- Moça, sai da sacada!

Virei-me para o homem que estava atrás de mim.

- Você é muito nova para brincar de morrer.

- Você não sabe pelo o que eu passei e pelo o que eu estou passando!!!

- Me diz o que há o quê que a vida aprontou dessa vez?

-Você não entenderia. Ninguém entende!

- Venha desce daí. Deixa eu te levar pra um café.

- Para que? Me julgar como todas as outras pessoas?

-Não, apenas pra conversar, te ouvir e eu vou tentar te convencer.

- Me convencer de que?

- Que a vida é como mãe- Disse ele ao mesmo tempo em que se aproximava de mim - Que faz o jantar e obriga os filhos a comer os vegetais, pois sabe que faz bem.

- Que coisa ridícula essa- Resmunguei.

- E a morte é como pai .

- Pare!

- Que bate na mãe.

-Por favor! Pare de falar disso- Solucei

- E rouba os filhos do prazer de brincar

- Eu não quero mais ouvir nada – Dei um passo pra frente

- Como se não houvesse amanhã. Moça, por favor, não olha pra baixo. – Levantei a cabeça para encara-lo – Ai é muito alto pra você se jogar.

- Essa é a intenção

- Prometo que vou te ouvir, e tentar te convencer.

- Me convencer de que dessa vez? Nós somos programados pra cair

– Que a vida é como mãe. Que faz o jantar e obriga os filhos a comer os vegetais, pois sabe que faz bem.

– De novo com esse assunto?

– E a morte é como pai que bate na mãe e rouba os filhos do prazer de brincar.

– Eu já pedi pra parar!!!

Dei meio passo, ficando bem na beirada, estava me preparando para me jogar quando o rapaz segura a minha mão.

– Mas tudo bem, nem sempre estamos na melhor, mas, por favor, não faça nenhuma loucura!!!

– Moço, ninguém é de ferro. Somos programados pra cair. Eu sinto muito.

E pulei