A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 53
Capítulo 52


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Naquela manhã, a primeira aula de Rose era Runas Antigas. Como tal, Rose pegou nesse livro e no livro de História da Magia, a aula que tinha a seguir. Arrumou todas as outras coisas e seguiu rumo ao salão principal.

Rose tomou o pequeno-almoço na mesa da sua casa, algo que já não fazia ultimamente. Depois esperou por Albus e juntos seguiram para a aula de Runas.

—Bom dia, meninos. Quero que todas abram na página duzentos e trinta e seis. – proferiu Dayara Wikilson para os seus alunos.

Rose pegou no seu livro e esfolheou até á página que a professora pediu. Mas, qual não foi o seu espanto, quando, ao abrir na página pretendida, não havia uma única runa. Apenas uma pequena carta com uma letra tão sua conhecida. A letra de Scorpius.

Antes que penses em matar-me por causa de ter danificado o teu livro, fica ciente que isso foi apenas um feitiço que lhe fiz para esta carta aparecer na página que procurasses.

Agora, só escrevi isto para te confessar uma única coisa. Bem, na verdade são duas. A primeira é que me lembro perfeitamente do nosso primeiro dia na torre de Astronomia. A forma como chegaste até mim para me expulsar da torre foi incrível. Tu, Rose Weasley, a monitora que era do conhecimento geral que nunca tirava pontos a nenhum aluno, acabara de tirar pontos a mim, Scorpius Malfoy. Confesso que fiquei chocado com tal atitude. Mas, ao mesmo tempo, fiquei completamente fascinado com a forma como agiste. Tu não tinhas intenção de fazer aquilo, apenas agiste com o instinto de preservar o teu lugar preferido. Acabei por descobrir isto mais tarde. Depois acabou por se tornar o nosso lugar preferido.

A segunda coisa que eu tenho que confessar é que, a partir daquele dia, eu comecei a ver-te com outros olhos. Eu já sabia que tu existias. Claro que sabia, afinal tu és uma Weasley. Mas, a partir daquele dia, nasceu algo em mim. Um instinto de me aproximar de ti. De conseguir a tua atenção. De conseguir fazer com que tu me notasses. E felizmente consegui. Quase que consigo dizer que naquele dia um sentimento nasceu. Um sentimento que eu quero levar para a eternidade.

A próxima carta encontra-se no teu livro de Defesa Contra a Arte das Trevas. Eu sei que não o tens contigo porque essa aula só a tens à tarde. Por isso, vais ter de segurar a tua curiosidade até lá. Boa sorte.

Com amor, Scorpius

—Senhorita Weasley passa-se alguma coisa? – perguntou a professora Wikilson encarando, seriamente, Rose.

—Não, professora. Desculpe. – respondeu Rose em modo automático. A sua atenção estava unicamente na carta à sua frente. Dava para Scorpius ser mais romântico? E ainda havia outra carta. Uma carta que estava no quinto andar à sua espera.

Nunca uma aula de Runas Antigas demorara tanto para Rose. O relógio insistia em não passar. Várias vezes fora apanhada por Albus completamente distraída. Este bem lhe perguntava o que se passava, mas ela simplesmente dizia nada.

Quando a aula finalmente terminou, Rose arrumou as coisas, esperou por Albus e juntos seguiram para a aula de História da Magia. Lá encontraria também Scorpius.

—Bom dia. – cumprimentou Scorpius dando um beijo em Rose.

—Obrigado por me excluíres. – protestou Albus, mal humorado.

—Não me digas que também queres um beijinho. – provocou Scorpius aproximando-se de Albus e tentando dar-lhe um beijo. Albus afastou-se de forma sucessiva do amigo – Olha vou chorar, o Al não quer um beijinho do Scorpius.

Rose sorriu. Apesar da idade que tinham, Albus e Scorpius ainda conseguiam ser muito crianças em algumas situações. Mas isso não era mau, afinal era sempre bom manter uma parte da criança que há em nós.

O professor Binn chegou e o trio entrou para mais uma aula sobre a revolta dos duendes.

Nem antes, nem durante a aula, Scorpius mencionou algo sobre a carta que Rose recebeu. Ela não sabia se ele estava a fazer aquilo de propósito ou havia a hipótese de ele não ter colocado lá a carta. Claro que Rose excluiu esta hipótese ao lembrar-se que ninguém, talvez exceto Albus, sabia do que tinha acontecido da primeira vez que estiveram os dois juntos na torre de Astronomia.

Mal a segunda aula terminou, Rose arrumou rapidamente as suas coisas, despediu-se de Albus e Scorpius e seguiu em direção ao seu dormitório deixando, sem reparar, um Scorpius sorridente.

Mal entrou no dormitório deu logo de caras com Makoto. Parecia que ela tinha deixado o peso na consciência de lado e voltado a aparecer a todo o momento.

Diferente da noite anterior, Rose ignorou completamente Makoto. Ela era igual ou pior que Diana. Ambas lhe desejavam mal pelo simples facto de ser ela a estar com Scorpius e não nenhuma das outras duas. Rose achava aquilo completamente absurdo, mas também não estava na mente de nenhuma das duas para saber o que elas podiam pensar. A única coisa que podia concluir era que ambas estavam completamente obcecadas por Scorpius e que tinha medo do que elas pudessem fazer no futuro.

Rose esperou que Makoto saísse para pegar no livro de Defesa contra as Artes das Trevas. Como acontecera com o livro de Runas Antigos, bastou-lhe abrir numa página completamente aleatória para encontrar a segunda carta de Scorpius.

Tenho a certeza que mal acabou a aula de História da Magia, tu foste a correr até ao quinto andar para ler esta carta. Vou confirmar mais tarde o que já suspeito.

Agora, os momentos que quero relembrar são três. O momento em que te contei o passado do meu pai, o significado do meu nome e o momento em que me ajudaste a visitar a minha avó.

Pouca gente sabe por tudo o que o meu pai passou. Pouca gente sabe que foi a minha mãe que o tirou realmente da lama. Mas é isso que torna este momento único. Pouca gente saber. Eu confiei-te esta pequena história de amor muito antes de acontecer a nossa. E garanto-te que não me arrependo.

Quanto ao meu nome, isso aconteceu numa noite em que estávamos na torre. No nosso lugar favorito. Eu contei-te que devia o meu nome à constelação Escorpião. Contei-te que todos os Malfoy tinham nomes derivados de constelações. Tu achaste piada. Afinal era uma tradição muito rigorosa.

Por fim, lembro-me como se fosse ontem o dia em que me ajudaste a ver a minha avó. Tu, que mal me conhecias, vieste ter comigo e deixaste que eu desabafasse contigo. Para além disso, ainda te ofereceste para me ajudar na ideia maluca de querer visitar a minha avó sem que ninguém soubesse. Confesso que quando me contaste a tua ideia, fiquei ainda mais feliz por te ter contado. Eu nunca me teria lembrado de algo do género. Tu realmente tornas os meus dias mais geniosos.

Por fim tenho a dizer que nesses momentos, a minha paixão por ti aumentava cada vez mais. Podia ainda não admitir para mim próprio, mas ela já lá estava plantada.

Agora, a última carta não está em nenhum livro. A última carta está com uma pessoa. Uma pessoa com quem te dás bem. Uma pessoa que, apesar de já fazer parte da tua família, podes considera-la ainda mais da tua família. De certeza que já sabes quem é, afinal tu é que és o génio da nossa relação. Só te tenho a dizer que ela não está autorizada a entregar-te a carta até à hora de jantar.

Boa sorte.

Com carinho e amor,

Scorpius

Mais uma vez, durante as aulas da tarde, Scorpius não mencionou nada sobre as cartas. Rose já esperava que ele fizesse isso, afinal já tinha feito isso para a primeira. Além disso, ela sabia que aquilo era um jogo que Scorpius estava a fazer com ela. Ela só não percebia o que Scorpius queria com aquilo tudo.

Se Rose achava que as aulas da manhã tinham demorado foi porque ainda não tinha passado o resto do dia. Aquele tinha sido o dia mais lento para Rose. O jantar nunca mais chegava. Aliás, quando a hora do jantar chegou, Rose fez uma completa festa, sozinha, no quarto antes de descer.

Para que a sua curiosidade não aumentasse ainda mais, Rose decidiu jantar antes. Ela sabia que se tivesse naquele momento a carta nas suas mãos, não conseguiria comer nada.

Mal terminou de jantar, Rose levantou-se e seguiu até à mesa dos Gryffindor. Reparou que Scorpius não apareceu para o jantar e isso despoletou ainda mais a sua curiosidade.

—Lily, posso falar contigo? – perguntou Rose ao chegar perto de Lily, Hugo e Albus.

—Claro. – respondeu Lily, sorridente.

As primas dirigiram-se para o exterior do salão principal.

Rose soube logo quem era a pessoa a quem Scorpius se dirigia. Aquilo estava demasiado óbvio. Era óbvio que era a Lily, pelo facto de namorar com o Hugo, seu irmão.

—Está aqui. – disse Lily entregando um pergaminho a Rose antes que esta tivesse hipótese de dizer alguma coisa.

Rose segurou a carta e agradeceu a Lily. Lily voltou para o salão principal e Rose sentou-se nas escadas que estavam ali perto para ler a carta.

SIM

 

NÃO

Tu sabes onde me podes encontrar.

Com amor,

Scorpius

Ao contrário das duas outras cartas, esta carta era pequena. Ao contrário das outras, esta não contava nenhum momento entre os dois. Apenas um sim, um não e a localização de Scorpius.

Nunca Rose correu tanto para chegar à torre de Astronomia. Como em todas as outras noites, a torre era totalmente iluminada pela lua. Scorpius encontrava-se numa das varandas, com uma rosa vermelha na mão, à espera de Rose.

—Scorpius, o que é que se está a passar? – perguntou Rose, curiosa, enquanto se aproximava de Scorpius.

—Sabes, eu ponderei colocar a terceira carta igual às outras. Com momentos nossos. Mas depois decidi que os momentos que queria falar tinham de ser ditos pessoalmente. Cara à cara.

—Mas isso não explica a última carta.

—Eu juro que já vais perceber tudo. – responde Scorpius dando um beijo na testa de Rose – Lembras-te do nosso primeiro beijo? – perguntou Scorpius. Rose não precisou de dizer nada. Scorpius reparou que ela se lembrava perfeitamente do beijo dos dois pelo tom vermelho que as suas bochechas estavam a adquirir – Eu também me lembro. Foi no dia em que eu confessei que estava apaixonado por ti. Foi no dia que tu vieste até mim, depois de teres falado com o James, e perguntaste por quem eu estava apaixonado. E eu confessei. Confessei e pedi para que tu confiasses em mim. E beijei-te. Tu não imaginas a minha aflição quando nos dias que se passaram, tu não mencionaste nada do beijo. Pensei que querias apagar com uma borracha esse momento. Depois aconteceu o nosso segundo beijo. No dia em que os Gryffindor ganharam a taça de Quidditch. O facto de termos ganho deu-me coragem para ir atrás de ti e beijar-te. E finalmente, nós falamos do beijo. Finalmente, o meu sonho estava a realizar-se. Depois aconteceu aquilo com a Diana. O dia em que tu descobriste a verdade foi um dos dias mais felizes da minha vida. Foi aí que a nossa relação ficou mais ou menos resolvida. Como podes ter reparado, eu utilizei o mais ou menos. Porque ela não está totalmente resolvida. Porque falta a coisa a mais importante. E o mais importante é…queres namorar comigo? – perguntou finalmente Scorpius.

As palavras da última carta vieram à memória de Rose. Então era por isso que lá estava um sim e um não. Scorpius tinha pensado em tudo. As declarações maravilhosas que ele fez só a faziam chorar de alegria.

—Aceito. – respondeu Rose atirando-se para os braços de Scorpius.

Scorpius rodopiou-a fazendo com que os risos dos dois fossem ouvidos em toda a torre. Pousou-a no chão de modo a que esta o encarasse.

—Tu podes achar muito cedo eu estar a dizer isto, mas para mim parece tarde demais. Afinal, eu estou apaixonado por ti há quase um ano. O que eu quero dizer e espero que não te assustes é que eu te amo. Amo-te com a maior das minhas forças. – confessou Scorpius.

—Eu também te amo muito. – confessou Rose abraçando-se novamente a Scorpius e beijando-o.


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Notas finais do capítulo

Que acharam de todo este momento fofo entre o nosso casal preferido?
Contem-me tudo nos comentários :)
Beijos :)