Você nunca estará sozinha. escrita por Daniela Lourenzo


Capítulo 17
Conhecendo um desconhecido


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Tudo bom com vocês?



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Pov Sky

—Não entendi nada até agora... 

Estávamos sentados no sofá há não sei quantas horas por ter assistido a série toda em apenas um dia e Dallas não conseguia passar um minuto calado sem encher o meu saco!

—Dallas, pelo amor de Deus! - reclamo esfregando os olhos

—Que é? 

—Cala a boca! Como você consegue falar tanto sem ter pelo menos uma falta de ar?

Eu sei que prometi não ser grossa, mas eu não sei lidar com pessoas muito agitadas e que gostam de falar! Bom, Dallas é totalmente uma dessas pessoas! Não sei lidar mesmo.

—Desculpe, eu sou assim mesmo

—Percebe-se! - falo sorrindo

—Sabia que quando você sorri teu rosto fica muito mais bonito?

Pergunta segurando em meu queixo. Olho para as suas mãos e afasto-as do meu rosto lentamente enquanto coloco um sorriso travesso nos lábios.

—Ah é? 

—Sim.

— Sabia que o dono desse rosto disse a mesma coisa?

Ele para de sorrir e me encara. Senta com uma postura pra lá de esquisita e coloca as mãos entre as pernas

—Não entendi a última parte...

—Nada não!

Levanto do sofá e vou em direção as escadas para tomar um banho

—Eu primeiro! 

Ele levanta do sofá e me joga contra a parede enquanto corre escada a cima.

Sim, eu sabia que ele ia fazer isso, apenas queria um momentinho livre para conseguir pegar o bilhete que o garoto deixou em minhas mãos mais cedo. Dou mais uma olhada na escada para garantir que ele foi mesmo ao banheiro e que não está me espiando pela janela. 

—Dallas? 

Grito baixinho. Sem resposta. 

Vou até o vaso da planta e agacho ao chegar perto. Tiro o bilhete e esfrego um pouco o papel para tirar o amassado e a poeira por causa do tempo que a gente não passa um paninho ali.

Cheiro de cigarro. Torço os lábios e abro o bilhete lendo num sussurro:

'' Oi raio de sol, tudo bom? Espero que sim! 

Como está o seu amiguinho? Sinto muito por ter acertado ele naquele dia, mas eu avisei que deveria manter o bico fechado, não foi? Bom, como pudemos observar a senhorita não cumpriu o trato e sinto muito, mas eu cumpro com a minha palavra. Fique atenta!  Quanto ao seu pai... homenzinho esperto, né? Fugiu de mim! Mas fique sabendo que meus homens estão vasculhando o local e vamos encontrá-lo! Nem que para isso eu precise colocar uma recompensa por ele por todas as cidades deste país! Mais uma vez, fique esperta! hahaha''

Nesse momento sinto minhas pernas tremerem. Droga, pai! O que você fez para esse homem? Para onde diabos você foi? 

Dobro a carta e coloco no bolso do short. Vou até o meu quarto e pego uma caixa que fica escondida embaixo do piso de madeira por baixo da minha cama. Quando pequena ganhei uma caixinha com chave da minha vó onde ela mesma dizia guardar um bom dinheiro para emergência. Desde então eu venho guardando cada centavo que eu ganho.

Conto as cédulas e moedas rapidamente. Não quero que Dallas me veja agachada com dinheiro na mão e pergunte o que eu estou fazendo. 

—3000,00

Termino de contar o dinheiro e dou um suspiro de alívio. Tiro o valor que meu pai devia para Paul e guardo a caixa no mesmo lugar, sem esquecer de trancá-la, claro. Coloco o dinheiro enrolado com um elástico dentro de uma meia e pego o meu celular. Vou até o andar de baixo e ligo para o número que mandou mensagem para mim na semana passada. E eu tenho certeza que o dono é ninguém mais, ninguém menos que Paul Cavalcantti!

 

O celular disca algumas vezes até que uma voz rouca fala sem ao menos esperar que eu diga algo:

—Quem é que está falando?

—Boa noite, gostaria de falar com Paul Cavalcantti!

—Nunca nem vi. Quem é que tá falando?

—Recebi uma mensagem hoje. Garanto que ele sabe quem está na linha.

Não sei de onde eu tiro tanta coragem e ousadia para falar assim com um homem que provavelmente quer me matar! Talvez o medo desperte tanta adrenalina no meu corpo que eu acabo agindo sem pensar e as consequências dos meus atos eu vejo depois!

—Hum... Um momento

Começo a ouvir gritos e palavrões do outro lado da linha. Dallas desce as escadas e olha para mim com uma sobrancelha arqueada.

—O que tá fazendo? - pergunta

—Sh... - falo com o dedo nos lábios

—Ok. Tô indo comprar um lanche, o que quer? - pergunta

—Passa na subway pra mim, por favor! Tu sabe, a promoção!

—Dois pelo preço de um? Fechado!

Ele dá um beijo em minha bochecha e bate a porta.

Foco minha atenção ao celular e percebo alguém assobiando na linha.

— Desculpe, Paul? 

Pergunto. Ouço uma risadinha e em seguida uma voz grossa e pesada:

—Pois não, meu céuzinho?

—Para de piada. Estou com o dinheiro.

—Hum... vai assumir o erro do papai? - pergunta num tom irônico

—Então, como posso entregar o valor?

—Encontre-me na rua ipupiara, às 20:00 hoje mesmo. 

—Hoje?! Não. Hoje não. 

—Você que sabe

Sinto sua voz ficando longe e chamo-o antes que desligue o telefone

—Não, não! 

— Oi? falou comigo?

—Encontro você Às 23:00... Dallas não precisa saber sobre isso - falo suspirando

—Boa menina... Até lá! Ah, se levar policiais eu estouro sua cabeça antes mesmo deles mandarem eu levantar as mãos.

—Ok... entendi... - engulo em seco

Ele desliga o telefone e eu caio de joelhos no chão. Respira, Respira! 

Resolvo sair um pouco de casa e ir até Dallas. A rua está movimentada e o clima está bem frio! 

—Ter colocado um moletom seria a melhor coisa! - falo baixo

—Concordo! 

Ouço uma voz desconhecida atrás de mim e eu pulo com o susto.

—Ai! Quem é você?

Era um rapaz bem branquinho, seus olhos eram castanhos bem escuros e era muito mais alto que eu. Ele sorri e... meu Deus que sorriso! 

—Quer dizer, eu conheço você? -Pergunto tímida

—Olá, meu nome é Noah, prazer! Você é?

—Sky! 

Ele pega minha mão e dá um beijo em meu rosto.

—É... hum... - olho para o lado

—É um costume da minha família! - ele fala sorrindo

—Ah, tudo bem... Você é novo aqui?

—Sou sim! Meu pai foi transferido tem alguns dias, tu é daqui?

—Sou! Da gema, podemos dizer... - falo rindo e ele me acompanha

—Atrapalho?

Ouço uma voz ao pé do meu ouvido e viro sabendo quem era o dono. Dallas.

—Olá, tudo bom? - pergunta Noah

—Tranquilo e contigo? - responde

—Tudo bem. - ele coloca as mãos nos bolsos

—Então...

Ele me encara esperando que eu fale alguma coisa e eu apenas dou um sorriso meio sem graça

—Dallas, tudo bom?

—Sky...

—Estava indo até você quando acabei tombando com o Noah! Ele é novo aqui... - cruzo os braços

—Entendi... foi um prazer Noah, vamos,Sky?

Ele pergunta olhando seriamente em meus olhos.

—Claro... Até mais Noah! Nos batemos por aí! - fao sorrindo

—Até moça! 

Ele sorri e me dá um abraço. Aperta a mão de Dallas e sai com seus fones no ouvido cantarolando uma música qualquer.

Olho para Dallas e vejo ele acompanhando Noah com os olhos cerrados.

—Você é muito mau educado! - falo empurrando seu ombro

— O que? E ele que tava dando em cima de você?!

—Ele só estava sendo gentil! Ouviu falar em gentileza?

—Eu? E por acaso você conhece essa palavra desde quando?

Encaro ele com uma vontade enorme de socar o seu rosto. Porém respiro fundo e apenas pego a sacola com meu sanduíche.

—Obrigada. - falo e me retiro indo em direção a minha casa

—Sky! - Ouço me chamar 

Apenas tiro o sanduíche da sacola e vou comendo com os fones no ouvido.

 


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