De Repente É Amor escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 25
Capítulo 24 - Ela Não Conhece Florence Elliott.


Notas iniciais do capítulo

Depois de quase um século sem aparecer, finalmente voltei, pronta para continuar essa história que tanto amo!
Agradeço pela paciência de vocês de verdade!
Boa Leitura!



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Ponto de vista : Florence Elliott.

Era uma manhã ensolarada na Austrália, naquele dia, e enquanto meu namorado era “paparicado” por todos aqueles que se diziam seus amigos, somente por frequentarem festas juntos, eu estava isolada, em uma mesa, próxima as grandes árvores do pátio. Eles não haviam o visto ontem, após sua volta, e queriam recompensar fazendo essa algazarra. Coisa que eu acho desnecessária. Castiel que era o melhor amigo dele, só acenou para ele quando chegou mais cedo e pareceu suficiente...Mas, se pensarmos bem, é sobre o Castiel que eu estou falando. Qualquer demonstração de afeto parece muita coisa.

              Aproveitei esse tempo livre, para fazer algumas anotações sobre meu artigo, ou melhor, tentei escrever algo. Meus pensamento só me levavam a conversa que tive ontem com Castiel, e as conclusões que cheguei. A realidade é que eu não sabia o que fazer. Qual seria o próximo passo, e isso estava me enlouquecendo aos poucos.

—Alguma evolução no artigo? — Peggy indagou, chegando de repente, e sem a miníma sutileza se sentando no banco a minha frente. Mordi os lábios, e brinquei com a caneta em minhas mãos.

—Descobri uma coisa interessante, que posso acrescentar nele; Caras populares ganham viagens para o Havaí, e nesse meio tempo em que estão lá, as namoradas deles, fazem tratos malucos. — zombei de minha própria tragédia, e minha melhor amiga revirou os olhos.

—Quando pretende contar ao Dake sobre sua ideia brilhante? — questiona, antes, de sem a minha permissão tomar a folha que anteriormente eu escrevia, e ler seu conteúdo sem hesitar.

—Nunca. — falei fazendo uma careta, e ela suspirou.

—Você pode se surpreender com a reação dele. — comenta, com uma esperança que não é característica dela.

—Não. Eu não vou. Sei exatamente como ele vai reagir, e isso envolverá muita insegurança e logo voltaremos ao papo da minha possível ida a Nova York. — era frustrante admitir.

—Mas...Sinto que não é só isso que está te incomodando. — ela é esperta. Só que no fim, eu não conseguiria falar com mais ninguém sobre a minha própria insegurança, além de Castiel. E por mais que eu confiasse em Peggy, eu ainda era eu.

—Tem razão...Estou preocupada com uma prova de história do Faraize. — inventei a desculpa mais fajuta de todas, antes de guardar minhas coisas dentro da bolsa, e me levantar.

—Eu finjo que acredito nisso...Se você editar a matéria sobre o novo professor de artes. — ofereceu, já que ela também era fechada, e entendia minhas limitações quanto a conversar sobre assunto profundos.

—Feito, sócia. — concordo, então assim, coloco minha bolsa nos ombros, e sem me preocupar com Dake e seu pequeno espetáculo atrás de mim, entro dentro do prédio escolar, e me encaminho para minha primeira aula do dia.

[...]

             Nathaniel e eu, fazíamos ciências sociais juntos, no entanto, ele não apareceu naquela aula. Só haviam duas possibilidades para explicar essa falta; Ele queria me evitar...Ou algo havia acontecido com seu pai de novo. E eu pedia aos céus, que — por mais doloroso que seja. — que fosse a primeira opção.

          Quando sai da sala, liguei para ele, mas, o previsível aconteceu, ele não me atendeu. Chateada com minhas indecisões, e com o sumiço dele, me encaminhei até meu armário, onde guardei o livro que eu não usaria mais. Assim que fechei a porta da superfície metálica, me deparei com alguém. Esse alguém era nada mais, nada menos que meu namorado.

—Você sumiu mais cedo...Quando fui cumprimentar meus amigos. — ele comenta com as sobrancelhas franzidas.

—Bem, eles são seus amigos, não meus...Me senti por fora. — falei sem dar muita importância.

—Não deveria...Você é minha namorada, faz parte daquilo agora. — diz como se isso não fosse ridículo.

        Cruzei os braços, e encarei Dean, pensando em como explicar o quão insano era, o que ele tinha acabado de falar. Eu não sabia se isso tinha a ver, com meus problemas interiores, ou com a breve constatação de que de uma forma que nem ele notara, Dean queria, ou achava que eu era uma pessoa diferente. Tudo bem, eu havia mudado, mas, ainda era a Flore.

—Dake, vou ser direta...Nunca vou pertencer aquele grupo...Nunca farei as coisas que eles fazem...Nunca serei uma pessoa como eles são...Eu só estou escrevendo um arquivo sobre os populares, porque preciso, porque quero, essa vaga em Harvard...Mas, eu não tenho nenhum fascínio por pessoas fúteis e exageradas... — afirmo sem hesitação, e Dake faz uma careta.

—Eu sou uma daquelas pessoas. — defende a eles, mas, do que a si próprio.

—Se eu estou com você, é porque acredito que você seja diferente, Dake...Mas, se você me diz que não...Acho que temos um impasse aqui. — comentei fazendo uma careta.

—O que está tentando dizer? — quer saber.

—Nada. — respondo firme. — Nem sempre tem que haver algo nas entrelinhas. — comento com um sorriso de lado.

             Eu não arrumaria uma briga com Dake, por um motivo tão ridículo como aquele, e como eu sei o quão explosivo ele é, e o quão rápido supõe coisas que não existem, decidi enrola-lo, lhe dando um leve beijo, em meio aquele corredor repleto de gente.

—Te encontro no refeitório? Estranhamente, senti muita falta dos momentos que tive com você e essa turma louca que agora você comanda. — brinca, com a testa encostada na minha, e eu solto uma risada baixa.

—É uma ótima proposta... — faço uma expressão de gato de botas.

—Mas...? — questiona frustrado, pois sabe, que sempre haverá um “Mas” por ai.

—Eu tenho que acabar de editar uma matéria para Peggy. — conto sorrindo amarelo.

—Você vai ter que me recompensar por isso depois. — avisa, me puxando pela cintura e colando nossos corpos, sem se importar que existem várias pessoas ao nosso redor.

—Estou curiosa para saber como, Dake West. — zombo, e sem delongas, ele também me agracia com um beijo.

[...]

             Levei todo intervalo, para consertar os erros daquela matéria. Digamos que Peggy foi um pouco rude ao afirmar que o professor parecia um lunático, então tive que suavizar seus termos e suas ideias.

             Por pouco, não me atrasei, pois, como se fosse uma coincidência do destino, bem no momento, em que sai da sala do jornal, o sinal tocou, avisando que a aula do Faraize ia começar. Em passos rápidos, me direcionei até a sala de aula A. Mas, algo atrapalhou meu percurso.

            Alyssa parou de frente para mim no corredor vazio, interrompendo meu percurso, e me olhando com aquela cara de falsa marra que só ela tinha. Engoli a antipatia que eu tinha por ela, e forcei um sorriso.

—Precisa de algo? — questionei, apertando a alça da minha bolsa, para que eu pudesse controlar minha irritação.

—Como consegue ser tão vadia? — arregalei os olhos com aquela pergunta. Ótimo! Já tenho que lidar com a Melody louca que me odeia, agora mais uma entrou para o time das “Odeiem a Florence por motivo nenhum”.

—O que? — aquela parecia a única coisa plausível a se questionar.

—Fica repetindo que não quer o Nathaniel, mas, foi só o namoradinho ridículo se afastar, para que colasse nele como um chiclete...Você fala que não o quer machucar, mas, é tudo que faz...Porque sua vaidade adora o fato de dois caras gostosos e potencialmente populares estarem apaixonados por você...É tão vadia, que nem deve ter contado ao Dake, sobre o trato que fez com o Nath. — ela nem me conhece e faz um julgamento completo sobre mim, sem me conhecer. E espera...Nathaniel contou a ela sobre o trato?...Okay, o foco não é esse.

—Sabe, o que eu senti em meio a essas suas duras palavras? Uma ameaça...Eu estou certa, Alyssa? — notei de cara.

—Sim. Está, sabichona...É o seguinte, ninguém nessa escola sabe desse trato, porque a maior fofoqueira dessa escola, vulgo Peggy está do seu lado, portanto é improvável que Dake descubra em meio a esses corredores...Só que eu estou disposta a contá-lo. — anuncia sendo a vadia que me acusou de ser.

—A não ser que? — quero saber o preço dela.

—Bem, digamos que eu goste do Nathaniel...Então, tudo que tem que fazer para que eu fique de boca fechada, é se afastar completamente dele. —solto uma risada de escárnio com aquelas palavras.

—Quem você pensa que é para me ameaçar? — a expressão dela, denunciou que ela não esperava aquela reação vinda de mim. — Sabe pelo que eu tive que passar, para continuar próxima dele, por menor que seja essa aproximação? Por que raio de motivo, você acredita que eu abriria mão disso, por  você? — dei um passo para frente para intimida-la.

—Então é verdade, a doce Florence não é tão doce quanto parece. — zomba, mas, parece temer algo.

—“A doce Florence”. — repito. — Mudou. Cresceu. Acordou. — a comunico disso. — E é como prova disso, que eu te digo que quem deve se afastar do Nathaniel é você, e seus draminhas ridículos. — falo sem hesitar.

—Por que eu faria isso? — de formas diferentes, faz a mesma pergunta que eu fiz. Mas, nesse caso, eu tinha a resposta certa.

—Porque, o Nathaniel já tem mulheres mimadas demais na vida dele. — sou direta. — Ele não merece a confusão que vem junto com você e seu comportamento. — afirmo.

—O que você sabe sobre mim? — ela grita quase ofendida.

—Sei, que você se comporta como uma vaca com seus pais, só porque eles decidiram se separar. Sabe o quão patético isso é? Mudanças acontecem todos os dias, Alyssa, pessoas seguem em frente, e se divorciam quando não dá mais para aguentar...O fato deles não funcionarem mais como casal, não quer dizer, que eles deixaram de ser seus pais...Não quer dizer que não deve respeita-los....Eles estão vivos, entende? Eles estão aqui por você, e tudo que você faz é desvalorizar isso...E esse comportamento não te encaixa na categoria de criança...Mas, sim de ingrata...Algumas pessoas fariam qualquer coisa para ter os pais vivos, mesmo que separados. — a mesma parece se abalar um pouco com meu discurso, mas, disfarça.

—As palavras da órfã não vão me comover. — fala fingindo indiferença.

—Ótimo! Porque, para as que eu direi agora, eu peço tudo, menos comoção! Se você não se afastar do Nathaniel, eu vou ferrar com você, de maneiras que você nem imagina...Você não sabe o que uma jornalista é capaz de fazer...Eu vou descobrir cada podre seu, e no segundo seguinte, ele estará na primeira página do jornal da escola, e se não for o suficiente, eu farei um belo número para o Nathaniel, te acusando de me machucar.... — a morena engoliu a seco, e sem dizer mais nada, se virou e correu pelo corredor.

           Fiquei assustada comigo mesma, ao notar que fui capaz de fazer, e só voltei a mim, quando ouvi uma risada ecoar. Virei-me e deparei-me com Peggy. Pelo sorriso sapeca, ela havia ouvido tudo.

—Ela caiu nessa? Você é Florence Elliott. Você nunca faria isso. — desfiz a expressão séria e gargalhei junto com ela.

—Bem, que bom que ela não conhece Florence Elliott de verdade. — dei de ombros. É claro que eu não chegaria a fazer nada daquilo. Nunca usaria o que amo fazer para prejudicar alguém.

—Mas, eu faria. — é Peggy que assume a postura séria dessa vez. — Olha, sei que um dia desses, ameacei publicar uma matéria difamadora sobre Nathaniel, e estava realmente tentada a fazer isso...Mas, se eu tivesse que ferrar com a gnoma de mechas, para mante-la afastada dele, eu faria. Não por benevolência, mas, sim, porque ele é importante para você, e você é minha melhor amiga, portanto quem é importante para você, é importante para mim. — aquilo havia sido a coisa mais doce que Peggy já havia me dito.

               Sem me importar com meu atraso, a puxei para um abraço, e retribui seu carinho.

        Foi nesse momento, que nossos celulares apitaram ao mesmo tempo, e nos afastamos. Era uma mensagem. Na verdade um convite. Para uma festa que ocorreria em um Iate de luxo que a família de Viktor — um quase amigo de Dake. — possuía aqui na Austrália. Ao que parecia, ele queria todo mundo lá. E se ele queria muita gente, de alguma forma, isso me cheirava a problemas.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo teve um pouco de foco na Flore e na Peggy, por isso a Lynn não apareceu!
Só digo uma coisa; O próximo capítulo será boa parte dele narrado pelo Dake e vocês vão ficar tão revoltadas com ele...Ah, e essa festa vai acabar em treta.
Flore lacrou com a Alyssa, não é mesmo?
Comentem!



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