A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 61
Capítulo 60


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Rose não conseguia acreditar no que tinha acabado de acontecer. Minerva McGonagall acabara de lhe dizer que ela tinha lugar em Hogwarts. Claro que não iria dar aula mal saísse de Hogwarts, mas o seu sonho ia ser cumprido.

A reunião tinha-se alongado por mais de uma hora, mas como Rose não tinha aula não houve quaisquer problemas.

Rose decidiu que o melhor que tinha a fazer naquele momento era estudar. Naquele dia, ela ainda não tinha estudado e ela sabia o quanto estar sem estudar durante um dia podia ser prejudicial.

Naquela altura do ano, a biblioteca começava a encher. Os exames aproximavam-se a passos largos e os estudantes de Hogwarts começavam a ficar realmente preocupados com as suas notas.

Como já era costume, Rose foi para a mesa mais afastada da entrada. Normalmente ninguém ia para lá e ela gostava de estar lá por ficar longe da confusão.

O primeiro livro que pegou foi o livro de Transfiguração. Aquela era a disciplina que Rose tinha mais dificuldade, embora lhe custasse admitir. Era verdade que a nota que ela tinha era Ótimo, mas ela também sabia que estudava o dobro do que estudava para todas as outras.

—Eu gostava de dizer que andei à tua procura por todo o castelo, mas é impossível. Tu és demasiado fácil de encontrar. – disse Octavia sentando-se na cadeira em frente à de Rose.

—Não vou discordar. – respondeu Rose a sorrir – Mas precisas de alguma coisa? – perguntou.

—Para já de explicações não preciso de nada. As garanto-te que se precisar, tu vais ser a minha primeira opção. – disse Octavia de forma descontraída – A verdade é que eu preciso da tua ajuda para algo. Tem a ver com o Albus.

—Deve ser alguma coisa de grave para me estares a pedir ajudar. – disse Rose, surpreendida – Eu sei o quanto um slytherin pode ser orgulhoso.

—Eu não queria estar a fazer isto. – esclareceu Octavia – A questão é que ele anda estranho.

—Estranho como? – perguntou Rose sem perceber onde Octavia queria chegar – Das vezes que tenho estado com ele, ele parece-me normal.

—Isso é normal porque o facto de ele estar estranho tem a ver comigo, acho eu. – confessou Octavia – Não sei, eu estou com a sensação que ele está a esconder-me alguma coisa.

—Não achas que podes estar a ser um pouco paranoica. – sugeriu Rose, cautelosamente.

—Eu sei que provavelmente pareço. Mas não é isso. Eu conheço-o. Tipo, ele continua normal comigo, faz as suas parvoíces como normalmente fazia. Mas parece que, cada vez que ele está comigo, ele se sente culpado. Culpado por me estar a esconder alguma coisa. Não consigo explicar bem.

—Certo. – respondeu Rose tentando encontrar sentido naquilo que Octavia tentou explicar. Ela sabia que Octavia não falava de uma maneira racional. Aquilo que Octavia estava a tentar explicar era um instinto. Um instinto de que algo estava errado – Já pensaste na possibilidade de ele estar a tentar fazer-te uma surpresa?

—Não sei. – respondeu Octavia não acreditando muito na sugestão de Rose – Algo me diz que não pelo sentido de culpa que acho que ele tem. O que eu queria realmente pedir-te era se podias falar com o Scorpius para tentar descobrir o que se passou. Ou tentar falar com o próprio Albus.

—Eu posso tentar falar com o Scorpius. Agora se realmente existir alguma coisa e o Albus lhe pediu segredo, eu não vou forçar o Scorpius a contar. Desculpa, Octavia mas se for esse o caso, eu não posso fazer isso.

—Eu compreendo. Mas obrigada por tentares descobrir. – agradeceu Octavia – Agora tenho de ir, ainda tenho de encontrar a Sarah.

Perto da hora de jantar, Rose juntou as suas coisas e saiu da biblioteca já praticamente vazia.

Pelos corredores, Rose encontrou vários alunos que se dirigiam ao nível térreo para o jantar. Já Rose ia no sentido oposto. Ela não queria levar aquela quantidade de livros atrás dela para o salão principal, por isso ia primeiro ao seu dormitório deixar lá as coisas.

Os diversos pratos de carne, peixe, aperitivos estavam distribuídos pelas quatro mesas que preenchiam o salão principal. Alunos das quatro casas trocavam conversas enquanto comiam.

Rose sentou-se perto da entrada do salão principal onde se encontravam os gémeos Scamander.

O jantar decorreu normalmente, entre conversas e risadas. Rose sempre se dera bem com os gémeos. A grande causa disso era todos pertencerem à mesma casa. E agora Lorcan namorava Roxanne. Lysander mantinha o seu relacionamento com Erica, outra Ravenclaw.

Depois de jantar, Rose retornou ao dormitório para fazer horas até o seu turno começar. Naquela noite iria mais uma vez para a Torre de Astronomia.

—----//-----   

A lua nova fazia a total diferença na torre. Aquela que normalmente estava coberta de luz devido às suas inúmeras varandas, mas se notaria naquela noite. Pelo menos era o que Rose pensava.

Já nos degraus finais, Rose notou uma luz diferente. Ela sabia perfeitamente que aquilo não era causado pela lua.

Para acabar com a sua curiosidade, Rose subiu os degraus que restavam. O que viu a seguir deixou-a completamente fascinada. Por todo o espaço, diversas velas, acesas, flutuavam dando um ar ainda mais mágico. No meio, um coração feito de pétalas vermelhas terminava aquela maravilhosa decoração.

—Não precisavas de ter feito isto tudo. – disse Rose praticamente sem palavras quando avistou Scorpius com uma rosa na mão.

—Claro que precisava. – responde Scorpius – A minha namorada precisa disto. Nós precisamos destes momentos.

—Tu és perfeito, sabias? – disse Rose beijando Scorpius – Desculpa não te ter dado tanta atenção.

—Não precisas de te desculpar, princesa. Vamos apenas aproveitar o momento. – disse Scorpius voltando a beijar Rose.

Rose abraçou-se a ele e Scorpius segurou-a levando-a até à pequena manta que ele tinha estendido momentos mais cedo. Depositou Rose sobre a manta e continuou a beijá-la. Apenas pararam no momento que Scorpius colocou a sua mão debaixo da camisola de Rose.

—Scorpius. – chamou Rose – Eu…

—Eu sei, eu sei. – apressou-se Scorpius a dizer – Desculpa, princesa.

—Eu é que tenho de pedir desculpas, Scorpius. Foi por instinto que eu fiz isto. Mas isso não quer dizer que eu não quero continuar. – confessou Rose estando completamente corada.

—Tu tens a certeza, princesa? – perguntou Scorpius encarando Rose – Não estás só a dizer isso para me fazeres a vontade? – Rose acenou negativamente - Porque se quiseres esperar, eu respeito completamente. A única coisa que me interessa é a tua felicidade. Eu espero o tempo que for preciso.

—Scorpius cala-te e beija-me. – pediu Rose. Sem dizer mais nada, Scorpius beijou Rose de volta.

—----//-----

—Não estás arrependida? – perguntou Scorpius. Ele e Rose estavam deitados e cobertos com a manta e abraçados.

—Não. – respondeu Rose aninhando-se no peito de Scorpius – Eu nunca me ia arrepender do que acabou de acontecer aqui, Scorp. Foi mágico.

—Eu só quero que tenha sido especial para ti.

—E foi. – respondeu Rose sorrindo.

—Não me chegaste a falar da tua reunião com a McGonagall. – comentou Scorpius enquanto acariciava os cabelos de Rose.

—Ela disse que eu tinha lugar em Hogwarts. – revelou Rose, sorridente – Disse que achava impressionante a forma como os alunos que eu ajudava melhoravam as notas de uma forma impressionável.

—Eu disse-te, princesa. Eu disse-te que ias conseguir.

—Sinceramente, até agora ainda não acredito no que aconteceu lá. Parece tudo um sonho. Tudo nos está a correr bem, Scorp.

 

—E vai continuar a correr, princesa. – disse Scorpius sorrindo para a namorada. Os futuros deles começavam a estar definidas. As carreiras deles estavam escolhidas. Agora só faltava falar no futuro deles – Para onde vais depois de acabares Hogwarts? – perguntou Scorpius num tom mais sério.

—Como assim para onde vou? – perguntou Rose confusa.

—Que vais fazer depois de acabares Hogwarts? Vais continuar a viver com os teus pais?

—Não sei, Scorpius. Nunca pensei muito nisso. – respondeu Rose, sinceramente.

—Eu já pensei nisso, Rose. – revelou Scorpius – Várias vezes até. Tu sabes que eu te amo, certo? E que tenho a certeza que és a mulher da minha vida. E, sinceramente, não sei se devemos adiar mais.

—Scorpius, eu não estou a perceber nada. Onde queres chegar com esta conversa?

—Eu pensei que nós poderíamos viver juntos. – revelou Scorpius encarando a namorada para ver a sua reação.

Rose não sabia o que dizer. Várias vezes abriu a boca para dizer algo, mas as palavras simplesmente não saíam. Nunca, em momento algum, Rose pensou que Scorpius fosse sugerir uma coisa daquelas, naquela altura.

—Tu…tu estás a dizer que…que queres viver comigo? – perguntou Rose.

—Foi exatamente o que eu disse. – respondeu Scorpius, sorrindo face ao espanto de Rose – Se eu fui muito precipitado com esta sugestão diz. Eu não vou levar a mal.

—Não é nada disso, Scorp. É claro que eu quero viver contigo. É óbvio. Por Merlin, Scorpius, nós vamos viver juntos. – festejou Rose abraçando e beijando Scorpius.

—Nós vamos.

—----//-----

Para Octavia, Sarah estava completamente estranha. Já não bastava Albus, agora também a melhor amiga estava assim. Ela não sabia o que se passava. A amiga mal falava, passava maior parte do tempo no dormitório, não fazia mais nada e Octavia sabia que a amiga adorava a Primavera.

Sarah não sabia o que fazer desde que recebeu aquele bilhete. Ela não sabia o quão sério aquilo era. Alguém lhe estava a pedir para destruir um namoro. Um namoro que, aos olhos dela, era perfeito. Dava claramente para ver que o Scorpius e a Rose eram feitos um para o outro.

O grande problema estava no grande segredo que ela escondia. E a pessoa que a chantageou sabia. Sabia que ela tinha dormido com Molly Weasley.

Durante aquela semana, Sarah não fez nada. A pessoa que lhe tinha mandado o bilhete não tinha dito mais nada e Sarah pensou que talvez ela tivesse desistido. Isso pelo menos até aquela manhã.

Durante o pequeno-almoço, as corujas entregam o correio. E, naquela manhã, pela segunda vez, Sarah tinha recebido um bilhete sem remetente.

Tic Tac,

O tempo está a passar, Sarah. Queres que toda a escola fique a saber da tarde que passaste com a Molly Weasley.

Sarah sentia-se horrível por cogitar a hipótese de destruir o namoro de Rose e Scorpius. Ela sentia-se completamente encurralada.

Naquela tarde, como já era costume devido ao bom tempo, Albus, Octavia e Scorpius foram para os jardins. Mais uma vez, Rose não estava porque tinha uma reunião com a diretora.

Ao contrário das outras vezes, Sarah aceitou o convite de Octavia e seguiu com eles até ao jardim. Aquela era a oportunidade perfeita para chegar a Scorpius sem ter Rose por perto.

—Tu não te sentes incomodado por eles estarem sempre assim, tão agarradinhos? – perguntou Sarah, apenas para que Scorpius ouvisse. Ela sentia-se incomodada mas não pelos mesmos motivos que estava a perguntar a Scorpius.

—Não.  – respondeu Scorpius – Eles não costumam estar assim quando estão só comigo. Acho que se deram um pouco mais à liberdade porque estamos dois aqui com eles. Mas tu estás incomodada? – perguntou.

—É um bocado desconfortável estarmos assim. – confessou Sarah – Pelo menos é a minha opinião.

—Eles estão apaixonados.

—Assim como tu e a Rose? – perguntou Sarah. Ela sabia perfeitamente que a resposta de Scorpius ia ser afirmativa, mas ela tinha de tentar alguma coisa.

—Assim como eu e a Rose. Finalmente encontrei a mulher perfeita para mim. – revelou Scorpius, deixando Sarah atrapalhada.

—E como tiveste a certeza? – perguntou Sarah – O que eu quero dizer é que há tantas mulheres por esse mundo fora, como sabes que a Rose é a tal?

—Simplesmente sei, Sarah. Não tenho como explicar. Isto é uma coisa que se sente.

Sarah não conseguia. Ela simplesmente não conseguia acabar com aquele namoro. A forma como Scorpius falava de Rose era incrível. Ela adorava que alguém falasse assim dela. Ela queria a felicidade que Rose e Scorpius tinham.

Inesperadamente, uma lágrima deslizou pelo seu rosto. Ela tentou limpá-la o mais rápido possível, mas Scorpius conseguiu perceber.

—Está tudo bem? – perguntou.

—Eu não consigo fazer isto. – sussurrou Sarah saindo dali a correr. O que ela não esperava era que Scorpius tivesse ouvido o que ela tinha dito.

—O que é que se passou? – perguntou Octavia desviando a atenção de Albus.

—Eu vou ver. – disse Scorpius – Deixem-se estar.

Scorpius levantou-se e correu em busca de Sarah. Esta não tinha ido muito longe. Longe o suficiente para que não tivesse ninguém perto dela, mas perto o suficiente para Scorpius dar com ela facilmente.

—Scorpius é melhor ires-te embora. – sugeriu Sarah continuando de costas para Scorpius.

—Não enquanto não me disseres o que se passa. O que é que tu não consegues fazer? – perguntou Scorpius.

—O quê? – perguntou Sarah voltando-se para Scorpius. Os seus olhos estavam completamente inchados.

—Eu ouvi-te, Sarah. O que é que não consegues fazer?

—Tu e a Rose são tão perfeitos.

—Nós também temos os nossos problemas.

—Mesmo assim. Vocês conseguem ser perfeitos e eu…eu simplesmente não posso…não posso ser egoísta a esse ponto. Vocês não merecem.

—Eu não estou a perceber nada desta conversa. – disse Scorpius completamente confuso.

—E não precisas de perceber. A única coisa que precisas de saber é que tu e a Rose são perfeitos juntos e têm de se manter unidos. – disse Sarah deixando Scorpius ainda mais confuso – Eu vou para o meu dormitório. Por favor Scorpius, não te esqueças do que te disse.

Sarah saiu dali e Scorpius nem se mexeu. Aquela conversa tinha sido uma das mais confusas que tinha tido em toda a sua vida. Alguma coisa se tinha passado ali e ele não fazia a mínima ideia do que era.


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Notas finais do capítulo

Que acharam de toda a cena entre a Rose e o Scorpius? E que acharam da atitude da Sarah? Acham que o Scorpius vai ficar desconfiado?
Contem-me tudo nos comentários :) Beijos ♥



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