Então, alguém o puxou de cima de mim.

— Eu mandei você ficar longe dela, desgraçado! – Vi Luke jogar Logan contra a parede e dar um soco em sua costela. Ele parecia mil vezes mais irritado do que a outra noite em que soube de Logan.

Logan não se defendia, estava bêbado demais pra isso.

— Olha, eu posso acab... –se enrolava nas palavras.

— Não me venha com essa porra de “acabar com a sua vida” – Luke bufou irritado e levou as mãos à nuca, largando Logan – Eu é que vou fazer isso com você se chegar perto dela novamente.

Eu tremia de raiva e de nervosismo, mas Luke parecia fora de si.

—Luke...

Ele veio até mim, e me abraçou. Mesmo Luke estando com raiva, ele tentava me fazer sentir melhor. Abraçou-me forte com os braços enrolando meus ombros, me fazendo ficar mais calma, mesmo não sendo eu que precisava se acalmar. Eu não sabia como reagir, mas sabia que queria poder ficar ali para sempre.

—Eu quero matar ele, que raiva!

— Miranda, calma, ok? Te garanto que eu quero matar ele mais do que você.

Quando percebi que ainda estava abraçada com Luke, me soltei devagar. Era bom, porém um pouco estranho. Além de que, Luke estava bem tenso.

Logan, que até então estava jogado no chão, se levantou e esbarrou em mim, derrubando toda sua cerveja na minha blusa.

— Bêbado do caralho! – observei ele sair de perto da gente enquanto cambaleava.

—Ei,calma aí. Esquece ele agora. – Ele sorriu, ao que parecia, gentilmente -Que tal uma bebida, boneca?

—Eu não to muito afim de ficar aqui no Imperius, mas valeu.

— Quem disse que a gente vai ficar aqui?

*****

Depois de sairmos do Imperius, paramos em um boteco qualquer e gastamos uma bela grana em bebida e besteiras. Eu não sabia para onde estávamos indo, e naquele momento, realmente não importava.  Eu só queria esquecer toda a merda que anda acontecendo.

Chegamos em uma rua escura, onde Luke estacionou seu carro em uma garagem de um prédio.

— Onde estamos? – perguntei um pouco ansiosa.

— Já vai descobrir – Luke sorriu abertamente e me puxou pelo pulso – Vem logo.

Subimos por um elevador meio velho, que balançava bastante conforme subia.

Luke tirou umas chaves do bolso, e abriu uma porta.

— Bem vinda ao meu “lar doce lar”, Miranda

O apartamento de Luke era grande, um pouco maior que o meu. Era cheio de janelas, mas ele não tinha muitos móveis. E o que me surpreendeu, foi que Luke não era bagunceiro, bom, nem tanto.

— Ei, Luke, que tal colocar alguns móveis aqui? Você não diz que ganha bastante com seus jogos e apostas?

— Eu prefiro gastar meu dinheiro com outras coisas, boneca.

— Você quer dizer, cigarros e bebidas, né?

Luke riu e foi para trás do balcão da cozinha.

—Além do mais, como foi que você entrou nessa de joguinhos?

— Ah, sei lá. Acho que foi na época que me mudei pra cá.

— Vai, querido. Me conta um pouco sobre você.

— Não tem nada de interessante sobre mim, querida - ele sorriu debochadamente por ter me imitado.

— Cala a boca, Luke.

— Você bem que poderia calar ela pra mim.

— Cala a boca, Luke – repeti dando maior ênfase na frase.

— Ah – ele levou as mãos à nuca e apertou os próprios cabelos – Adoro quando você fala assim comigo.

Eu gargalhei alto e virei as costas pra ele. Comecei a procurar por CD’s. Óbvio que eu precisava saber o gosto musical dele.

Achei uns CD’s jogados num banco no canto da sala. Alguns eram de Rock, outros de reggae. Ele tinha um gosto bem variado. Então, eu vi um CD da Rihanna.

—Você só pode estar brincando comigo – eu gargalhava muito alto – Tens um CD da Rihanna!

— Ué, por que não teria? – ele ria junto comigo – Ela é uma D-I-V-A! Okay?

Eu ria horrores enquanto colocava o CD da Rihanna pra tocar.

Fechei os olhos por um segundo e dei uma leve balançada ao som da música.  Eu amo a Rihanna, ela é realmente uma diva.

Engraçado o fato de Luke gostar dela também, não parece o estilo dele.

— Ei, boneca, o cheiro de cerveja na sua blusa ta começando a ficar muito forte - ele foi em direção à algum quarto e quando voltou, trouxa uma camiseta - Que tal tirar ela?

— Valeu, Luke – peguei a camiseta da mão dele e fui procurar o banheiro.

A camiseta era preta com listras brancas, e tinha um cheiro de perfume muito forte. De qualquer forma, ficou enorme em mim, chegava na metade da coxa.

Depois de me trocar, fui em direção à cozinha e sentei num banquinho alto e observei Luke pegar as bebidas que compramos e misturá-las.

Ele parou e ficou um tempo me observando, levando seu olhos desde meus pés, até meu rosto.

— Vai me contar o que você está fazendo, Luke? – Falei tentando “acordar” ele.

— Se você não sabe, boneca, eu sou o mago das bebidas – arqueei uma sobrancelha pra ele – Não me olhe assim. Toma, prova.

Tomei um gole da bebida que ele preparou, e estava realmente muito boa. Cheia de álcool, mas uma delicia.

— Horrível, Luke – tomei num gole só e mostrei a língua pra ele – Manda outra, mago das bebidas.

Ele gargalhou e se debruçou no balcão. Eu podia ver seu colar balançar em seu pescoço. Acho que ele nunca tirava.

—Minha intenção não é te deixar bêbada, boneca.

— Foda- se sua intenção. Eu quero esquecer até meu próprio nome hoje.

Ele virou para mim, e me olhou sério. Me lançou aquele olhar que o faz parecer estar bravo comigo, mas na verdade, está só me analisando.

Luke deu a volta no balcão e parou de frente para mim, que estava sentada no banco. Ele se aproximou e puxou o banco com as duas mãos para si, encostando em minha pele descoberta das coxas.

— Eu posso te ajudar com isso, boneca.