A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Espero que estejam a gostar da história.
Boa leitura :)



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Rose continuava a encarar Scorpius Malfoy, escondida. Não entendia o que ele estava ali a fazer. Nunca antes vira ninguém na torre de Astronomia àquelas horas. Aquele era o seu lugar, só dela. Era o seu refúgio e não era suposto estar lá alguém. Rose sentia que, só por Scorpius estar ali, estavam a invadir o seu território. Movida pela coragem, Rose aproximou-se de Scorpius. Ela tinha de o expulsar de lá.

Só quando Rose se colocou à frente de Scorpius é que ele a notou. Tal como ela, também ficou surpreendido em vê-la ali. Mas depois lembrou-se, ela era monitora.

Por momento, Rose não sabia o que fazer. Por incrível que pareça, ela nunca tinha dado uma detenção. Ela não ligava muito a isso. O que mais lhe importava eram os estudos. Estudos esses que levaram a ótimas notas e, consequentemente, à eleição dela para monitora.

Scorpius encarava-a de volta, agora com desdém. Queria ver se Rose faria realmente alguma coisa. Ele sabia como Rose era, apesar de nunca ter falado com ela. Apenas se conheciam de vista. Ele nunca a vira a usar a sua função de monitora para alguma coisa. Nem mesmo dar detenções por alguma infração que algum aluno tenha cometido. E, apesar de ela o puder ter feito quando ele não via, ele sabia que nunca tinha acontecido porque Albus tinha comentado com ele.

—Menos vinte pontos para a Gryffindor por estares fora da tua sala comunal fora de horas. – iniciou Rose surpreendendo Scorpius. Ele nunca esperou que ela tirasse pontos – E se não quiseres levar uma detenção, aconselho a dirigires-te até ao teu salão comunal. – terminou respirando fundo.

—E se eu não for? – perguntou Scorpius com desdém. Ele não acreditava que Rose fosse capaz de dar uma detenção.

—Aposto que o Filch deve estar a precisar de alguém para o ajudar. - começou Rose. Ela não sabia onde tinha ido buscar aquela coragem toda. Se calhar o facto de estarem a invadir o seu espaço a tenha levado a ter esta coragem. Por isso decidiu continuar antes que a perdesse – Também podemos ir falar diretamente com a Diretora McGonagall…  

—Não! – respondeu rapidamente Scorpius. Ele nunca tinha recebido uma detenção e isso era motivo de orgulho do pai. E ele não queria quebrar esse orgulho. Por isso, vendo que naquela noite não teria hipótese de ficar ali, decidiu ir embora – Eu vou voltar para a torre da Gryffindor.

Rose não respondeu mais nada. Apenas esperou que ele fosse embora para que enfim pudesse ficar sozinha. Scorpius ainda ficou ali mais um pouco tentando entender a atitude de Rose, o porquê de só agora ela ligar às suas funções de monitora. Possivelmente seria novo ano, nova Rose. Saiu de lá antes que Rose mudasse de ideias.

Encaminhou-se para a torre da Gryffindor encontrando pelo caminho Albus aos amassos com Alice Longbottom. Decidiu não atrapalha-los e continuou o seu caminho.

Já não era novidade para Scorpius que Albus tinha um caso escondido com Alice, afinal ele era o seu melhor amigo. Mas nunca pensou encontra-los assim no meio de uma ronda. Conhecia minimamente Alice para saber como ela era. Quando lhe era incutida uma função, Alice fazia-a com a maior dedicação, sem se descuidar. Alice só não era a melhor aluna porque tinha como opositora Rose Weasley. E toda a gente sabia que Rose Weasley era a melhor aluna do agora sexto ano de Hogwarts. Mas parecia que as influências de Albus estavam a fazer mal a Alice.

No salão comunal, Scorpius decidiu esperar por Albus. Não demorou muito para que este aparecesse e, reparou Scorpius, com um chupão no pescoço. Pelos vistos, Alice queria marcar território.

—Então? – perguntou Albus sentando-se no sofá oposto a onde se encontrava Scorpius – Ainda acordado a estas horas?

—Também só cheguei à pouco. – afirmou Scorpius. Esta afirmação de Scorpius não surpreendeu Albus pois ele já sabia que o amigo saía depois do recolher mas sempre o acobertava.

—Eu não quero ser chato mas tu sabes que se a Alice te apanha, podes levar uma detenção.

—Acho que neste momento a preocupação não é a Alice afinal ela anda demasiado distraída com determinadas pessoas, não é Albus? – perguntou Scorpius com cara de gozo ao amigo.

—Está calado. – respondeu Albus – Sabes como é que são as hormonas nesta idade. – ambos se riram com a afirmação de Albus.

—Mas apesar de a Alice não me ter apanhado, perdi pontos hoje. – confessou Scorpius. Albus olhou para ele sem entender.

—A Anderson tirou-te pontos? – perguntou Albus – Pensei que vocês os dois…

—Não foi ela. Foi a tua prima.

Albus olhou para Scorpius, pasmado. De todas as pessoas que pensou, nunca imaginaria que tinha sido Rose. Apesar de há muito tempo não se darem como amigos, Albus conhecia os hábitos de Rose e um deles era que ela não usufruía do poder de monitora.

—A Rose? – perguntou só para confirmar. Mas ele sabia que só podia ser ela pois era a única prima dele que era monitora.

—Sim. – confirmou Scorpius – Ela encontrou-me na torre de Astronomia. Tirou-me pontos e disse que se eu não regressasse à sala comunal me levaria à diretora.

—Não esperava por essa.

—Nem eu. A tua prima quis experimentar como é tirar pontos a alguém. Quis ser normal uma vez na vida. – disse Scorpius levantando-se – Agora vamos dormir.

Seguiram para o dormitório que partilhavam com mais três pessoas do sexto ano para descansaram pois no dia seguinte começava um novo ano de aulas.

—----//-----

Eram sete horas e Rose já estava acordada. Desde que começara Hogwarts, acordar cedo tinha sido um hábito adquirido por ela.

Arranjou-se e seguiu para o Salão Principal para tomar o pequeno-almoço.

Àquela hora ainda se viam poucos alunos. As aulas começam apenas às nove horas e quase todos os alunos aproveitavam para dormir o máximo que podiam. Já Rose preferia sempre acordar mais cedo, também, para não apanhar a grande confusão que se fazia no Salão Principal nas horas das refeições.

Já perto das nove horas, Rose dirigiu-se ao sexto andar onde iria ter a sua primeira aula de Runas Antigas.

Como já se encontravam no sexto ano, todos as disciplinas que tinham eram opcionais dentro daquelas que podiam escolher. Até o quinto ano, em cada aula, estavam alunos de duas casas diferentes. Mas agora todos os alunos das diferentes casas estavam misturados.

A professora Wikilson chegou e todos os alunos entraram para assim começar a aula.

—Bom dia. Hoje começaremos por ver pedras com letras do alfabeto rúnico. Depois irão fazer um trabalho, em duplas, sobre este tema. – anunciou a professora – O vosso par é aquele que está sentado ao vosso lado.

Rose estava sozinha na carteira. Para ela era um alívio fazer o trabalho sozinha. Ela não tinha confiança suficiente noutra pessoa para fazer um trabalho com ela. Muita gente podia achar que ela se achava melhor que os outros para fazer o trabalho com alguém mas não era isso. Ela simplesmente achava que era preciso existir alguma confiança para fazer um trabalho com alguém. O que Rose não contava é que havia um aluno que estava atrasado.

—Desculpe o atraso, professora.

—Chegou mesmo na hora, Potter. Sente-se ao lado da senhorita Weasley. – indicou a professora Wikilson.

Rose sentiu-se incomodada. Ela não queria fazer o trabalho com o primo. Já Albus, depois de descobrir que tinha de fazer um trabalho com Rose, viu nele uma oportunidade para se tentar aproximar mais uma vez da prima. Ele nunca percebeu o porquê do afastamento de Rose no primeiro ano. Eles sempre foram melhores amigos mas desde que entraram em Hogwarts isso deixara de acontecer. Várias foram as tentativas, pela parte dele, para se aproximar de Rose. Mas ela nunca deixara. Ela simplesmente fechou-se para ele.

A aula terminou e Rose preparava-se para sair pois teria aula de Poções.

—Rose. – chamou Albus. Rose voltou-se para ele. – Temos de combinar uma hora para fazer o trabalho.

—Hoje ao fim do dia na biblioteca. – respondeu Rose e saiu sem que Albus pudesse dizer alguma coisa.

Rose seguiu então para as masmorras. Rose reparou que Albus também teria Poções. Mas desta vez não estava sozinho. Com ele estava Scorpius Malfoy. Como já era normal, Albus e Scorpius sentaram-se no fundo da sala, ao lado um do outro, e Rose na frente.

Para infelicidade de Rose, também Diana Anderson, tinha Poções. A loira e a ruiva sempre tiveram uma rivalidade. Ninguém sabia o porquê, na realidade nem Rose sabia, mas Diana sempre teve como ódio de estimação Rose.

O resto do dia passou normalmente. Antes de se encaminhar para a biblioteca, Rose resolveu fazer os trabalhos que tinha de outras disciplinas. Assim, escolheu o Salão Principal para se concentrar.

Quando não era a hora das refeições, o Salão Principal servia com local de estudo. Muitos alunos preferiam ir para ali fazer os seus trabalhos do que para a biblioteca.

Rose estava tão concentrada que não reparou que James se juntou a ela.

—Olá priminha. – cumprimentou James assustando Rose.

—Ai Sirius. – reclamou Rose.

—Também não sou assim tão feio. – Rose apenas riu do comentário do primo.

James pegou no seu caderno de Encantamentos e na sua pena e começou o trabalho que tinha para fazer. Essa atitude chamou a atenção de Rose pois não esperava que ele estivesse ali com ela. Movida pela curiosidade Rose perguntou-lhe o porquê de não estar com Fred.

—Quem te ouvir parece que me queres ver pelas costas. – brincou James. Rose corou de vergonha com o comentário que o primo fez. De todo o queria ver pelas costas porque, pelo que parecia, ele era o seu único amigo. Ela simplesmente estranhou o ato dele.

—Desculpa Sirius. – pediu Rose baixinho.

—Ei Rose, eu estava a brincar. Tu tens de parar de achar que as pessoas não querem passar tempo contigo.

—Eu sei. Eu só não estou habituada.

—Não percebi.

—Não é nada. – Rose pegou nas suas coisas para ir embora mas foi impedida por James.

—Rose, eu não sei o porquê dessas tuas reações e espero, sinceramente, que um dia confies em mim o suficiente para contar. Mas ouve o que eu te digo. Eu sou teu amigo. – finalizou James dando um abraço em Rose que, relutantemente, retribuiu. A sua mãe tinha razão. Era bom sentir que tinha amigos.

Ao longe, Albus observava aquela cena, espantado. Não tinha noção que o seu irmão e Rose eram tão chegados. E aquilo o intrigava ainda mais. Não percebi porque Rose falava normalmente com James e com ele simplesmente fugia. Mas faria de tudo para descobrir.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Gostaria muito de saber a vossa opinião e por isso espero encontrar-vos nos comentáros :)



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