Leiam esse capítulo ouvindo: Kiss Me - Ed Sheeran

PDV León

Dirijo até a minha casa passando por todos os sinais vermelhos, mas isso não me importava. Como os pais dela e os meus precisaram viajar por causa de uma reunião importante, prometi que tomaria conta dela.
Pego-a no colo sonolenta, ela passa os braços em volta do meu pescoço e deita a cabeça no meu peito. "León", sussurra. Como a Vilu não tornou me chamar de novo, ela continua falar enquanto dorme, abro um sorriso pequeno. Como posso ter me afastado dela por tantos anos?
Balanço a cabeça afastando o passado apenas por hoje, eu a levo até o meu quarto e a coloco na cama. Vou ao banheiro e preparo a banheira para ela. Enquanto enche no modo morno, volto ao quarto e a despí.
Levo-a até a banheira e a coloco cuidadosamente, fecho o registro e dou um banho nela já que é muito difícil ela acordar hoje. Logo, visto ela com o pijama do qual estava na malinha e a deito novamente na cama cobrindo a mesma com o cobertor.
Deixo tudo como estava antes no banheiro, tomo uma chuveirada e os meus pensamentos voltam a rumar ao passado.

Flash Back ON:

"Tudo bem, querido?" - questiona minha mãe passando a mão pelo meu cabelo e me afasto - "León, sentimos muito"
"Não sentem, a Violetta é especial para mim, mas por causa dessa família, não estou com a garota que jurei proteger desde do dia que a conheci!" - exclamo irritado.
"Isso faz alguns anos, querido, supere" - dou riso sacarstico.
"Um dia essa família vai cair, eu estarei na primeira fila aplaudindo" - digo.
"Como pode ter certeza que não cairá junto com a gente?" - pergunta.
"Ao contrário de vocês, não deixarei rastros" - respondo.
"Se sua única preocupação é a Violetta, como pretende fazer que ela te ame no futuro quando descobrir quem você é?" - ela me olhou e me deu um sorriso - "Pensa nisso"

Flash Back OFF.

Provavelmente, a Violetta me odiará no dia que a verdade vier a tona, não posso culpa-la ou força-la me amar depois, ela é boa e pura como poderá amar um monstro que nem eu?
Bato os punhos com força nos azulejos do banheiro, enquanto a água descia pelo meu corpo. Balanço a cabeça e saio do cômodo vestido com uma camiseta branca e shorts de um pijama qualquer. Vejo-a dormindo tranquilamente e acabo abrindo um sorriso, deito na cama ficando um pouco afastado dela, no entanto, ela me abraça deitando a cabeça no meu peito. Beijo sua testa e caio no mundo da inconsciência.

[...]

Acordo cedo a deixando dormir, faço minha higiene matinal e visto uma roupa leve. Pego uma maçã e saio para correr, depois de deixar instruções para caso dela acordar antes que eu volte. Era uma forma me manter distraído, por mais que hoje meus pensamentos pertenciam apenas uma pessoa.
Corro pelo bairro e pelo parque ouvindo o barulho da cidade, carros, pessoas com celulares nas mãos correndo e a mesma rotina de sempre. Quando são 07h25min, volto para casa.

"Sabia que tínhamos colégio?" - ralhou comigo ao chegar e prendo riso.
"Até iríamos se você não tivesse de ressaca" - digo.
"Nem me lembre, os meus pais sabem?" - nego - "Então, como...?".
"Bom, os meus pais junto dos seus tiveram que viajar a negócios, voltam semana que vem por isso você é minha responsabilidade" - explico.
"Ok só uma coisa, como estou de pijama?" - ri e, na hora ela compreende - "Não vai me dizer que...?" - corou a deixando linda.
"Pois é, tive que trocar sua roupa além de te dar um banho" - falo dando ombros.
"Dormimos juntos?" - assinto - "Não aconteceu nada de mais, né?" - nego indo até ela.
"Não seria capaz de fazer isso com você e quero que seja especial para ti" - escondeu o rosto no meu peito.
"Obrigada por cuidar de mim" - agradece.

Olho-a nos olhos depois de levantar seu rosto e dou um selinho em seus lábios. "Sempre cuidarei de você", acarecio seu rosto.

"Vai tomar banho, enquanto faço o café" - fala - "Empresta o seu celular só para saber se a Ludmi está bem?" - pergunta tímida o que a tornava mais fofa.
"Claro" - pego o aparelho da bermuda e entrego para ela - "Já volto, minha princesa" - beijo o topo da sua cabeça e vou para o meu quarto.

PDV Violetta

Sinto minhas bochechas coradas e o coração acelerado até agora, faço o café da manhã e ligo para Ludmi.

Ligação ON:

"Alô?" - atende de mau humor.
"Loira!" - a cumprimento.
"Fala baixo, estou morrendo" - ri.
"Somos duas, você está bem?"
"Tirando essa ressaca e dor de cabeça pra porra estou ótima" - diz - "E, você?"
"Bem melhor do que eu merecia" - respondo.
"Soube que o colégio está interditado?" - questiona.
"Não, o que houve?"
"Explodiram o laboratório com algo tóxico" - explica.
"Alguém se feriu de alguma forma?"
"Além do Diego, mais ninguém, pelo que parece foi ele que explodiu o laboratório e acabou fazendo bum para si mesmo" - riu na última parte.
"Que horror, Ludmila, preciso ir e se cuida"
"Beijos, morena"
"Beijos, loira" - rimos.

Ligação OFF.

Deixo o celular em cima do balcão e o vejo descendo as escadas com uma camiseta preta marcando os seus músculos, calça jeans escura e tênis. Ele abre um sorriso quando me vê e acabo retribuindo o sorriso.

"O que acha de um piquenique?" - ergo a sobrancelha.
"Sério?" - pergunta.
"Sim, ah não ser que não queira minha companhia o que acho, particularmente, difícil" - convencido!
"Está achando que é a última bolacha do pacote é isso? Pois, está muito enganado" - só que não.
"A única coisa que eu sei é que causo um grande efeito em ti" - sussurra no meu ouvido me causando arrepios - "Vamos comer? Estou varado de fome".
"É, claro" - sorrio nervosamente.

[...]

Coloco um shorts jeans, camiseta branca cheia de estrelas pretas, All star vermelho. Faço uma make básica e deixo o meu cabelo num rabo de cavalo.
Desço as escadas, pelo que parece o León foi lá no carro colocar a cesta de piquenique junto com o violão, decido perguntar se precisa de ajuda com algo quando o celular dele toca. Sabe aquela mania de ser curiosa e só se aquieta quando descobre a verdade, prazer essa sou eu.
Vou até o celular e vejo no identificador de chamadas que era uma tal de Gery. Respiro fundo, fica calma e não deixe a curiosidade te dominar... O que não dá certo, minha mãe ensinou que se os homens mentem, ou nunca te olham nos olhos ou tem alguma mania senão está falando a verdade ou é um ótimo mentiroso, até hoje acredito ser um ótimo conselho.
Saio da casa e vou até o León estendendo o celular para ele. "Estava tocando", explico.

"Obrigado" - agradece.
"Que isso" - o olho nos olhos - "Mas, então, quem é Gery?"

Ele desvia o olhar do meu e dá impressão que falei o nome de Voldemort, pelo fato dele ter empalidecido, mas como não estamos em Harry Potter, aí tem. O León deve saber que não vou desistir de ter os pingos nos 'i'. Por mais que eu esteja apaixonada por ele ser misteriosamente sexym uma parte de mim quer saber que segredo que nos ronda.

"Posso explicar" - assinto.
"Estou ouvindo, deveria saber que sou muito curiosa" - digo.
"Havia me esquecido, só que podemos tocar nesse assunto depois" - reviro os olhos.
"Não poderá me enrolar a vida inteira".

Ele abre um sorriso que derrete o meu coração e me dá um beijo caloroso. "Obrigado", agradece e guarda o celular no bolso.
Por mais que eu tente resistir desde do primeiro dia sabia que acabaria entregando o meu coração, o que você fez comigo, León Vargas?