This isn´t the end escrita por MaliaMultiboooks


Capítulo 3
Chegou até aqui.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Desculpe, não pude postar antes, mas vai agora mesmo!
Espero que gostem,
Beijinhos e Feliz Natal!



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Abro a porta e me deparo com um menino que nunca tinha visto antes me encarando.

Oui? –Pergunto, quando ele não diz nada.

–Ah, eu sou, quer dizer, je suis, hm, você fala inglês? –Ele me pergunta, mexendo os olhos azuis escuros freneticamente. –Pardon, não queria incomodar.- Ele diz, virando as costas. Estou confusa, e ainda com minha grande habilidade de ser lerda, só o que consigo responder, em inglês mesmo, é:

–An? Quem é você?

–Ah, então você fala inglês. Oi, sou Caleb.

–An? -- Qual meu problema?

–Hm, sou seu novo vizinho. Minha mãe e eu acabamos de nos mudarmos para o apartamento da frente...? - Ele responde, com certeza me achando uma idiota.

–Ah. Ah! Prazer, sou Katherine. –Digo, estendendo a mão.

–Caleb. Mas já disse isso. –Ele responde, fazendo o mesmo- Enfim, prazer. Acabamos de nos mudar dos EUA para cá. Você parece falar bem inglês para quem mora nesse fim de mundo.

– Bem-vindos ao prédio. Hm, sou americana também. Pode se dizer. Aqui pode ser fim do mundo, mas é um fim de mundo legal. Quer ajuda para arrumar as coisas, ou alguma coisa?

–Acho que não precisa, minha mãe está lá dentro já arrumando. Trouxemos as caixas hoje no começo da tarde. –Em nenhum momento ele faz menção de me chamar para entrar, o que é bom, considerando que ainda estou enrolada num cobertor.

– Ainda está no colegial? - Mudo de assunto.

–Segundo ano. Amanhã já vou para aula, infelizmente. Você está em qual ano?

–Segundo, também. Coincidência; vizinhos e estudamos juntos. Quer dizer, presumo, sendo que é a única escola aqui. Coisa de cidade pequena.

–Hm, tenho quase certeza, já que minha mãe é professora de inglês. Ela é até minha professora, o que vai ser um pouco constrangedor, acho eu.

–Sra. Keyland é sua mãe? –Pergunto. Nunca tinha tido uma professora como vizinha, então não sei se é uma coisa boa ou ruim. Mas iria descobrir. –Tive aula com ela hoje.

–Ela mesma.- Ele diz, no mesmo momento que uma mulher com os cabelos loiros escuros, olhos castanhos e aparentando ter a idade de minha mãe, aparece de dentro do apartamento, sorrindo. Instantaneamente, solto as cobertas e jogo-as rapidamente atrás de mim. Caleb percebe e solta uma risadinha.

–Olá, sou Mary Keyland. Prazer em conhece-la. Vejo que conheceu Caleb.- Ela diz com um sorriso. Ela parece ser querida, de fato.- Acho que já te vi em algum lugar.

–Oi, sou Katherine Adams. Tive aula de inglês com a senhora hoje no colégio.

–Ah, sim. Por favor, me chame de Mary. Não quer entrar?

–Hm, não quero atrapalhar, Sra. Keyland. Vocês devem estar muito cansados.

– Sem Sra. Keyland, me chame de Mary. Realmente, acho que vou descansar. Onde estão seus pais? Adoraria conhece-los.

– Minha mãe chega do trabalho tarde hoje. Se quiser bater aqui amanhã à noite, acho que ela por volta das 20h30.

–Claro, querida. Boa noite. Prazer em conhece-la. –Logo depois ela se retira, encostando a porta do apartamento deles.

–Nos vemos por aí, então.- Ele se despede logo em seguida. Digo tchau e entro de volta em meu apartamento. Seria bom conviver com alguém da minha idade, mas acho que se limitará a apenas isso. Vizinhos.

Deito no sofá e ligo um programa de TV qualquer. Só de pensar de fazer o mesmo nos dias seguintes, já me deixa cansada, mesmo só ter trabalhado hoje. Admito que às vezes é ruim estar trabalhando enquanto todos os meus colegas e amigos estão saindo, indo à praia e festas, ou apenas estudando. Mas, com certeza, poderia ser pior.

Noto que já passam das 23 horas, deixo um bilhetinho de boa noite encima da caixa de pizza e subo, preparando-me para o dia que logo vêm.

Acordo meia hora mais cedo que o habitual pois não vejo minha mãe desde ontem de manhã, e me senti meio mal de não ter esperado por ela ontem de noite.

Levanto contra a minha vontade e levo uns 20 minutos para escolher uma calça jeans clara, uma camisa xadrez vermelha e meus saltos pretos Anabela fechados. Pego minha bolsa, faço uma trança solta em meus cabelos compridos e desço rapidamente. Encontro minha mãe lendo o jornal, ainda de roupão e dou-lhe um abraço.

–Como foi o trabalho? –Pergunto, animada.

–Muito bom, na verdade. Horários flexíveis e um salário melhor que o anterior. Talvez até possa voltar a pintar com mais frequência. Meu expediente só começa às 8h30. E você, o que fez ontem? Quantas xícaras quebrou?

–Estou muito feliz por você, mãe, trés bien! –Digo, com sinceridade.- Ah, nada demais. Escola está a mesma, e no trabalho correu tudo bem; por incrível que pareça, não quebrei nada.

–E o pessoal aqui do lado? Educados, non?

–Você os conheceu? Sra. Keyland é minha professora de inglês.

–Sim, conheci Mary quando fui pegar o jornal lá embaixo. Moça legal. Disse que ela tinha um filho da sua idade, você o conheceu? Podem virar amigos.

–Rapidamente, no corredor. Não conversamos por nem 5 minutos.- Digo, desviando o assunto sutilmente.- Que horas vai chegar hoje?

–Acho que por umas 20h. O que acha de convidá-los para jantar?

–Hm, acho que não vai dar, para mim pelo menos. Marquei de ir na casa de Lou, depois do trabalho, se não tiver problemas. –Tá, isso não era verdade, mas poderia ser. Não sou antipática, eu só diria tímida, ainda mais que companhia seria minha professora- Por que vocês duas não vão no Laffayette? –Laffayette era um barzinho no centro para pessoas da idade de minha mãe, que ela adorava, mas sempre se recusava a ir por que não tinha com quem ir. Mas aparentemente, ela gostou da ideia de ir com Mary.

–Você acha que ela aceitaria? - Ela pergunta, esperançosa.

–Não vejo por que não. Aparentemente ela não é casada e ela com certeza precisa de amigos numa cidade que não conhece ninguém. E que eu me lembre, não tenho inglês amanhã. Vamos, mãe, você é nova, merece sair.- Quando vejo que consegui convence-la, continuo. – Quando souber, me mande uma mensagem, oui?

–Ah, sim. Te vejo amanhã, então? - Ela me diz, me dando um abraço.

Oui, maman.–Respondo, saindo de casa. Desço as escadas e caminho lentamente até o ponto de ônibus, pois ainda tenho uns cinco minutos de sobra. Ligo minha música no volume máximo e espero. Mal percebo que Caleb está parado do meu lado, me olhando. Com certeza, ele falou alguma coisa que eu não escutei devido à música.

–Hm, oi. Posso ir com você? Minha mãe sai cedo, e não sei onde o colégio é, honestamente.- Ele diz, olhando para os pés.

–Oi. É, claro. O ônibus passa em uns 3 minutos. –Odeio esse tipo de situação. Não temos nada o que falar; nem o conheço. Sim, gosto de ficar na minha. Ficamos uns segundos constrangedores sem dizer nada, exatamente como pensei, até ele dizer:

–Há quanto tempo mora aqui?

–Ah, desde que eu tinha uns 7 anos. E vocês, por que vieram para cá?

– Meus pais se divorciaram e minha mãe quis meio que fugir de lá. Não a julgo por isso. –Ele responde, com sinceridade.

–Ah. Me desculpe.

O ônibus chega e nós nos sentamos um ao lado do outro, ainda conversando. Eu conto que nunca conheci meu pai, e que passamos vários anos viajando pela Europa; e ele me conta que não tem sido fácil para ele, e muito menos para sua mãe de se acostumar com a nova vida, depois do divórcio, mas que ela ficou em feliz em saber que minha mãe poderia ser uma nova amiga.

–Na verdade, ela ia chamar sua mãe para sair hoje à noite. Mas achou que ela não ia aceitar. –Caleb diz, mexendo nos cabelos escuros.

–Hm, a minha mãe pensou o mesmo, mas no caso, ela vai realmente chamar.- Digo, quando paramos na frente do colégio.

Descemos e logo avisto Lou e Nick se beijando. Deus, como eles são fofos. Argh. Aproximo-me deles e lhes dou um abraço.

–Gente, esse é Caleb, ele acabou de se mudar para o meu prédio e estuda aqui.- Os dois o cumprimentam como se já o conhecesse a anos. Entendo por que todos gostam de Louise e Nicollas, eles são ótimos.

Nick se distancia com Caleb, conversando freneticamente; eu e Lou ficamos para trás, conversando.

–Vizinho novo, hm? Ele parece legal. –Ela diz, com um sorriso malicioso.

–Mas pare, Louise! Eu nem conheço o menino.

–Mas eu não disse nada! –Ela reclama, e rimos juntas. –Mas sério, já passou a hora de você achar alguém depois que Michel te traiu! - Michel foi meu primeiro namorado, que depois de seis meses de namoro me traiu. Foi pesado no começo, mas passa.

–Tá, mas mesmo assim. Ele é meu vizinho. Imagina se nós namorássemos e terminássemos? Séria horrível. E Lou, se por acaso minha mãe perguntar, hoje à noite vou na sua casa, oui?

Oui, mon amie. Acredito que tenha bons motivos para mentir, então nem perguntar vou.

O tempo passa, e não os vejo mais. Me despeço de Lou, e entro na sala de matemática avançada. Todos dizem que eu sou louca por fazer essa aula, primeiro por que eu não sou muito de estudar, e segundo, por que todos consideram uma aula difícil. Mas, sei lá, gosto até.

As aulas passam, e encontro Nick, Lou e Caleb no café durante do intervalo de almoço. Sentamos na nossa mesa de sempre e esprememos uma quarta cadeira na nossa mesa de três. Conversamos sobre as aulas, até um grupo de alunos entrar, se sentar no outro lado e Caleb interromper:

–Quem é aquela? –Ele diz, apontando para uma colega nossa, Julianne. Sem dúvidas, uma das garotas mais bonitas do colégio, com os cabelos castanhos e ondulados e a pele bronzeada.

–Aquela é a Julianne.- Lou responde.- Além de incrivelmente belle, é impossível de odiá-la. Ela é ótima. –Nessa eu tinha que concordar, ela era, realmente, muito querida.

–Sabe, Caleb, ela vai na festa na casa de Lou daqui duas semanas, você deveria ir.- Nick comenta.

–Claro, vai ser ótimo.- Ele responde, com certa animação.

Continuamos a conversar, mas logo voltamos para os outros períodos de tarde, que pesam em passar novamente. Para o meu azar, o professor do último período demora minutos, que mais parecem horas, e quase perco o ônibus, e com certeza minha dignidade depois de correr tão ridiculamente de saltos altos. Não vejo nenhum de meus amigos, mas simplesmente continuo.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?
Por favor, comentem! Só foram 4 (lindos) comentários, então não pude me guiar muito!
Beijinhos



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