Segredos de Sangue escrita por Amanda Santos


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Antes de tudo, queria agradecer aos primeiros comentários que recebi nessa história. E dizer que estou imensamente grata pelos elogios.

E bem, comentários tão bons merecem um capítulo à altura. Está curto, mas tudo tem um motivo :)



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– Então Alexandria, como vou ter certeza de que posso confiar em você? - perguntei.

Já era noite, estávamos rodando pela cidade procurando um lugar decente para comer. Ela não havia dito uma palavra desde que terminara de fazer o curativo em meu ombro e parecia bastante inquieta.

– Não vai ter, mas de qualquer forma eu não poderia lhe fazer mal nem que eu quisesse. - ela murmurou.

– Bom saber. - parei o carro na fila de um drive-thru qualquer. - Depois de comermos eu preciso ir a um...

Ela soltou um suspiro alto e se virou para mim, seus olhos faiscaram e ela me olhou com solidariedade.

– Ele está morto, Ian. Não adianta voltar na sua casa. Os Seletores matam todos que tentam impedi-los de testar um competidor de sangue. - ela tocou meu ombro e um choque elétrico percorreu meu corpo, ela recuou também sentindo a descarga. - Me desculpe.

– Tudo bem. - soltei um suspiro. - Eu só queria voltar lá, pegar algumas coisas e sei lá... Ver como as coisas estão...

– Saber se ainda a sua vida ainda é real. - ela completou.

Meu dia passou como um filme na minha cabeça, e realmente parecia um filme. Nada fazia sentido em toda aquela loucura, simplesmente não tinha lógica pessoas que eu nem ao menos conheço tentarem me matar e a todos que me cercam. E o que mais me intrigava era o papel de Alexandria nessa história toda.

Parei o carro na esquina da minha casa temendo que se eu fosse mais adiante não conseguiria as respostas que eu queria.

– Agora você vai me contar exatamente o que está acontecendo.

Ela olhou em volta e se virou para mim, estava fazendo aquela coisa de novo, me analisando, era provável que queria saber se eu não iria surtar ou algo do gênero.

– Eu não sou autorizada a falar muita coisa. - ela se remexeu no banco, estava desconfortável.

– Eu estou cansado desta coisa de segredo, eu nem sei porque você está aqui. - gritei.

– Eu estou aqui porquê você precisa de mim. - ela gritou. - Estou aqui porquê sou sua guardiã e como tal estou fadada a ser sua babá.

– Minha guardiã? - perguntei rindo.

– Todo competidor de sangue têm um guardião que o observa, o protege e o ajuda em suas missões. - enquanto falava seus olhos brilhavam com uma admiração quase solene. - É uma posição de honra, reservada àqueles que são puros e corajosos.

– Mas eu não sou um competidor de sangue e então eu não poderia ter uma guardiã. - falei com as palavras tropeçando em minha boca.

– Sua mãe era da linhagem Alfa, a mais longa e poderosa linhagem de competidores de sangue. Quando seu Chamado foi anunciado e ela recebeu permissão para vir ao mundo mortal, acabou encontrando seu pai e daí em diante é fácil deduzir o que aconteceu. - ela fez uma pausa, pensativa. - O Conselho descobriu que ela havia tido um filho e que ele já estava em idade de receber o Chamado por isso mandaram os assassinos.

– E você. - completei.

– Eu estou à sua procura a mais anos que você possa imaginar, mas foi um golpe de sorte eu ter encontrado você a tempo de avisá-lo.

Me lembrei por um momento de como aquela noite teria sido como qualquer outra se ela não tivesse me beijado, ou mesmo aparecido na minha vida. E mesmo assim aquelas 24 horas foram as mais intensas que eu já havia vivido. Poderia parecer loucura, mas era como se alguma coisa não se encaixasse na minha vida. Até agora.

– E o que fazemos agora? - perguntei temendo a resposta.

– Nos apresentamos ao Conselho e esperamos que estejam de bom humor. - ela suspirou irritada. - Sua mãe arrumou uma bela encrenca quando decidiu fugir e querendo ou não, você vai ser punido por isso.

Estacionei o carro a algumas quadras de casa e não sei bem o motivo, me assustei ao ver a porta da garagem aberta. Era como um sinal de que o tiroteio havia mesmo acontecido e de que meu pai e Sarah estavam mesmo mortos apesar das minhas preces silenciosas. Havia uma poeira leve encobrindo tudo, deixando a casa com a aparência de uma casa fantasma. Fui até meu quarto sem olhar em nada que pudesse prender minha atenção.

– Seja rápido, não pegue nada que não vá precisar e não se esqueça que ainda corremos perigo. - as palavras de Alexandria ecoaram na minha cabeça.

Ela decidira ficar no carro, como se não tivesse muito certa da minha reação quando entrasse em casa. Acho que no fundo ela ainda esperava que eu surtasse a qualquer momento, e para falar a verdade, eu também. Peguei algumas roupas e joguei-as de qualquer jeito numa sacola, deixando espaço para um bastão de luta japonesa que Sarah havia me dado de presente de aniversário adiantado. Minha mãe e meu pai me encaravam sorridentes, a foto havia sido tirada antes que eu nascesse e ainda assim meu pai era o mesmo, exceto pelo sorriso. Sarah tinha colocado a cópia da foto na minha cabeceira junto com uma nossa no parquinho quando eu tinha uns cinco anos. Peguei as duas e as joguei na sacola me apressando para sair dali o mais rápido possível.

– Onde vamos agora? - perguntei entrando no carro.

– Nós vamos para o Castelo de cristal.


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Notas finais do capítulo

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