O ano em que eu me apaixonei pelo Paulo Guerra escrita por Jel Cavalcante


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

"E agora? Como é que eu vou sobreviver uma noite inteira com todo mundo rindo da minha cara desse jeito? Eu literalmente preferia estar morta."



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Quinta-feira, 31 de Dezembro:


(2 festas insuportáveis, 2 pratos de comida (nível Jaime Palilo), 1 família que me ama (ou deveria me amar), 4 tias chatas, 35 perguntas irritantes feitas por tias chatas, 1 piada do pavê (feita por um tio chato), 0 amigas que atendem as minhas ligações, 0 vontade de viver)

22h30. Sinceramente, não sei o que fiz pra merecer isso. Primeiro a minha mãe me faz arrumar a casa INTEIRA por conta de uma comemoração de fim de ano que durou meia hora no máximo. Depois ela veio querer dar palpite nas minhas roupas, como se eu fosse colocar aquele vestido branco horrível que tá mofando há décadas no fundo do guarda-roupas. Cruz credo.

– Mas minha filha, todo mundo vai estar vestindo roupas brancas e a única que você tem é aquele vestidinho lindo que eu te dei no ano passado - enquanto ela falava, ia empilhando todas as roupas que eu havia colocado em cima da cama, balançando a cabeça em sinal de reprovação.

– Mãe, eu não sou todo mundo.

Falei sem conseguir olhar em seus olhos. Aquele fim de ano estava sendo muito cansativo e eu sabia que qualquer coisinha poderia acabar com a noite dela. Fora isso, ainda tinha o meu pai e o meu irmão gritando lá fora como se o mundo fosse acabar se eu não saísse dali vestida de branco em cinco minutos.

– Quer saber, eu vou colocar a droga do vestido, mas só enquanto a gente come. Ouviu?

Ela fez que sim com a cabeça e me deixou sozinha novamente. Assim que a porta se fechou, me certifiquei de que estava trancada e corri pra frente do espelho com o vestido nas mãos. Nem lembro quando foi a última vez que vesti algo parecido mas, convenhamos, poderia ter sido muito pior. Ela poderia, por exemplo, ter me forçado a usar uma saia longa plissada, e aí sim eu teria acabado com a noite de todo mundo com o maior prazer.

Depois que a minha família inteira fingiu que era unida e que aquele tinha sido um ano maravilhoso, sem que ninguém percebesse, levantei da mesa e fui até a varanda. Lá era o único lugar onde eu poderia fazer uma ligação sem que as minhas tias chatas ficassem perguntando se eu estava falando com algum "namoradinho".

Com a barriga prestes a explodir de tanta comida, caminhei devagar se levantar muitas suspeitas. A noite estava bastante iluminada e as pessoas na rua passeavam felizes como se aquele dia fosse realmente diferente dos outros. Com o celular em mãos, liguei pra Valéria mas ela não atendeu. Talvez estivesse numa festa bem melhor que a minha. E ainda por cima ela sim tinha um namorado com quem poderia passar a noite, sem ser importunada pela legião de tias desagradáveis que rodeiam as festas de ano novo. Tentei o número da Laura, ocupado, o da Carmen, fora de área, e até o da Margarida, com quem não estava falando direito desde o dia em que ela insinuou que eu nunca iria ter um namorado. Até parece que eu preciso de um garoto enchendo o meu saco. Já basta a minha mãe querendo controlar até o que eu visto.

A porta da casa abriu de repente e do lado de dentro pude ver uma sombra vindo na minha direção. Era a minha mãe, e trazia nas mãos o telefone.

– Alícia, é pra você. Alguma das suas amiguinhas da escola querendo te desejar feliz ano novo.

Se tem uma coisa que eu detesto é essa necessidade que os adultos têm de falar tudo no diminutivo quando estão conversando com a gente. É namoradinho, amiguinho, vestidinho. Argh! Eu não aguentou mais ser tratada como uma criança nessa casa!

– Alô? - atendi em tom de surpresa pra disfarçar a vontade enorme que eu tinha de falar com alguém que não fosse da minha família.

– Oi, Alícia. Aqui é a Marcelina. Você e a sua família tão sabendo da festa na casa da Maria Joaquina? Parece que todo mundo vai assistir a queima de fogos lá. O pai dela encheu uma rua inteira de…

POW! POW! POW!

Tomei um baita susto com alguma coisa explodindo do outro lado da linha. Só podia ser o idiota do Paulo assustando a coitada da Marcelina. Depois disso a ligação ficou muda e eu devolvi o telefone para a minha mãe, que ficou do meu lado o tempo todo como se quisesse ouvir a minha conversa PARTICULAR.

– E então, filha? Ela te falou da festa na casa da Maria Joaquina? Nós já estamos de saída - havia alguma coisa diferente naquele olhar, como se aquele convite tivesse apanhado ela de surpresa. Acho que, pela primeira vez naquele dia inteiro, minha mãe estava feliz de verdade.

– Mas… Como assim de saída? Eu ainda tenho que me arrumar.

Nessa hora, meu pai saiu de casa às pressas e entrou no carro, que estava estacionado na calçada. Meu irmão veio correndo em seguida e tropeçou em cheio na minha frente, derramando algum líquido estranho no vestido horrível que, agora mais do que nunca, me deixava igual uma palhaça.

– Olha só o que você fez, garoto! - gritei, olhando não para ele mas sim para o rosto da minha mãe. Só ela poderia me salvar daquela noite infernal.

– A gente dá um jeito no caminho. Anda logo que o seu pai tá uma fera hoje.

Aquele definitivamente não era o meu dia. De repente, me vi no banco de trás do carro, esfregando cuspe na mancha gigantesca que o imbecil do Caio tinha deixado bem no meio do vestido. Era um troço meio verde, meio preto, provavelmente alguma mistura macabra de refrigerante, bolo, areia e sei lá mais o quê que aquele desgraçado gostava de colocar na boca.

– Não fica assim, Alícia. O seu irmão não teve culpa de nada. Ele ainda é muito pequeno pra entender que não se deve molhar os outros, né filhinho lindo? - falou minha mãe sem a menor preocupação quanto a vergonha monstruosa que a filha dela iria passar naquela noite. Mas, tudo bem. Pelo menos nós tínhamos deixado o resto da família pra trás e isso, por si só, já era uma grande vitória.

_

23h20. Chegando na festa, Mamãe levou Caio às pressas para fazer xixi enquanto eu e o meu pai - nem morta eu chamaria alguém com aquela cara rabugenta de "papai" - ficamos plantados na frente da casa da Maria Joaquina, sem sabermos para onde ir.

Rapidamente ele encontrou um amigo e deu um jeito de escapar de mim - muito bem, deixem a filha de vocês com cara de "Carrie, a estranha" na porta da casa da garota mais metida da Escola Mundial inteira.

Humilhações à parte, entrei sem chamar muita atenção e procurei alguém que pudesse me ajudar. Só tinha uma única pessoa que eu não gostaria de ver naquela noite, e essa pessoa era o…

– Hahahahahahaha! Olha só a Alícia vindo aí gente! Alguém avisa pra ela que o Halloween já passou, por favor!

Ótimo. A primeira pessoa que eu encontro é nada mais nada menos que o garoto mais encrenqueiro que eu já conheci em toda a minha vida. E junto dele, mais dois idiotas, Mário e Kokimoto. E agora? Como é que eu vou sobreviver uma noite inteira com todo mundo rindo da minha cara desse jeito? Eu literalmente preferia estar morta.

– O que aconteceu com você, amiga? - ufa, finalmente alguém que não teria coragem de rir da minha desgraça apareceu na minha frente.

– Marcelina, pelo amor de deus, me tira dessa festa agora! - sussurrei enquanto a arrastava pelo braço em direção à cozinha.

Na cozinha, felizmente pude avistar uma porta mágica - que poderia muito bem me teletransportar para outra dimensão, bem longe do planeta Terra - e me apressei para ver onde ia dar. Era uma espécie de quartinho de limpeza ou depósito, agora já não me lembro muito bem, só sei que entrei primeiro e depois a Marcelina veio com uma tigela de água, tentando limpar a sujeira que o meu querido irmão havia espalhado naquele vestido asqueroso e nojento que me obrigaram a vestir.

– Calma, amiga. Logo logo essa mancha vai diminuir. Pode confiar em mim.

Era ótimo ter uma amiga verdadeira ali comigo. Do contrário, certamente iria ter um troço no meio de tanta gente retardada rindo da minha cara. E o pior de tudo não era nem a vergonha em si, mas o fato de que eu, Alícia Gusman, estava dando aquele piti todo por conta de uma bobagem. Se bem que de uns tempos pra cá eu mudei bastante. Tanto que nem me reconheço mais diante do espelho. Enfim, tudo indicava que a situação iria melhorar e que eu iria sobreviver. Pelo menos até o dia seguinte, eu espero.

23h45. Um pouco antes da meia noite, eu e Marcelina ainda estávamos no quartinho, terminando de enxugar o vestido quando, do nada, ouvimos algumas vozes vindo da cozinha.

– O meu pai disse que faz parte do ritual, galera. Se vocês não beijarem uma menina quando der meia noite, terão azar o ano que vem inteiro.

Era a voz do Davi, que provavelmente estava dizendo aquilo só pra se gabar porque era o único dos garotos que tinha uma namorada. A surpresa, porém, veio logo em seguida.

– Eu não vou beijar porcaria nenhuma. Até parece que eu acredito numa balela dessas! - a voz era familiar mas não dava pra identificar muito bem quem estava falando por causa da porta. Pela ignorância, só podia ser o Jaime.

Nessa hora, eu e a minha mais nova melhor amiga Marcelina - a Valéria perdeu o posto quando resolveu desaparecer na hora em que eu mais precisava - estávamos quietas, com a orelha colada atrás da porta, tentando ouvir toda a conversa dos meninos. Vez ou outra, nos olhávamos e ríamos em voz baixa.

– Eu não sou totalmente contra. Só vai ser difícil conseguir convencer alguma delas a querer participar da brincadeira.

– Ah, Mário. Todo mundo sabe que você gosta da Mar…

De repente todos ficaram em silêncio. Eu olhei pra cara da Marcelina e ela parecia estar bastante confusa, porém aquela ausência de barulho me intrigava bem mais do que se ela tinha percebido ou não que seu nome por pouco não foi pronunciado na conversa.

– O que foi? Por que vocês pararam de falar quando eu cheguei? - Agora sim dava pra saber exatamente de quem era aquela voz. Paulo Guerra, o carrasco. Percebi então que eles se calaram porque estavam com medo de que ele descobrisse que tinha alguém de olho na irmã dele.

– Amiga, - Marcelina olhou pra mim cochichando alguma coisa com o maior cuidado para não fazer barulho - você acha que o Mário gosta da Maria Joaquina?

Lá estava a minha amiga sendo ingênua, como sempre. Como se não bastasse cair em todas as armadilhas do irmão, também era incapaz de perceber quando estavam a fim dela. Eu até gostaria de escancarar logo tudo - eu já tinha percebido há séculos a cara de bobo que o Mário faz quando ela tá por perto - mas seria perigoso conversar ali, às escondidas, além do mais, o Paulo tinha acabado de chegar na conversa e de alguma forma aquilo aumentou ainda mais o meu interesse. Fiz um sinal para que continuássemos quietas e voltamos a ouvir os meninos.

– O Paulo deveria beijar a Alícia já que ele gosta tanto de filme de terror. Hahahahaha.

Ok, se levarmos em conta que o idiota do Kokimoto só falou isso por causa da mancha esquisita no meu vestido - que realmente me deixou com cara de "Carrie, a estranha" - até que a piada foi engraçada. Mas eu nem sequer tive tempo de rir.

– Nem morto. Essa brincadeira de beijar é coisa de menina - a voz dele pareceu ter mudado de repente.

– Ahahaha. O Paulo ta com vergonha! O Paulo ta com vergonha!

– É verdade! Aposto que você tem medo de que nenhuma menina queira beijar você!

Novas vozes sobressaltaram a conversa e já não dava mais pra descobrir quem falava o quê. O que eu sei é que esse tipo de brincadeira não se faz. Nem mesmo com o grosseiro do Paulo. Se bem que de certo modo eles tinham razão. Nenhuma menina jamais levaria o Paulo a sério. Era impossível saber quando ele tava zoando ou falando a verdade.

23:54. De volta pra sala e com a esperança de que ninguém mais iria encher o meu saco, percebi que todo mundo se encolhia cada vez tentando passar pela porta estreita que dava para a rua. Faltavam poucos minutos para a meia noite, ou seja, hora de assistir a queima de fogos. Provavelmente a maior do bairro.

Lá fora, vi minha mãe segurando Caio pelo braço, tentando impedir que ele se soltasse e corresse em direção aos fogos. Aquela criança precisava urgentemente de uma camisa de força. Do outro lado, vi meu Pai conversando com uma corja de outros pais, todos com uma cara estranha, provavelmente bêbados - que era bem melhor que a cara de raiva que ele tinha quando a gente chegou na festa.

Percebi que a Marcelina tinha sumido de repente. Onde será que ela se meteu? Olhei pra tudo quanto era lado e nem sinal dela. Sem querer, ia sendo empurrada aos poucos pela multidão que se contorcia uns sobre os outros, em busca de um bom lugar para ver as luzes no céu. Foi nessa hora que alguém apertou o meu ombro, fazendo o meu coração acelerar de uma vez.

– Você viu o Mário ou o Koki? Eles estavam aqui comigo agorinha mesmo.

Era o Paulo Guerra, enfiado num terno bastante escuro - na certa estava usando aquilo contra a sua vontade, assim como eu e o vestido branco azedo ridículo - com uma gravatinha de listras amarelas e os famosos fones de ouvido em volta do pescoço - aposto que ele não tira os fones nem pra tomar banho, hahaha.

– Vi não. A Marcelina também sumiu do nada. Será que eles estão juntos? - ai droga, acabei dando o entender de que a Marcelina poderia estar com o Mário. Agora ele vai achar que eles estão ficando ou coisa do tipo, ou seja, vai sobrar pra mim.

– Como assim juntos? Você ta doida? Vem cá, eu achei um lugar ótimo pra ver os fogos.

Foi exatamente aí que eu comecei a sentir, ou melhor, a aceitar que estava sentindo alguma coisa diferente. Definitivamente eu não era mais a mesma Alícia que começou o ano sem se importar com roupa, cabelo e até mesmo com os garotos. Alguma coisa naquele menino chato, que agora segurava a minha mão como se estivesse me levando embora - pra onde?? - fazia o meu coração bater mais forte. E isso de longe foi a coisa mais brega que já me aconteceu. Eu juro que não imaginava que os corações realmente batessem por alguém.

Quando paramos de andar, a primeira coisa que fiz foi soltar a mão dele. O suor já havia começado a ensopar os meus dedos e a última coisa que eu queria era que ele percebesse que eu estava nervosa. O lugar que ele dizia ser muito bom para ver os fogos era na verdade o muro da casa de algum vizinho. Uma parede baixa onde, com um pouco de esforço, ele subiu apressado e me chamou, lá de cima, com um sorriso no rosto. Aposto que estava duvidando que eu conseguisse subir tão rápido quanto ele.

– Quer ajuda?

– Pode deixar. Eu já escalei muros bem maiores que esse - foi uma frase totalmente espontânea mas de alguma forma fez com que ele voltasse a atenção totalmente pra mim, talvez torcendo para que eu caísse o algo do tipo.

Não demorou muito e estávamos os dois em cima do muro - se é que poderíamos chamar aquilo de muro - esperando que desse meia noite.

– Falta quanto? - ele perguntou olhando nos meus olhos.

– Ué, você não tem relógio?

Pelo amor de deus, Alícia, O QUE VOCÊ TA FAZENDO?? Respirei fundo, enquanto ele olhava no próprio relógio que horas eram. Dali em diante eu sabia que não iria ser fácil. Poderia muito bem ser um momento casual onde dois amigos sobem no muro pra ver os fogos de fim de ano. Mas eu não conseguia tirar a conversa na cozinha da cabeça. Será que ele estava tão nervoso quanto eu?

– É agora - ele disse.

Agora? Mas como assim? O quê que é agora? O beijo, os fogos, o momento em que eu tenho um ataque do coração e caio pra trás? Antes que eu pudesse perguntar, as pessoas começaram a gritar.

DEZ, NOVE, OITO, SETE…

Senti uma coisa fria espetando o meu dedo e me assustei. Era a mão dele tentando criar coragem pra segurar a minha. Passei uns dois segundos pensando se deveria concordar em segurar a mão dele de novo, mas não conseguia mexer um milímetro sequer.

SEIS, CINCO, QUATRO...

Ai meu deus, ele pegou na minha mão, e agora?

TRÊS

Será que eu chego mais perto dele? Será que dessa distância ta bom? Eu tô suando frio!!!!

DOIS

Talvez eu morra.

UM

Talvez eu…

FELIZ ANO NOVOOOOO!!!!

Eu sabia que milhares de bombas estavam explodindo em cima das nossas cabeças, lá no alto, e que o barulho ensurdecedor impedia que eu ouvisse as batidas do meu próprio coração - mais uma vez a breguice me dominando - mas eu sentia um tambor gigante dentro de mim, bem mais intenso que todos aqueles fogos.

Passamos cerca de dois ou três segundos vendo as primeiras luzes brilharem no céu. Foi o suficiente para que eu me deixasse levar, primeiro por um abraço, depois por um rápido ajuste de distância e, quando menos percebi, estávamos nos beijando. Fechei os olhos e senti que os dele estavam em mim. Mas talvez não estivessem. Talvez ele também tivesse se deixado levar pelo momento. Pelos fogos e pelos nossos instintos. Depois de um tempo beijando, passei a observar outras coisas, como o cheiro doce - provavelmente um perfume que a mãe dele implorou para que passasse e que agora fazia toda a diferença - e o movimento dos seus braços em volta dos meus. O garoto mais encrenqueiro da escola era também o mais charmoso. O primeiro. O único. E na medida em que os fogos explodiam suas cores vibrantes, nossos lábios percorriam o caminho um do outro.

Seria aquilo algo bom? Não dava pra saber. A única certeza que eu tinha era a de que a antiga Alícia estava do outro lado da rua, se despedindo calmamente, enquanto um novo ano, repleto de surpresas, se aproximava aos poucos. O ano em que eu me apaixonei pela primeira vez... E que ano!


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Notas finais do capítulo

e então? vcs curtem paulícia?

façam essa autora feliz deixando um comentário fofinho!

se vcs gostarem, eu juro que continuo!

até mais :**