A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)

PS: comboio=trem



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5 anos depois

Mais um primeiro de Setembro chegara. Mais um ano se iniciaria. E, mais uma vez, a confusão estava instalada na casa de Hermione e Ron Weasley. Hugo tinha-se atrasado, mais uma vez, na preparação da mala e agora estavam todos stressados com a possibilidade de não conseguirem apanhar o comboio para Hogwarts. Rose já se encontrava na entrada de casa à espera do resto da família. Já era regra todos estes atrasados acontecerem, desde que Hugo ingressou Hogwarts, que ela já nem ligava. Sabia que no fim chegariam a tempo.

Já acomodados no carro, a família Weasley seguiu para a estação de King Cross. Como já era costume, a estação naquele dia estava lotada. Famílias caminhavam de um lado para o outro para não perder os comboios. Mas naquele dia em especial havia famílias a levar os seus filhos para que eles ingressassem no seu primeiro dia de aulas.

Caminharam lado a lado até à coluna entre a plataforma nove e a plataforma dez. Primeiro passou Rose, depois Hugo e por fim o casal, Hermione e Ron.

Acabaram por encontrar, como já era costume, a família Potter.

—Bom dia família. – cumprimentou James Sirius sorridente.

Todos se cumprimentaram para logo a seguir se despedirem. James, Lily e Hugo foram os primeiros a embarcar deixando Rose e Albus para o fim.

Hermione dava as últimas indicações a Rose assim como Ginny Potter dava a Albus.

—Querida, tu sabes que eu fiquei muito feliz e orgulhosa pelas tuas notas nos Níveis Puxados de Feitiçaria. – comentou Hermione. A sua mãe já lhe tinha dito aquilo mas voltar a ouvir que ela estava orgulhosa fez Rose sorrir – Mas existe vida para além dos estudos.

—Mãe… - Rose tentou interrompê-la mas Hermione não deixou.

—Rose ouve-me, eu sei do que estou a falar. Se naquele dia de Halloween aquele troll não tivesse aparecido, eu não sei se algum dia arranjaria amigos. Eu tinha onze anos e a minha única fixação eram os estudos. Mais nada. – Hermione respirou fundo e continuou – Eu só quero o teu bem.

—Eu sei mãe. – Rose abraçou a mãe – Eu vou tentar. Agora tenho de ir se não perco o comboio. Amo-te muito.

—Eu também te amo. Boa viagem Rose. – respondeu Hermione. Deram um último abraço.

Rose reparou que Albus estava à sua espera. Relutantemente, aproximou-se dele para seguirem para o interior do comboio. Permaneceram em silêncio durante todo o caminho.

Antigamente, Rose e Albus eram os melhores amigos. Mas desde o primeiro ano em Hogwarts, quando Rose foi para a Ravenclaw e Albus para a Gryffindor, tudo mudou. Eles passaram de melhores amigos a amigos. Depois passaram de amigos a conhecidos. Albus nunca entendera esta mudança. Albus sempre considerou Rose a sua melhor amiga. Mas ela simplesmente tinha-se fechado.

Rose abriu a porta do compartimento onde habitualmente os Weasley’s e os Potter’s ficavam. Estava completamente lotado. Na totalidade estavam nove pessoas no compartimento. Fred, Roxanne, James, Lily, Hugo, Dominique, Louis, Molly e por fim Lucy, que iria começar Hogwarts naquele ano.

Rose e Albus entraram e acabaram por se sentar um ao lado do outro.

Rose pegou num livro que tinha na mochila e começou a lê-lo. Várias vezes releu um mesmo parágrafo mas era impossível ler alguma coisa no meio daquela algazarra. Assim, Rose saiu do compartimento sem ninguém lhe fazer perguntas.

Antes de procurar um compartimento mais vazio, Rose foi trocar de roupa.

Com o uniforme já vestido e o crachá de monitora perfeitamente alinhado, Rose procurou por um compartimento para que enfim pudesse ler o seu livro em paz. Acabou por encontrar um no fundo do comboio. Acomodou-se e começou, finalmente, a ler o seu livro.

Rose estava tão entretida que se assustou quando James Sirius entrou de rompante no compartimento.

—Rose, finalmente encontrei-te! – exclamou James sentando-se em seguida. – Se não te importares, vou ficar aqui contigo.

—Tudo bem. – respondeu Rose voltando a sua atenção ao seu livro.

Rose reparou que James a encarava e ela já sabia que ele queria falar alguma coisa. Desde pequenos que Rose e James têm uma relação estranha. Ela nunca percebeu porquê mas quando James tinha algum problema ou queria falar sobre alguma coisa, ele sempre procurava Rose.

—Fala de uma vez Sirius. – disse Rose e James logo se animou por ter o aval da prima para que o silêncio fosse quebrado. Ele não queria estar ali em completo silêncio até o final da viagem. Ele não aguentaria.

—Não tenho nada para falar. Mas podíamos jogar alguma coisa.

—Sirius, eu conheço-te. Tu só vens ter comigo quando tens algum problema ou queres fugir de alguma coisa. – respondeu Rose.

O sorriso de James desapareceu. Aos olhos de Rose poderia não parecer mas ele via nela uma amiga. Provavelmente a única mulher amiga que tinha.

—Não digas isso, não é verdade. – James levantou-se e sentou-se ao lado de Rose. Segurou nas mãos dela e prosseguiu – Podes não acreditar mas eu considero-te minha amiga. Tu és aquela pessoa que me ouve, que me apoia. Às vezes podes não dizer nada mas o simples facto de ouvires todas as baboseiras que eu digo significa muito para mim.

Rose não conseguia acreditar no que ouvia. Havia alguém que a considerava como amiga, algo completamente improvável na sua visão. Visto de fora, poderiam considerá-la inocente por acreditar naquelas simples palavras mas ela queria acreditar. Porque numa coisa a sua mãe tinha razão, todas as pessoas precisam de amigos verdadeiros.

Num impulso, altamente improvável para Rose, ela abraçou James. James retribuiu o abraço dado pela prima. Ele sabia o quanto sensível e fechada Rose era e considerava aquele abraço que lhe dava um grande avanço.

A porta do compartimento foi aberta bruscamente chamando a atenção de Rose e James. Ambos olharam para a entrada onde se encontrava Dominique.

—Desculpem interromper. – disse Dominique – Eu vou indo. – Dominique saiu sem deixar qualquer hipótese de explicação.

Rose inicialmente não entendera aquela reação de Dominique mas uma simples memória de um dia na Toca fez com que ela ligasse todas as peças.

—Devias ir atrás dela. – disse Rose.

—O que…

—Eu vi-vos naquele dia na Toca. É escusado negares. – respondeu Rose antes que James terminasse a pergunta. – Vai atrás dela. – insistiu Rose.

James ficou na indecisão de ir atrás de Dominique ou ficar com Rose. Ele não sabia o que fazer. Mas a pequena lembrança do que ouviu no dia seguinte, travou-o. O seu orgulho não lhe permitia que ele fosse atrás de Dominique.

—Não vou. – disse James convicto.

—Porquê Sirius?

—Tu viste o que se passou mas não sabes o que se passou depois. – James pausou e preparou-se para contar o que se passou – Naquele dia, eu e a Dominique estávamos nos jardins da Toca e como viste acabamo-nos por beijar. Eu pensei que as coisas estavam bem encaminhadas para algo mais sério. – encarou seriamente Rose e continuou – Rose, tu nunca me ouviste falar de relacionamentos sérios. Tu sabes como eu sou. Mas com a Dominique é sério, apesar de sermos primos. Pronto, eu pensei que estava tudo encaminhado. Isso até no dia seguinte ouvir uma conversa entre ela e Victoire onde ela dizia que tinha aceitado um convite para um encontro com o Finnigan. Eu nunca me rebaixei por causa de uma mulher e não é agora que isso vai acontecer.

Rose não sabia o que dizer. Ela tinha visto o que tinha acontecido naquele dia na Toca mas nunca pensou que Sirius gostasse realmente de Dominique. Aliás, era muito difícil de acreditar que Sirius gostasse de alguma mulher de verdade.

—Nunca pensei ouvir-te dizeres uma coisa dessa. – confessou Rose.

—O quê?

—Que gostas verdadeiramente de alguém.

—Eu não disse que gostava verdadeiramente de alguém, Rose.

—Sirius não disseste exatamente com essas palavras mas disseste. Não tentes enganar-te.

James ia protestar mas notou que o comboio tinha parado. Tinham chegado a Hogwarts. James levantou-se e foi seguido por Rose para fora do comboio. Lá encontraram os primos, exceto Albus e Lucy, e acabaram por ir todos juntos na carruagem para o castelo.

Chegados a Hogwarts, dirigiram-se para o Salão Principal para que fosse iniciada mais uma Seleção e mais um banquete.

A única pessoa conhecida por Rose à espera de ser selecionada era Lucy, sua prima. Como era de esperar, Lucy seria das últimas a ser selecionadas.

—Weasley, Lucy. – chamou o professor Longbottom.

Lucy aproximou-se para que então fosse conhecida a sua casa.

—Slytherin. – anunciou o Chapéu Selecionador.

Todo o salão ficou em silêncio com a decisão do Chapéu. Já Rose não ficou assim tão surpreendida. Apesar de não falar muito com a prima, Rose conhecia o seu jeito. A personalidade dela era idêntica à de Louis. E Louis no ano anterior também tinha sido selecionado para a Slytherin. Além disso, eles eram melhores amigos. Poderia não acontecer ficarem na mesma casa, como aconteceu com ela e Albus há alguns anos atrás. Mas ela observava-os na Toca. Eles eram muito parecidos.

Após a seleção e o banquete, os alunos seguiram para os seus Salões Comunais. Como Rose era monitora, ela estava encarregue de guiar os alunos de primeiro ano, que foram selecionados para a Ravenclaw, até ao seu Salão Comunal.

Rose encaminhou os alunos para os seus quartos e depois voltou a descer até à sala. Ainda teria que fazer a ronda. Apesar de as aulas começarem no dia seguinte, as funções dos monitores começariam no dia em que chegavam ao castelo.

Além de Rose existiam mais três monitores do sexto ano. Albus, Alice e Diana. Segundo as regras, eles teriam que fazer as rondas em duplas e a dupla que calhara a Rose no ano anterior foi Diana Anderson, da Slytherin. Elas não se suportavam então decidiram que fariam as rondas em separado.

Rose seguiu pelos corredores do castelo com um caminho já traçado, a torre de Astronomia. Desde o primeiro ano que Rose ia para a torre de Astronomia, era o seu refúgio. Naquele ano não seria diferente. Ela sabia que muitos alunos quebravam as regras do toque de recolher, ela fora uma dessas pessoas, por isso não ligava muito a essas coisas da ronda. Aliás, isso era uma desculpa de conseguir ir para a torre de Astronomia sem quebrar a regras.

Estava quase a chegar. Até já se notava a claridade que a lua emitia naquela noite. Mas algo a fez travar. Algo não, alguém. Rose conseguia ver uma sombra, sinal que mais alguém estava naquela torre. Aproximou-se para ver quem era e quando conseguiu não queria acreditar em quem é que ali estava. Era Scorpius Malfoy.


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Notas finais do capítulo

E agora? O que irá fazer Rose?
Não deixem de comentar :)