Darkness Brought Me You escrita por moni


Capítulo 33
Capitulo 33


Notas iniciais do capítulo

Oiieeee Espero que gostem. Desculpem a hora. Dia cheio. Sabado tem mais.



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Pov – Daryl

   Eu devia me mover, acordar Hannah e Brook e deixar esse carro no meio da estrada e todo o risco que corremos aqui, mas não consigo desgrudar meus olhos delas. Quase as perdi. Tantos momentos em que pensei que jamais voltaria a vê-las, que passaria o resto dos meus dias a caça-las.

   Hannah não deve ter dormido desde que nos separamos. Seu rosto está abatido. Sinto um orgulho dela que nem sei mensurar. Aquela garota frágil é agora forte e corajosa. Uma lutadora e nada me deixa mais feliz do que isso.

   Brook coça o nariz dormindo no banco de trás, abraçada a boneca e com uma longa trança nos cabelos parece um anjinho inocente, mas essa garotinha anda muito esperta e corajosa. Chamando zumbis para ajudar Hannah. Talvez tenhamos ido longe demais com isso de tirar seu medo. Sendo filha de Merle medo já não é palavra frequente em seu vocabulário e eu ainda a deixo confiante.

   Um par de zumbis deixa a floresta e caminha para o carro. Hora de nos movermos para casa. Antes que possa acordá-las um dele bate no vidro do carro e as duas saltam assustadas.

   ─Está tudo bem. Temos que ir. – Brook coça os olhos, se afasta um pouco do vidro enquanto o Zumbi arranha desesperado por ela.

   ─Feioso cara de coco! – Eu e Hannah trocamos um olhar primeiro espantado, depois confusos e antes que tenhamos forças para dizer qualquer coisa rimos. - Estão rindo de mim é?

   ─Nunca! – Eu Puxo a faca presa ao meu cinto. – Esperem aqui. – Abro a porta do carro. Os zumbis deixam os vidros interessados em algo mais próximo e caminham para mim. Acerto o primeiro e depois o segundo. Hannah desce e vem abrir a porta traseira para Brooklyn. – Prontas?

   ─Sim. Brook fica no meio e chega de coragem e conversa. Se comporta. – Ela olha para Hannah um tanto zangada. Segura minha mão.

   ─Eu sei tia Hannah! Tio Daryl eu sou esperta sabia disso?

   ─Sei sim. Agora caminhando que estamos perto de casa. – Não encontramos grandes problemas no resto do caminho. Nada além da sede e da fome. Um pouco de frio também. O inverno parece muito próximo. Um vento gelado sopra fazendo Brook se encolher com a mão gelada presa a minha.

   Toco o local do tiro com algum cuidado. Agora que começo a relaxar ele queima um pouco. Reprimo um gemido.

   ─o que foi?

   ─Eu não contei, mas tomei um tiro de raspão nas costas, perto do ombro. Estou legal. Não faz essa cara. – Hannah está pálida. O rosto assustado me preocupa. – É sério.

   ─Daryl como se atreveu a sair atrás de nós sem cuidar disso? – Ela tenta se aproximar. – Deixa eu ver.

   ─Não vamos parar agora Hannah. Em casa vê o que quiser até deixo você brincar de costureira se quiser. Estou bem. Nem estou mais sangrando e não ia fazer curativo no meio do caos e com vocês desaparecidas. Eu apenas saí atrás de vocês. Não tenho nem ideia de como estão as coisas lá. Se perdemos alguém. Se... Esquece isso. Só quero chegar logo.

   A ideia de que podemos ter mortos me apavora. Vi quase todo o grupo. Menos Carl, Judy, a doutora. Algumas pessoas que não conheço bem. Deanna, também não estava por perto quando parti. Jessie, os filhos. Um arrepio percorre meu corpo ao pensar nos filhos de Rick.

   Um arrepio passa por meu corpo. Balanço a cabeça para afastar a ideia.

   ─Está muito frio não é tio Daryl? Eu queria minha cama bem quentinha agora.

   ─Estamos chegando Brooklyn. Logo vai estar na sua cama quentinha.

   Felizmente agora temos um teto. Sei como é um inverno nas ruas e não aguentaria ver Brook nessas condições.

   Assistir os portões de Alexandria se abrirem para minha família me enchem de uma paz que não me lembro de já ter sentido. É Eugene quem faz a guarda. Sasha está na torre de vigia e sorri quando nos vê.

   Alexandria já não tem mais aquele rio de corpos espalhados pelas ruas. Um pouco ao norte dos portões uma fumaça sobe denunciando onde foram parar os corpos.

   Beth surge correndo. Ela e Hannah se abraçam. É um abraço mudo. Apenas o sentimento do reencontro. Todos estão ainda sujos e suados, as roupas cheias de sangue de zumbi. Glenn se aproxima com Maggie. Mais abraços. Procuro por Rick e Michonne.

   ─Como estão as coisas? Cadê o Rick?

   ─Daryl o Rick tomou um tiro no olho. Ele está vivo. – Glenn se apressa. – Perdeu a visão. Rick e Mich estão com ele.

   ─Denise conseguiu salva-lo. Um milagre para sua pouca experiência e no meio do caos. – Beth comunica.

   ─Vamos vê-lo. Carl está fora de risco?

   ─Sim.

   ─Você precisa ver essas costas Daryl. Ainda não acredito que teve coragem de sair atrás de nós sem cuidar desse tiro.

   ─Foi de raspão Hannah. – Mais uma vez explico. Eu nem me lembrei do tiro e nem se tivesse perdido um braço eu pararia.

   Quero perguntar quem perdemos. Quantos, mas não quero fazer isso na frente de Brook. Tenho medo do quanto isso vai afetá-la. Denise está sentada ao lado de Tara na enfermaria. Os olhos cansados. Mich caminha de um lado para outro com Judy nos braços.

   ─Como ele está? – Pergunto a ela.

   ─Vai viver, se adaptar.

   ─Daryl. Deixa a Denise cuidar do seu ferimento. – Hannah me pede angustiada. Eu me sento na maca. Retiro a camisa e acho que Denise adoraria costurar se Hannah deixasse ela ao menos ver. – Olha isso. É profundo eu acho. Não acredito nisso Daryl. Sair assim?

   ─Vem aqui vem. Deixa a doutora ver isso. – Hannah se aproxima de mim. Brook sobe na maca. Se posiciona nas minhas costas.

   ─Coitado tio. Está doendo muito?

   ─Não. Vem aqui comigo. – Me movo para afasta-la. Denise me agradece com o olhar a oportunidade de me ajudar.

   ─Vou limpar e suturar. Não é nada demais. – Ela avisa e logo sinto o algodão gelado passando sobre o ferimento. Me mantenho firme e quando a agulha começa a passar lenta a cara de Hannah e Brook é mais desesperadora que a a dor que sinto.

   ─Não está doendo. Só para o caso de ser esse o medo de vocês. – Aviso as duas.

   ─Brook. Quer um copo de água? – Tara convida, as duas deixam a sala e aproveito para fazer a pergunta.

   ─Quem perdemos Denise? – Ela fica em silencio. Sinto enquanto trabalha terminando com a linha em minhas costas. Me movo e vejo suas lágrimas. – Michonne?

   ─Deanna. Jessie e os filhos, Ron e Sam. Eu fiz. Quando Ron... Ele atirou no Carl. Mirou em Rick, errou. Eu... – Ela se cala. Hannah caminha até ela. Acaricia Judy. Toca o ombro de Mich.

   ─Fez o que tinha que fazer Mich.

   ─Sei disso.

   ─Precisa de algo?

   ─Não. Estou bem. Carl está bem então é o que importa. Mais tarde vou para casa. Estou aqui esperando o Carl acordar para dar um beijo nele, depois levo Judy para casa.

   Visto a camisa novamente. Alexandria está toda nas ruas limpando e reorganizando o lugar. Não podemos parar.

   ─Hannah eu vou ajudar. Tem muito trabalho a ser feito.

   ─Também vou Daryl. Acho que agora todos precisamos nos apoiar. – Ela me abraça. – Jessie e os filhos. Eu os vi andando junto com Rick. Podia ter sido...

   ─Shiu! Não fale. Nem pense.

   ─Está bem? Não quer ir para casa com a Brook e eu...

   ─Não. – Corto antes que ela me convença. – Sabe que não consigo.

   ─Brook precisa de um banho e comida. Depois me junto a você. – Afirmo e beijo seus lábios.

   ─Aquilo que te disse. Sobre como me sinto. – Não quero dizer na frente das pessoas, mas quero que ela saiba. – É a mais pura verdade.

   ─Eu também te amo Daryl. – Ela me responde em voz alta. Em tom claro para que todos escutem. Depois me sorri. Fica na ponta dos pés e me beija. – Te vejo daqui a pouco.

   Brook segura sua mão. As duas deixam a enfermaria. Rick sai do quarto. Está abatido como fica toda vez que Carl nos põe maluco.

   ─Foi bem rápido até. Elas estão com você. Não é mesmo?

   ─Sim. Como ele está?

   ─É forte. Vai se adaptar a tudo isso. E esse lugar. Daryl eu vi essas pessoas lutando. Eu sei que eles são capazes. Eles mudaram. Você viu. Não vamos desistir desse lugar.

   ─Não vamos.

   ─Nós vamos erguer esse lugar e entregar para nossos filhos um novo mundo.

   Sua esperança me surpreende e agrada. Por muitas vezes estivemos em lugares diferentes. Enquanto um estava de pé o outro era apenas pedaços. Hoje, nesse momento em que ficamos diante um do outro. Estamos os dois no mesmo ponto. Somos esperança.

   ─Estou com você. Fique com o Carl. Eu ajudo a cuidar de tudo.

   ─Maggie está pronta para tomar a frente com as pessoas, Hannah também. Elas podem substituir Deanna e nós podemos manter a segurança e as provisões.

   ─Vamos cuidar disso. – Apertamos as mãos e sigo para o trabalho.

   Cruzo com Hannah vez por outro. Ela sempre me sorri quando passa por mim aqui e ali. Sempre coordenando pessoas assim como Maggie. As provisões são poucas. Deve durar duas semanas se formos econômicos. Até lá as coisas se ajeitam e saímos numa busca. As armas e a munição está guardada. Só quando a noite ganha muita força é que podemos finalmente descansar.

   ─Onde deixou Brook? – Pergunto me juntando a Hannah quando o grupo se dispersa finalmente.

   ─Deixei ela com a Denise que ficou na enfermaria. Estavam todos ocupados e não queria deixa-la sozinha.

   ─Ainda mais agora que ela se acha a garota mais corajosa e capaz de enfrentar zumbis.

   ─Se a visse chamando os zumbis. Que dor me deu, mas também força. Eu sabia que ela só queria tirar um deles da minha direção por que ela achou que eu não daria conta. De todo modo ela se arriscou.

   ─Eu estava arrependido de ter ensinado Brook a ser mais forte, mas estive conversando e descobri o que aconteceu. Sam se desesperou quando se viu no meio dos zumbis. Eles podiam ter conseguido sair como você conseguiu e nada disso teria acontecido, mas Sam que era só um pouco mais velho que Brooklyn não conseguiu e tudo aconteceu. Ele gritou, os zumbis o atacaram, Jessie tentou defende-lo, foi devorada. Ron enlouqueceu e atirou.

   ─Isso é devastador. Se tivesse assistido, eu não sei o que faria. Se Brook... – Sinto sua expressão se transformar numa dor visível.

   ─Não aconteceu e não vai mais pensar nisso. Hoje não é o fim de nada. Hoje é como um começo. Alexandria não caiu, apesar de tudo que aconteceu aqui dentro. Nada mais pode nos derrubar.

   ─Vou acreditar nisso. – Ela me diz não muito confiante. – Vou pegar a Brook. Coloca-la para dormir e tomar um banho. Nem acredito.

   Seguimos para casa com Brook bocejando. Não sei o quanto ela entende de tudo que aconteceu, mas sei que ela é esperta. Que escuta aqui e ali.

   Comemos uma massa com recheio de legumes enlatados. Carol deixou pronto, acho que o personagem senhora indefesa caiu, mas ela continua determinada em mantê-lo.

   Brook adormece assim que encosta no travesseiro. Ficamos eu e Hannah um longo momento observando-a ali segura em sua cama, abraçada a Lyn. A boneca inseparável que venceu todos os obstáculos e sobrevive assim como nós.

   ─Vai tomar seu banho Hannah. Vou depois de você.

   ─Vem comigo. – Ela me convida segurando minha mão.

   ─Nós dois? – Isso parece bom e estranho. Ela sorri, tem um jeito carinhoso de me olhar, me enche de amor. Palavra estranha que embora represente o que sinto a ainda me faz sentir um outro cara.

   ─Vem.

   Sigo Hannah em silencio. Ela liga o chuveiro. Enquanto a água cai quente nos despimos. Os olhos presos um no outro. Depois mais uma vez ela me puxa pela mão.

   Sinto a água quente sobre meus músculos cansados e o corpo de Hannah contra o meu. Os olhos dela refletem seus sentimentos e gosto do que vejo. Ela lava meus cabelos, aquele cuidado carinhoso me aquece de um modo diferente.

   Sinto uma emoção nova, um amor novo por ela. Toco seu rosto levemente erguido a me olhar. Ela me entrega o sabonete e se vira. Esfrego as costas delicadas de pele lisa. Beijo seu pescoço.

   Hannah se volta. Meus lábios cobrem os dela num longo beijo. Ela pega o sabonete e esfrega meu peito. Minhas mãos correm por seu braço, minha mão prende a sua e nos beijamos mais uma vez.

   ─Amo você Hannah.

   ─Eu sinto seu amor. Ele queima em mim. Eu te amo Daryl.

   Minha mão toca o colo desce de encontro ao seio, depois a barriga, tem uma mancha começando a aparecer, algumas escoriações na perna. As marcas de sua luta por sobrevivência que a deixam ainda mais linda e eu mais apaixonado.

   ─Hannah. Minha Hannah! – Me deixo levar pelo desejo. Nossos corpos se unem sob a água quente. É a primeira vez que vivo algo assim. Livre, inteiro e entregue.

   Dizer que a amo me tornou outro homem, tornou Hannah outra mulher, essa Hannah é tão feminina e intensa e eu me sinto dono dos meus desejos, dos meus sentimentos, sem qualquer restrição a eles, sem medo de não ser correspondido.

   Hannah disse que me ama, mais do que isso ela mostrou. Não apenas aqui, sob o impacto do desejo, mas em todos os pequenos momentos.

   Saímos do banho com o desejo ainda ardendo. Podemos continuar com isso a noite toda e eu ainda vou deseja-la como antes. Quando entremos no quarto enrolados em toalhas ela me sorri. Os cabelos úmidos, o rosto corado.

   Me aproximo. Pego a toalha de sua mão, passo cuidadoso por sua pele.

   ─Daryl! – Meu nome sai dos seus lábios junto com um suspiro.

   ─ainda quero você. – Ela morde o lábio, tira a toalha das minhas mãos.

   ─Os lençóis podem terminar isso. – Me diz com a voz rouca e atendo seu desejo. Ergo seu corpo delicado, coloco Hannah sobre os lençóis e cubro seu corpo com o meu.

   Minha pele sobre a dela, meus lábios envolvidos com os seus, tudo misturado como se naquele momento não fossemos dois, mas apenas um, o que sentimos nos une de maneira completa.

   Os movimentos recomeçam, as mãos entrelaçadas, as bocas unidas. Me sinto renascer nos braços de Hannah.

   ─Amo você. – Ela sussurra em meu ouvido e isso transcende o desejo físico. Nos conecta para sempre. É nossa aliança.

   ─Você é minha mulher. Eu pertenço a você Hannah.

   Sinto a emoção que minhas palavras provocam nela pela vibração do seu corpo e juntos chegamos aquele lugar mágico que já visitamos, mas dessa vez tomamos posse dele. É nosso agora. Pertence ao nosso amor.

   Depois meu corpo envolve Hannah por inteiro, quero dormir com ela colada a mim, quero viver assim. Com ela misturada a mim.

   Sentindo o perfume suave que vem de sua pele eu adormeço. Quando abro os olhos ela está em meu peito, a perna enrolada a minha, os cabelos espalhados e o rosto suave.

   Os primeiros raios do dia invadem o quarto. Minha mão desliza pelas costas nuas e sem abrir os olhos ela sorri.

   ─Disse que me ama tantas vezes. – Ela comenta ainda sem forçar para abrir os olhos.

   ─Eu te amo. – Ela ergue o rosto para me sorrir. Os grandes olhos brilhando e está linda. – Não tenho mais medo de dizer.

   ─Nunca vou cansar de ouvir. Quando penso em todo medo que tive. Amo você. Amo e amo e amo desde sempre e agora sei disso.

   ─Também te amo desde sempre. Amo essa mulher valente como amo a garota com uniforme do Walmart que eu queria para mim, mas era fraco para lutar.

   Ela traça meu rosto com a ponta do dedo, é delicada e suave, mas também é brutal e corajosa.

   ─Não tenho uma aliança para te dar Hannah, mas isso é oficial.

   Ela pisca e uma lagrima escorre por seu rosto.

   ─Essa noite foi a mais linda que já vivi Daryl. Estou sensível. Quando se casa assim comigo antes mesmo do dia começar eu não consigo conter a emoção.

   ─Fica linda assim.

   ─Como? Casada com você?

   ─Chorando na cerimônia. – Digo fazendo ela sorrir.

   ─Cuidado Dixon. Temos um padre.

   ─Cuidado Hannah. Ando corajoso. Posso ir em frente com isso e arrasta-la até ele.

   ─Não precisa me arrastar. Basta me levar pela mão. Vou com você até o inferno, mas espere, estamos nele.

   ─Estamos. Acho que tenho que amar o apocalipse. A escuridão  me trouxe vocês.


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Notas finais do capítulo

BEIJOSSSSSSSSSSSS
Alguém precisando de insulina? O próximo é nesse nivel. Se bem que a gente não tem nível quando se trata de romance hahahaahaha