A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 36
Capítulo 35


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Dominique olhava em sua volta sem saber o que dizer. Todas as pessoas que estavam na sala das Necessidades encaravam-na. E ela simplesmente não sabia o que dizer.

James não sabia, mas depois de lhe contar sobre a gravidez, Dominique vinha treinando sobre como contaria à família. Ela tinha imaginado um jantar na Toca, com toda a sua família. Ela tinha-se imaginado a contar a boa nova, ao lado de James. Ela até tinha imaginado a mãe a dar-lhe uma bronca sobre o seu futuro e tudo mais. Mas, agora tinha ido tudo por água abaixo. Tudo por causa de James e a sua grande boca.

Dominique fez a última coisa que toda a gente presente naquela sala esperava. Ela fugiu. Era verdade que ela era conhecia por enfrentar os seus problemas sempre que estes apareciam. Mas, naquele momento, Dominique não tinha capacidade mental para aguentar aquilo.

—Eu vou atrás dela. – disse Albus antes que o irmão dissesse alguma coisa.

Se as pessoas pensavam que depois de Dominique sair, aquele silêncio ia acabar então eles estavam muito enganados. Ninguém se atrevia a dizer a primeira palavra.

Lucy encontrava-se ao lado de Louis. Este ainda estava a absorver a grande notícia. A sua irmã estava grávida.

—Tu não consegues ficar de boca calada, pois não? – perguntou Lily retoricamente. O seu tom era severo – Tu imaginas como se deve estar a sentir a Domi? Pelo que percebi, ela não queria contar, mas tinhas de vir tu e estragar-lhe isso.

—Ele também é meu filho. – respondeu James atropelando-se nas palavras.

—Sim James, eu sei que ele é teu filho. A questão aqui é que o álcool voltou a levar a melhor. Vocês não tinham contado nada antes e tu saiste com esta. A sério James.

Lily não disse mais nada. Apenas saiu indo atrás de Dominique e Albus.

—Não quero falar agora. – disse James quando viu Rose a aproximar-se. Depois, sem dizer mais nada, também James abandonou a sala das Necessidades.

—----//-----

Nos dois dias que se seguiram ninguém viu Dominique e James trocar uma só palavra. Olhares…esses eram muitos, mas palavras não existiam.

O resto da família decidiu deixar esse assunto entre eles. Não cabia a nenhum deles contar a alguém sobre a gravidez de Dominique. Isso era um assunto dela e de James.

—Já falaste com o James? – perguntou Scorpius a Rose naquela noite estrelada. Mais uma vez ali estavam eles, na torre de Astronomia. Rose estava encostada com a sua cabeça no ombro de Scorpius.

—Não. – respondeu Rose – O Sirius deixou bem claro que não queria falar comigo.

—Ele disse aquilo de cabeça quente.

—Ele não queria falar, Scorpius. Aliás, acho que ele ainda não quer falar. É sempre ele que me procura e, nestes dois dias isso não aconteceu.

—Sabes que, pela primeira vez na vida, ele pode estar à espera que tu o procures.

—Achas mesmo que é isso Scorpius? – perguntou Rose com aquele seu olhar inocente.

—Acho princesa.

—----//-----

Diferente das outras noites, Rose não conseguiu dormir. As palavras de Scorpius vinham-lhe sempre à mente. Realmente, ela não tinha considerado essa hipótese. A hipótese de Sirius querer que ela o procurasse. Naquele momento, Rose sentiu-se uma péssima amiga. Como é que Sirius se poderia dar com ela? Naquele momento, no momento em que mais ele precisava dela, ela não tinha feito nada. Nada! Naquela noite, diferente das outras, Rose chorou.

Rose desistiu de estar na cama. Levantou-se, ainda mais cedo que o habitual, arranjou-se, pegou nas suas coisas de Runas Antigas e desceu para a sala comunal.

Como era de se esperar, a sala encontrava-se vazia. Rose sentou-se num dos sofás e abriu o seu livro de Runas Antigas, Runas Antigas sem Mistérios. Teria o seu exame dentro de algumas horas e, como não conseguia dormir, decidiu dar a sua última revisão.

Com o sol já posto e os primeiros alunos a descer, Rose arrumou os seus livros e seguiu para o salão Principal. Qual não foi a sua surpresa ao encontrar Dominique, sozinha, na mesa dos Gryffindor.

Naquele momento, Rose sentiu-se ainda mais culpada. Já era muito mau ainda não ter falado com Sirius, mas não era muito melhor ainda não ter falado com Dominique. Por isso, decidida a endireitar as coisas, Rose seguiu para a mesa dos Gryffindor.

Dominique nem deu pela sua chegada. Ela estava tão absorta num livro qualquer que até se esquecia de comer.

—Devias comer alguma coisa. Tu sabes…por causa do bebé. – comentou Rose ao sentar-se assustando Dominique – E ainda não tive a oportunidade de dizer isto. Parabéns.

—Obrigada. – agradeceu Dominique levantando a cabeça. Aí Rose conseguiu ver as grandes olheiras que se formavam em volta dos belos olhos azuis de Dominique – Bem, eu tenho de continuar a estudar.

—Domi. – chamou Rose agarrando-lhe nas mãos e voltando a chamar a atenção da prima – Desculpa. Desculpa não ter vindo falar contigo mais cedo.

—Não tens de pedir desculpa. – respondeu Dominique sorrindo fraco – Eu sei que estamos na época de exames. E, além do mais, acredito que aches esta briga uma estupidez. Quem é que se iria chatear porque o namorado contou a outras pessoas que a namorada estava grávida. – Dominique riu-se como se achava-se aquilo uma grande estupidez. Mas Rose não se riu. Rose apenas continuava a encarar Dominique. E, aquilo que antes eram risos, rapidamente se transformaram em lágrimas.

—Ei Domi. – Rose agarrou com mais força a mão da prima – Tudo se vai resolver. O Sirius é louco por ti.

—Eu sei, mas…eu mal o vi nestes dias. Apenas nos exames. Depois disso, ele desaparece completamente. Eu sei que reagi de cabeça quente, mas…mas eu já tinha tudo planeado para contar à família. E ele sabia disso. Sabia que eu queria esperar. Mas agora…agora eu quero-o ter apenas ao meu lado.

—E ele vai estar, eu prometo. – prometeu Rose arrancando o primeiro sorriso verdadeiro do rosto de Dominique.

—Obrigada Rose.

—----//-----

Dominique tinha razão. Era impossível encontrar James. E Rose tinha tentado. Ela percorreu praticamente o castelo todo. Até, para ver se o atraía até si, convocou a sua vassoura. Mas de nada adiantou. James não apareceu.        

Rose sentia-se cada vez mais frustrada. James não podia ter simplesmente evaporado.

Ao virar num corredor, no sétimo andar, deu de caras com Diana Anderson.

—Olha se não é a sonsa da Weasley.

Rose tentou contorná-la, mas foi impossível. Diana colocava-se sempre à sua frente.

—Deixa-me passar. – pedi Rose o mais educadamente possível. E, naquele momento, isso estava a ser praticamente impossível.

—Deixa-me pensar…não, não te vou deixar passar. Depois de tudo o que me fizeste.

—Depois de tudo o que te fiz? – perguntou Rose sem perceber. Na realidade, Rose nunca tinha entendido toda aquela antipatia de Diana Anderson acerca de si.

—Sim querida, depois de tudo o que fizeste. Tu roubaste-me o Scorpius!

—Não sabia que o Scorpius era um objeto que podia ser roubado. – respondeu Rose ironicamente. Ela não percebia de onde vinha toda aquela coragem. Talvez fosse o facto de ter, na sua mão direita, a varinha.

—Por isso é que tu és uma sonsa. Tu sabes perfeitamente que roubaste o Scorpius de mim. Antes de ele ter reparado nessa coisa a que tu chamas de corpo, ele tinha-me a mim. Era a mim que me procurava para viver as melhores horas da sua vida. A mim! – Diana aproximou-se ainda mais de Rose – Aposto que contigo ele não faz metade das coisas que fazia comigo, aposto que…

Mas Diana não terminou. Finalmente Rose levantou a sua mão, com a varinha, e apontou-se diretamente a Diana.

—Tu és nojenta. – proferiu Rose – E eu tenho pena de ti. Tenho pena que penses que o corpo é tudo.

—Pois sonsas como tu convencessem disso. Mas estás errada, minha querida. O corpo é tudo.

—No entanto, como tu disseste, o Scorpius preferiu-me a mim. Parece que ele quis uma pessoa com mais cérebro. Admite Anderson, tu perdeste.

Sabendo que não tinha hipótese de luta com Rose Weasley, Diana saiu dali. Naquele momento, por muito que lhe custasse admitir, ela não conseguia derrotar Rose. Mas, apesar de ter perdido aquela batalha, com certeza não iria perder a guerra. E uma promessa ela fez a si própria. Scorpius seria seu.

Quando percebeu que estava sozinha, Rose baixou a varinha. Ela sentia-se orgulhosa de si própria. Pela primeira vez, ela tinha enfrentado Diana Anderson. Pela primeira vez, ela tinha-lhe ganho. Rose sentia-se triunfante.

—Apesar de não ser por isso que gosto de ti, tenho de admitir que o teu corpo é qualquer coisa de perfeito. – disse Scorpius saindo das sombras e assustando Rose.

Esta olhou para Scorpius chocada. Ele tinha ouvido toda a sua conversa com a Anderson. Ele tinha ouvido tudo o que ela disse sobre si.

A sua cara estava a tomar uma tonalidade que Rose achava que nunca tinha tomado. Ela estava pior que um pimento. Ela queria falar, mas simplesmente não conseguia.

—E temos de admitir também que tu és a pessoa que fica mais bonita corada. – disse Scorpius enquanto continuava a encurtar a distância entre si e Rose – Aliás, para mim, tu és a pessoa que fica mais linda de qualquer maneira.

Scorpius acabou, finalmente, com a distância que estava entre os dois e beijou Rose. Mas aquele não foi um beijo qualquer. Aquele beijo selvagem. Foi como se os instintos primitivos de Scorpius tivessem tomado conta de si. Até aquele momento, Scorpius sempre tomara cuidado com a forma como beijava Rose. Ele tentava sempre ser o mais delicado possível. Mas agora não. Agora, ele queria beijar Rose de uma maneira diferente. De uma maneira que nunca tinha feito. E, sinceramente, Rose tinha gostado da forma como Scorpius a beijava. Da forma como a agarrava. De tudo.

—Estou a ver que vou ter que arranjar um quarto para os dois, por muito que não goste disse. – comentou James ironicamente, mas sem aquele seu sorriso característico.

Rose e Scorpius rapidamente se soltaram. Encontravam-se os dois, ofegantes, a olhar para James. James…

—Sirius. – gritou Rose correndo para o primo – Desculpa. Desculpa não ter estado contigo nestes dias. Desculpas.

—Ei Rose, acalma-te. – sussurrou James ao ouvido da prima – Tu não precisas de pedir desculpas por nada.

—Preciso sim. Eu sou uma péssima amiga. Eu não estiva lá quando precisaste.

—Tu estás aqui agora. Isso é tudo o que importa. – respondeu James voltando a abraçar a prima com a maior força que tinha.

Scorpius, vendo que estava ali a mais, e sabendo que Rose e James precisavam de falar, deixou-os ficar seguindo para a sala comum dos Gryffindor para estudar para o seu último exame, Herbologia..

—Onde é que te metes depois dos exames? – perguntou Rose afastando-se bruscamente e começando a bater no peito de James – Anda toda a gente preocupada contigo. Eu, a Domi…como é que tu és capaz de andar assim e não falar com ninguém? Porquê que ainda não foste falar com a Domi? Porquê? Ela está à tua espera, pronta para te perdoar. Sirius, ela quer que estejas ao lado dela. Mais do que nunca, ela precisa de ti.

—Eu não quero voltar a magoá-la. Eu sinto-me a destruir aos bocadinhos de cada vez que vejo a Domi a sofrer por minha causa. Eu sei o mal que lhe causei. Pode ter sido um pequeno deslize e pode não ter sido nada de grave, mas ao ver a Domi naquele estado fez-me pensar que eu não sou o melhor para ela.

—Tu não te atrevas a dizer isso, James Sirius Potter. Tu és tudo o que a Dominique preciso. Tudo, ouviste! Agora, para com isso e vai falar com ela.  

—Tens razão. – respondeu James já com outra cara – Obrigada Rose. És a melhor…

—Prima que tenho, já sei. Agora mexe-te. – respondeu Rose. James beijou o rosto de Rose, agradeceu-lhe mais uma vez e seguiu o seu caminho pronto para resolver as coisas com Dominique. Já Rose ficou para trás, a sorrir.


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Notas finais do capítulo

Parece que a Dominique não reagiu da melhor forma? Acham que ela teve razão?
E este encontro entre a Rose e a Diana? E entre o Scorpius e a Rose? E também tivemos a Rose a meter juizo na cabeça do James...que acharam disto tudo? Gostaram? Concordaram com todas as atitudes? Contem-me tudo nos comentários :) Beijos :)