P.O.V Shawn Mendes

Eu tirei suas mãos de mim, me afastei e disse:

— Não, eu não sou e se você ainda acha que estamos juntos só por termos “dados um tempo” eu estou terminando agora com você, dessa vez pra valer.

— Você não pode fazer isso, só por causa daquela mulatinha. Disse ela com cara de nojo.

— Tanto posso quanto fiz. Respondi indo procurar por Rebecca que já estava demorando e muito.

Eu fui até onde a amiga dela estava e ela estava ficando com o Nash?! Legal. Eu não queria, mas vou ter que fazer o mesmo que ela fez comigo. Cutuquei o ombro dela que parou o beijo assustada e disse:

— O que foi?

— Você sabe onde a Rebecca está? Perguntei.

— Ah, claro... Eu não sei. Ela estava comigo, mas eu vim ficar aqui com ele...

— Estou vendo. Respondi rindo.

— Será que você pode né? Disse Nash querendo dizer para deixa-los “a sós”.

— Ah, foi mal. Respondi andando pela casa e nada.

P.O.V Rebecca Oliver

Eu parei de chorar, enxuguei o rosto e fui beber um pouco e tentar esquecer aquilo. Peguei um copo de vodca e fiquei bebendo na frente da casa, assim não teria como dar de cara com as três pessoas que menos quero, mas como vou para casa agora? Quer saber? Vou a pé mesmo, não tem mais nada para mim nessa festa mesmo. Terminei de beber, deixei o copo do lado do vaso de plantas, tirei o salto e fui andando pela rua, que estava meio deserta, sabe-se lá que horas são, mas dane-se. Eu só preciso chegar a casa e pronto. Continuo andando e acredito estar indo pelo lado certo.

P.O.V Shawn Mendes

Depois de procurar por toda a casa, a única opção possível é ela ter ido para casa, mas como?

Fui até o meu carro, Cameron veio atrás de mim e disse:

— Já vai, cara?

— Acho que sim. Respondi destravando-o e entrando.

— Tá cedo ainda. Disse ele bebendo em seguida.

— Eu sei, mas eu preciso resolver uma coisa e tem que ser agora. Fui. Falei ligando o carro e indo.

Eu fui um devagar, porque ela possivelmente ainda não chegou a casa, até porque é um pouco longe. Mas o que deu nela para querer ir embora tão rápido? Algo está muito errado. Antes de chegar à esquina a encontrei parecendo estar perdida, parei ao seu lado e falei:

— Ei! Por que veio embora sem me avisar?

— Ah, por que eu vim embora? Será que é porque eu vi que você estava agarradinho com a sua namorada? Talvez, acho que sim. Disse ela me deixando confuso.

— Como assim? Eu não estava — Parei de falar e me lembrei de que Camila tinha me abraçado sim, mas a força — Você está entendendo tudo errado... Ela que me abraçou.

— E quem me garante que vocês não se beijaram? Você não tem mesmo vergonha na cara, não é mesmo? Me beija na frente de todos, mesmo namorando outra e por fim se pega com ela na mesma noite, ainda vem atrás de mim?! Poupe-me garoto. Disse ela parecendo estar mesmo muito magoada.

— Eu não estou namorando ela, eu terminei de vez com ela, está bem? E não peguei ela, acho que depois que você saiu eu me afastei dela. Ou você acha mesmo que eu faria isso estando ainda com ela? A largaria para te procurar feito louco por toda a casa. Falei sendo sincero.

Ela abaixou a cabeça, acho que ficou sem ter o que responder, depois gesticulou algo e disse:

— Isso não está dando certo — e começou a caminhar.

— Onde está indo? Perguntei indo atrás dela.

— Para casa, porque a festa acabou para mim. Disse ela.

— Entra aí, eu te levo lá. Falei destravando as portas.

— Não, eu vou sozinha, sei o caminho de volta. Disse ela continuando a andar.

— Mas nossas casas ficam para aquele lado — apontei para o lado contrário ao que ela estava indo — Qual é Rebecca, me deixe pelo menos te deixar em casa.

Ela suspirou ainda brava e veio até o carro, dizendo:

— Só deixo porque realmente estou perdida — e entrou no carro.

Eu sorri e ela disse:

— Isso não significa que seremos amigos.

— O quê? E quem disse que eu só quero ser seu amigo? Perguntei sem pensar no que dizia.

— E quem disse que eu quero que seja algo, além disso? Quer dizer, nem isso eu quero que você seja e... Argh! Disse ela parecendo estar confusa.

Eu ri e ela disse:

— O que foi agora? Qual é a graça?

— Você toda estressadinha. Respondi ainda rindo.

— Ha! Ha! Ha! Engraçado — disse ela fazendo cara de tédio.

Depois disso eu continuei dirigindo, olhando para a estrada, mas dando umas olhadas para ela disfarçadamente, eu acho.

P.O.V Rebecca Oliver

Acho que depois de tudo o encanto que eu tive por ele se foi. Foi tudo maravilhoso até eu vê-lo com aquela outra lá. Talvez meu pai esteja certo em ter me incentivado a não me envolver com garotos brancos, porque mesmo se eu quisesse, ele não me assumiria, até porque mesmo que digam o contrário o mundo ainda é preconceituoso, sempre foi e não serei eu quem irá mudar isso, quem dera se fosse... Ele pode até ser legal, encantador, mas a verdade é que ele vai continuar com a Camila porque ela é socialmente aceitável para ficar com ele e não eu, eu no máximo sirvo para uma aventura secreta e não quero isso, então a partir de hoje me afastarei dele.

Chegamos à entrada da minha casa e ele disse:

— Você vai entrar pela porta da frente mesmo?

— Por onde eu entraria? Perguntei.

— Sei lá. Eu não sei se você se lembra, mas você saiu fugida de casa e pulou para o meu quarto mais cedo. Disse ele me fazendo me lembrar disso e droga! E agora?

— Bem lembrado... Merda. Respondi tentando pensar em por onde eu entraria, porque essa casa não tem porta dos fundos, meus pais ainda estão acordados e o muro que divide nossas casas é bem grudado à janela do meu quarto, o único jeito de pular é — eu preciso passar pelo seu quarto.

— Opa... Disse ele maldando.

Eu dei um tapa em seu braço e ele disse rindo:

— Eu já entendi.

— Então pare de graça e me ajude. Respondi.

Ele deu ré, pôs o carro na garagem, descemos do carro, ele abriu a porta interior da garagem que dava acesso a casa dele, subimos e parecia até que ele morava sozinho lá, porque mais uma vez não tinha ninguém em nenhum dos cômodos que passamos. Subimos as escadas, entramos em seu quarto e ele disse:

— Consegue pular sozinha?

— Acho que não. Respondi olhando a distância do muro para a janela dele.

Eu subi na janela, ele pegou em minhas pernas, me ajudando a coloca-las para o lado de fora, nossos olhos se encontraram e droga, isso não vai acabar bem... Ele pegou em meu rosto e foi se aproximando para me beijar, eu não queria, mas ao mesmo tempo queria e acabamos nos beijando.

Eu estava com uma das pernas dentro do quarto dele e a outra na janela, eu pus meus braços em volta do pescoço dele, voltei minha perna para dentro do quarto dele me sentando na janela de frente para ele, ele pegou em minha nuca, eu pus minhas mãos por dentro de sua camisa, ele parou o beijo sorrindo eu sorri também e droga, voltamos a nos beijar de um jeito tão gostoso que não dava vontade de parar tão cedo, se possível, nunca mais. Ele pegou em minhas coxas prendendo-as ao seu quadril e me levou em seu colo até sua cama. Ele me deitou lentamente e ainda continuamos a nos beijar, pelo menos até eu me ligar e parar com aquilo, dizendo ofegante:

— Não! — Eu o afastei de mim, me levantando e indo até a janela — Eu não posso fazer isso.

Ele ficou com cara de confuso me olhando, eu dei o meu jeito e pulei quase caindo para o muro e depois para o meu quarto. Acendi as luzes e vi que estava tudo do mesmo jeitinho que eu deixei e suspirei de alívio e ainda por estar sem fôlego pelo o que se passou há alguns segundos atrás.

P.O.V Shawn Mendes

Droga! O que foi que eu fiz? Ela deve está pensando que eu só queria transar com ela e eu juro que não é isso. Por que eu não consegui me controlar? Espero que ela não se afaste de mim por isso.