A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Rose ainda não acreditava no que via. Era quase impossível que fosse o Malfoy que estivesse ali a consolá-la. Tentou afastar-se mas Scorpius impediu-a.

—Porque estás aqui? – perguntou Rose entre soluços e encarou Scorpius. Já este via o quão inchados os olhos de Rose estavam. Os seus lindos olhos azuis, pensou Scorpius afastando logo esses pensamentos.

—Não sei. – respondeu sinceramente. Ele realmente não sabia porque estava ali a consolar Rose Weasley. Simplesmente quando a viu ali caída sentiu a necessidade de a ajudar – Eu realmente não sei.

Scorpius e Rose mantiveram-se em silêncio. Apenas se ouviam as suas respirações. Scorpius tocou no rosto de Rose limpando uma lágrima que escorria pelo seu rosto. Rose voltou a encará-lo. Ela tentava entender o que Scorpius Malfoy ganharia por estar ali com ela. Eles não eram nada um ao outro para que ele se preocupasse.

Scorpius levantou-se e esticou a sua mão para Rose para ajudá-la a levantar-se. Reticente, Rose agarrou-a e levantou-se também. Scorpius levou-a a uma das varandas da torre de Astronomia.

—Aquela constelação chama-se Scorpius. Devo o meu nome a ela. – disse apontando para o céu onde uma pequena constelação, cheia de estrelas, brilhava intensamente.

—É lindo. – comentou Rose referindo-se ao lindo céu estrelado que estava naquela noite.

— Todos os Malfoy’s devem o seu nome a alguma constelação. É tradição de família. Persegue-nos por séculos. – Scorpius encostou-se à grade e, inesperadamente, Rose fez o mesmo - A minha mãe inicialmente foi contra essa tradição. Ela queria ter total liberdade para a escolha do nome do seu primeiro filho. Mas quando o meu pai disse o nome que queria, ela adorou. Ela aceitou mas não foi por causa da tradição mas sim porque gostou. Ela é uma mulher muito decidida e quando põe uma ideia na cabeça é impossível tirá-la.

—A tua mãe deve ser uma pessoa incrível. – comentou Rose voltando-se para Scorpius. Scorpius reparou que Rose já não chorava apesar de ainda existirem vestígios de que o fizera.

—Ela é. Ela é a pessoa mais forte e mais corajosa que conheço. Foi ela que conseguiu tirar o meu pai do abismo.

—Não sabia…

—Ninguém sabe. Todos pensam que o meu pai, como Malfoy que é, não se deixaria abalar por nada. Ele tinha conseguido ficar em liberdade por causa do apoio do teu tio, Harry Potter. Mas ele achava que, por todo o mal que tinha feito no passado, não merecia ser feliz. Mas felizmente a minha mãe apareceu. Ajudou-o a encarar o mundo. Mesmo com todo o preconceito que havia em torno da família Malfoy, ele não se deixou abalar mais.

—Todas as pessoas mudam. E o teu pai foi uma delas, Scorpius. – Scorpius sorriu ao notar que Rose o chamara pelo primeiro nome. Era a primeira vez que o fazia e ele esperava que não fosse a última. Rose nem notara o que acabara de fazer. O nome dele fluiu de maneira tão natural que ela nem se apercebeu – Todas as pessoas merecem uma segunda oportunidade.

—Se achas isso porque não as dás? – Quando Scorpius percebeu, a pergunta simplesmente tinha saído.

Rose nada respondeu. Para ela, Scorpius tinha pisado onde não devia. Por isso, mais uma vez, fez aquilo que sempre fazia. Fugiu. Saiu dali sem dar qualquer explicação a Scorpius. Ela achava-se uma cobarde por fazer aquilo e dizia para ela própria que da próxima vez não fugiria mas nunca cumpria. Isto tudo devia-se ao facto de Rose não estar habituada a relacionar-se com as pessoas e a guardar tudo para si.

Scorpius não a seguiu. Ele sabia que não valia a pena. Rose arranjaria uma forma de fugir e ele não a queria forçar a nada. E, apesar deste pequeno percalço, ele conseguira falar com Rose. Sem detenções, sem nada. Apenas uma conversa entre dois conhecidos. Ele gostava que Rose tivesse lhe tivesse esclarecido algumas questões como a razão de ela estar ali a chorar e do porquê de ela não ser amiga de Albus. Mas mesmo assim sentia-se satisfeito. Outras oportunidades viriam. E foi com este pensamento que Scorpius se encostou novamente à grade da torre de Astronomia.

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Os primeiros raios de sol faziam-se notar e Dominique acordou com eles. Fazia dois dias que Dominique dormia no sofá do salão comunal com James. Claro que logo cedo, os dois seguiam para os seus dormitórios para ninguém descobrir o relacionamento afinal ninguém, além de Rose, sabia.

James contara-lhe o que se passara com Rose e ela percebera o quanto aquilo o afetara. Ela não estava com ciúmes. Ela estava segura. Apesar de nunca terem existido declarações por ambas as partes, eles demonstravam de outras formas o quanto gostavam um do outro. E ela estava a dar-lhe mais uma prova do quanto gostava dele. Dominique via o quanto James estava a sofrer com o afastamento de Rose. Fazia dois dias e James não conseguia falar com Rose.

Dominique beijou de leve os lábios de James, despertando-o. Ele sorriu para ela e beijou-a intensamente. Se havia algo que o deixava bem-disposto esse algo era ser acordado por Dominique.

—James. – chamava Dominique entre beijos – Temos de ir para os nossos dormitórios. – James continuava a beijá-la sem ligar para o que ela dizia. Naquele momento só lhe importava o pescoço da namorada – James, pode aparecer alguém.

—Então deixa aparecer. – James voltou a beijar o pescoço de Dominique mas foi afastado pela mesma.

—Lembras-te do que combinamos? Para já ninguém pode saber.

—É engraçado dizeres isso. Eu não te cheguei a dizer mas há uma pessoa que sabe da nossa relação. – contou James. Dominique não estava à espera desta confissão. Havia alguém que sabia da relação dos dois e James não lhe tinha contado. Dominique afastou-se bruscamente de James. Ela estava chateada por ele ter contado a alguém e não lhe ter contado que o tinha feito.

—Quem é que sabe? – perguntou Dominique séria.

—Rose. – respondeu James sentando-se no sofá – Eu estava tão feliz que tinha de partilhar com alguém. A primeira pessoa em quem eu pensei foi na Rose. Desculpa Dominique por não te ter dito.

—Não faz mal. Mas não voltes a fazer isto. Não gosto que me escondas nada. – Dominique levantou-se para seguir para o seu dormitório afinal tinha de estar lá antes das suas colegas de quarto acordarem – Agora vamos.

Dominique e James dirigiram-se aos seus respetivos dormitórios. Preparam-se e não demorou muito para se voltarem a encontrar no salão comunal. Juntos, seguiram para o salão principal para tomar a sua primeira refeição do dia.

Dominique e James comiam e conversavam descansados quando Rose entrou. A atenção de James foi para os passos de Rose até à sua mesa. Dominique reparara nesta distração.

—James devias esquecer este assunto. Ela é uma ingrata e uma cobarde. Ela tem que saber resolver os seus problemas e não andar a fugir. – Dominique agarrou discretamente na mão de James conseguindo a sua total atenção – Tu tentaste. Tentaste falar com ela e ela não te deu hipótese. Talvez ela não mereça a tua amizade.

James apenas concordou. Ele não queria alongar aquele assunto. Agora, mais do que nunca, ele sabia como o irmão se sentia. Ambos perderam Rose. E ambos não sabiam o motivo disso ter acontecido. E James sabia o que estava a afetar o irmão. O facto de não saber o porquê da nossa melhor amiga deixar de falar connosco de um momento para o outro dá a volta à cabeça de qualquer um. E James estava a passar por aquilo que o seu irmão passou há cinco anos atrás.

O resto do dia passou normalmente. James tentou ao máximo abstrair-se dos seus problemas. E havia momentos que o conseguia fazer perfeitamente afinal tinha uma bela distração consigo, Dominique. Claro que não podiam agir como namorados afinal o namoro deles era secreto mas só a companhia dela ajudava-o muito.

Naquele momento, ele, Dominique e Fred encontravam-se perto do lago negro. Conversavam sobre banalidades. Aliás, Dominique e Fred falavam de banalidades pois James não estava a participar na conversa. Os seus pensamentos estavam em Rose.

Dominique reparou que James estava calado. Demasiado calado. Aquele não era James Sirius Potter. O James que conhecia não ficava calado. Ele participava em todos os tipos de conversa. Ele participava em tudo. E naquele momento ele parecia alguém sem rumo. Por isso, Dominique tomou uma decisão.

—Meninos, tenho de ir tratar de umas coisas. Já volto.

Dominique não esperou que eles respondessem. Levantou-se e seguiu para o interior do castelo. O seu destino era a biblioteca onde estaria Rose. Porque apesar de Dominique não falar minimamente com a prima, ela sabia sobre o seu hábito de quase viver na biblioteca.

Como de esperar, mal entrou na biblioteca, Dominique avistou Rose. Aproximou­-se dela silenciosamente.

—Rose. – chamou Dominique chamando a atenção da prima – Preciso de falar contigo.

—Precisa de ser agora? É que estou a estudar. - tentou desculpar-se Rose para evitar falar com a prima. Ela suspeitava qual seria o motivo da conversa.

—É importante. – disse Dominique determinada sem deixar quaisquer hipóteses a Rose que resignada seguiu Dominique para o exterior da biblioteca.

—Eu queria saber porquê de andares a tratar o James desta maneira e porque o andas a ignorar. – disse Dominique indo direta ao assunto. Se havia algo que Dominique detestava esse algo era que fossem com rodeios para cima dela. Ela era uma pessoa direta que não tinha qualquer problema em dizer as verdades e falar tudo na cara das pessoas. Era a sua personalidade e não era porque mal falava com a prima que iria contra os seus princípios.

—Bem… - Rose não sabia bem o que dizer. James fez o que fez. Devia ter contado o que fez para Dominique afinal eles estavam juntos.

—Não vamos andar com rodeios Rose. O James está há dois dias num estado de apatia total. E isto tudo por tua culpa. – disse Dominique apontando para a prima.

—Por minha culpa? Eu não fiz nada.

—Não fizeste nada? Mas tu estás a brincar comigo? Não te armes em sonsa comigo, Rose.

—Tu não me…

—Tu não me conheces? Era isso que ias dizer? – Dominique riu-se ironicamente e prosseguiu – Sim, eu não te conheço mas só porque tu não deixas as pessoas aproximarem-se de ti. Eu não sei o porquê disso e respeito a tua forma de viver. Mas a partir do momento que isso afeta pessoas de quem eu gosto, eu vou criticar. Porque eu já não consigo ver mais o James naquele estado. Ele sempre foi teu amigo e tu deixaste de falar para ele de um momento para o outro.

—Eu tive as minhas razões. – tentou defender-se Rose.

—E que razões foram essas? – perguntou Dominique. Mas Rose não respondeu e aquela reação irritou ainda mais Dominique. Ela odiava que as pessoas não respondessem às suas perguntas – Importaste de falar de uma vez por todas. O James está mal e tu não queres saber. És mesmo hipócrita.

—Eu é que sou hipócrita? – perguntou Rose num tom mais elevado. Dominique sorriu. Finalmente conseguira tirar a prima do sério – Eu era amiga do Sirius. E também pensava que ele era meu amigo. Isso até descobrir que ele combinou com a minha mãe tornar-se meu amigo.

—Desculpa? Mas tu estás parva? O James nunca faria uma coisa dessas.

—Eu vi. – garantiu Rose – Eu vi uma carta da minha mãe na mochila do Sirius. Ele anda a trocar correspondência com ela.

—Lamento informar Rose mas tu não és o centro do universo. – respondeu Dominique ironicamente – Existem milhões de explicações para ele andar a trocar carta com a tia.

—Como por exemplo… – Rose cruzou os braços esperando uma resposta de Dominique.

—Como por exemplo pedir opinião à tua mãe sobre o que comprar para o teu irmão que faz anos daqui a uma semana. – respondeu Dominique dando a machadada final e deixando uma Rose boquiaberta à sua frente. 


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Notas finais do capítulo

Scorpius conseguiu ter uma conversa civilizada com a Rose, aleluia. Apesar de ter durado pouco, teve-a.
E o James? Ficou mesmo afetado com o afastamento da prima.
Que acharam da atitude da Dominique? Concordaram com o que ela fez?
Digam-me o que acharam do capítulo. Todas as vossas opiniões são muito importantes para mim. Digam-me o que acham dos personagens, das suas atitudes, de tudo.
Comentem :)