A história de um dragão chamado Sombra escrita por G S Bello


Capítulo 11
Cidade grande ?


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que fiquei muito tempo sem postar, e de brinde, estou trazendo esse capitulo bem grande :) Espero que todos os leitores gostem dele.



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— Bem, como assim você só tem vinte e um ? nossa você parece tão mais nova - Fernanda sorri conversando com Lucy.


   Sombra está tão alegre de ver suas duas únicas amigas se dando bem...

Mais tarde, chegando na cidade, quando o sol novamente se punha no horizonte...

— Bem... Talvez não devêssemos ter feito tantas pausas não é mesmo ? - Fernanda cutuca Sombra.

— Eu não tenho tanta culpa assim - Ele fecha os olhos e empina o nariz.

— Passar uma hora explicando a anatomia de um esquilo morto que encontrou pelo caminho, mais meia hora falando sobre a composição do sol e como Surgiu o sistema solar, Explicar o material do asfalto durante quarenta minutos lá atrás no inicio da estrada uh? e pra que raios alguém precisa saber porque as pessoas quando andam uma ao lado da outra tendem a manter o mesmo tipo de andar ? - Fernanda fala meio esquentada, reclamando de ter perdido o dia todo.

— Por favor, senhorita... Fer...nanda... Eu também dormi tempo de mais, a culpa não é só dele... - Lucy Resmungou com um olhar triste -

— Ei, olhe, quando alguém ama algo quer contar pra todo mundo, tudo bem ? e eu amo conhecimento, agora, ainda podemos achar um ... uh... isso, hotel mais fácil pra dormir, enquanto está noite, não vão olhar tanto pra mim, não é ? - Sombra da um sorriso meigo, logo depois seguindo por uma rua, costeira a estrada, alguns carros passavam ali com o farol alto, eles em poucos minutos chegaram a cidade, e na metade desse meio caminho haviam parado de discutir.

Lucy olhava ao redor, fascinada o tempo todo pelos letreiros , pelos carros que passavam entre as ruas estreitas, pela movimentação, estranhava a maioria não falar umas com as outras, mas isso não era tão mal assim agora, estava tudo tão surreal ali, o neon e o concreto, os prédios altos que apareciam ao longe... Se aproximando a cada passo.

Com Sombra, não era diferente, Tinha sede, queria saber mais sobre cada coisa ali, precisava se segurar pra não invadir estabelecimentos... A cada uma rua, algum jovem o parava para tirar uma "Selfie", o pedindo para olhar a um aparelho estranho de tamanho retangular pequeno, os flash de luz o eram estranho, mas ele estava adorando cada segundo de atenção, seculo vinte e um, monstros não são mais monstros, são apenas caricaturas famosas ao olhar das pessoas, quase ninguém ali tinha medo dele, a maioria apenas estranhava, eram poucos os que se aproximavam, mas faziam perguntas estranhas, tiravam fotos e outros tão nervosos que suavam de emoção." Um dragão!" Quase sempre alguém gritava, e não parecia que iriam atrás dele com garfos e facas, a cidade "grande" parecia tão amigável pra ele, ele estava sorridente, um tanto quanto tímido... até que...

— FERNANDA!!! - Ele gritou até ficar mudo, ele gelou em pedra... Estático de frente a uma pequena lojinha entre tantas as outras, olhando pela pequena vitrine que muitas vezes passava despercebida pelas pessoas nas ruas, muitas vezes ignorada pelo simples fato de estar entre duas lojas muito maiores...

— Sombra!? o que foi ?! - Ela correu até ele confusa, sem entender a situação, e muito preocupada...

— Relógios... digitais... - Sombra olhou de volta pra ela, seus olhos brilhavam diante da pequena e simples vitrine da lojinha escrito exatamente como ele disse.

Fernanda sorriu e colocou as mãos na cintura, Lucy saiu de trás de Fer, Todos entraram na loja, Sombra não deixava de olhar fascinado para todos os relógios ali dentro. Logo, um jovem atendente, aparentando ter no máximo vinte e cinco anos, surgiu de trás do balcão lançando sem dó nem piedade uma piada sem graça - Já ouvi falar de lagartos de fazenda, mas nunca de um dragão - Ele sorriu sem graça, tinha notado as roupas de Fernanda e... De Lucy.

— Bem, o senhor tem algum que caiba no pulso desse lagartão de fazenda ? - Ela brinca na frente de Sombra, o envergonhando um pouco, e fazendo ele se virar e olhar o mostruário da rua de novo...

O tal Jovem vendedor coça o queixo alguns segundos e então apenas respira fundo - Eu acho que tenho só uma peça, bem, no tamanho do pulso dele pelo que vejo, um padrão não caberia, mas recentemente chegou um modelo meio retro - Ele se vira entrando numa porta logo atrás do balcão e volta em menos de um minuto, Sombra já estava abanando a cauda de frente pra ele com a pata sobre o balcão e os olhos fechados.

— Bem, aqui está, é um Relógio masculino modelo pulso esporte led iluminado com sistema binário... - Ele abre a caixa mostrando o relógio com pulseira de couro preto por fora e pastel por dentro, com um retângulo de led 6x5 centímetros, ele colocou ao redor do pulso do dragão, o mesmo que sorriu e ainda não abriu os olhos abanando a cauda mais rápido. - Feito de aço inoxidável, de alta qualidade com cinturas duráveis, mostra Tempo em números digitais, padrão vinte e quatro horas, aparência retrô anos 70, as horas aparecem quando aperta o botão aqui do lado - Ele clica para mostrar - e tem um sistema wi-fi bluetooth integrado, se deixar ligado ele vai estar sempre recebendo a informação do clima, se vai chover, quantos graus vai fazer, tem despertador padrão, esse tipo de coisa, aqui olha ... - Ele ficou lá, explicando e explicando, Sombra já havia aberto os olhos, estava muito sorridente ouvindo cada palavra, logo depois de tudo ele falou o preço, amargurando um pouco a garganta de Fernanda, mas estava tudo bem, oitenta e cinco reais não são tão caros assim, parecia uma pechincha pra algo tão bem feito.

Pouco tempo depois saíram da loja, caminhando até um hotel simples bem próximo dali, Sombra não parava de olhar seu mais novo relógio digital.

Pouco antes de entrar no Hotel, passaram por um grupo de jovens meio estranhos, que olharam com olhos ruins e fizeram uma piada - olha só, o circo chegou mais cedo na cidade - um disse. - Uh olha só essa fantasia de dragão, deve faltar dignidade pra passar o dia todo dentro de uma coisa assim. - outro riu, e o ultimo disse - pelo menos não estão fantasiados de animais peludos, oh não, espere, estão sim - logo depois andaram rápido pra longe dali, Sombra rosnou e estava pensando em ir atrás, mas Fernanda apenas disse para ignorar, foi oque fizeram... Bem, logo ao entrar no hotel, o senhor negro, já meio calvo de cabelos grisalhos falou que era apenas sessenta reais mais adicionais a noite, e que cada quarto tinha apenas duas camas de solteiro com uma pequena televisão, abajur e banheiro com uma banheira média, fora o vaso e pia, algo bem simples até, e o dia embora não parecesse foi longo para todos para todos ali, bem, Lucy ainda estava meio que em outro universo babando para as luzes de neon, mas fora isso, Fernanda estava bem cansada, e com fome, até que teve uma genial ideia. - Certo senhor, vamos querer um quarto, mas antes, tem o numero de alguma pizzaria aqui perto ? - Ela Sorriu.

Pouco tempo depois, estavam todos tranquilos no quarto quarenta e dois, ficava no segundo andar, cerca de metade do corredor, era o ultimo quarto, ela não sabia muito bem porque ganhou aquela chave, mas descobriu logo, talvez boa educação, tinha uma ótima vista da rua, não é lá coisa tão apreciável mas todos estavam achando bem curioso as coisas ali, uh... Sombra estava deitado em uma cama, todo largado com uma asa caída no chão e outra encima dele, as patas estavam pra cima e ele assistia televisão de cabeça pra baixo. Lucy Sentava ao lado dele, havia arrastado a outra cama pra fazer uma especie de cama de casal improvisada, estava encolhida em um canto olhando pra televisão um pouco curiosa... Fernanda havia ido tomar banho primeiro, e bem, ligado pra pizza antes, deixou o dinheiro da pizza ao lado do abajur...

— Então... bem... Lucy... - Ele se virou encarando ela, ela começou a o encarar também.

— Sim... Sombra...? - Ela coçou a perna o olhando de lado.

— Sei que as coisas podem estar meio estranhas agora, bem, tenho certeza que estão, estão pra mim também, quero dizer... As coisas vão ficar mais estáveis logo, você pode arrumar um trabalho, eu posso arrumar um trabalho, quem sabe, bem, uh... Podemos visitar a Fernanda sempre que quisermos na futura casa dela, não precisa ser bem aqui nessa cidade, mas ela pode ajudar a gente com isso, eu acho, a gente pode fazer novos amigos também... com o que se imagina trabalhando ? - Ele mostra um sorriso envergonhado.

Ela respira fundo pensativa - Eu sempre quis cuidar dos animais lá na minha antiga vila... ser uma curandeira, só que de... animais ? - Ela sorri pensando, pensando de mais...

— Eu acho que chamam isso aqui de veterinária, ou algo assim, parece divertido, se eu machucar uma pata vou direto pra você - Ele brinca um pouco perdido e levanta uma pata fingindo que ela está mole e machucada.

— hihihi.. - Ela ri com um tom de humor - mas você não é uma ovelha ou um cachorrinho - Ela brinca.

— Claro que não! eu sou um lobo mau! Rawr! - Ele imita um gato arranhando o ar, tirando mais risos de Lucy.

O interfone do quarto toca, Sombra Atende, com certa dificuldade, era a pizza, ele pede para deixar entrar, e em pouco tempo ela chega até a porta, ele abre, já sentia o cheiro antes mesmo de abrir, entrega sem delongas o dinheiro pro garoto que trouxe a pizza e fecha a porta... trás ela para dentro do quarto, apaga o abajur e o coloca no chão, coloca a pizza na mesinha e sorri ainda com ela fechada.

— snif, snif... - Lucy cheira o ar - O cheiro disso é maravilhoso... - ela se aproxima da caixa, mas Sombra a interrompe. - Bem... que tal esperarmos a Fernanda Sair do banho, e então... lavamos nossas patinhas, e finalmente comemos ? viva a higiene - Ele brinca sem graça e da um sorriso sem emoção enquanto espera a porta se abrir, e é isso que acontece, Fernanda sai de lá, vestindo um pijama, e o cabelo amarrado, logo atrás dela o vapor sai pela porta.

— Eu lavo a mão primeiro! - Lucy grita e corre pro banheiro, Sombra vai logo atrás.

— você nem sabe como se liga uma torneira! - Sombra brinca e entra no banheiro indo até ela.

Não demorou muito para os dois lavarem suas mãos, brindarem o primeiro copo de refrigerante de suas vidas, e comerem aquela enorme pizza de quatro sabores com borda recheada de cheddar, se deleitando com porcaria também pela primeira vez em suas vidas; como uma noite em família, oh... Esses dois, você sabe quem, eles estavam amando se sentirem em uma família, aquilo com certeza era algo especial para os dois...

Lucy mastigava sem jeito com a boca entupida de queijo, mal conseguindo engolir e por um triz de se engasgar, o óleo escorrida pela lateral dos seus lábios, Sombra Devorava dois pedaços da parte de Frango como se não houvesse amanhã, fazendo isso de forma muito engraçada, e Fernanda... Oh, Fernanda tentava não se engasgar de tanto rir da cara dos dois!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, fiz com muito carinho :p



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