“Oh! Oh! Trouble, Trouble, Trouble!”

(I Knew You Were Trouble – Taylor Swift)

Annabeth POV

Finalmente a tão esperada festa da Drew. Vamos combinar que este condomínio era tão parado, - pela quantidade de parentes chatos vigiando - que quando tinha uma festa, era milagre. Minha mãe, vivia tão ocupada e tão colada em mim, que eu poderia me mudar de tão chato. Sou Annabeth Chase Olimpus, tenho 16 anos e moro num condomínio diferente dos outros. Tem de tudo aqui dentro: um shopping, uma escola, uma faculdade, supermercado, hospitais, empresas, baladas e vigias, muitos vigias.

Minha mãe o criou para que não houvesse problemas familiares, desteto isso, mas me gabo pois minha mãe é a mais famosa de todas as arquitetas. Depois de Zeus, meu avô. O condomínio tem cada rua com um propósito, há uma rua com casas –sim é bem extensa, e eu moro na 14 – outra com a escola/faculdade/empresas. E uma com supermercado, hospitais e baladas. Há uma praça para se divertir no centro do condomínio e particularmente é meu lugar favorito, porque além de ter coisa pra fazer, tem lanchonete e coisas do tipo. Realmente, minha mãe era uma genia. Mas toda genia tem seus defeitos.

— Annabeth Chase! – gritou minha mãe nervosinha. Eu terminava o banho, atrasada para a escola, então desci de toalha e ela ficou pálida. Olhei pro lado dela, e entendi. Poseidon e seu filho, o insuportável do Perseu estavam ali, provavelmente resolvendo negócios.

Minha mãe odiava Poseidon e se recusava a me dizer o porquê, depois de um tempo perdi o interesse, declarando meu ódio gratuito a ele por conta de seu filho e em defesa da minha mãe. Mas eu sim, eu tinha muitos motivos para detestar Percy Jackson. Por quê? Simplesmente por conta de tudo que ele me aprontou durante nosso crescimento - que infelizmente foi conjunto. Meus desenhos estragados, roupas molhadas, sustos levados, garotos dispensados por ele, parecia que ele nem se esforçava para estragar a minha vida. E crescemos, graças aos Deuses! Os grupinhos de escola foram formados e bem… minha vida se tornou mil maravilhas.

O ouvi rindo baixinho e subi, revirando os olhos. Minha mãe estava se desculpando com eles, meio irritada. Troquei a roupa rapidamente, porém vesti uma bem bonita, afinal a chefe das líderes de torcida tinha que ir perfeita para a escola! Penteei os meus cabelos loiros e os deixei soltos mesmo, bem rebeldes como eu gostava.

Desci as escadas e encontrei uma Atena brava fazendo o café.

— Bom dia. Já tô indo. Fico com a maçã só. – ela ia falar alguma coisa mas não dei oportunidade, corri até meu carro e entrei, dirigindo rápido. Tinha me livrado de no mínimo dez minutos de bronca e coisas sobre como Poseidon era insuportável. Com certeza eu chegaria atrasada, mas aí eu enrolaria a diretora e entraria fácil, afinal, minha tia Ártemis era a diretora, e na maior parte das vezes era influenciada a me deixar entrar já que a minha Tia Dite era a melhor pessoa daquele lugar, e particularmente me amava. Cheguei e estacionei na vaga de líder de torcida. Entrei e o sinal ainda não havia tocado.

Caminhei até meu armário com os olhares fixos em mim. Adorava essa popularidade toda. Silena, Drew e Jason me esperavam perto do armário. Peguei o material da aula de Ética.

— Silena e a cor rosa. Inseparáveis. – dei uma risadinha. Jason saiu de perto e foi para o círculo dos meninos, onde não tinham grupos, o que me intrigava, afinal, como eles conseguiam sobreviver todos juntos? – Jason como sempre, muito simpático. Tenho Ética e vocês? – perguntei.

— História. -  falaram em uníssono e bufei. Odeio ficar sozinha em aulas de Hera. Elas se despediram e segui até a sala, sentando no meio, infelizmente perto de Perseu, no único lugar que sobrava. Arght! Odeio nerds. Por que gente decente não tem olhos verdes?! Por que diabos, essa criatura nasceu com olhos verdes profundos e maravilhosos?!

Hera entrou na sala com um sorriso enorme no rosto, ela realmente me dava um medo e nojo simultâneos que nunca entendi o motivo de muito gente gostar dela. Hello?! Vocês não veem uma grande vaca na frente de vocês não? E quando ela estava assim nada de bom ia acontecer, com certeza não tinha transado com Zeus a noite  e ia descontar em nós, ou tinha descoberto uma grande traição dele. De novo. De sua pasta misteriosa, tirou um caderno e um livro.

— Turma, hoje nós vamos começar a desenvolver um trabalho de conhecimento. Será em dupla. – todos comemoraram, menos eu. A única pessoa que eu conversava naquela turma era Calipso, uma das minhas líderes de torcida, mas ainda assim, ela era muito… inocentezinha. Pelo menos nunca a vi fazendo nada de interessante. – Eeei! Eu que escolho as duplas, não fiquem animadinhos. – todos gritaram em negação. Hera bateu na mesa e o silêncio voltou. Estremeci, rezando já para não ficar com alguma pessoa desagradável, vulgo nerds ou sanguessugas, como chamamos os sugadores de popularidade. – Então. O trabalho é: você e seu(sua) companheiro(a), vão escrever um sobre o outro.  Anotem nos seus cadernos o que eu escrever no quadro, será basicamente toda a explicação do trabalho. Quando terminarem, venham à minha mesa. Enquanto escrevo, podem conversar. – a gritaria voltou e ela bateu na mesa novamente. – Conversem baixo, não sou obrigada a ouvir essas vozes adolescentes insuportáveis de vocês gritando! – depois ela murmurou um bando de coisas sem nexo.

Peguei meu caderno e a caneta rosa choque, colocando sobre a mesa. Dei uma olhada na turma, de canto de olho e descobri algo que valia a pena mexer a cabeça para o lado: Octavian. Ele me dava mole há um tempo, fingindo esbarrões, coincidências e acasos, mas todos sabiam o que ele queria comigo. E não vou negar, eu gostava disso e mostrava que gostava. Recebi uma piscadela dele e sorri, mordendo os lábios, mas voltando a atenção para o quadro. Hera terminou e eu copiei rápido. Li todas as instruções, gemendo em desaprovação para cada tópico.

Trabalho de Ética – Conhecendo o colega de classe

Data de início: 30 de outubro

A dupla deverá se reunir na casa de um dos dois integrantes, ou em algum ambiente especial. Deverão se conhecer ao máximo e escrever sobre a experiência, que será de tempo indeterminado. Toda segunda-feira quero um pequeno resumo sobre o final de semana  juntos. O que deve ser escrito?

Defeitos percebidos e ajudar a melhorar.

Qualidades percebidas.

Resumos sobre os dias passados com ela/ele.

Trabalhar em uma carta para ela/ele, que deverá ser entregue no último dia de aula.

Bom trabalho! Não há como mudar de dupla.

Após o sorteio, dirijam-se juntos para o ginásio, haverá uma palestra sobre álcool, sexo e drogas, com Dionísio e Afrodite.

Palestra de álcool, sexo e drogas?? Só podia ser coisa de Zeus e Ártemis. Affz. Além de que, eles eram burros ou o quê? Dionísio e Dite, péssima combinação para uma palestra.

Hera sempre tinha essas coisas de trabalhos e eu conseguia outra pessoa como dupla, graças a Afrodite. Minha tia que chantageava à todos com suas “intuições”. Ela era sub-diretora- (para minha total felicidade. Hera olhou meu caderno e ficou me encarando, o que me fez ter calafrios, depois ele olhava para a turma, olhava para mim e depois pra turma, fazendo isso umas 5 vezes. Até sorrir olhando para alguém. Eu já pensava em criar um cercado para trancar ela dentro, com suas amiguinhas vacas.

Só faltava eu ficar com uma recalcada daquele grupo da Thalia. Thalia é minha “prima”, mas ela é insuportável e me recebeu na escola com uma pegadinha ridícula. Abri meu armário e um monte de tinta preta explodiu no meu ser, por completo! Nem preciso dizer que demorei éons para ajeitar meu cabelo né.  Odeio essa garota e o grupinho dela! Nojoooo!

Novamente, encarei Octavian e ele mordeu os lábios, arrancando um sorriso meu. Depois de alguns garotos que eu havia ficado apenas por ficar, Octavian era o meu próximo nos meus objetivos. Com certeza, era. Já que ele não parecia ser o tipinho: “Quero me apaixonar”, os quais sempre mantive distância, por prometer NUNCA me apaixonar, já que minha mãe era bem amargurada por nunca ter dado certo com os caras os quais se apaixonou. Longa história, que ela não me contava. Só a dela com meu pai, que ela amava alguém e tentou se apaixonar pelo meu pai, mas não conseguiu, percebeu que estava se iludindo depois que ficou grávida e foi dispensada.

— Annabeth Chase, Octavian, algum problema entre vocês?- prendi a respiração e tentei não corar, mas antes que ele respondesse, eu falei sorridente.

— Nenhum, professora. Pelo contrário. - a sala fez o típico “Uuui!” e Hera bateu na mesa, calando a todos.

— Como você fez gracinhas, Srta. Chase. Vou mudá-la de dupla, de Calipso para Perseu Jackson. – PERAI?! PERSEU JACKSON?! Senti alguém me cutucar e me virei.

Um moreno alto, de cabelos pretos e olhos verdes por trás da lente dos óculos, sorria. MEU DEUS. O FILHO DE POSEIDON QUE EU ODIAVA E O NERD MAIS INSUPORTÁVEL DO MUNDO?! POR ZEUS. VOLTA NO TEMPO!!!! MÃE ME TIRA DESSE GRUPO, PELAMOR!!!

— Ah não, por favor professora. Me deixa com a Calipso! Por favooor! - eu sinceramente preferia a Sem Sal ao Percy.

— Srta. Chase, fico contente que gostei da sua dupla. Pode se retirar com ele para o ginásio, aguardando a palestra.

Bufei e saí da sala pisando forte, irritada. Até diminuir os passos no corredor, sendo alcançada pelo nerdzinho. Nãããããããão!

— Então Annabeth… – ele disse com uma voz macia mas irritadiça e decepcionada como eu. – Não finja que não nos conhecemos, porque temos mais ligações do que imaginamos. - revirei os olhos.-  Você é a filha de Atena Chase Olimpus, e crescemos juntos, podemos usar isso ao nosso favor.

— Finalmente você disse algo decente em minutos. - parei e sorri maliciosa. A cara de nojo dele, me dava náuseas.

— Infelizmente, sua fama não me agrada, assim como eu não te agrado por ser “nerd”, mas de qualquer jeito, pode me passar seu Skype pra gente poder falar sobre o trabalho. Os pontos me interessam, mesmo que eu tenha que me relacionar com você. – escrevi no caderno dele, junto com meu número e meu telefone de casa. Que tragédia, Senhor. Um nerd vai ficar grudado em mim a partir de hoje. TODOS os dias. E eu não gosto dele, nem ele de mim. Hera sua vaca!

— Acredite, Jackson, eu também não gosto de você.

Ele ignorou e saiu sem falar comigo. Arquejei irritada e grunhi,indo para a Palestra.

Na hora do intervalo, quando finalmente a droga da palestra sobre álcool terminou, fui direto encontrar a Silena e a Drew, que estavam na nossa mesa de sempre.

— Adivinhem? – bufei e bati na mesa.

— Você pegou o Octavian?!!!!!! – a Silena quase gritou, se não fosse pela Drew ter segurado a boca dela. Neguei com a cabeça.

— hera passou um trabalho. – o rosto delas se iluminou. – E meu par é Perseu, o nerd! – bufei irritada. E elas me olhavam incrédulas.

— Que ótimo! Só assim você não faz nada do trabalho! – Drew falou. – Cara, esses trabalhos de Ética é só procurar coisas que sejam boas e fofas e acabou. – Silena concordou.

— Pelo contrário! Esse trabalho é para conhecer melhor a dupla! – gritei e percebi ter atraído a atenção de todos da cantina. Bufei e saí em direção a sala da tia Dite. Logo percebi que estava sendo seguida. Parei e olhei para trás, sorri.

— E aí, Annabeth? – Octavian analisava meu corpo de cima a baixo. Por um lado eu gostava, por outro, não, não sei porquê, nunca tinha tido problema com garotos praticamente me comendo com os olhos. Ele se aproximou e ri nervosa.

— Tudo bem, Octavian. – ele me imprensou na parede, me fazendo gemer e sorriu malicioso com a conquista. Foi se aproximando da minha boca, até que ouvi passos, seguido de uma voz.

— Sem querer estragar a festinha de vocês dois, tem câmeras nos corredores. – Reyna, minha prima, passou por nós e bufou. Ela sempre tinha esses ataques estranhos quando eu estava com o Octavian ou falava dele. Nunca entendi bem porque, mas...

Octavian se afastou e piscou, me dando um rápido selinho.

— Tenho que ir agora gata. Mas terminaremos isso a qualquer momento. – ele riu e saiu. Era bom ter ele aos meus pés, mas quando se tratava de Octavian, as garotas ficavam meio apreensivas, não sei porque. Mas acabei descobrindo…

Encontrei Tia Dite no corredor mais  a frente e a abracei.

— Tia, preciso de um favor, enorme!

— Ih, lá vem babado. Fala Annie.

— Hera me colocou com o Perseu no trabalho de Ética. Você sabe como eu não o suporto, como minha mãe não o suporta e não suporta Poseidon. Isso não vai dar certo, temos que passar muito tempo juntos, vai dar uma treta enorme!

Ela riu e continuou caminhando comigo.

— Ah minha querida… Sabe o que é? Sua Tia aqui, teve uma intuição e mandou Hera colocá-los juntos nesse trabalho. Acho que vocês precisam dessa renovação, dessa coisa diferente, sabe?

— AH NÃO TIA! COM O JACKSON NÃO! - choraminguei e ela ficou séria, do nada. Isso não era da Tia Dite.

— Annabeth. - nem me chamar pelo nome era coisa dela. Realmente me assustei. - Você e sua mãe precisam disso. Um dia você vai entender, mas não agora.

— Mas Tia…

— Mas nada, Annabeth. Existem coisas na vida que devem ser mudadas, principalmente nessa Condomínio, que não foi criado para semear ódio e sim amor.

— Eu quero o Octavian. Estou gostando dele Tia. - menti para ver se mudava de ideia.

— Eu sei o que estou fazendo, Annie. Não minta para mim para sair dessa. Está na hora de acontecerem mudanças nesse lugar, principalmente, em você.

Fiquei boquiaberta, sem entender Tia Dite pela primeira vez.

— Até a festa da Drew, querida. Esteja arrasadora ein! - ela sorriu e saiu, como se nada tivesse acontecido, mas ainda com um risco de preocupação em seu rosto. Se eu acreditasse em previsão do futuro, eu teria escutado-a, mas não acreditei e bem… me arrependi.

21:30 da noite…

— Eu convidei todos os adolescentes do condomínio! Tá achando o que, Annie? – a Silena riu junto comigo. O clube estava todo decorado e a área da piscina estava cheia de bolas.

— Trate de pegar o Octavian, por favor! – Silena falou e assenti.

— Ele está completamente aos meus pés, meninas. Vai ser tão fácil quanto os outros. – ri e voltamos para a parte da piscina, onde alguns convidados que chegaram estavam, antes de ir falar com elas, perdi Octavian de vista. Resolvi ir ver se ele estava no andar de cima do clube, a balada menor.

Na parte de dentro, vi algumas pessoas. Mas demorei o olhar em um moreno, com cabelos bagunçados, até que ele virou e infelizmente, percebeu que eu o encarava, era Percy. Balancei a cabeça e continuei andando, até chegar na varanda e me apoiar em uma parede, observando o Condomínio.

De repente, senti um corpo me agarrando por trás e logo um sussurro seguiu-se.

— Aí está você, Annabeth. – Octavian respirou em meu pescoço e mordi os lábios. Me virei para ele devagar.

— Então quer dizer, que me procurava Octavian? – ele assentiu rindo fraco. Mas do nada  fui agarrada, pelos braços, não daqueeeeeeele jeito, e sim como se fosse ser espancada.

— Eu não te procurava. Eu te achei. E não estou aos seus pés. Eu sinceramente achei que você estava afim de mim, Annabeth. Ouvi você falando com a Afrodite, mas depois com suas amigas. – ele riu. – Você é uma vadiazinha mesmo, Annabeth. Por que exatamente, todas vocês são iguais? Acham que sempre conseguem a gente primeiro? – ele me jogou no chão e comecei a gritar. Mas logo minha boca foi tapada pela dele. Ele se afastou e me segurou pelo braço. – Você arrumou um problema para você. Que bom que posso resolvê-lo agora! – ele gargalhou e eu tentei dar uma joelhada nas partes íntimas dele em vão. Ele puxou meu cabelo e beijou meu pescoço.

Agora eu entendia perfeitamente, quem era o Octavian que algumas temiam. Mas por que ele era assim? As lágrimas caíam no meu rosto, enquanto ele tentava me beijar, beijar meu pescoço e tirava minha blusa no chão da varanda. Fechei os olhos, tremendo e temendo o pior.

— EEEEI! – ouvi uma voz familiar e subitamente Octavian foi tirado de cima de mim, junto com a minha blusa, incrivelmente rasgada. Era Percy, e uma multidão. – O que está acontecendo aqui? – despertei do choque e vi Silena chorando ao lado de Drew. Assim que Octavian ficou nervoso, se soltou dos braços de Percy, empurrando-o para longe e me jogando contra uma parede, só ouvi alguns gritos e um coro dizendo: “BRIGA! BRIGA! BRIGA! BRIGA!”, antes de desmaiar.

AI NÃO! Ele ia acabar com o Perseu!!!