De Repente É Amor escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 31
Capítulo 30 - Os Dezoito De Florence.


Notas iniciais do capítulo

Gente, voltei com um dos capítulos mais fofos dessa história! Sério! Ele representa mais uma reviravolta na fanfic! Quase a metade dele vai ser narrada pelo Nath, depois volta para a Flore!

Gente olha um trechinho do último capítulo de De Repente É Amor; “No começo disso, eu era só uma garota órfã, insignificante demais para ser notada...E agora, em algum ponto, tudo mudou para mim, eu nem sou mais Florence Elliott...Sou uma outra pessoa e talvez, se as coisas tivessem sido diferentes, se o mundo tivesse sido mais gentil com algumas pessoas, eu nem chegaria a ser Florence Elliott um dia.”

Fiquem com o capítulo mais fofo de todos!!!!!!!
Boa Leitura!



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            Música do Capítulo!

Ponto de vista: Nathaniel Dilaurentis.

        Em algum ponto da minha vida, estabeleci o que queria para o futuro dela; Boas notas, a aprovação em uma faculdade respeitável, um namoro prolongado durante minha estadia nela, um noivado tão durável quanto o próprio namoro, um casamento saudável e dois filhos para completar a pequena família feliz. Só que em outro ponto da minha vida, as coisas mudaram, não, não estou dizendo que desisti desse plano inicial, só estou dizendo que um novo elemento foi acrescentado a essa lista de desejos; ela. Quem é ela? Florence Elliott. A garota mais incrível de todo mundo, a garota pela qual eu me apaixonei assim que ouvi sua voz pela primeira vez.

                       Ela não era uma daquelas garotas inalcançáveis, do tipo popular, que não daria bola para um garoto como eu, ela era anti social e tinha tendências de se negar a ter qualquer tipo de felicidade, mas, ainda sim, eu sentia de forma cruel, que de um jeito muito injusto, eu não a merecia, era como se aquela garota que não sorria com frequência, mas, que tinha o sorriso mais lindo do universo, fosse demais para mim.

                O plano do futuro ia bem, até ela aparecer; Florence me fez rever minhas prioridades, já que de um jeito louco e precipitado ela se tornou uma destas; Flore se tornou, pouco a pouco, segundo após segundo, dia após dia, alguém essencial para mim. Céus, eu a amei desde o primeiro dia, e depois disso, esse sentimento só se intensificou.

                 Era um tipo de amor estranho, eu tinha noção de que ela não me amava dessa mesma forma, só que isso não me impedia de ama-la mais e mais. Aquilo só crescia. Era como se fosse predestinado que eu a amasse dessa forma tão profunda; Quando eu a conheci, a mesma estava tão quebrada, não havia vida ali, mas, ainda sim, ela tinha uma luz que poderia iluminar uma cidade no meio de uma blackout, ninguém a via, mas, eu a vi, enxerguei uma alma pura e benevolente por trás da dor, achei a garota escondida, por trás do rôbo que ela se forçava a ser. Ela gritava de forma silenciosa, ninguém ouvia. Eu ouvi. Ela estava se afogando. Eu percebi. Eu simplesmente segurei sua mão e cai no mar com ela.

             Eu devia ter desistido. A cada tentativa falha de faze-la reagir. O normal seria desistir, mas, eu continuei lá, ao lado dela no chão, fingindo que não via a dor a dominar. Céus, eu tentei tanto. Tentei mais do que se é aconselhável tentar com qualquer pessoa no mundo. Esperei, tal como as pessoas esperam pela chuva na seca.  A cada “Não” Lutei por um “Sim”. Quando todos viviam suas vidas, ao redor dela, e a deixavam para trás, eu estanquei com ela. Eu nunca pedi nada em troca; Estar com ela, de alguma forma, até mesmo no sofrimento, era o suficiente para mim.

                   Então, ele apareceu, Dakota West, ele apareceu e de repente tudo mudou de novo, ela conseguiu sorrir para ele, conseguiu se abrir, conseguiu se entregar. Não era justo. Não era justo comigo. Simplesmente não era. Porque eu devia ser a pessoa que a faria feliz de novo. Eu não sei se isso é egoísmo, não sei se é certo sentir-se assim, não sei se é errado. Só sei, que eu merecia mais do que se trocado por um idiota, que só conhecia a versão bonita dela. Não foi ele que conheceu e amou, apesar de tudo, amou aquela versão apática de uma garota que um dia já tinha sido feliz.

                  Florence partiu meu coração tantas vezes com sua indiferença, e o pior é que eu nem  conseguia a odiar, tanto por não ser culpa dela, quanto por não ser possível odiar alguém que você amou por tanto tempo. Ela me rasgava a cada momento que parecia bem ao lado de Dake, e não se dava conta. Eu tentei me afastar, tentei me privar do sentimento de derrota, marcado por uma adaga figurativa a cada vez que ela sorria para ele. Mas, eu não conseguia. Quando eu a conheci, também queria fugir de algo; Da minha casa. Florence então, se tornou a minha casa.

             Como se afastar da pessoa, pela qual você se apaixonou de corpo e alma desde o primeiro olhar? Como se afastar da pessoa, com a qual você imaginou um futuro feliz diferente do seu passado e presente? Como se afastar da pessoa, que te dá o maior conforto do mundo apenas com um abraço? Como se afastar do grande amor da sua vida?

                    Eu também tentei seguir em frente, uma vida em ela, parecia uma boa tentativa, mas, já não existia Nathaniel sem Flore. Não existia mais eu sem ela. Não existia nada além dela. Nunca mais existiria. Era uma droga, vê-la todos os dias ao lado dele, e me perguntar se em algum momento a dor no peito passaria, se em algum momento apareceria alguém que me faria sentir ao menos um terço do que ela já me fez sentir, só que cada vez que ela sorria, eu sabia; Não existia mais de uma Florence Elliott no mundo.

              Ela encanta qualquer um, com aquele jeito de sempre enxergar o lado bom das pessoas; Ela viu algo bom no Dake, e mesmo que ele não merecesse, ela investiu nisso, ela foi fundo, colocou amor naquilo, e de repente, se machucou.

           Droga! Eu devia me afastar. Mas, a esperança voltara com uma força absurda. Florence devia se afastar. Mas, droga! Ela não estava se afastando. Florence não estava se afastando. Logo, eu notei, aquela era a primeira vez que ela realmente estava ali; Não existia o luto a impedindo de estar, ou Dake; Florence estava ali. Eu via isso, cada vez que a pegava me fitando de rabo de olho; via quando mesmo com seu recente machucado no coração, a mesma sorria para mim, e recitava serenamente uma frase de algum livro novo, que começara a ler.

                   Eu esperei de novo. Dessa vez uma espera mais tortuosa; Esperei o momento que ela voltaria correndo para Dake, e meu final feliz, fosse decretado impossível com aquilo; Então, ela ficou. Céus. Ela ficou. Ela quis ficar. Florence não parecia querer ir embora. Apesar da dor, ela quis ficar. Ela simplesmente quis.

         Sei lá, se era algum tipo de loucura, adquirida como sequela, do dia que me joguei estupidamente de um barco; Mas, eu via algo diferente nela. Não era sobre quem Florence era. Era sobre o que ela estava sentindo. Não era mais só eu. O jeito com qual ela me olhava agora. Não podia ser só eu.

           De algum jeito, Florence me via agora, não como sendo seu melhor amigo, o cara que faria qualquer coisa no mundo para vê-la feliz, ela via o cara que era completamente apaixonado por ela, e dessa vez, a mesma não se dava ao trabalho, de tentar barrar esse amor, ela simplesmente o aceitou, e isso devia ter algum significado, devia realmente ter.

           Foi por isso, que me lembrando da lista de sonhos que ela tinha para seu aniversário, resolvi que meu presente para ela, seria realizar quase todos; Começando sobre a história do baile, durante nosso trato, ela havia me contado da segunda promessa que fez a Kentin, e foi ai que eu notei, que se hoje, ela aceitasse meu convite, ela estaria confirmando que começara a sentir algo a mais por mim; Já que a mesma, foi clara quando disse que Kentin, pediu para que ela só fosse ao baile com alguém que merecesse seu coração e ela tivesse certeza disso.

          Comecei pelo vestido, sabendo que Rosalya tinha um talento enorme com essas coisas, pedi que ela arrumasse o mais bonito que conseguisse, e quando confidenciei que era parte do presente de aniversário da Flore, ela acabou insistindo para que eu o aceitasse de graça, alegando que esse seria seu presente, concordei com isso, mas, deixei claro que depois contaria a Flore sobre esse fato.

                   Então, cá estava eu agora, no calçadão da praia, esperando por sua decisão, mais uma vez esperando por ela, especificamente por sua presença literal. Eu soava de nervosismo por baixo do terno que usava, tentando a todo custo, manter minha positividade de que ela viria.

           Escutei uma tosse forçada atrás de mim, então após um suspiro de alivio quase emocionado, me virei; A garota que eu encontrei quando fiz isso, mostrou mais uma vez em sua vida, o quão linda era, só que dessa vez de maneira triplicada. Florence sorriu para mim, e eu sorri de volta. Porque ela veio. Ela realmente veio. Florence veio por mim.

 

—Isso é louco...Tipo é muito louco...É uma hora da manhã, e eu estou toda produzida em um estacionamento, pronta para ir a um baile. — sua risada harmoniosa me contagiou.

—Só me deixe fazer isso ser especial. — pedi, estendendo minha mão calmamente em direção a ela, sem hesitar, ela aceitou, a apertando carinhosamente.

—Eu não duvido de que será especial...Há um motivo para eu estar aqui, Nathaniel. — me confidenciou com a voz baixa.

—Que seria? — quase a desafio a responder.

—Eu confio em você. — me conta em tom de segredo.

Foi ali que eu percebi, que se chegasse um momento em que Florence pudesse me querer como eu queria ela, não me importaria com os riscos de um coração partido. Se ela me quiser, não importará como, ou porquê, ela não precisa explicar, de toda forma, eu sempre fui dela.

Todo esse tempo

Estávamos a espera um do outro

Todo esse tempo

Eu estava esperando por você

Nós temos todas estas palavras

Não podemos desperdiçá-las com outros

Por isso estou em uma linha reta

Correndo de volta para você

Ponto de vista: Florence Elliott.

           Eu estava nervosa, como eu estava! Minhas mãos tremiam, enquanto Nathaniel dirigia rumo ao lugar, em que ele confidenciou que iniciaríamos essa comemoração louca. Eu estava  vendada, e aquilo só piorava meu nervosismo, ele disse que seria mais emocionante, se eu fosse surpreendida. Mas, aparentemente, eu sentia que não tinha como as coisas ficarem mais emocionantes, digo, eu estou de madrugada, com um vestido de baile que ele me presenteou, rumo ao um destino desconhecido.

           Isso tudo, enquanto a conversa que tive com Peggy, se repetia na minha mente. Aquela conversa, em que pela primeira vez, eu admiti que tenho sentimentos por ele. Coisas que eu tenho medo de sentir. Ninguém deveria ser perfeito daquele jeito, é uma injustiça com as pessoas imperfeitas como eu, que machucam pessoas como ele. É louco. É insano. Mas, eu ainda estou aqui.

             Eu realmente estou aqui, depois de ter feito uma promessa a Kentin. Digo, o fato de eu estar aqui significava mais do que a decisão de vir? Eu estava escolhendo alguém? Droga! Estou suando.

                Meu celular apita dentro da bolsa, mas, por estar vendada, não posso olhar quem está mandando mensagem. De qualquer forma, suponho que seja Peggy, que ficou lá em casa após minha saída, e quer detalhes do que está acontecendo.

             O carro para, após pouco tempo na estrada, e não demora muito para que Nathaniel esteja abrindo a porta do veículo para mim, e me auxiliando a sair dele. Sinto seu cheiro amadeirado, logo que estamos bem perto um do outro. Céus!

—Eu acho que ainda não disse isso...Mas, você está linda, Flore. —quando ele diz isso, perto do meu ouvido, meu corpo todo se arrepia e eu mordo os lábios.

—É...O vestido ajudou. —debocho sem graça.

—Não acho que ele tenha mudado muita coisa...Eu realmente gostei do cabelo curto. — com aquela ele me surpreende, e tudo que eu faço é sorrir.

—Não acredito que a essa altura do campeonato, você vai me fazer corar. — comentei rindo.

—Qual é! Você fica bonitinha assim. — debocha, me fazendo rir ainda mais.

—Cala a boca, Nathaniel. — peço torcendo para não tropeçar em meus próprios pés, enquanto segurando minha cintura, o próprio me guia por um caminho aparentemente reto.

      Escuto o som dos meus saltos e só isso, tudo parece estar deserto ao nosso redor, está um tanto frio aqui fora, mas, ao que aparenta também não vamos ficar ao ar livre, já que em questão de segundos, ouço o barulho de Nathaniel empurrando uma porta de metal.

        O ambiente logo torna-se aquecido, sinto Nathaniel apertar minha mão delicadamente, como se dissesse que aquela era a hora. Aos poucos, ele foi retirando minha venda, hesitei antes de abrir os olhos, e quando fiz isso, lágrimas de emoção se formaram neles. Nath soltou minha mão, e quase estática, trêmula, coloquei essa mesma mão em minha boca, abafando um soluço que queria escapar.

         Fito Nathaniel, que abre os braços para aquela surpresa épica e literalmente começo a chorar, em meio a risadas de felicidade. Estávamos no ginásio da escola, só que ele não parecia nem de perto o ginásio de sempre, o mesmo tinha seu espaço enorme, iluminado por centenas de lanternas japonesas e uma música serena tocava ao fundo, combinando perfeitamente com aquele cenário perfeito.

              Dei um giro, olhando em volta, ainda incrédula, mas, quando voltei a olhar Nathaniel, notei que aquilo tudo era real. Não era o baile dos meus sonhos. Era muito mais do que qualquer pessoa no mundo podia sonhar.

—Eu me lembro que você mencionou que dois de seus desejos, eram invadir a escola a noite e ir a um baile...Eu juntei ambos e bem...Não estamos invadindo, já que eu tinha as chaves. — conta como se aquilo não fosse nada. Mas, era tudo.

—Como...Como você fez isso? — perguntei completamente emocionada.

—Não importa. Era o seu sonho. Minha tarefa era realizá-lo. — afirma de forma calma.

—Não. Não é! Você não entende...Isso é muito mais do que eu mereço...Isso é... — não consigo nem explicar.

—Isso sou eu dizendo que te amo de todas as formas possíveis, e se é errado fazer isso, não sei mais o que é fazer o certo, Florence. — quando ele me cala com aquelas palavras, mordo os lábios. — Só me deixe fazer essa noite ser perfeita. — pede algo pela segunda vez.

              Desisto daquilo, de fingir que não amo quando ele me ama de volta, apenas lhe lanço um sorriso de lado.

—O que faremos agora? — me rendi, e isso o fez rir.

—Nós dançamos, Flore. — anuncia, e logo sua mão está estendida para mim, não demoro a aceitar. Olhando em seus olhos, encaixo uma de nossas mãos e coloco a outra em seu ombro, enquanto ele se ocupa em segurar minha cintura, e me apoiar, como vem fazendo desde sempre, em todos os sentidos possíveis da palavra. Começamos um tanto tímidos um com o outro, mas, só foram necessários alguns segundos, para que nossos corpos se acostumasse um com outro, e se movessem no mesmo ritmo. Nathaniel não desviava os olhos dos meus, e eu era incapaz de fazer isso também.

         Ele me girou em seus braços, e em um piscar de olhos, eu estava mais próxima fisicamente dele do que já estive em toda minha vida; Eu podia sentir sua respiração gelada, bater contra minha pele, podia até ouvir, seu coração se acelerando junto com o meu. Em outra ocasião, eu fugiria daquilo, do olhar, da proximidade, do contato, só que dessa vez eu decidi ficar.

Sim, tudo, correndo de volta para você

Sim, tudo, correndo de volta para você

Sim.....

Oh, toda vez que está tão longe

Está apenas longe

Para voltar para onde você está.

—Esse sim é um baile memorável. — sussurro sorrindo.

—Acha que Kentin ficará chateado ao saber que você descumpriu a promessa? — o sorriso que Nathaniel me envia naquele momento, faz com que eu entenda, que aquela pergunta é um teste e talvez a resposta serviria para que não somente ele, mas, eu também entendesse as coisas.

—E quem disse que eu descumpri? — arqueio uma sobrancelha e mais uma vez Nathaniel me gira, me trazendo de volta, rapidamente.

—Na verdade nunca achei que tivesse feito isso...Só queria confirmar uma coisa. — conta o obvio.

—Que coisa? — o desafio a responder.

—Que você ainda é você...A pessoa honrada e leal que eu sempre conheci. — franzo as sobrancelhas com isso.

—Como assim? — não compreendo.

—Eu só...Não é importante. — tenta garantir.

            Encostei no ombro de Nathaniel, enquanto dançávamos e senti ele acariciar meus cabelos de modo sereno. Naquele momento a paz soou tão real. Não existia um universo além daquela dança. Não havia dor. Não havia Florence perdendo seus sonhos, depois de um trágico acidente. Céus! Eu podia sentir em minhas veias, ali, naquele momento, todos eles se realizando; Enxerguei um futuro brilhante em Harvard, uma vida maravilhosa em New York e uma jornada justa e épica.

                Tiramos vários fotos na câmera que eu havia trazido, mas, na realidade eu nem precisava daquilo, aquela noite estaria sempre em minha memória.

              Nathaniel decidiu por conta própria, que somente um dos meus desejos não seriam realizados; O de tomar um porre; Me contentei apenas com refrigerante e alguns salgados, e ficamos ali na escola, até a manhã chegar de uma forma bela.

            Com os saltos na mãos, e prontos para iniciarmos a segunda parte do meu dia, seguimos a pé, rumo ao próximo destino, eu devia estar destruída por ter passado a noite em claro, mas, ao contrário, eu me sentia revitalizada.

           Arregalei os olhos e gargalhei, quando paramos de frente para o estabelecimento colorido.

—Eu não vou fazer isso. — agora me nego.

—Qual é! Flore, eu demorei um século para convencer a tatuadora daqui, a abrir seis da manhã. — reclama, tentando usar aquilo como argumento; Eu sei que ele nem ao menos quer que eu faça isso, ele espera que eu faça por mim, porque hoje era o meu dia de me desafiar.

—Okay...Vamos nessa. — respirei fundo e entramos.

          O local era totalmente diferente, do que estávamos habituados a ir, cheio de informação por assim dizer, posteres de cantores que nunca vi, paredes escuras demais, músicas antigas e luzes coloridas por todo local.

—Ei, Milly, essa é a Florence, a amiga que eu falei. — Nathaniel me puxa, quando fico distraída com a foto de um cara com uma tatuagem enorme no peitoral e me apresenta a uma garota de cabelos platinados, bem mais claros que os de Rosalya.

—Certo...Já tem ideia do que vai fazer, garota? — ela não é nem um pouco sociável, deve ser parente da Alyssa isso sim.

—Na verdade...Não. — a mesma me fuzila quando digo isso. — Quer dizer, sim...Claro que sim. — Nathaniel dá um sorriso pela minha imagem medrosa.

—O que vai ser? — indaga me avaliando.

         Tento pensar em coisas que tenham um significado importante para mim, e quando me lembro de uma em específico, decido que é ela.

—Uma flor. — a tatuadora franze as sobrancelhas, enquanto Nathaniel parece surpreso.

—Mas, você odeia flores. — é ele sabia daquela história.

—Sabe, depois dos momentos que venho tendo hoje, decidi que não as odeio mais; Eu me salvei, Nathaniel. — me olha de maneira orgulhosa e assente.

             Tive de tirar o meu vestido para fazê-la, já que decidi que seu local, seria um pouco acima do meu quadril, Nathaniel cavalheiro como era, decidiu esperar lá fora, para não me ver de lingerie. Não vou dizer que a experiência não doeu, porque doeu para caramba, mas, quando vi o resultado, concluí que valia a pena, era simples, discreta, porém importante. A mesma aparentava ser um desenho de criança e foi isso que me encantou mais, me lembrou da Florence de oito anos que fazia algumas como aquela.

               Nathaniel acabou só vendo a foto por foto, mas, ainda sim a elogiou, dizendo que foi uma ideia criativa. Vestido em trajes de gala, tomamos café da manhã na praia e aquele foi o momento que eu escolhi para perguntar como o mesmo tiraria toda aquelas lanternas da escola antes que a diretora percebesse, e quando ele me comunicou que Ambre ficou responsável por isso, eu ri muito, imaginando ela resolvendo essa situação.

—Então, o que quer agora, senhorita Elliott? Que eu te deixe em casa, e você possa aproveitar o resto do seu dia, com sua tia e seus amigos? — ele indaga curioso, e eu mordo os lábios.

—Quero que você me sequestre, e só me leve para casa a meia noite, quando esse dia já estiver acabado. — conto meu maravilhoso plano e ele se surpreende.

—Flore, todos os outros devem querer comemorar com você e outra, não tenho mais cartas na manga para deixar esse dia interessante. — não ligo para nada que ele diz.

—Acha que eu estou com esse sorriso de orelha a orelha, desde que começamos isso, por que você encheu a escola de lanternas para mim, ou por que me levou a um estúdio de tatuagens? Eu estou feliz porque estou comemorando com você, um dia que eu sempre esperei para comemorar...Eu estou tão feliz, Nathaniel...Que não consigo nem explicar...É como...Como se eu nunca tivesse me sentido assim antes. — minha declaração o deixa emocionado.

—Vamos para o Ópera House. — ele oferece rindo.

—Vamos para o Ópera House. — concordo animada, e simplesmente nos abraçamos.

[...]

          Eu não parava de rir, enquanto deitada na areia da praia,  longe da minha casa, eu observava o céu, ao lado de Nathaniel, eu podia sentir ele me olhando com carinho, enquanto fazíamos aquilo.

—Todos os turistas nos acharam loucos; Olha como estávamos vestidos. — iniciamos mais uma sessão de gargalhadas.

—Pelos menos, toda essa loucura valeu a pena? — Nathaniel por fim indaga preocupado.

—Está brincando? Foi o melhor aniversário que eu poderia pedir...Obrigada. — agradeço com o tom de voz baixo.

—Já é bem tarde, digo, só falta uma hora para seu aniversário acabar, sua tia deve estar surtando com seu sumiço. — Nathaniel comenta sério.

—É, acho que as milhares de mensagens que ela mandou, denunciaram isso. — debocho.

—Vamos nessa. — ele diz assim que levanta e logo me estende a mão, mesmo resmungando a aceito.

            Caminhos alguns metros lado a lado, em silêncio, e tristemente não demorou muito para chegarmos na varanda da minha casa, que estava estranhamente escura, fato que deixei de lado no momento. Me foquei apenas em Nathaniel, e em tudo que eu queria dizer para agradece-lo, mas, nada parecia bom o bastante.

—Foi legal, mas, acabou. — ele diz um suspiro.

—Na verdade, você mesmo disse que ainda falta uma hora para acabar... E eu queria te fazer um último pedido. — lhe comunico e Nathaniel franze as sobrancelhas, mas, ainda sim assente. — A verdade. É isso que eu quero. — quando lhe conto, o Dilaurentis não compreende.

—A verdade sobre o que? — está confuso.

—Sobre...Nós. — ele engole a seco. — Quando você disse há um tempo atrás que mudamos, era sobre nós, certo? Você disse que achava que o tempo seria capaz de acabar com seu amor por mim, você estava falando sério? — estou tão confusa com aquilo tudo quanto ele.

—Me diga você, Flore; O que mudou? — ele dá um passo em minha direção quando me pergunta aquilo.

—Tudo. — sou sincera. — Eu não sei como aconteceu, desde quando vem acontecendo, mas, eu venho sentindo...Coisas por você...Coisas que não fazem sentido, porque...Bem, você seguiu em frente, e só agora estou pronta para você, não é justo. — tento explicar e Nathaniel ofega.

—Eu sempre estive pronto para você, Flore. — ele confirma minha certeza. Estive era uma coisa no passado.

—Eu sei. — soou meio decepcionada quando digo aquilo.

—E céus, não haverá um só dia na minha vida que eu não esteja. — arregalo os olhos com aquela declaração. —Eu te amo tanto, Florence.  — uma lágrima solitária desliza por minha bochecha.

—E eu...eu estou pronta. — reafirmo aquilo.

         Nathaniel se aproxima mais quando digo aquilo, tal como quando dançamos no ginásio; Seu nariz encosta no meu e sinto o quão nervoso ele aparenta estar com tudo aquilo. Parece irreal para ele, tão como parecia para mim.

—Não podemos fazer isso aqui. — me refiro ao beijo, Nathaniel me olha magoado. — Não, não me entenda mal...É só que, foi exatamente aqui que eu beijei o Dake pela primeira vez e eu não quero que a memória do nosso primeiro beijo, seja igual a do meu primeiro beijo com ele...Quero que criemos novas memórias, só nossas. — Nathaniel por fim sorri.

—Não seja por isso, podemos mudar certas memórias. — antes que eu questione como ele faria isso, Nathaniel me surpreende ao me pegar no colo, e me segurar como se eu fosse uma noiva, prestes a iniciar sua lua-de-mel. — Agora a lembrança será diferente. — dou uma risada por isso.  — Então, farei a grande pergunta...Florence Elliott, você quer se casar comigo? — ofego aos risos quando ouço aquilo.

—Como é? Você é louco por acaso? Ainda nem nos beijamos e você já está me propondo casamento. —  soa engraçado demais para mim.

—Florence, eu vejo um futuro para nós, desde que coloquei os olhos em você, e droga, eu esperei tanto tempo para que ele começasse a acontecer...E agora, não estou duvidando do que você descobriu sentir por mim, dane-se se isso pode ser só uma ilusão...Só que para mim, é uma certeza...Sempre foi...E eu sou um chato sempre pensando no futuro e no que... — não deixo que ele termine.

—Eu aceito. Um dia. — lhe garanto no calor do momento.

—Você também está mergulhada na ilusão do futuro; Somos dois loucos então, acho que nos merecemos. — ele também ri.

—Na verdade, um dia me disseram que o amor não tem a ver com merecimento, se trata de escolhas e surpresa Nathaniel...Eu acho que o meu coração, escolheu meio tardiamente te dar uma cha.. — é a vez dele me interromper, só que não com palavras, mas, sim com seus lábios colocados sob os meus. Era diferente de qualquer coisa que eu já tenha experimentado na vida; Era doce, quase puro e o melhor era completo. Como se preenchesse um vazio nunca antes ocupado.

           De repente, com um único contato breve descobri uma verdade universal; Nathaniel era algo que eu precisava, que eu nunca soube antes que precisava.

                  O beijo continuaria e aquilo tudo seria ainda mais perfeito, isso se no segundo seguinte, a porta da minha casa não fosse aberta, e todos gritassem um “Supresa” de lá de dentro, e quando eu digo todos, incluo Dake nisso.


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Notas finais do capítulo

Quero um Nathaniel para mim!
Gente as lanternas mencionadas são essas; http://img.ibxk.com.br/2014/11/14/14121614275378.jpg?w=1040
Tatuagem: https://mundodastatuagens.com.br/blog/wp-content/uploads/2014/10/chemjoy.com_-720x320.jpg

Opera House; https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/40/Sydney_Opera_House_Sails.jpg
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