A Órfã Doce 2.0 escrita por morangochan


Capítulo 4
O feriado


Notas iniciais do capítulo

Oi Morangolinas, aqui é a Morangochan :3
E teve boatos de que eu não ia continuar. Se isso não é continuar, porran :v
Eu quero me desculpar pela demora e antes de mais nada pedir a solidariedade de vocês. Esses dias eu ando meio ocupada com a maldita recuperação de matemática (por isso a demora) e não corrigi esse capítulo com taaaaaanto cuidado como fiz com os outros. Corrigi o suficiente para que vocês não leiam bizarrices, mas se eu deixei alguma coisa escapar, sinto muito x-x

Boa leitura ♥



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Próximo do meio dia Mila e eu fomos a um restaurante novo não muito longe do Green Place. Um de letreiro bonito que dizia "Culinária Mágica" e tinha um aconchegante ambiente caseiro. A cidade respirava com a calmaria do feriado. O céu nublado de sempre, o vento frio e o macio dos casacos que tínhamos que usar na rua, mas que dentro do restaurante estavam pendurados em ganchos.

Ambas almoçamos calmamente, apesar do esforço para manter um diálogo constante. Ela me contara sobre seus últimos ensaios fotográficos e os contratos que havia assinado. Tais quais seriam os desencadeadores de algumas mudanças.

— Vou ter que ficar fora por uns meses. — ela disse frustrada. O que estranhei de início, já que contratos e dinheiro não me soavam más notícias.

— Hum... Tem algum problema nisso? — indaguei. Mila me olhou perplexa.

— Claro!

A mulher parecia um carro enguiçado: tentava funcionar, mas não obtinha sucesso. Gaguejava sílabas indecifráveis nervosamente, o que me deixava com um milhão de interrogações na cabeça. Até que seria uma situação engraçada se eu não estivesse preocupada com o rumo que aquela conversa tomaria. Desde que chegamos eu havia notado que minha tutora estava desconfortável com alguma coisa. Bom, deveria ter um motivo, não é?

— A senhora está meio pálida. — observou a garçonete deixando um copo d'água sobre a mesa. — Me chame se precisar de algo.

A rosada assentiu e bebericou a água como um passarinho, apenas para molhar os lábios.  Mila respirou, se endireitando na cadeira. Arrisco dizer que a bebida lhe ajudara a organizar todos os pensamentos. E assim que pareceu encontrar as palavras exatas para não retornar ao estado de carro velho, explicou:

— A lei exige que você seja monitorada por um adulto responsável. Coisa que eu não poderei fazer de onde vou estar durante esses meses do contrato. — respirou fundo. — Eu falei que você poderia ficar no Green Place o tempo que fosse preciso, porém... — ela pausou para massagear o osso do nariz. — Esses contratos são incríveis. Eu... eu sinto muito mesmo. Não posso rejeitá-los.

Inicialmente senti que todos os meus órgãos haviam congelado. Nos encaramos  caladas por quase um minuto. A conclusão estava estampada na minha frente, mas eu fechava os olhos para não vê-la. Mila esperava algo, uma reposta, uma reação. Seu silêncio nos envolvia como seus cabelos cor-de-rosa lhe envolviam o pescoço, dando a impressão que usava um cachecol.

— Mas... e então? — perguntei.

"Larga de ser burra" soou em minha cabeça. "Ela vai desistir! Ela vai te devolver!"

— A única solução é... Lílian? Você está bem, Lílian? Está respirando?

Em minha garganta havia um nó sufocante que se originava de fracassos ao tentar segurar o choro. Por isso, enquanto Mila pedia água para a garçonete e me abanava com o guardanapo, eu tentava puxar ar e não conseguia – o que tornava a situação mais assustadora. Não era a primeira vez que me faltava ar em um momento aterrorizante, mas todas as vezes que acontecia o pensamento de morte vinha sempre em primeiro lugar. Só depois de algumas violentas tentativas, foi que consegui respirar direito, derramando lágrimas doloridas. Apoiei meus cotovelos na mesa e inalei com todas as forças que tinha.

— Ah, meu Deus, você tem asma?

Sacudi a cabeça negando. A tutora arregalou os olhos, quase enfiando o copo com água em minha garganta. Os clientes do restaurante estavam completamente alarmados, uns ainda suspirando de alívio. A filha da garçonete desculpava-se pelo telefone com a atendente da emergência, explicando que já estava tudo bem. 

— Minha Nossa Senhora. O que foi isso?

Apesar de todo o meu ataque ter cessado por hora, Mila ainda me abanava com o guardanapo. Parando isso, esfregou a mão em minhas costas enquanto meu fôlego retornava.

— Você vai me abandonar?

— O que?! Não! Eu jamais te abandonaria.

Meus olhos se fecharam com conforto enquanto um sorriso despontava de meus lábios, que é o que você faz quando está prestes a chorar de felicidade. A garçonete logo em seguida ressurgiu solidária perguntando se estava tudo bem, oferecendo mais água e chás de ervas que eu nunca nem havia ouvido falar.

— Está tudo bem. — garanti.

E em seguida Mila fez o pedido das sobremesas. A solução para o problema de sua ausência não havia sido revelada e nem dava indícios de que seria. Não naquele momento. Ela estava acuada e eu envergonhada por ter feito cena. O nariz fino de minha tutora encontrava-se no meio do cardápio que nem ao menos parecia ler, mas fingia ler para não precisar falar comigo. Eu, por outro lado, não agia diferente. Meu dedo deslizava pela tela do celular, mesmo que não estivesse à procura de absolutamente nada. Eis que a notificação do Windowlady disparou. Era Elizabeth.

"Como está o feriado?", ela perguntou.

Eu acordei com Nathan quebrando tudo no apartamento. Quase tive um colapso em público e ainda não sabia exatamente o que aconteceria comigo durante a ausência de Mila.

"Está ótimo", respondi. "E o seu?".

Elizabeth mandou fotos e discursou as aventuras de usar pela primeira vez um forno super sônico. O pão de banana havia ficado mais tostado do que ela pretendia, mas que banana e canela era a melhor combinação criada pelo homem.

O pedido chegou e meus olhos brilharam ao ver aquele bolo inteiro decorado com tantas frutas coloridas. A maioria tropical, contrastando entre o sabor azedo e doce. O bolo era macio, molhado e recheado com brigadeiro de coco. Depois de duas fatias e vários suspiros de satisfação, senti-me farta e ao mesmo tempo triste por ter restado mais da metade do bolo.

— Não se preocupe, você levará para casa o que sobrou.

A garçonete sorridente viera recolher os pratos e minha responsável já havia solicitado que o bolo fosse embalado para viagem. Ambas abrimos um biscoito lunar da sorte, que era a versão daquele lugar do biscoito da sorte chinês. Quebrei o meu para retirar o papel e checar a previsão, a mesma dizia:

"Você vai se ferrar de verdade". Minhas sobrancelhas se ergueram.

— Lílian. — Mila me chamou. — Eu quero que você se mude para minha casa.

—Hein? — perguntei confusa. O que era aquilo tão de repente?

— Não é exatamente o que eu quero. — ela se corrigiu. — É o que eu preciso fazer para viajar e continuar sendo sua tutora.

— Mas a senhora não mora sozinha?

— Na verdade não. — confessou.

Notei hesitação e vergonha em suas feições. Por isso ela continuou, mas não satisfazendo minha curiosidade:

— A minha mãe mora ao lado e pode te vigiar também.

Morar com alguém que eu não conhecia me parecia ser estranho. Todavia a mãe de Mila costumava a ser minha diretora na escola militar. Logo não seria tão esquisito tê-la por perto.

— Com quem a senhora mora?

— Hum... Acho melhor falar sobre isso quando sua mudança estiver perto de acontecer. Minha viagem não está tão próxima. É que eu só... achei que tinha que falar logo. Entende?

Concordei com a cabeça. O bolo embalado chegara e minha responsável pagara a conta. Quando nos levantamos para sair, apanhei o papel amassado do biscoito lunar de Mila. Nele dizia "Coragem!".

Depois do almoço fomos ao salão de beleza. Lá eu fui jogada num assento, desfizeram minha trança e jogaram muitas coisas na minha cabeça. E enquanto estes fluídos cozinhavam em meu cabelo, uma manicure me fazia às unhas. Como não tenho lembrança alguma de ter ido a um salão, estava considerando aquela a minha primeira vez. Mas claro que ninguém precisava saber, por isso fiquei quietinha observando todos ao redor. Não pude deixar de reparar que a glamurosa voz de Mila ecoava por todo o ambiente, chamando cada profissional pelo seu respectivo nome, o que deu a entender que ela frequentava o lugar há muito tempo.

— Ô, Analete! Faz uma escova em mim.

— Claro, querida. — respondeu a moça sacando a escova. — Bicha! Ainda tá com esse rosa?

— É que rosa não sai fácil, amor.

Sempre imaginei relaxante um lugar aonde você vai para ficar bonita. Mas talvez as minhas expectativas correspondessem a um SPA e não um salão de beleza. Jamais permaneci num lugar tão barulhento. Ao menos agora eu sabia a diferença entre os dois. O converseiro sem fim do ambiente era a junção se várias fofocas. Umas sobre a vizinha horrível, outras sobre o namorado da amiga ou sobre os colegas de trabalho. E mesmo que a manicure me deixasse tensa por estar manuseando um alicate grande o suficiente para cortar meu dedo fora, era interessante observar todas aquelas coisas novas à minha frente.

Logo ao lado uma mulher colocava unhas postiças tão grandes que a manicure estava usando o segundo vidro de esmalte para pintá-las. Outra mulher, um pouco mais longe, apertava com força o braço da cadeira enquanto uma depiladora parecia lhe tirar a pele. E horrorizada com a situação, desviei o olhar e me deparei com uma pessoa saindo do salão de beleza. Alguém que eu não pude identificar se era menino ou menina.

Depois de uma hora, quando pensei que minha cabeça derreteria, surgiu da luz um benfeitor que me guiou a um lavatório. Atrás de nós vinha a manicure completamente afoita, temendo que eu estragasse seu trabalho. Ela borrifou um spray ultra fedorento em minhas unhas e saiu aliviada enquanto eu tossia. Verifiquei, finalmente, o resultado de tanta "cutucação" nos meus dedos. Estavam lá dez unhas pintadas, unicórnios e arco-íris intercalando cada um dos dedos.

— Ah, que gracinha. — disse o cabeleireiro, mas creio que ele mentiu. — Quem escolheu foi a sua mãe?

— Acho que sim.

Não muito a frente estava Mila dando uma gargalhada completamente devastadora. Seus cabelos de algodão doce agora literalmente brilhavam. Glitter havia sido aplicado juntamente com vários unicórnios e estelas. Retornei o olhar às unhas e dei um sorrisinho. Há quanto tempo eu não tinha aquela sensação de que alguém estava cuidando de mim? Talvez alguns meses, mas que me soavam como décadas.

Sete meses atrás meu pai fora assassinado. Desde então minha estável vida se transformou em algo volátil. Perdi a conta de quantas consultas com a psicóloga tive nesse período e de quantas vezes temi voltar ao orfanato. Além de dor, sentia culpa. Afinal, tratava-se só de mim? Meu pai havia sido assassinado a sangue frio e eu só me importava comigo mesma e com o que aconteceria dali em diante. Mas eram tantos sentimentos, um atrás do outro, sem cessar, eu simplesmente não conseguia processar tudo sem perder a cabeça.

Depois de meses sofridos em contato comigo mesma – a pessoa que mais me faz sofrer – finalmente senti que tudo estava voltando ao seu curso normal. Todavia não era apenas o alívio que vinha ao meu encontro. O medo estava lá também. Para falar a verdade, ele nunca me deixara. Meu íntimo formigava sempre esperando pelo pior, que as coisas se desestabilizassem como várias vezes aconteceram. Não saía do meu pensamento que meu destino não era fazer parte de uma família.

“Quer prova maior do que essa? Você pensava que se isolando no Green Place tudo daria certo em pouco tempo, mas não está saindo como planejou, não é?” disse uma parte de mim. “É, mas ela disse que não me abandonaria. E não é porque uma coisinha deu errada que todo o resto vai para o brejo. Por exemplo, não voltaremos para a adoção. Mila disse que jamais nos abandonaria” rebateu minha parte otimista. “Ah, é? As pessoas mentem, ou por acaso esqueceu?”.

— Ai!

— Perdão. Seu cabelo ainda está cheio de nós.

Por mais que eu estivesse tentada a me jogar no chão, me esperneando e chorando, acusando aquele monstro de me aplicar torturas medievais, até que senti gratidão por ele ter interrompido meus pensamentos.

“Você enviou uma foto para Elizabeth Faber”.

“Ha, ha, ha. Que gracinha. São as suas unhas?”

“São. O cabeleireiro disse a mesma coisa”.

“Ah, tá. Você sabe que ele mentiu, né?”.

Horas se passaram naquele estabelecimento até que Mila e eu terminamos os cabelos e saímos. De lá, embarcamos em mais um "programa de mulher" que era fazer compras. Mila passou mais de vinte minutos falando com a vendedora da loja de maquiagem. A tal loja estava completamente estampada com as fotos de Mila e as garotas basicamente estavam indo a loucura.

— Olha só esse batom, Lílian. — chamou minha tutora. Ela encarava os lábios num espelhinho redondo que ficava preso a um suporte, rente a um balcão de amostras grátis. — Perfeito para mulheres sensuais como nós.

Eu não sabia se ria, se chorava... Então só arqueei minhas sobrancelhas, meu rosto virou automaticamente para a parede espelhava bem ao lado. Nela podíamos ver claramente que Mila parecia uma deusa enquanto eu, na melhor das hipóteses, poderia ser equiparada a um guaxinim.

— Pois é. — respondi só para não deixá-la no vácuo, mas acho que a bunda que brotou na minha cara já dizia muito.

— Você quer escolher outro?

Meus olhos passaram entre os tons de batom que sempre tinham nomes extensos e as vezes esquisitos. O nome do tom que Mila tinha nos lábios era "escarlate sedução sensual selvagem". Na prateleira tinha um verde abacate tropical primavera, amarelo barra de ouro estelar e um preto que fiquei interessada, mas hesitante porque com certeza seria julgada caso o escolhesse.

— Tem protetor labial incolor? — perguntei.

Devo confessar que a parte mais constrangedora do dia foi comprar as roupas. Claro que comprar roupas íntimas com o seu pai, por exemplo, pode ser constrangedor também, mas com o tempo você se acostuma.  Porém, naquele momento situação alguma se comparava a estar ao lado de uma modelo fazendo compras e ver a cara dela quando começou a checar minhas peças escolhidas.

— Preto, preto, branco, preto, branco... Hum, creme.

— Creme? Eu jurava que era branco.

— Olha só, tem umas estampas galáticas ali. — apontou.

Quero deixar registrado que compreendo completamente às intenções de Mila, que ela não quis me forçar a nada, e sim abrir minha mente para mais possibilidades. Pois a mesma sabia que antes de tê-la como tutora eu tinha um pai que não era muito chegado em moda. Fora que na escola militar não deixam ninguém pintar unhas ou usar maquiagem, por exemplo. Logo eu não era muito conhecedora dessas áreas de beleza feminina. No final acabamos comprando um casaco novo que lembrava aqueles tapetes de pelúcia que ficam nos banheiros; blusas de diversos tamanhos, modelos e estampas; Shorts que eu jamais pensaria onde usar, já que Shaper's Green sempre está frio; Brincos, sapatos, colares, pulseiras, e roupas íntimas. Ela me empurrou um sutiã neon que mais parecia um farol que usam para chamar a atenção de embarcações.

— Para onde está olhando, querida? — ela indagou, seguindo meus olhos.

— Não é nada. — eu disse.

— Ah, está olhando para aquelas camisas de fuinha?

— Fuinha Atômica. — corrigi baixinho.

— Você quer uma?

— Não é bobo?

— Bobo é ficar na vontade e não levar uma. — ela sorriu.

Mila parecia que sempre estava coberta de razão. Particularmente posso dizer que adoro o desenho da Fuinha Atômica. Quando cheguei à prateleira nem acreditei que havia chamado às camisetas de bobas. Aquela era a primeira coleção que haviam lançado e eu já estava um pouco atrasada visto que os tamanhos médios estavam praticamente esgotados. Precisei da ajuda de uma garota que também procurava uma peça. Sorte que o tamanho dela era pequeno, senão teríamos que duelar ao amanhecer.

A volta para casa foi cheia de conversa. Minha tutora tagarelava sobre como eu poderia combinar minhas roupas novas e onde poderia usá-las. Sempre que conversamos pacificamente o clima fica bom e o tempo passa mais rápido. Tanto que não tardamos a chegar ao Green Place.

Saí do carro e agradeci a Mila, dizendo com veracidade que nenhuma Torre Rosa no mundo se compararia a tudo aquilo que vivemos naquele feriado. Ela pareceu sair bem satisfeita porque nem mesmo cantou pneu ao arrancar.

Deveria ser umas oito da noite. Meus pés estavam me matando e tudo o que eu desejava no momento era cair na cama e dormir por uns cem anos. Passei pela recepção e peguei o elevador, sozinha. Logo saí do mesmo e fui andando vagarosamente enquanto palpava o bolso de trás da calça em busca da chave.

— Suma daqui! — ouvi um berro.

Novamente a quebradeira vinha do apartamento de Nathan. Mas dessa vez não foram só sons que me deixavam imaginar qualquer coisa. A porta se abriu e de lá saiu uma menina loira que cambaleou ao ser enxotada pelo garoto. Os dois me olharam em pânico e eu os olhei da mesma forma. O menino se recolheu porta a dentro, mas a garota continuou lá. Ela se recompôs e se endireitou, andando até o elevador como se nada tivesse acontecido.

Destranquei minha porta e fui em direção à cama para me deitar. A cena me deixara intrigada, pois eu conhecia a garota. Era Amelie.


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Notas finais do capítulo

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