O Mestre da Batalha escrita por Psycho Ray


Capítulo 3
Capítulo 2 - O Primeiro Grande Feito


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal o/

Talvez um ano estudando cálculo, física e linguagens de programação tenha deteriorado minhas capacidades linguísticas. Felizmente, o segundo capítulo teve a primeira metade revisada pela Loobs, mas eu precisei mudar algumas coisas depois disso. Então não a culpem se algo der errado! xD

Porém, me esforcei bastante para compensar a falta de prática. Espero que gostem!

E sobre o tamanho dos capítulos, bem, estou seguindo as recomendações de alguns colegas do Nyah e mantendo-os bem curtos. Na verdade, está é apenas a primeira metade do que originalmente seria o segundo capítulo. Mas se você preferem capítulos maiores, por favor, digam isso nos comentários!

Enjoy~~



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Apesar de toda a animação, Ray não conseguiu itens com facilidade. Aparentemente, saber da existência de um não diminuía o seu preço, nem fazia com que aparece magicamente a seus pés.

Ray precisava de dinheiro.

Aah, claro. Grande novidade. Droga, Kayaba, não dava pra aliviar nessa parte? Kayaba não respondeu.

Mas Ray sabia exatamente como conseguir dinheiro fácil. Pensou nisso como uma troca de favores, embora soubesse que seria o maior beneficiado. Por outro lado, isso poderia ajudar muitas pessoas, talvez até salvá-las da morte. Debateu internamente sobre a honestidade de seus próximos atos, e concluiu que seriam no mínimo justos. De qualquer forma, teria dinheiro suficiente em apenas algumas horas.

Ficou feliz ao voltar ao centro da cidade e saber que a maioria das pessoas ainda estava por ali. Os veteranos de RPG e os antigos Beta Testers provavelmente já estavam matando lobos e javalis do lado de fora das muralhas, então a grande massa a seu redor deveria ser formada por iniciantes de todo o tipo. Procurou primeiro jovens com condição emocional aparentemente estável e aptos a se aventurar. Vender algo que não poderia ser usado por seu comprador seria exploração. Pior: poderia causar a morte de alguém.

Apesar da limitação, ainda estava com sorte. O público alvo de SAO, além dos veteranos do gênero, eram os adolescentes e jovens adultos que faziam parte da atual geração de gamers. Dessa forma, não teve nenhuma dificuldade em notar três deles à sua direita, perto de um poste, logo que chegou à praça. Abordou-os sem hesitar:

— Olá, garotos. Vocês parecem um pouco perdidos.

Seu cumprimento foi recebido com um misto de desconfiança e confusão, como era de se esperar.

— Bem... Estamos, não estamos? Algumas horas mais cedo estávamos todos em casa jogando video game, agora estamos presos nele. Me parece confuso o suficiente, não acha?

O garoto parecia ser o mais simpático do grupo, ou no mínimo o menos agressivo. Possuía apenas seu equipamento inicial cobrindo o corpo esguio. Seu rosto trazia traços asiáticos e cabelo castanho escuro. Apesar da forma irônica de se expressar, se mostrava curioso em ouvir o que Ray estava prestes a dizer, ainda que sua feição estivesse cercada de desconfiança.

— Tenho informações que podem te ajudar bastante nas primeiras semanas do jogo. Posso garantir que você e seus amigos se tornarão mais fortes muito mais rápido do que os outros jogares.

— E por que eu gostaria de ficar forte? Logo virão nos resgatar.

Dessa vez, sua voz mostrava curiosidade, e não mais tanta desconfiança. Seus colegas compartilhavam o olhar de interesse mal disfarçado. Mesmo sem saber, eles já haviam fisgado a isca.

— Aposto que isso é brincadeira, coisa idiota. Logo esse cara vai voltar pra nos tirar disso aqui.

Um quarto jovem, entrou na conversa. Ele parecia estressado, provavelmente por estar perdendo algum compromisso, assim como Ray estaria se não tivesse aceitado a verdade sobre sua situação. De qualquer forma, a voz elevada do garoto atraiu ainda mais olhares para o grupo.

Atenção. Isso é bom.

— É possível que sim, para ambas as coisas — assegurou-os Ray, confiante. — Caso algum de vocês esteja certo, estarão a salvo para nunca mais verem esse jogo ou, quem sabe, voltarem a jogá-lo como apenas um jogo, e não essa loucura que estamos vivendo. Porém, se vocês estiverem errados e esse mundo realmente for uma prisão, vocês desejarão ter se tornado mais fortes. De qualquer jeito, vocês não sairão perdendo.

— E porque você pretende nos contar algo assim, tão importante?

— Porque vou cobrar. Sou um negociante de informações.

Eu devo ser um péssimo vendedor.

Entretanto, para a surpresa de Ray, sua honestidade parece ter servido para aumentar a confiança das agora cinco pessoas próximas a ele — outro curioso havia se aproximado da conversa.

— Hum... Eu me sinto um pouco perdido nesse jogo, e poderia usar alguma ajuda. Mas tem um problema — Ray arqueou as sobrancelhas em curiosidade —, quem garante que não vai só pegar nosso dinheiro sem nos dar qualquer informação, ou que sua informação será realmente útil?

Essas palavras, pronunciadas pelo quarto rapaz, um asiático um pouco baixinho e fora de forma, foram seguidas por um pequeno coro de apoio. Pelo menos mais três pessoas haviam voltado sua atenção à comoção.

— Uma dúvida justa. O que sugere?

— Olha... — o garoto hesitou — você pode nos dar suas dicas e, se elas forem boas, pagaremos o que está nos pedindo.

Nem fodendo.

Não havia maldade nas palavras do garoto, Ray sabia, mas não confiava nem um pouco na pequena, embora crescente, multidão de pessoas interessadas no que ele havia para dizer. Ray percebeu através de olhares desesperados e até lágrimas que a situação mental dessas pessoas era péssima, e algumas já pareciam se agarrar nas possíveis palavras de orientação que ele poderia oferecer. Isso o fez se questionar novamente sobre a moralidade de seus atos em um momento tenso como esse.

— Isso nos levaria a um impasse — manteve a voz firme, mas seu tom era descontraído e sorridente —, pois também não há garantias de que você irá me pagar. Além disso, há muitas pessoas à nossa volta. Eu não seria capaz de controlar quantos ouviriam essa informação, e é ainda menos provável que todas elas me paguem.

— Nesse caso, você poderia escrever tudo em alguma coisa e usar o — dessa vez, foi o primeiro garoto que respondeu.

— Sim, mas isso seria inviável. É muita coisa para se escrever quando tantos então envolvidos. Além disso, o papel é relativamente caro para jogadores nível 1 como nós. cada um, e eu usaria pelo menos dois. Apenas isso levaria embora dois terços do meu lucro.

Com essas palavras, os jogadores nitidamente perderam o entusiasmo, mas isso também era parte do plano.

Porém — elevou a voz —, sei o que podemos fazer. Será seguro para vocês, que terão uma testemunha de minhas boas intenções, e também irá garantir que nenhum espertinho roube as informações pelas quais vocês pagarão.

Dar esperança, para lentamente retirá-la, depois oferecê-la novamente e acompanhada pela solução de todos os problemas anteriores. Essa estratégia funcionava como um chicote emocional incrivelmente eficiente contra uma multidão desesperada. Ray aprendera o truque quando ocasionalmente presenciava pastores manipulando rebanhos inteiros de acordo com seus próprios interesses.

— Faremos assim — Ray continuou. — Dois de vocês virão comigo, e eu direi tudo que tenho a dizer. Se ambos julgarem útil a informação, serão suas testemunhas, e só então receberei o pagamento. Além disso, faremos tudo isso em uma colina próxima à saída norte da cidade, para manter o controle da situação. Por fim, organizaremos grupos de cinco pessoas, e aqueles que ainda não ouviram devem ficar em um grupo separado, para evitar o vazamento de informações.

— É, parece bom... — disse alguém na multidão.

— Meio complicado, mas justo — ponderou outro, e o volume de vozes aumentou de forma gradual. A maioria concordava totalmente com a ideia, mas boa parte acreditava ser complicada demais.

O pequeno alvoroço foi percebido por quase todos os jogadores em uma área à sua volta, rapidamente espalhando rumores sobre suas intenções.

Ray mal conseguiu conter o sorriso malicioso que começara a se desenhar em seus lábios. Logo estarei rico. Muito rico.

—--

As informações vendidas por Ray foram dividas por ele em três partes.

Primeiro, Ray dava informações básicas sobre o jogo: como atacar, usar habilidades, interagir com NPCs e sobre o funcionamento dos menus do jogo, escolhendo quando detalhar ou resumir algo de acordo com o interesse de cada grupo — já dividido de acordo com sua experiência em MMORPGs — e dando ênfase a alguns truques que podiam ser aprendidos apenas com a experiência.

Para não tornar essa parte demasiado longa e desinteressante, Ray ensinava os jogadores a conseguir essas informações por si próprios usando NPCs, manuais do jogo e guias avançados que com certeza seriam lançados por outros jogadores no futuro, mas não poupou palavras sobre itens emergências e regras de segurança que deviam ser respeitadas. Alguns jogadores ameaçaram ignorar tais regras, ainda acreditando que não ficariam realmente presos nesse mundo, mas Ray fez um bom trabalho convencendo-os a segui-las afirmando que as penalidades de morte em SAO seriam extremamente altas, envolvendo grandes perdas de experiência, itens e dinheiro, além de lembrá-los que o Nerve Gear possuía uma bateria interna forte o suficiente para fritar quem quisesse pagar pra ver.

A segunda parte era mais interessante. O jovem programador preparou excelentes estratégias para evoluir de forma segura e eficaz. O primeiro passo era comprar itens específicos escolhidos por ele usando a quantia inicial que cada jogador recebeu ao entrar no jogo. Esses itens possuíam o melhor custo benefício para jogadores iniciantes e eram fáceis de manusear, além de possuir boa durabilidade e algumas habilidades especiais. Esses itens eram, portanto, classificados informalmente como em relação a suas habilidades, em relação à seus atributos e durabilidade e em relação a seu nível de raridade, pois apenas alguns NPCs específicos os vendiam pelo preço ideal, e cada um vendia apenas uma classe de equipamento.

Dessa forma, Ray revelou a localização de cada um dos cinco ou seis que cada jogador deveria procurar e quais palavras dizer para conseguir comprá-los, já que esses itens não estariam na lista de itens à venda de cada NPC. O dinheiro inicial não seria o suficiente para um set inteiro, então Ray recomendou que começassem com uma arma de uma mão e um escudo, ou uma arma de duas mãos e uma calça, então seguissem para uma área pantanosa não muito longe da cidade. Lá, lutariam contra algumas aranhas até o nível 2 ou 3, caso tivessem paciência suficiente.

Essa estratégia funcionaria bem porque elas deixam apenas um item,

Mas havia riscos. Caso um ataque não fosse bloqueado, os jogadores seriam envenenados e perderiam uma quantidade constante de vida a cada segundo. O veneno não era tão forte, mas Ray preferiu exagerar um pouco afim de ninguém o subestimasse. Sendo assim, as regras de não permitir que sua barra de HP chegue à zona amarela e a de não lutar contra vários monstros de uma vez mostravam-se ainda mais importantes.

O próximo passo era comprar algumas poções de cura baratas e outros consumíveis que ofereciam recuperação lenta de HP afim de caçar criaturas mais fortes na montanha próxima ao pântano. Elas dariam mais dinheiro, mas Ray deixou claro o quanto era importante ficar longe do segundo andar, onde escorpiões seriam achados.

— Eles possuem atributos apenas um pouco melhores que as cobras, mas seu veneno é ao menos vinte vezes mais poderoso. Um único golpe deixaria a vida de um jogador perto da zona vermelha em pouco tempo, forçando o uso de uma poção.

O nível 4 viria mais ou menos ao mesmo tempo que a nova armadura, então o segundo andar se tornaria viável, mas os escorpiões ainda deveriam ser evitados e, quando não fosse possível, os aventureiros deveriam enfrentá-los em grupo ou ao menos enfrentar um de cada vez com muito cuidado, sem permitir jamais que seu HP atinja a zona amarela durante a luta e sem pensar duas vezes em usar uma poção caso percebam o veneno próximo de deixá-los na zona vermelha.

Por fim, deveriam completar o set comprando uma calça (caso já não o tenham feito), um capacete e uma bota, nessa ordem. O nível 5 chegaria um pouco antes ou um pouco depois do set estar completo. O processo todo levaria entre dez e vinte, dependendo do ritmo de cada jogador. O próximo passo poderia ser explorar o terceiro andar, depois o quarto no nível 6. Cada andar aumentaria apenas a quantidade de inimigos, mas não sua dificuldade, mas o quinto andar essa especialmente difícil. Quando alguns membros atingissem o nível 7, Ray sugeriu que formassem um grande grupo para explorá-lo e completar a quest ali existente, mas deixando bem claro que a dificuldade desse andar era muito maior.

Outra opção para o nível 5 seria voltar à cidade, comprar um mapa e explorar outros lugares. Ray sugeriu dois, mas não deu mais detalhes. Em vez disso, ensinou-os algumas regras para explorar lugares desconhecidos e dicas sobre como e onde conseguirem informações privilegiadas sobre locais de caça. O segredo estava nos NPCs e nos livros que encontrariam espalhados em Aincrad. Claro, vários jogadores demonstraram não ter paciência para explorar a história do mundo à sua volta. Para esses, Ray ofereceu seus serviços futuros como vendedor de informações.

Por fim, sugeriu algumas boas opções para seus próximos itens, todos bastante caros, pois o set que lhes havia recomendado era equivalente a equipamentos com atributos muito superiores, graças a suas habilidades especiais e seu custo/benefício único nesse andar.

Ao retornar à taverna, Ray possuía 16.000 col, incluindo seus 1.000 col iniciais.


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Notas finais do capítulo

"Mo, como você é nerd"
— Namorada lendo esse capítulo.

Tive bastante dificuldade para calcular valores viáveis para os col. Sim, os valores estão de acordo com a obra original, mas a obra original possui uma economia estranha. Basicamente, as recompensas de andares como o 74º não são muito melhores que as dos 1º, mas isso entra em contradição com algumas coisas mostradas no anime. Eu precisaria ler o Progressive para ter certeza disso tudo, mas ainda não tive essa oportunidade.

Espero que tenham gostado.

O próximo capítulo será foda~~



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