Lá E De Volta Outra Vez escrita por Pacheca


Capítulo 7
Acabando Com Problemas


Notas iniciais do capítulo

Eu tentei postar ontem, mas o computador não quis ajudar e eu acabei atrasando .q Logo mais pretendo aprofundar sobre o Viktor :3 Bjs e boa leitura < 3



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Tive que parar de procurar para assistir às aulas, mas não almocei. E funcionou bem. Com todos os alunos agrupados no refeitório, ficou bem mais fácil localizar a chave. Ela estava escondida entre arbustos no jardim.

Olhei ao redor. Minha cabeça ia acabar me pondo numa bagunça imensa, mas Nathaniel nãoia me deixar fazer aquilo. Aproveitei os corredores vazios e fui checar se a diretora estava na sala. Ela conversava com o cachorro, enchendo-o de mimos. Não sei se a escola permitia animais, mas era melhor para mim ela se distrair.

Com a chave presa dentro do meu punho fechado, corri até a sala dos professores, vazia, e entrei. Tinha que ter algum vestígio do roubo ali. Olhei ao lado da cafeteira, no armário de arquivos...

— Achei. – Levantei a pulseira azul esverdeada, fechando a gaveta que eu abrira. Hora de ir embora. Assim que me virei dei de cara com a senhora Shermansky.

— Posso saber o que faz aqui?

— Oh, eu vim...

— Eu a mandei, senhora. Pedi para ela buscar algo no meu armário, mas acho que ela não encontrou. Pode ir, obrigada. – O professor novo, Faraize, entrou no exato momento.

— Com licença. – Ele deu um sorriso fraco quando sai da sala. Soltei o ar, aliviada. Pelo menos eu não tinha arrumado problemas. Corri para a sala assim que ouvi o sinal tocar.

Nathaniel me perguntou porque não almocei e eu falei que tinha encontrado a chave. Ele ficou feliz e voltou a prestar atenção na aula. Fiz o mesmo. Parte da minha concentração estava na pulseira em meu bolso, mas ainda assim anotei tudo e fiz meu exercício.

— Então, e a chave?

— Deixei na sala dos professores, com a diretora. – Ele estranhou, então expliquei. – Eu entrei lá.

— Anna, você enlouqueceu?

— Um pouco. Faraize acabou me ajudando, não sei porquê. – Peguei a pulseira no bolso e mostrei para ele. – Alguma ideia de quem seja a dona?

— Na verdade, tenho. – Ele pegou o acessório e o estudou de perto, suspirando. – Ambre.

— É da sua irmã? Não pode... – Não sei porque fiquei tão surpresa, a irmã dele já tinha se provado uma cobra criada. – Esquece, já acreditei.

— Poderia tentar encontrar as benditas provas? Preciso falar com ela.

— Claro. – Concordei, vendo-o se afastar. Ele parecia, no mínimo, decepcionado. Também estaria se minha irmã tivesse me jogado na fogueira para benefício próprio.

Sentia-me mal por Nathaniel, mas fui atrás das tais provas. Tinham que estar em algum lugar. Talvez até no jardim mesmo. Descruzei meus braços e fui procurar o envelope.

Não encontrei as provas no jardim, mas encontrei Lysandre. E com a maior cara de preocupação. Chegava a ser divertido. Batia as mãos por cima do casaco que usava, como se procurasse algo. E só parou quando me viu.

— Hum, eu perdi o bloco de notas. De novo.

— Quer que eu ajude a procurar?

— Não precisa, eu só...

— Não se preocupe, estou no dia de procurar objetos importantes. Chaves, bloquinhos, tudo. – Ele riu, meio sem graça. – E eu já sei qual a aparência, logo...Não me custa.

— Bom, continuou procurando também. Obrigado. – Concordei e fui atrás das provas, de novo.

Eu estava a ponto de desistir das provas, quando subi as escadas e as avistei. Em cima do armário. Apoiada na mureta da escada, me estiquei e peguei o envelope, ainda lacrado. Ambre nem conseguira ler nada. E nem ia. Desci as escadas e fui atrás de Nathaniel.

Antes de encontrá-lo, vi o bloquinho de notas. Ri. Lysandre devia ter deixado na sala e nem percebeu. Coloquei na minha mochila e fui até o grêmio. Nathaniel estava de cara fechada, olhando pela janela.

— Toc toc. – Parei ao seu lado e estendi o envelope. Ele sorriu fraco, agradecendo. – O que foi?

— Ela assumiu sem pestanejar. Ela realmente não fez nem questão de negar. Nem isso.

— Você imaginava, não é?

— Já. Enfim, o importante é que ela não leu nenhuma questão. E que vai ser punida.

— Falou com a diretora?

— Eu cansei de passar a mão na cabeça da minha irmã. Alguma hora ela vai ter que crescer e aprender que o mundo não gira ao redor dela. Bom, obrigado.

— Está agindo certo. Está sendo um bom irmão.

— Espero que sim. Vou devolver isso.

— Tenho que fazer uma devolução também. Até. – Deixei ele sair antes de mim, voltando para o jardim. Lysandre ainda estava lá, revirando sua mochila. Estendi o bloquinho, limpando a garganta. Ele ergueu os olhos diferentes e sorriu.

— Estava na sala.

— Eu devia imaginar. Obrigado. – Ele se sentou. – Aliás, você não chegou a ler, sim?

— Não. Quero dizer, não é meu.

— Bom, verdade, não se deve mexer em coisas alheias.

— Relaxa, eu não faria isso, nem se você fosse meu amigo de longa data.

— Obrigado, me deixa mais tranquilo.

— Agora, confesso que fico curiosa.

— Não tem muito aqui. De verdade.

— Só ideias para músicas?

— Também. Eu escrevo as letras, não seria bom deixar ideias de lado.

— Funciona bem. Bom, eu vou embora. Até mais.

Ele acenou em despedida, abrindo numa página em branco. Voltei para o interior da escola, cansada. Ainda tinha o treino de boxe. Fui deixar o material no armário, colocando meus fones.

— Você. – Era a voz de Ambre. Me virei, pensando o que ela podia querer comigo. – Você tem noção do que fez?

— Descobri seu roubo? Olha, Ambre, eu já teria largado da escola e ia me dedicar ao meu ofício à essa altura. Já deu na cara que com um pouco de treino você será uma ótima ladra.

— Por culpa sua e do imbecil do meu irmão eu tomei uma suspensão.

— Culpa minha seu narigão, quem roubou as provas não fui eu. Aqui se faz, aqui se paga.

— Cala a boca, vagabunda. – Ambre ergueu a mão com os cinco dedos estendidos, pronta para acertá-los na minha cara. Eu ia revidar, claro, mas nem precisei.

— Cala a boca você, Ambre. – Nathaniel agarrou a mão da irmã e a puxou. – Chega de agir feito criança.

— Solta meu braço. Agora. Papai não vai gostar disso, Nathaniel.

— Nem eu gostei agora. E eu estou te impedindo porque eu sei que a Anna tem capacidade de deixar seu rosto irreconhecível.

Ela se soltou do aperto do irmão e, me lançando um último olhar cortante, foi embora. Nathaniel respirou fundo e se virou para pedir desculpa, mas eu o interrompi.

— Não é seu dever, mas obrigada. Detestaria ter que encher sua irmã de porrada.

— É, ok. Realmente, não sei o que deu nela.

— Esquece isso. Passou. Mudando de assunto, você quer ir comigo treinar?

— Vou, deixa eu só pegar minha mochila. – Ele falou. Seria bom para ele dar uma descarregada de emoções. Assim que ele pegou a mochila, caminhamos até a academia.

Naquele horário, o lugar normalmente estava vazio. Era o que eu gostava, na verdade. Eu tinha uma certa vergonha quanto ao meu corpo, e as roupas que eu usava no treino não me ajudavam. O short até não me incomodava, mas eu só usava um top e digamos só que eu era levemente avantajada quanto ao busto. O que eu menos queria era estranhos me encarando enquanto pulava corda.

— Vamos logo. – Nathaniel reclamou, já de bermuda e camiseta. Nos ajudamos com os alongamentos e o aquecimento, vinte minutos de corda. Calcei as luvas e subi pro ringue.

— Pronto? – Ele concordou, entrando em posição.

Lutamos por quase uma hora seguida. Apesar de Nathaniel ser mais forte que eu, eu levava vantagem na velocidade. Menos massa corporal para movimentar. Era por isso que estávamos equilibrados em combate.

Eu tinha ganhado duas, quando perdi o equilíbrio com um chute e ele me derrubou. Primeira derrota. Ele deu um sorriso triunfante e me ajudou a ficar de pé.

— Boa. Quer água?

— Claro. Ai. – Esperei ele me ajudar a ficar de pé, sentindo as pernas fracas e uma gota de suor escorrendo por minhas costas. – Melhor?

— Oi? Ah, é, estou. Acho que distribuir uns socos por ai sempre é bom. – Ele riu, enchendo a garrafa d’água. Coloquei as mãos na cintura e esperei minha vez.

— Normalmente... Fico contente que esteja melhor.

— Fofa. – Ele riu e me deu um abraço, beijando o alto da minha cabeça. Quando a gente era criança, a proximidade era notada de outro jeito. A gente passava o dia junto brincando e sentindo o que o outro sentia. Agora aquele tipo de demonstração de afeto, com abraços e beijos não era incômodo. Não para mim.

— Eu sei. Bom, acho melhor eu voltar para casa. Você acabou comigo nessa última. – Comentei, limpando o suor da testa. Ele concordou, respirando fundo. – Vou trocar essa roupa.

— Vai lá, eu te acompanho até em casa.

Sentindo os músculos das coxas começando a arder, vesti a roupa de novo e peguei a mochila. Nathaniel saiu do vestiário e saiu comigo da academia, reclamando dos braços doloridos.

Ele me acompanhou até o portão. Até chamei ele para subir, mas ele achou melhor voltar para a escola e ver se a irmã dele não tinha aprontado mais nada. Acabei concordando e deixando ele ir.

Sozinha em casa, subi pro meu quarto, tomei o melhor banho da minha vida. Lavei o cabelo, deixei a água quente cair por um bom tempo nas coxas doloridas e, quando achei que já tinha passado quase meia hora debaixo do chuveiro, fechei a torneira.

O treino me derrubou. Deitada na cama, fiquei olhando a parede com a paisagem. Era tão reconfortante que eu quase dormi. Quase, porquê o telefone de casa tocou. Desci as escadas e fui atender.

— Ei, tia Ágatha. – Esfreguei os olhos, tentando ficar mais acesa. – Não, minha mãe não chegou ainda. Ela trabalha. É, aquele projeto do restaurante.

Um grande defeito da minha tia é que, mesmo se não fosse você quem ela procurava, ela conversaria meia hora no telefone, distraída. O assunto começou com uma das menininhas do hospital que tentou roubar a varinha de fada e ela foi obrigada a sumir com o bastão.

— Nossa, que chato. Acontece. – Não sei bem se ela notou que eu não estava ouvindo. Posso até ter respondido algo que não encaixava, mas ela continuava falando e falando sem parar. Peguei meu celular no bolso e mandei minha mãe ligar para a irmã, urgente.

“Aconteceu alguma coisa?” Ela respondeu o sms, quase de imediato. Respondi.

“Não, ela só não me deixa desligar.”

Sem resposta, continuei com o teatro de quem está ouvindo cada palavra dita e na verdade está com a cabeça nas nuvens. Nas nuvens não. No pedaço de pizza guardado na geladeira.

Minha mãe enfim me ajudou e ligou para minha tia. Desliguei o telefone e fui comer o tão sonhado pedaço de pizza.

Na manhã seguinte, eu acordei um pouco mais cedo que de costume. O sol ainda começava a nascer e deixava meu quarto com um tom acinzentado. Continuei deitada por mais alguns minutos, com o olhar perdido no porta retrato em cima da minha cômoda. Eu, Nathaniel e Viktor.

— Hoje não. – Me repreendi, afastando as cobertas e ficando de pé. Não era dia de ficar naquele humor de enterro. Fui trocar de roupa e arrumar minha mochila, um pouco desanimada.

— Bom dia, meu bem. – Minha mãe falou, servindo café para si mesma. Murmurei em resposta, pegando um pouco de suco de laranja para mim. Acho que minha mãe percebeu meu desânimo. – O que foi?

— Nada, só acordei meio desanimada. – Dei de ombros, tentando dar um sorriso. Ela ficou me olhando com os olhos amarelos, esperando a verdade. – Nada mesmo. E eu vou para a escola.

— Ok. Um beijo. – Ela me deu um abraço e foi tomar seu café. Eu deixei meu copo na pia e deixei o apartamento, na esperança de que a tristeza ficasse lá também.

Passei pelo pátio notando o rapaz diferente, mas não parei. Fui até meu armário e peguei meu material, ouvindo o soluço vindo da escada. Eu e minha curiosidade fomos checar o que era.

A menina sentada na escada era familiar. Eu já tinha a visto algumas vezes em sala de aula, com o cabelo branco escorrido até sua cintura. Normalmente eu ficava viajando olhando para as madeixas dela.

— Hum, licença. – Ela fungou e, sem controlar muito bem o choro, ficou me encarando. – Rosalya, certo? Tudo bem?

— É, é só...Não tem nada de bem, na verdade. Acabei de brigar com meu namorado.

— Seu namo...o cara com umas roupas bem deslocadas no tempo lá no pátio?

— Ele ainda está aqui?

— Acho que sim.

— Hum. – Vi a alegria no olhar dela sumir quando ela cruzou os braços. – Eu não vou até ele. Cansei de ser sempre eu a vir fazer as pazes.

— E se ele vier aqui?

— Ele não pode entrar assim na escola. Ai, que droga.

— E se a gente fizer assim. Você vai ao banheiro, lava esse rosto maravilhoso que você tem e não deixa ele inchar, enquanto eu vou até lá ver o que ele pode fazer.

— Faria isso? Digo, não precisa me ajudar.

— Só deixa comigo. Vou ser o cupido por um dia. – Sorri e ela acabou sorrindo também, secando o rosto com as mãos.

— Obrigada.

— Só volta aqui depois de lavar o rosto.

Ela concordou e veio comigo até o banheiro. Eu passei direto e fui para o pátio, caçando o tal menino. E ele continuava lá, esperando algum sinal da namorada.

— Hum, licença. – Ele me olhou, com os olhos tristes. – Prazer, Anna. Alguma chance de você ser o namorado da Rosalya?

— Sim, sou eu. Eu acho. Acabamos de brigar.

— É, eu vim por isso mesmo. – Ele me olhou confuso, esperando eu continuar. – Veja bem, ela parecia bem chateada por terem brigado e tal, mas parece que ela quer que você tome a iniciativa, entendeu?

— Eu imaginei. Ela acha que eu não gosto tanto assim dela. É só que eu não sou muito bom em falar, sabe?

— É, você parece caladinho. Eu sei como é não saber por o que sente em palavras, mas vale tentar, não? Ela está insegura nesse relacionamento.

— Eu realmente gosto muito dela, mas não sei o que falar. Eu falo que a amo, ela não acredita.

— A briga vai te ajudar, então. Digo, é a oportunidade perfeita para mostrar que você liga a ponto de sair da zona de conforto e ir atrás dela, né?

— Alguma sugestão?

— Bem, do que ela gosta...desculpa, seu nome?

— Desculpa. Sou Leigh. E ela gosta de moda, de música, de presentes...

— Poemas, flores, algo assim?

— Acho que entra em presentes.

— Ok. Que tal isso? Eu a convenço a vir até aqui daqui a pouco e você tenta conseguir alguma dessas coisas, hum? Assim você não entra na escola e ela não toma a iniciativa.

— Não sei. Sou péssimo escrevendo e as flores...

— Ok, eu arrumo um poema, você se ocupa com o buquê, pode ser? Tem até um jardim ali, flores incríveis, de vários jeitos.

— Tudo bem, se funcionar...

— Vai funcionar, você vai ver. Preciso de vinte minutos e volto. – Sorri, deixando-o e indo atrás de quem eu sabia que poderia me ajudar. Ou eu esperava assim.

— Lysandre. – Entrei na sala, ignorando alguns dos alunos que eu não conhecia e me encaravam por entrar na sala esbaforida. – Oi. Preciso de ajuda.

— Tudo bem?

— É, sim. É só que eu prometi que ia ajudar uma menina a reatar com o namorado e eu preciso de um poema. Só que eu sou muito ruim nisso. Tipo, muito.

— E você quer que eu escreva, é isso? – Concordei, vendo ele pegar uma caneta. Peguei uma folha do caderninho que eu carregava e o entreguei, vendo os desenhos de flores na lateral do papel. – Qual o nome dela?

— Rosalya.

— Rosa e meu irmão brigaram? – Ele levantou a cabeça, tirando a caneta da folha.

— Ele é seu irmão? Nossa.

— É. – Ele deu uma risadinha e voltou a escrever, sem uma pausa sequer. Como ele conseguia? Fiquei olhando, boba. – Pronto.

— Já? Posso ler? – Ele concordou, me entregando a folha. Li o poema em silêncio, chocada com a qualidade. – Caramba, isso ficou muito bom.

— Obrigado. Ficou simples, mas espero que sirva.

— Bom, eu adoraria receber isso, então acho que vai ser eficiente. Valeu, Lysandre, fico devendo uma.

— Não se preocupe, você já está ajudando meu irmão. Fico feliz em ver que você pensa nos outros. – Ele deu aquele sorriso fraco que eu estava me acostumando a receber. Sorri em resposta e agradeci de novo.

— Leigh. – Ele estava no meio do pátio, com um buquê de tulipas e um olhar nervoso. Estendi a folha com o poema e falei. – Vou buscá-la. Fique pronto.

Rosalya estava esperando na escadaria, como eu pedira. Ela brincava com um anel preso ao anelar, distraída. Tive que chamá-la para que notasse minha presença.

— Rosalya, eu te trouxe um recado.

— O que ele disse?

— Que está disposto a consertar tudo, mas precisa ser no pátio. – Vi ela cruzar os braços de novo e ponderar se devia ir ou não. – Vamos, Rosa, a atitude é dele.

— Acho que se eu for não vou estar tomando o primeiro passo, certo?

— Não, só está facilitando o lado dele. Olha, você o conhece melhor que eu, mas não me pareceu que ele pediria favores a uma estranha se não fosse sério.

— É, você tem razão. Ele está no pátio?

— Sim. Vem, eu te acompanho. – Sorri e estendi a mão para ela se apoiar e ficar de pé. Rosalya transbordava ansiedade. Lysandre veio atrás de mim quando me viu passando com Rosalya.

— Rosalya. – Leigh ficou de pé e estendeu o buquê, um pouco travado. Ela aceitou e pegou o poema em seguida, lendo. Leigh tentou falar, mas ela interrompeu.

— Pediu ajuda para seu irmão? – Não sei bem se aquilo foi bom ou não. A expressão dela parecia séria, mas não entendi se era irritação.

— Olha, sei que não fui eu quem escreveu, mas eu posso te prometer que cada palavra dessa reflete exatamente o que eu sinto por você. Rosa, eu sinto muito que eu seja assim travado, mas eu juro que passo meu dia todo pensando em você e no que eu posso fazer pra te deixar feliz e orgulhosa.

— Foi difícil dizer isso? – Ela ria, satisfeita. Meu nervosismo se desfez e eu sorri também.

— Eu te amo. – Ele sorriu e ficou esperando alguma resposta. Ela sorriu e foi dar um abraço no namorado.

— Te amo também. – Ela sorriu, passando os dedos por uma das pétalas da tulipa.

— Bom, eu deixo o casal feliz e sorridente e vou para minha sala. – Falei, colocando o cabelo por trás da orelha.

— Obrigado, Anna. – Leigh comentou, passando o braço ao redor dos ombros da namorada.

— Obrigada vocês. Eu precisava me distrair mesmo. – Comentei, dando de ombros. Realmente, a tristeza de mais cedo se dissolveu ao ver o casal junto de novo.

— Ok, eu vou voltar para a aula. Leigh, passo na loja mais tarde. – Lysandre comentou, ajeitando o casaco vitoriano que usava. Não sei como ele não passava calor, mas não comentei nada.

— E eu vou para a aula. Até mais. – Depois de me despedir, fui para a sala e fiquei esperando o sinal bater. Rosalya se sentou ao meu lado e sorriu para mim. Sorri de volta.

Os horários passavam até rápido, mas eu estava com fome e desatenta. Queria escrever algo bom e com velocidade, como Lysandre tinha feito. Não que eu quisesse ser melhor que ele, só queria ver se eu era tão competente quanto ele.

— Anna, eu queria agradecer, de novo. – Rosalya comentou antes de deixar a sala de aula e seu lugar ao meu lado. – E queria te dar uma recompensa. Tipo, eu costumava tirar fotos dos meninos do colégio e vender para outras meninas, mas ai minha câmera estragou e eu deixei um pouco de lado a carreira. Quer uma foto?

— Oh, estranho. Bem estranho, na verdade, mas tudo bem. Você tem de quem?

— Hum, Castiel, Lys-fofo, Nathaniel, até o menino do clube de jardinagem. – Não consegui segurar a risada. Ela parecia ser uma louca de carteirinha. – De todo jeito, algum de interesse? Todos?

— Não. Hum, na verdade, pode me dar tudo. – Ela riu e me deu o envelope pardo. Olhei ao redor antes de puxar as fotografias e ver. Nathaniel dormia sobre um livro no grêmio, parecendo um anjo. Nem dormindo ele ficava feio, que ódio. Castiel estava com o cabelo preto, mexendo no celular. Lysandre cantava com um microfone em mãos. E Jade estava cavando com uma pá.

— Se quiser encomendas... – Ela riu, pegando a bolsa. Fiquei de pé também e neguei com a cabeça.

— Não, já está bom. Obrigada. – Ri, indo junto dela para a próxima aula. Nunca achei que ficaria tão feliz em ajudar um casalzinho em crise. No final, eu tinha acabado de ganhar uma amiga.


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