A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

A todos que estão a acompanhar, espero que estejam a gostar
Boa leitura :)



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Rose olhava para Dominique sem saber o que dizer. Ela sentia-se tão estúpida. Dominique tinha razão ao dizer que ela se achava o centro do universo. Como é que ela não pensou que a troca de cartas entre James e a sua mãe tivesse outro tema qualquer sem ser ela própria. Rose encostou-se à parede e deixou-se escorregar. As primeiras lágrimas já escorriam pelo seu rosto. Ela sentia-se uma completa idiota.

—Rose não te lamentes. – prosseguiu Dominique. Ela não queria ser tão ríspida com a prima mas já que agora tinha começado chegaria até ao fim – Por uma vez na vida age, toma uma iniciativa. Pára de ser cobarde. Se achas que erraste, tens de pedir desculpa para resolver as coisas.

Dominique saiu deixando a prima em prantos. Por momentos, ela pensou em ir consolá-la mas assim não conseguiria mostrar o seu ponto de vista. Além do mais, às vezes era preciso ser um pouco ríspida para mostrar a verdade às pessoas. Amigos não são aqueles que estão sempre a por paninhos quentes em tudo. Amigos são aqueles que apoiam quando têm que apoiar e criticam quando têm de criticar. Não que ela fosse amiga de Rose porque não era, não por opção própria mas sim porque a prima não permitia qualquer aproximação, mas mesmo assim Dominique quis que Rose visse a verdade e o quanto estava a magoar James.

Rose continuou sentada no meio do corredor do quarto andar. As lágrimas cada vez eram menos mas os pensamentos cada vez eram mais. Ela pensava em tudo o que Dominique tinha dito e no quanto ela tinha razão. Ela sentia-se estúpida por ter pensado que James não era realmente seu amigo. Porque, apesar de não serem tão próximos antes, eles sempre falaram. James era a pessoa mais próxima a ela. O seu único amigo.

Decidida, Rose levantou-se. Ela iria falar com James. E iria naquele momento antes que perdesse a coragem.

Rose percorreu os corredores de Hogwarts em busca do primo mas parecia que ele se tinha evaporado. Só depois de andar às voltas por Hogwarts é que Rose se lembrou que James deveria estar no seu salão comunal. Ficou indecisa se seguiria até ao sétimo andar ou se o procuraria noutra altura. Mas decidiu que iria para o sétimo andar antes que perdesse a coragem de falar com ele.

Rose estava a subir as últimas escadas quando começou a ouvir uma discussão. Ela não queria ouvir mas foi impossível.

—Quanto tempo mais vais ficar assim? – perguntou alguém que Rose reconheceu como sendo Scorpius Malfoy – Tu estás completamente obcecado.

—Cala-te Scorpius, tu não sabes de nada.

—O que eu sei é que o meu melhor amigo está a perder completamente o juízo.

Rose não ouviu mais nada. Albus passou por si sem a ver. Ele parecia completamente furioso e perturbado. Com o que é que ele estaria obcecado? Essa pergunta ficou a matutar na sua cabeça. Ela nunca imaginou o seu primo como alguém obcecado e à beira de perder o juízo.

Rose viu em Scorpius a oportunidade para falar com James. Podia simplesmente pedir a Scorpius para chamá-lo. Mas ao mesmo tempo não queria pedir algo a Scorpius Malfoy. Lembranças da noite anterior vieram à memória de Rose. O momento que Scorpius a consolou. O momento em que este lhe contou o porquê de Draco Malfoy não se ter autodestruído. O orgulho notório que Scorpius sentia pela mãe só pelo modo que falava dela. E o momento em que fugiu dele. Ele só lhe fizera uma pergunta e ela simplesmente fugira. Algo já habitual nela. Algo que ela gostaria de mudar. Por isso, e tomada mais uma vez pela coragem, Rose aproximou de Scorpius.

—Malfoy – chamou-o antes que ele entrasse no seu salão comunal. Scorpius voltou-se para Rose e lançou o seu melhor sorriso. Nunca esperaria que Rose fosse ter consigo. – Posso pedir-te um favor?

—Diz. –respondeu Scorpius já não mostrando a mesma cara de entusiasmo.

—Será que podias ver se o James está lá dentro e chamá-lo? – pediu Rose. Com este pedido, o sorriso de Scorpius desapareceu de vez. Ela queria saber de James. Só de James. Reprimiu-se por estar a pensar nisso afinal ele sabia que eles eram amigos. Mas, involuntariamente, ele estava com ciúmes. Ciúmes da amizade entre James e Rose. Não percebia o porquê mas Rose cativava-o.

Scorpius apenas acenou que sim. Murmurou a senha para a Dama Gorda e entrou. Já Rose ficou à espera.

Não demorou muito para que Scorpius saísse pelo buraco com James ao seu lado. Ao avistá-lo, Rose sentiu o seu coração a apertar. Realmente James estava em mau estado. Dominique tinha razão, ele estava péssimo. E tudo por sua culpa.

—Sirius. – sussurrou – Desculpa.

James nada disse. Apenas se aproximou de Rose e abraçou-a. Ele sentira saudades dela. Ele sentira muitas saudades dela.

Scorpius sentiu que estava ali a mais e saiu. Ele queria muito ficar e saber o que se estava a passar. Ele tinha também a certeza que o motivo de ter encontrado Rose a chorar era James. Algo acontecera entre eles.

—Agora podes, por favor, explicar-me o que aconteceu. – James separou-se de Rose e encarou-a - Eu não fiz nada e tu acusaste-me sei lá do quê.

—Eu sei. – respondeu Rose envergonhada. Ela sentia-se realmente estúpida por ter pensado aquilo – Eu vi aquela carta da minha mãe na tua mochila e a primeira coisa que me veio à cabeça foi uma conversa que tive com ela no início do ano. E nós começamos a falar mais neste ano. E eu associei as duas coisas. – Rose tentava controlar as lágrimas que ameaçavam sair – A Dominique é que tem razão. Eu devo achar que sou o centro do universo.

—A Dominique? – perguntou James surpreso. Ele não percebia o que a sua prima/quase namorada tinha a ver com aquela conversa.

—Bem… - começou Rose – Podes agradecer-lhe. Foi ela que me abriu os olhos. Tu nunca farias isso comigo. Tu és meu amigo.

—Nunca duvides disso. – James voltou a abraçar Rose que logo correspondeu. Ela sentia-se bem nos braços do primo. Ele era seu amigo. Aliás, ele era o seu melhor amigo.

—----//-----

Albus percorria os corredores apressado. Ele estava completamente furioso com Scorpius. Ele era o seu melhor amigo. Ele devia apoiá-lo nas suas decisões.

Ele precisava de descarregar em algo a sua frustração. Mais do que nunca sentia-se sozinho. Ninguém o compreendia.

Seguiu até à sala das Necessidades. Lá conseguiria sossego e poderia descarregar tudo. Mas, como tudo parecia estar contra si, a porta da sala das Necessidades não aparecia. E isso só tinha uma explicação possível. Alguém se antecipara a ele e a ocupara. Nem nisso Albus tinha sorte. Socou a parede onde deveria aparecer a porta sucessivamente. Porque nada lhe corria bem?

Sem que Albus reparasse alguém o observava. A morena de vestes verdes observava a estupidez que o Potter estava a fazer. Ele queria o quê? Destruir Hogwarts?

—A parede não tem culpa da tua estupidez. – Albus voltou-se para onde a voz vinha e reconheceu a dona da voz imediatamente. Era Octavia Bale, uma Slytherin, um ano mais nova que ele. Muitos se perguntariam como é que ele sabia isso de alguém mais novo que ele e de outra casa. Mas Albus lembrava-se bem dela. Digamos que Octavia não é alguém que não chame a atenção. A sua beleza latina misturada com aquelas pérolas verdes deixavam qualquer um encantado. E Octavia, como boa Slytherin que era, só se aproveitava disso.

—Que é que queres? – resmungou Albus. Realmente, Octavia tinha-o apanhado num mau dia.

—Quero que não destruas Hogwarts. – respondeu Octavia cinicamente. – Não és só tu que mora cá.

—Quanta lata. Quem tu pensas que és? – aquela rapariga estava a tirar Albus completamente do sério.

—Sou uma mera aluna de Hogwarts. Já tu pensas que és o dono disto tudo.

—Como te atreves sua… - Albus aproximou de Octavia mas travou quando esta lhe apontou a varinha.

—Ias dizer... – Octavia sorria cinicamente para Albus. Já este, apesar de estar completamente enervado, não deixava de reparar no belo sorriso que a morena à sua frente tinha.

Albus não pode responder porque Alice apareceu. Esta, ao ver aquela cena, adotou a sua postura de monitora. Aquela slytherin não se livraria de uma detenção.

—Menos vinte pontos para a Slytherin. – intrometeu-se Alice naquela troca de olhares entre Albus e Octavia, sem perceber – E detenção.

—É só mais uma para a lista. – respondeu Octavia como se aquilo fosse a coisa mais natural – Já que tenho detenção -  voltou a apontar a sua varinha para Albus e murmurou - Petrificus Totalus.

Albus ficou imobilizado enquanto Octavia saía dali sorrindo vitoriosa. Alice queria ir atrás dela mas estava preocupada com Albus. Aproximou-se dele e murmurou – Finite Incantatem.

Albus conseguiu voltar a mover-se depois de Alice ter desfeito o feitiço. Ele queria amaldiçoar Octavia de todas as formas possíveis por ela ter feito aquilo com ele. Como é que ela se atreveu?

—Albus estás bem? – perguntou Alice. Ela olhava para cada centímetro dele para ver se ele estava realmente bem. Acabou por reparar nos arranhões que Albus tinha nas mãos – O que é que aconteceu com as tuas mãos?

Albus olhou para as suas mãos e só agora é que reparou no real estado delas. Ele não se tinha apercebido disso. A cada soco que dava na parede apenas sentia a frustração a deixá-lo, nada de dor.

—Estou Alice. São só uns arranhões. – Albus levantou-se com a ajuda de Alice. Aproximou-se dela beijando-a de leve – Porque não aproveitamos este tempo já que a sala das Necessidades está vazia? – Albus presumiu que quem estava na sala das Necessidades era Octavia. Alice sorriu assentindo e sendo puxada por Albus para dentro da sala das Necessidades.

—----//-----

Scorpius estava a estudar quando algo lhe chamou à atenção. Um ruído de algo a bater. Scorpius levantou-se e procurou pelo salão comunal da Gryffindor a origem deste som. Acabou por avistar Pyxis, a coruja de sua mãe, a bicar o vidro da janela. Estranhou vê-la ali, afinal o correio chegava na hora do pequeno-almoço. Mas se a sua mãe lhe tinha mandado uma carta então queria dizer que tinha acontecido alguma coisa. Aproximou-se da janela, abrindo-a, para que a coruja entrasse. Pegou na pequena carta que Pyxis trazia e abriu-a.

Olá meu querido. Sei que deves estar a estranhar o facto de te estar a mandar uma carta a estas horas e com esta urgência. Mas eu tive um forte motivo. Eu preciso de te contar algo antes que tu venhas a descobrir por terceiros. A tua avó tentou suicidar-se. Antes que fiques totalmente preocupado, ela está bem e está a recuperar. Nós todos sabíamos o estado em que ela tinha ficado depois do teu avô...depois do teu avô partir. Mas nós nunca pensamos que ela fosse cometer uma loucura como esta.

O teu pai sente-se totalmente culpado pelo que aconteceu. Ele acha que devia ter dado mais atenção à tua avó e que isso poderia ter impedido que esta tragédia acontecesse. Eu já tentei conversar com ele mas ele é teimoso. Ele está convencido que a culpa é dele. Mas não te preocupes. Eu tirarei estas ideias loucas da cabeça do teu pai e ajudá-lo-ei a cuidar da tua avó.

Espero que fiques bem meu querido.

Com amor,

Mãe.


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Notas finais do capítulo

A Rose tomou iniciativa e foi falar com o James depois de ter percebido que tinha errado, fez bem? Que acharam do estado do Albus? E da Octavia? Qual a vossa opinião sobre ela? E por fim tivemos a carta de Astoria para Scorpius.
Espero ver-vos nos comentários, os vossos comentários e opiniões são muito importantes :)