After Midnight escrita por Mare


Capítulo 8
Not Finding




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Amaya acordou de seu sono para encontrar Blade encarando-a. Por um momento ela pensou que tudo que ele queria naquele momento era mata-la, mas uma tranquilidade tomou seu coração ao perceber que ele não tinha nenhuma arma nem tomou uma ação hostil. Ela o encarou de volta e assim ficaram por mais alguns minutos até ela finalmente falar.

–-Você é estranho. —Amaya disse sem se mexer na cama.

–-E você ronca enquanto dorme.—Blade respondeu se reclinando na cadeira. Amaya pulou da cama.

–-Não ronco não, você é que fica aí—Amaya mexeu suas mãos de um jeito sem sentido –Encarando pessoas como se fosse devorar elas.

–-Pronta pra aprender sobre o plano?—Blade disse enquanto dava aquele meio sorriso que Amaya estava começando a se acostumar, e que também a irritava até o fundo de sua alma.

–-Será que eu posso comer primeiro?—Amaya disse e rolou da cama para o frigobar e pegou algumas frutas e um suco.

–-Come enquanto eu explico.—Blade respondeu.

Amaya prestava atenção em cada rota de fuga e guardava tudo na cabeça. As direções a serem seguidas, as passagens por florestas, as entradas e saídas da base, a possível quantidade de agentes em cada corredor ou sala. Todas as informações iam parar no cérebro de Amaya e seriam lembradas mesmo depois de anos. Amaya aproveitou para prestar atenção em Blade.

Blade era perspicaz e ágil como Dorian, seu amado irmão. Ambos pareciam ter o mesmo gosto por planos sutis e para palavras complicadas. Dorian teria feito amizade com Blade, Amaya pensou. Talvez quando eles se encontrassem, Amaya poderia apresentá-los e enquanto conseguia passe livre para Blade, ele poderia compartilhar suas memórias com Dorian.

–-Entendi.—Amaya respondeu após ouvir por quase uma hora Blade explicar o plano.

–-Nada muito difícil, e você não vai precisar fazer muito esforço com o assunto de armas de fogo, eu cuido disso. Você fica responsável caso precise de luta corpo a corpo.

Amaya arrumou as coisas em silêncio enquanto Blade seguia em sua tarefa de apenas observa-la em silêncio. Ela guardou as armas na mochila dele e algumas comidas do frigobar na bolsa dela. Ela se agachou na cama e pegou uma pequena caixinha metálica.

–-Você sabe o que é isso?—Amaya levantou a mão e mostrou para Blade, que fez uma cara sarcástica e ao mesmo tempo incrédula.

–-Você tá brincando né?—Ele riu, mas parou ao perceber em como ela estava confusa.—É um aparelho de som, um mp3.

–-Sério? Eu nunca vi um desses assim de perto.—Ela disse brincando com ele na mão.

–-O que você fez nos últimos 10 anos?—Blade disse se levantando e pegando sua mochila.

–-Fui trancada em casa e passei por testes de aptidão para receber um super soro.—Amaya disse sem olhar para ele.

–-Você é bem estranha.—Blade disse abrindo a porta e empurrando ela para fora do quarto.

–-E você é um assassino de uma agência terrível, mas não saio falando isso toda hora.—Amaya respondeu e Blade revirou os olhos.

De entrar no carro e seguir a nova base, tudo foi um borrão aos olhos de Amaya, o tempo parecia ter perdido o sentido por alguns instantes e ela foi jogada em frente a base. Mas aquilo tudo parecia errado.

Começava pelos portões, nenhum guarda e as câmeras nem pareciam funcionar. O campo aberto que seguia em frente parecia vazio, nenhum agente de guarda ou treinamento sendo feito. O único som a ser ouvido era um ruído dentro do que parecia ser uma fábrica abandonada.

–-Tem certeza que é aqui?—Amaya disse se preparando para sair do carro.

–-Sim. São as coordenadas.—Blade disse checando seu celular e os papéis.

–-É normal vocês deixarem uma base assim? Sem agentes pra proteger?—Amaya disse enquanto pegava um revolver e colocava na cintura. Proteção nunca era o suficiente.

–-Não, mas talvez seja para não levantar suspeitas. De qualquer jeito, vamos entrar.—Ele disse posicionando armas em sua roupa.

Amaya saiu do carro logo depois de Blade, ela se manteve atrás dele como ele havia pedido. A entrada foi fácil demais assim como chegar na porta da base. Blade abriu silenciosamente a porta e antes que ele pudesse entrar, eles ouviram passos.

Logo depois, os tiros.

–-É uma armadilha, corre.—Blade disse e empurrou a garota em direção do carro.

–-NÃO, MEUS PAIS, MEU IRMÃO!—Amaya gritou e tentou correr para dentro da base, mas Blade a puxou firmemente pelo braço enquanto corria na direção do carro.

–-ELES NÃO ESTÃO LÁ, JÁ FORAM REMOVIDOS!—Blade gritou e trancou-a no carro. Ele atirou em direção dos agentes e derrubou dois enquanto outros 10 vinham em sua direção, Blade pulou pelo capô do carro, atirou mais algumas vezes e entrou. Sem esperar nem mais um momento, ele acelerou e saiu em direção da estrada.

–-COMO VOCÊ SABE QUE ELES FORAM REMOVIDOS? O DORIAN PODERIA ESTAR LÁ!—Amaya continuava gritando dentro do carro.

–-NÃO TINHA NINGUÉM LÁ, SUA IDIOTA! EU VI! TUDO VAZIO, SÓ AGENTES!—Blade gritou de volta. Amaya afundou no banco do passageiro, o agente parecia furioso com ela. E ela sabia do que ele era capaz.

–-Nós nunca vamos achar eles.—Amaya suspirou alguns minutos depois da briga.

–-Nós vamos, sim. Mas agora a agência sabe que eu sou um traidor, não vamos ter mais coordenadas das bases.—Blade disse um pouco mais calmo.

–-Então como vamos achar eles?—Amaya disse encolhendo no banco, ela tinha certeza que agora parecia mais infantil do que nunca. Em um momento assim, Dorian faria uma piada idiota e a abraçaria forte, mas ela não o tinha. Não agora.

–-A agência tem aliados físicos, assim como seus pais, espalhados pelo país. Conheço alguns que fariam de tudo para destruir a agência desde que não fosse pelas mãos deles. Nós vamos encontrá-los e transformá-los em traidores assim como eu.—Blade disse. A palavra “traidor” parecia pesada em seus lábios, ele jamais pensou em ir tão fundo em seu poço de desonra pessoal. Mas ser traidor parecia melhor do que ser reconhecido como assassino.

–-Você acha que eles vão nos ajudar?—Amaya perguntou. Naquele momento ela pensava se valia tanto a pena por seus pais. Cruzar um país em busca de pessoas que podem ou não ajuda-la era esforço demais por pessoas que a colocaram no mundo apenas para que ela fosse sua cobaia. Amaya já começava a perder esperanças que até Dorian ainda estivesse vivo, por quanto tempo a Agência esperaria para começar experimentos para obter o sangue de Dorian e o que continha nele?

–-Sim.—Blade respondeu e se virou para ela, dando um meio sorriso. Mas seus olhos negros não acompanharam seu sorriso. Amaya era boa em ler pessoas e Blade estava mais inseguro que ela.


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Notas finais do capítulo

ae galereeeeeeeeees eu sei que vocês estão aí e eu adoraria receber uns comentários, mas mesmo assim obg por ler



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