Meu primeiro amor escrita por Millene Vasconcelos


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Aqui estou eu de volta, mas com outra fic, porque a outra não deu muito certo e blablablá.
Aqui está o prólogo, eu posto o primeiro capítulo até sábado que vem.
Espero que gostem, boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/664781/chapter/1

— Paola, vamos pro jardim? — perguntei animada. O jardim era meu lugar preferido em toda casa e se eu pudesse ficaria lá para sempre.

— Ah não, Paulina. Ficar no jardim fazendo o quê? — ela me perguntou de volta, como resposta.

— Sei lá, gosto tanto de ficar vendo os pássaros e me balançar no nosso balanço, é meio que mágico.

E o que falei não era nenhuma mentira. Ao contrário, era mais que verdade. Eu amava ver os animais, principalmente alguns esquilos que uma vez ou outra aparecia por ali. Já Paola, sempre foi mais tecnológica, mesmo que não exista muita. Mas ela prefere ficar ouvindo música e assistindo novela o dia todo, em vez de aproveitar o clima ótimo e ir à piscina.

— Tudo pra você é mágico, Paulina. Lembre-se que você não é a Branca de Neve e nem está em um conto de fadas.

— Eu não me acho a Branca de Neve, por mais que ela seja minha princesa favorita. Mas, quer saber, já vou. Não quer ir, que fique aí.

— Adeus. E, por sinal, o Carlos Daniel vem aqui hoje com os pais dele. Você lembra né? O papai disse que eles vêm nos avisar uma coisa.

Não, é claro que não lembrava. Meu melhor amigo vinha aqui e eu não sabia. “Aliás, que ‘coisa’ é essa que ele vem nos avisar? E por que não me contou antes? Belo melhor amigo esse meu..” pensei.

— Não lembrava, não. Obrigada por avisar. — gritei enquanto saia correndo para os fundos da nossa casa, onde estava nosso jardim.

Sentei no balanço em meio a pensamentos.

Mas minha atenção logo se desviou para um casal de esquilos que brincavam na grama pertinho de mim. Bom, penso que era um casal.

— Que lindos — me peguei sussurrando pra mim mesma. E, como se tivessem ouvido e se dado conta que eu estava ali, fugiram. Deixando-me sozinha de novo.

Resolvi entrar mais uma vez em casa para comer alguma coisa, afinal não tinha feito o desjejum ainda e estava verde — não literalmente, né? — de fome.

— Bom dia, menina Paulina. — Elena, a governanta da casa, me cumprimentou sorrindo,

— Bom dia, Elena. — respondi-a, sorrindo de volta — O que tem pro café? Estou morrendo de fome.

— Mas Paulina, já está quase na hora do almoço!

— É por isso mesmo que eu estou morrendo de fome. — dei mais um sorriso, desta vez um incrivelmente travesso.

— Tá bom, vou te preparar algo pra comer. Já que falamos em almoço, sabia que os Bracho vêm almoçar aqui? — ela me perguntou e eu afirmei. Será que eu fui a última a saber disso nessa casa?

— Hm, sabia.

— O filho deles é seu namoradinho, não é?

— Não Elena, eu não tenho namoradinhos. Ele é meu melhor amigo.

— É assim que falam namoradinhos hoje em dia? — ela sorriu.

— Ai, ai. Você hein. — sorri de volta — Mas e aí, qual é o almoço? — perguntei dando um gole no leite que ela tinha preparado pra mim.

— Não sei, as meninas que estão preparando. De acordo com elas, os seus pais pediram segredo e não me contaram nada, acredita? Na-da. — ela estava realmente indignada, afinal era a “protagonista” das empregadas. Na verdade, ninguém da nossa família a considerava empregada, ela era parte da família.

Tomei meu “café” conversando com Elena, e ela insistia que Carlos Daniel era meu ‘namorado’. Hahaha, ri muito.

Depois, quando já ia voltar pro jardim, Paola parou na minha frente, fazendo-me quase esbarrar nela.

— Paola, você enlouqueceu? Por que se colocou na minha frente assim? — perguntei pondo a mão no coração com o susto.

— Eu acho que quem tá louca aqui é você, Lina. — ela me chamou de Lina, com certeza ela quer algo.

— Um, por que eu devo estar louca? Dois, o que você quer?

— Um, porque você ainda não se vestiu! Dois, como assim o que eu quero?

— Sempre que me chama de Lina é porque quer algo de mim, Lola.

— Ai não, não me chama de Lola, pelo amor de Deus. Enfim, querida irmã, SE ARRUMA LOGO PORQUE OS BRACHO ESTÃO CHEGANDO! — ela gritou, MUITO alto.

— Meus ouvidos, Paola. E eu já estou indo me arrumar, ok?

E assim subi as escadas que levavam até o corredor de quartos e adentrei o meu. Fui direto ao banheiro com um único pensamento na cabeça: o que vou vestir. Com certeza contei com a ajuda de Paola, que estava na minha cama com várias peças de roupas diferentes.

— Vai vestir sua roupa íntima no closet que eu vou escolher o que você vai vestir. — ela ordenou, sem ao menos virar pra mim, parecia muito concentrada no que fazia, então simplesmente a obedeci.

Acabei vestida num vestido rosa claro meio rodado em baixo, com mangas até cotovelo e saia até o joelho.

Depois que me arrumei, não demorou muito para os Bracho chegarem. Ao contrário, eles chegaram enquanto eu ainda estava passando perfume.

— Boa tarde! — cumprimentei-os descendo a escada o mais rápido que conseguia. Todos já estavam lá e, ainda por cima, olhando pra mim. — Desculpem-me pelo atraso. — sorri, olhando mais para Carlos Daniel do que para os outros.

— Oh, querida, não se preocupe. — a senhora Bracho falou enquanto eu abraçava, logo após o senhor Bracho e, por fim, Carlos Daniel. E eu senti o que sentia toda vez que ele estava próximo a mim nesses últimos tempos: as famosas borboletas no estômago. — Aliás, você está linda. Não concorda Carlos, meu amor? — me elogiou e ainda perguntou ao meu melhor amigo se ele concordava, e, com certeza, minha face tomou um tom avermelhado.

— Claro, mamãe. A Lina está linda. — percebi que ele também estava envergonhado.

— Obrigada. — agradeci num tom de voz imperceptível, mas que aparentemente todos escutaram.

— Vamos à mesa? — meu pai perguntou e todos afirmaram.

Todo o almoço seguiu em paz, até que os Bracho sugeriram para irmos à sala, pois queria dar a esperada notícia.

Como eu já estava sufocada em ficar tanto tempo entre conversas adultas, fui para o meu refúgio: o jardim.

Saí de fininho enquanto os adultos e Paola — que mais parecia uma — riam de alguma crítica política que meu pai fez.

— Ei, fugitiva. — uma voz conhecida me parou. — Você também não aguentava mais aquele papo de adulto?

— Sinceramente, Carlos Daniel? — ele assentiu — Nem um minuto a mais. Eu ainda não sei como a Paola aguenta, ou melhor, se interessa por aquilo.

— Posso te confessar algo, Lina?

— Claro, sou toda ouvidos.

— Eu acho a Paola um pouco forçada e precoce, ela quer ser adulta muito rápido e isso não é nem um pouco legal.

— Ah, isso? Não se importe, pois temos a mesma opinião. — dei um risinho.

— Você quer saber a “surpresa” — ele fez aspas no ar — que nós íamos contar?

— Sim, aliás estava muito curiosa pra saber.

— Suspeitei que sim — ele deu um sorriso (e que sorriso!), mas logo tomou uma posição séria. — Vamos morar na Espanha.

— O quê? — foi tudo que consegui dizer. Como assim eles iriam morar na Espanha? Como eu ia perder meu melhor amigo, o único que eu tinha e que me entendia. Suspirei em meio a algumas lágrimas que insistiam em cair e perguntei: — Por quanto tempo?

— Indeterminado.

— Como assim indeterminado, Carlos Daniel? Eu não posso te perder! Não posso. — a essa altura eu já estava soluçando, as palavras saiam incompreensíveis da minha boca.

— Eu não sei, Paulina! — ele também chorava — Eu juro que não queria ir. Por você, por mim. Mas eu não posso fazer nada, entende? Nada.

— Calma, por favor, não chora. — eu enxugava suas lágrimas e ele as minhas. — Eu sentirei muito sua falta, muito mesmo. Quando vocês vão?

— Amanhã. — Carlos fungava, e muito. — Eu insisti tanto para que eles marcassem o almoço só pra hoje, pra te ver no penúltimo dia, já que amanhã é impossível por causa do voo.

— Então quer dizer que essa é a última vez que eu verei você por anos? — já estava fungando de novo.

— Infelizmente, sim. Por isso, eu quero fazer uma coisa, mas se você não gostar não fique com raiva de mim, eu te peço.

— O que voc... — não deu tempo eu acabar a frase, ele me beijou.

Ele me beijou.

Ele. Me. Beijou.

Meu primeiro beijo, aos meus doze anos, foi com meu melhor amigo.

E se eu tinha alguma dúvida, agora ela está extinta: eu realmente estava apaixonada por ele.

Eu estava completa e perdidamente apaixonada por Carlos Daniel.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quero comentários jijijijiji
Gostaram?
@spanicxfan (meu twitter)