Ainda encarando-se, Harry começou uma conversa:

— Olá Gina.

— Olá Harry. – Gina respondeu olhando para os lados tentando disfarçar a vergonha.

— Como está? – Harry perguntou quando Gina voltou a olhá-lo no rosto.

— Bem e você? – Gina respondeu um pouco rápido mais.

— Bem. – Harry respondeu com um sorrisinho quase que imperceptível na ponta de seus lábios.

Quando Gina ia abrir a boca para falar alguma coisa, o sinal de que começaria a primeira aula soou e quase não deu tempo dos dois se despedirem antes de Rony puxar Harry para dentro da sala de aula e Hermione fazer o mesmo com Gina, porém com mais educação que Rony.

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Na sala de Rony...

— Que droga de sinal. – Harry comentou emburrando enquanto sentava-se.

— Por que está tão furioso com o pobre sinal do começo da aula? – Rony ironizou achando graça do amigo.

— Como se você não soubesse, Rony.  – Harry respondeu ainda irritado.

— Não faço a menor ideia. – Rony respondeu sincero.

— Oh, mas é claro que não..., bem, eu queria falar mais com a sua irmã. – Harry respondeu e viu Rony dar de ombros. - Não deu tempo de conversamos nada, nem de dar o selinho que eu queria. -  Harry lamentou.

— Opa, opa, selinho? Vamos devagar aí Potter, ainda estamos em uma escola. – Rony respondeu alarmado.

— Ah, como se você não tivesse tirado nem uma casquinha da minha irmã, não é? – Harry falou na intenção de fazer Rony ficar vermelho.

— É claro que não. – Rony respondeu e Harry conseguiu o que queria, as orelhas de Rony ficaram mais vermelhas que seus cabelos.

— Sei... – Harry respondeu sorrindo.

— Por falar em Hermione, aconteceu algo entre vocês? Vi que estava um clima meio estranho sobre vocês dois. – Rony falou tentando mudar de assunto.

— Nós brigamos. – O humor de Harry mudou rapidamente.

— E por que? – Rony perguntou ficando preocupado.

— Não importa, Rony. – Harry respondeu um pouco rude.

— É claro que importa, você e Hermione não são de brigar por besteira, eu sei disso. – Rony insistiu.

— Rony, eu não quero falar sobre isso, ok? – Harry falou virando-se para frente sem esperar uma resposta.

— Tudo bem. – Rony respondeu para as costas de Harry.

Nesse momento a professora entrara na sala e já estava começando a aula.

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Na sala de Gina...

— Nunca odiei tanto o sinal da primeira aula como eu estou odiando agora. – Gina comentou assim que chegou em sua carteira.

— Nossa por que tanto ódio? – Luna perguntou curiosa.

— Ela queria ficar mais tempo babando pelo meu irmão. – Hermione respondeu à Luna bem-humorada.

— Não é nada disso Hermione. – Gina respondeu ficando corada.

— É claro que é, você não tirava os olhos das lindas esmeraldas que meu irmão possui. – Hermione caçoou.

—São lindas mesmo, não é? – Gina perdeu a coerência quando lembrou das esmeraldas que Harry ainda insiste em chamar de olhos.

— Não disse? ‘Tá babando pelo o meu irmão. – Hermione cochichou para Luna, porém ainda alto suficiente para que Gina ouvisse.

— Alguém está apaixonada.... – Luna brincou.

— Eu não estou apaixonada... quer dizer acho que não, ah, vocês me confundiram. – Gina respondeu baixando a cabeça.

— Nós te confundimos? Quer dizer que saiu com meu irmão apenas para curtir, Weasley? – Hermione falou com tanta seriedade que Luna até achou que ela estava realmente falando sério, contudo, viu que Hermione não resistiu e deu um pequeno sorriso.

— Não! Claro que não, eu gosto do seu irmão, mas... não sei se estou apaixonada. – Gina respondeu com pressa.

— Gina, não encana com isso, foi só brincadeira. – Luna aconselhou.

— É você não precisa estar apaixonada. – Hermione a tranquilizou.

— Não?

— Não. – Luna E Hermione responderam igualmente.

— Hermione? – Gina a chamou depois de alguns segundos em que ficaram em silêncio.

— Sim?

— Como foi o seu encontro com o meu irmão? – Gina perguntou ansiosa.

— Ele não te contou nada? – Hermione perguntou insegura, porque ele não diria nada.

— Não, só disse que foi maravilhoso. – Gina respondeu e viu Hermione sorrir ao saber o que Rony tinha achado do encontro.

Então Hermione contou sobre o seu encontro com Rony, do jeito que Gina queria, cheio de detalhes.

— A nossa conversa estava ótima, e quando estávamos voltando para casa ele me deu seu casaco, porque por algum motivo desconhecido estava fazendo muito frio naquele dia, e no meio do caminho ele pegou na minha mão, e quando enfim ele me deixou em casa...- Hermione falava lembrando-se dos momentos ao lado de Rony, e relembrar do final foi sensacional, tanto, que esqueceu-se de terminar de relatar o encontro.

— Quando ele te deixou em casa...? – Gina perguntou trazendo-a de volta ao presente.

— Vamos, diga o que aconteceu, Hermione! – Luna perguntou ansiosa e curiosa para saber o fim.

— Ele me beijou. – Hermione respondeu sem conseguir conter o sorriso enorme que despontava em seus lábios

— Ele o que? – Gina falou incrédula. O Rony que saiu com Hermione era o mesmo que ela chamava de irmão?

— Como foi? – Luna perguntou ainda mais curiosa.

— Bem, não foi um beijão, mas ainda assim... Foi maravilhoso. – Hermione falou com cara de boba relembrando-se outra vez do beijo.

— Deve ter sido. – Luna falou com sorriso.

— Da próxima, se rolar alguma coisa como beijo, ou algo mais entre você e meu irmão, por favor, não me conte em detalhes. – Gina pediu fazendo Luna e Hermione rirem.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            

— O mesmo vale para você e meu irmão. – Hermione respondeu ainda rindo.

— Por falar em seu irmão, aconteceu alguma coisa entre vocês? – Gina mudou de assunto.

— Não, não aconteceu nada. – Hermione parara de rir assim que Gina formulou a pergunta.

— Sério? – Perguntou desconfiada. - Estava um clima tão ruim entre vocês no corredor.

 - E como você sabe se não tirou os olhos de meu irmão? – Hermione respondeu tentando mudar de assunto.

— O mundo não gira em torno de seu irmão, Hermione, eu estava percebendo o que acontecia em volta, só que estava mais focada em Harry, claro. – Gina justificou.

— O que aconteceu entre vocês? – Luna se interessou.

— Nada, gente, sério. Nós só discutimos. – Hermione respondeu evasiva.

— Se você diz. – Luna deu de ombros.

— Eu ainda não acredito que não tenha acontecido nada. – Gina quis deixar claro.

— Acredite no que quiser, Gina. Não aconteceu nada. – Hermione respondeu com grosseria.

Quando Gina ia retrucar, a professora entrou na sala e a aula começou.

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No fim do dia, na praia vizinha a casa dos Weasley...

Gina e Rony decidiram naquele fim de tarde depois da escola de darem um pequeno passeio pela a praia.

Gina colocou um vestido branco suave e delicado, enquanto Rony colocou uma camiseta azul acompanhada de um calção preto; e os dois puseram-se a caminhar descalços pela areia; a sensação para eles era muito boa.

— Então... fiquei sabendo que você e Hermione se beijaram. – Gina falou esperando uma resposta.

— Você perguntou mesmo a ela os detalhes? – Rony perguntou não acreditando.

— Claro que sim! – Gina exclamou. - Até parece que não me conhece.

—  E ela disse se gostou? – Rony perguntou aflito.

— Curioso agora, Roniquinho? Quando eu pedi detalhes você não me deu nenhum. – Gina brincou.

— Ah, qual é, Gina! Ela gostou ou não gostou do beijo? – Voltou a perguntar ficando nervoso.

— Se ela gostou? Hermione estava quase dando pulinhos de alegria enquanto nos falava sobre o que aconteceu.

— Sério? – Rony perguntou com um sorriso discreto aparecendo em seu rosto.

— Sim, Roniquinho. – Gina afirmou chamando-o pelo apelido que Molly o dera.

— Não me chame de Roniquinho, Ginevra. – Rony revidou chamando-a pelo nome.

— Não me chame de Ginevra. – Gina respondeu ficando emburrada.

— Aquele ali não é o Carlinhos? – Rony falou depois de alguns segundos andando em silêncio,

— Acho que sim. – Gina contestou em dúvida. - Será que tem algum animal marinho correndo perigo por aqui?

— Tomara que não seja nada grave. – Rony desejou. - Vamos?

Eles se aproximaram do irmão mais velho, que depois de tirar uma pequena bolsa do carro, começou a se despir.

— Olá Carlinhos, o que está fazendo aqui? – Gina o cumprimentou.

— Operação resgate a uma tartaruga marinha. – Ele respondeu. - Parece que algum humano metido a engraçadinho prendeu uma em uma rede. – Falou com repulsa. - Irei resgata-la, mas se eu encontrar algo no caminho, provavelmente demorarei para voltar a superfície. vocês querem alguma coisa? – Perguntou solicito.

— Nós iriamos te oferecer ajuda. – Rony respondeu. - Faz tempo que não entro no mar.

— Sem problemas, vocês podem me ajudar. – Carlinhos aceitou a ajuda. - Vai que no caminho encontramos outros seres precisando de ajuda.

Eles sorriram, e então Rony e Gina começaram a se despir. Também estavam perto de casa, onde não ficavam muitos humanos, portando as chances de serem vistos se despindo eram bem poucas.

Carlinhos colocou a pequena bolsa que tinha tirado do carro. Os três, quase que ao mesmo tempo entraram na água e se transformaram.

No lugar das pernas de Carlinhos, uma cauda com escamas laranjas surgiu. Já no lugar das pernas de Rony, uma cauda de escamas azuis surgiu. No lugar das pernas de Gina, uma cauda de escamas lilases surgiu, assim como pequenas escamas cobrindo seus seios.

Eles nadaram pelas profundezas do mar por vários minutos, até que chegaram na área onde os humanos pescavam e alguns faziam comercial ilegal com animais marinhos, como golfinhos, dentre outros.

— Vocês tenham muito cuidado com essas redes. – Carlinhos os alertou.

— São muitas, está quase impossível de desviar. – Rony Comentou.

— Vocês estão vendo a tartaruga? – Carlinhos questionou.

— Ali! – Gina a avistou. - Ela está ali! – Falava apontando à alguns metros à frente, onde eles puderam ver a pobre tartaruga presa entre a redes.

Eles nadaram o mais rápido que puderam tentando desviar de todas aquelas redes que lhes cercavam, em direção da tartaruga presa. A coitadinha parecia um pouco machucada pelas redes que pareciam lhe cortar.

— Ela está ferida. – Gina falou e sentiu um aperto no coração.

— Como iremos tira-la daí? – Rony perguntou em dúvida.

— Eu trouxe um canivete, tentarei contar a rede. – Carlinhos respondeu enquanto tirava de dentro da bolsa que trouxera o canivete. - Me ajudem, Gina você tenta acalmá-la, Rony você me ajuda a cortar a rede.

— Certo – Rony e Gina respondeu e prontamente se ocuparam de suas respectivas tarefas.

Gina se aproximou da tartaruga enquanto Rony começava a ajudar Carlinhos a cortar a rede.

— Olá amiguinha, não se preocupe. Nós iremos tirar você daí. – Gina começou a distrai-la.

— Você é uma sereia! Pensei que as sereias tinham ficados extintas a muito tempo! – A tartaruga exclamou surpresa.

— Sou apenas alguma das que sobreviveram. – Gina respondeu.

— Ouve mais sobreviventes? Pensei que fosse apenas vocês três! Minha comadre me disse que ainda haviam sereias, mas eu não quis acreditar! – A tartaruga estava empolgada por estar conversando com uma sereia. – Imagina, com aquele ataque, quem sobreviveria? Mas graças a netuno vocês estão bem e sobreviveram.

— É sobrevivemos, porém ainda temos várias cicatrizes. Não saímos ilesos. – Gina quis deixar isso bem claro.

— Bem, depois daquilo tudo, seria impossível. – A tartaruga constatou.

Gina deu apenas um sorriso tristonho.

— Conseguimos. – Carlinhos anunciou.

Eles desenrolaram a tartaruga da rede com bastante cuidado para não a machucar ainda mais, e devagar a tartaruga se afastou um pouco.

Carlinhos passou os dedos nas feridas e com a magia das sereias a tartaruga foi curada, ela agradeceu a todos e saiu dali desviando das redes.

— Não temos mais nada a fazer aqui, vamos. – Carlinhos chamou.

— Vamos, estou faminto. – Rony falou enquanto já começava a se afastar devagar por causa das redes.

— E quando você não está faminto Rony? – Gina brincou, e quando ia começar a acompanha-los, algo a impediu.

Quando olhou, percebeu que estava presa na rede. Tentou se desvencilhar, contudo apenas conseguiu ficar mais presa ainda, mas isso ainda não era o pior. Gina se desesperou quando sentiu que estava sendo puxada para cima.

— RONY! CARLINHOS! SOCORRO!