De Repente É Amor escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 32
Capítulo 31 - O Que É Amor Para Você?


Notas iniciais do capítulo

Gente esse capítulo está curtinho e nem foca muito na festa em si, porque todo o foco que eu queria dar ao niver da Flore era somente na surpresa do Nath mesmo! Ele basicamente só servirá para fazer uma ponta de ligação entre outros eventos!
Estou me divertindo bastante escrevendo os próximos capítulos da fanfic, principalmente um em que Florence se utiliza de todo deboche em seu ser, para fazer um daqueles discursos bafônicos dela!
Vou mostrar para vocês, mas, um trecho dos próximos capítulos!
“—Por que não me deixa fazer isso, Nathaniel? Por que não me deixa corromper toda sua bondade? Por que não vem para a escuridão comigo? — insinuei com uma risada quase insana, logo que encostava meu nariz de leve no seu.
—Não posso. — responde sem aparentar querer ceder.
—Por que não? — sussurro.
—Porque eu preciso ser a pessoa que te salva dessa vez. — fico calada, quando ouço aquilo.”

Boa Leitura!





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Ponto de vista: Florence Elliott.

Os olhos de Dake encontraram os meus, no exato momento que me virei. Nathaniel me desceu de seu colo, no entanto, a mão do mesmo, passou por minha cintura me abraçando de lado, não havia um sentimento de posse ali, era só carinho. Em outros tempos, minha primeira reação seria correr até o West e tentar explicar, algo que ele nem ao menos se esforçaria para entender, dessa vez tudo que fiz, foi sorrir para Peggy, que aparentemente era a organizadora de tudo isso.

—Okay, nada de explicações agora, estamos há horas te esperando, e quando digo “estamos” é quase a escola toda, venham, entre, a festa começa a agora. — minha amiga me puxou pela mão com uma animação contagiante, Nath não teve outra opção, se não me soltar; Tudo que vi, antes de me infiltrar no meio daquelas pessoas, foi tia Agatha saindo de casa, com um aceno leve e sorrindo tanto quanto Peggy, e  Dake sumindo dentro da minha casa.

               Comecei a cumprimentar todos, notando meio abismada, que a maioria das pessoas que estavam ali, eu nunca nem havia trocado duas palavras, recebi alguns abraços, ainda meio sem graça, e franzi as sobrancelhas quando encontrei alguns garotos passando com copos de cerveja pela sala; Agatha não havia implicado com isso, sério?.

—Quem são essas pessoas? — murmurei para Peggy, enquanto forçava um sorriso para uma garota morena, que tinha acabado de apertar minha mão.

—Ah, isso importa mesmo? O que importa é que você está comemorando seus dezoito anos com uma festa super badalada...Eu até considerei fazer algo pequeno, dada minhas ocupações, mas, ai notei que você merecia algo grande. — ela me comunica, me entregando um daqueles copos vermelhos.

—Peggy, isso é insano. — comento, acenando para Nath, que agora se encontrava sendo abraçado de um jeito estranho por Ambre. Tradução: Ela estava bêbada.

—Não. Insano é o bolo...Lynn conhecia uma confeiteira ótima e... — antes que ela me levasse até a cozinha, a parei pelos ombros.

—Eu não me importo...Olha, eu super agradeço por toda a ideia e o conceito da coisa...Mas, não sei se curto ter que finalizar uma data importante para mim, com um bando de desconhecidos. — tento lhe mostrar seu ponto, gritando para ser escutada por cima da música alta que acabaram de colocar; Aquilo estava um caos.

—Só tente aproveitar, por mim, certo? Lembre-se que você teve o dia todo para comemorar com seus amigos, mas, decidiu dar esse privilégio somente a Nathaniel. — Peggy formula esse argumento.

—Sim, porque é meu aniversário, as escolhas deviam ser minhas. — tarde demais, ela já me abandonou falando sozinha.

          Suspiro, olhando ao redor, e logo encontro Rosalya rindo de algo que Alexy falava no sofá da sala, ela me encara e aponta para o vestido, fazendo um sinal positivo para o vestido, sibilo um “obrigada” ciente do que ela tinha feito, já que Nathaniel havia me contado, ela simplesmente sorri.

                Ando mais um pouco, e alcanço o balcão da cozinha, em cima dele há alguns petiscos e caixas de pizzas abertas, olho para baixo, e vejo que existe um grande saco, com os dizeres “Presentes da Flore” escrito, reviro os olhos.

                Como raios Peggy iniciou uma festa na minha casa, sem eu nem ao menos estar aqui? E por que Agatha concordou? E por que Agatha foi embora e não acabou com toda essa zona?

              Tento achar Booh, em meio aquele mar de gente, e enquanto faço essa busca, fico repassando em minha mente, o fato de que beijei Nathaniel, ou ele me beijou,  enfim nós nos beijamos. É estranho, mas, soa extremamente certo naquele momento.

               Nem sei o que me guia enquanto caminho, mas, sem que eu note, já estou abrindo a porta do meu quarto, a procura de Booh, me alivio ao notar que não há ninguém para bagunçar as coisas, mas, meu alivio não dura muito, já que logo vejo, que em meio a escuridão de minhas fotos polaroides, um Dake pensativo está. Ligo os interruptores, e me encosto na soleira da porta, fechando ela com o pé.

                Dake não se move, continua olhando as fotos, uma em específico; Aquela que eu havia tirado dele, antes mesmo de nos falarmos, ele surfando.

—As coisas eram mais fáceis para você quando tirou essa? — indaga do nada, e eu suspiro.

—Eram diferentes. — nem sim, nem não.

—Quando Peggy me convidou, estranhei a princípio, fiquei me perguntando porque você ia me querer na sua festa de aniversário, então ela me contou que você não sabia sobre a festa, que seria uma surpresa, bem continuei estranhando o convite, Peggy me odeia...De toda forma, ainda sem entender suas razões, decidi vir, sei lá, achei que isso pudesse significar o recomeço de algo para nós; Nem que fosse da amizade, que você nem acredita que existiu...Então, eu vi você e o Nathaniel... — começa seu discurso.

—Você nos viu nos beijando...Torna mais real se falar em voz alta. — digo por experiência própria.

—O fato é que eu não quero que seja real, você não entende? Sabe, o que eu senti quando vi aquele beijo e comprovei que todas minhas suspeitas estavam corretas? — finalmente se vira para mim, e dá de cara com minha expressão quase desdenhosa.

—Que suspeitas? — quero uma explicação clara.

—Sei lá, que você tinha sentimentos por ele, e que podia me deixar a qualquer instante por isso? — é completamente irônico e isso me faz revirar os olhos.

—Desculpe, mas, acho que precisamos recapitular alguns pontos aqui; Eu não te deixei por ele, te deixei porque você foi um babaca, eu te dei, uma, duas, três, mil chances de provar ser o cara bom que eu pensei ter visto em você, e você desperdiçou todas elas. Sim, talvez, eu possa ter nutrido sentimentos por ele muito antes de admitir, mas, isso não apagava o fato de que eu te amava, Dake, e que acreditei na nossa relação desde o primeiro segundo que resolvi investir nela, eu lutei por nós com cada força que eu tinha, eu tentei perdoar cada insegurança sua com toda sinceridade que eu tinha e você continuou errando, como se eu fosse obrigada a aceitar o fato de que você não era capaz de me amar de volta do mesmo jeito que eu te amava. — a essa altura eu gritei para que pelo menos toda vizinhança ouvisse.

—Você pode me acusar de tudo, Florence, tudo, menos de não te amar. — rebate me olhando com fúria.

—Você nem ao menos sabe o que é isso, Dake...Amar é diferente do que você faz. — devolvi no mesmo tom.

—Amar para você é se arrastar aos seus pés, como seu amiguinho faz? — questionou com acidez, e eu engoli o choro que queria vir.

—Amar para mim, é não fazer o coração da pessoa que se ama se dilacerar a cada cinco segundos, é não estragar tudo sempre. — lhe comuniquei.

—Sinto muito, eu não sabia que sempre estragava tudo...Digo, você nunca comentou isso enquanto transava comigo. — é um babaca quando diz essas palavras, e mesmo sabendo que é por que está magoado que fala isso, ainda me sinto ofendida.

—Você está estragando tudo agora, Dake...Eu tive um dia perfeito, eu fui feliz por horas, depois de muito tempo, completamente feliz, e o que você está fazendo agora, é estragar isso...Porque você é egoísta...Você não aceita o fato de que outra pessoa pode ser melhor que você em algo, mas, ai vai uma verdade, Nathaniel é melhor do que você sim, ele é melhor em me amar. Porque ele faz isso todo o tempo, não há brechas para desconfianças, ele simplesmente me ama sempre. — quando digo isso, ele cruelmente passa por mim como um furacão e vai embora.

                      Me sento na beirada da ama, e me deixo ficar triste com todo aquele drama agora, passando a mão por meu rosto, e logo em seguida encarando as fotos daquele painel antigo, me foco em uma também, e essa é bastante especial; Sou eu no Canadá, sentada em um banco em uma praça perto da casa da senhora Harvey, eu podia ver os flocos brancos se refletindo em meu casaco vermelho, e eu sorria para a câmera, especificamente para meu pai.

             Logo volto para o drama e suspiro, me lembrando de Dake e de que como estamos levando toda essa situação.

—Um dia me disseram que quando se é adolescente, você acha que tudo é o fim, mas, às vezes, é só o começo. — ergo meus olhos na direção da soleira da porta, como Dake fez antes, e encontro Castiel. Ele estava aqui afinal, apesar de tudo, ele estava.

—É um baita frase estúpida. — lhe respondo, antes de revirar os olhos.

               Em passos lentos, Castiel se aproxima de mim, e em questão de alguns segundos está sentado do meu lado.

—A pessoa que me disse isso costuma ser bem sábia. — comenta sorrindo de lado.

—Na verdade, eu acho que ela é bem idiota, aquele tipo de idiota que comete bastante erros. — comunico a ele, e o mesmo suspira.

—Erros de que tipo? — quer saber.

—De vários, só que tem um que é o pior de todos...Ela foi injusta com um dos melhores amigos dela, mesmo ela dizendo odiar injustiças. — Castiel me olha quase emocionado quando digo isso. — Olha, eu odeio o fato de que você me escondeu o que fariam com Nath, mas, odeio ainda mais, o fato de que por estar magoada, só foquei no que você fez de mal para mim, quando você vinha sendo a pessoa mais verdadeira do mundo comigo. — admito pois tenho humildade suficiente para isso.  — Eu só...Não quero mais ser machucada, pelas pessoas que confio, é uma dor absurda, a qual não sei se aguentaria ser submetida de novo. — lhe conto.

—O que você está tentando me dizer? — Castiel que eu seja direta.

—Algo que não consegui dizer para ninguém ainda. — admito antes de suspirar, ele me encara confuso. — Há algo comigo, Castiel, algo errado, eu estou errada, e sinto que as coisas vão desmoronar há qualquer momento, e eu estou com medo, muito medo. — queria que aquilo fizesse algum sentido.

—Tudo bem, posso aceitar você toda errada, isso se você me aceitar todo errado também, como vem fazendo desde que nos tornamos amigos, podemos ser errados juntos, Florence. Eu quero que sejamos errados juntos, porque você é minha melhor amiga, e porque eu preciso de você. — quando ele diz isso, me jogo em seus braços e trato de tentar achar meu caminho lá.

—Você não é errado, Castiel, eu te prometo que você não é...Você só está perdido, e eu sei, Lynn irá te ajudar  a achar o caminho de volta, em qualquer vida que vocês vivam juntos, e eu posso ser uma vadia com você, às vezes, e não merecer sua amizade, mas, ela, Lynn, sempre estará lá para você. — garanto quando nos separamos, logo enxugo uma lágrima teimosa que desliza pelo rosto daquele menino sempre tão orgulhoso. — Eu vou ficar bem também. — dessa vez tento garantir.

—Tenho um presente para você. — me comunica, sorrindo de lado. Espero por ele, e logo Castiel tira um saquinho de veludo do bolso de sua jaqueta e me entrega.

         O abro hesitante, e franzo as sobrancelhas quando encaro o chaveiro com o penduricalho de uma flor rosa.

—Quero que use esse chaveiro no seu apartamento, durante sua estadia em Harvard. — me comunica e eu dou uma risada.

—Estou começando a me sentir pressionada sobre o fato de todos acreditarem que eu vou conseguir a bolsa. — afirmo meio sem graça.

—Você vai. — ele parece convicto. — Agora, acho que o aconselhável seria voltarmos para o circo que Peggy montou lá fora. — diz se levantando, e me oferecendo sua mão.

                Olho novamente para minha foto no Canadá e dou um sorriso breve.

—Não...Preciso de mais cinco minutos sozinha aqui. — conto e Castiel respeita isso, já que simplesmente assente e me deixa sozinha.

             Me levanto e passo os dedos de leve na imagem. Eu perdi muitas coisas ao longo da minha vida é verdade, mas, também ganhei bastante coisas; Ganhei pessoas, experiências e boas memórias. Ano passado eu estava comemorando essa mesma data, fugindo de qualquer chance de felicidade que eu pudesse conseguir e hoje, tem uma festa me esperando lá fora, e dentro dela, existem pessoas que realmente se importam comigo, pessoas que mudaram minha vida quase completamente e sim eu estou diferente, e sim eu sinto que tudo está prestes a mudar mais ainda daqui para frente e sim, eu sei que tomei uma decisão enorme quando decidi mostrar ao Nathaniel que tenho sentimentos por ele, mas, eu não vou ter medo; Eu estou pronta.


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Notas finais do capítulo

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