steele. —Só tome mais cuidado com suas crianças.

—Ok, peço desculpa de novo. Vamos Ana.

Seguro a mão de Grace, mas antes de ir olho novamente para o Sr. Steele. Eu tenho certeza que o conheço, não posso estar ficando louca, eu sinto que o conheço, na verdade eu acho que já vi seus olhos em algum lugar, mas onde?

Grace abre a porta do carro para mim e me faz entrar, entro e cruzo os braços mal humorada. Christian entra e senta ao meu lado ele encosta o braço no meu quando se senta e eu faço questão de ir mais para o lado para não ter que aturá-lo. Ele passa o braço ao redor do meu ombro, mas eu o empurro.

—Pare de ser idiota, e não encoste em mim. —Rosno e viro meu rosto para a janela.

Grace entra no carro e agora vejo que é Carrick quem está vai dirigindo, e não um dos seguranças.

Nós logo chegamos em casa, e Grace me manda ir tomar um banho e tirar a roupa molhada.

Subo as escadas correndo e Christian vem atrás de mim.

—Me desculpe. Eu não quis dizer aquilo.

—Quis sim. Você é um idiota. E não fale mais comigo. Eu não quero mais sua amizade!

—Ana...

—Não fale mais comigo!

Bato a porta do quarto e vou para o banho.

Eu não preciso dele.