Lucas e Eduarda foram para a casa dos Medeiros. O garoto tinha convidado a menina de cabelos vermelhos para almoçar com ele. Eduarda relutou em aceitar, não sentia-se a vontade almoçando na mesma mesa que a família dele.Aliais não sabia qual seria a reação da família ao saberem deles.

Depois de muita insistência dele ela aceitou ir,mas iria ficar no quarto dele.

Os dois subiram para o apartamento e foram direto para o quarto de Lucas.

—Tem certeza que você não quer ir almoçar comigo?— ele disse assim que entraram no quarto e Du sentou na cama.

—Leki, eu acho que sua família não vai gostar disso.— ela disse receosa

—Mas, eu vou gostar— ele sorriu - eu vou tá lá com você— ele a olhou com um olhar pidão

—Fica pra uma próxima tá bom?— tava difícil,mas ela iria resistir ao pedido dele,não queria encarar a Dona Marta e companhia agora.

—Tudo bem, tudo no seu tempo— ele sentou na cama perto dela

—Tive uma ideia Du— ele disse com um sorrisinho no rosto

—Qual?— ela disse

—Já que você não quer ir almoçar comigo, eu vou almoçar com você aqui— ele disse sorrindo

—Sério? a sua família não vai estranhar você......— ela disse

—Deixa eles pra lá, eu quero almoçar com você e se você vai ficar aqui eu também vou, combinado?— ele aproximou-se e deu um selinho nela

—Combinado— ela sorriu

Lucas foi até a cozinha e pediu que levassem seu almoço e o de Du para o seu quarto.

Passou pela sala e encontrou Clara

—Oi Lucas— Clara disse, estava sentada no sofá mexendo no celular.

—Oi— ele disse indo até ela

—Vai almoçar comigo?— ela perguntou

—Vou almoçar no quarto, mas cadê todo mundo? pensei que já estivessem por aqui— ele perguntou

—Estão em reunião na Império, eu não fiquei porque o assunto era administrativo e a minha parte é o design das joias— ela piscou pra ele.

—Até você quando pode escapa da empresa— ele riu

—É,mas é muito bom trabalhar Lucas, a gente se sente mais útil no mundo e com certeza mais independente. Eu soube que o papai chamou você pra trabalhar na Império. Aceita ,Lucas. Vai ser bom pra você— ela disse.Preocupava-se com o irmão mais novo e só queria que ele parasse de se meter em confusões e,finalmente,crescesse.

—Eu já tomei minha decisão Clara— ele disse sério dessa vez

—E qual é?— ela disse curiosa.

—Só vai saber quando eu conversar com o coroa mais tarde

—Ah não Lucas— ela reclamou - me diz vai...

—Mais tarde maninha— ele disse indo em direção ao quarto.

Eduarda tinha ligado o vídeo game e esperava Lucas para começar a jogar.

—Oi— ele disse entrando no quarto

—Oi leki— ela sorriu

—Vamos jogar para esperar o almoço— Du disse

—Vamos— ele sentou na cama e deu um beijo na bochecha dela

Os dois jogaram um game de corrida e,como sempre, Du ganhava quase todas as rodadas. Lucas estava mais distraído do que de costume. Prestava atenção no jogo, mais se distraía com ela. Ficava encantado com a carinha de concentrada dela.

Claraíde não demorou muito para trazer o almoço deles. Os dois almoçaram entre muita conversa e risos. Lucas vez e outra pegava alguma coisa do prato dela e Eduarda ria do jeito dele.

—Leki, tu é esfomeado mesmo, acabou a tua comida e tá comendo a minha!— ela disse quando ele pegou mais um pouco de comida

—A comida tá boa e eu tô te ajudando a terminar de comer, viu?!— ele riu e ela riu mais ainda

Ouviram um barulho na porta e era Silviano chamando.

—Master Lucas?

—Que foi Silviano?

—O Comendador acabou de chegar em casa e está lhe chamando nos aposentos dele.

Lucas sentiu um frio na barriga por causa do nervoso,mas iria ter coragem de conversar com seu pai.

—Ok Silviano, já vou

—Você que eu vá com você?— Eduarda disse, sabia que ele estava nervoso e queria o ajudar.

Lucas percebeu que ela havia ficado preocupada com ele. Levou sua mão até o rosto dela e fez carinho em sua bochecha.

—Essa conversa eu tenho que ir só. Não se preocupa tá, eu tô bem— e lhe sorriu de lado, para acalma-la.

Eduarda sentia que ele estava nervoso, mas iria respeitar sua decisão. Afinal, estaria ali, para ele desabafar sempre que fosse preciso.

Lucas, que estava sentado com o prato em cima de um travesseiro no colo, o colocou em cima da cama.

—Vou falar com ele— disse levantando-se e beijando o topo da cabeça dela.

—Boa sorte— ela lhe sorriu. Lucas estava nervoso, mas aquele sorriso dela o fez sentir-se um pouco mais confiante. Ele lhe deu um selinho antes de sair do quarto.

José Alfredo estava o aguardando sentado na poltrona de seu quarto, mexendo em seu bigode.

—Oi pai— Lucas disse quando parou na frente dele. O Comendador parou de mexer no bigode e olhou seriamente para o filho.

—Eu não sou homem de ficar enrolando quando eu quero falar alguma coisa, por isso vou perguntar logo. E aí Lucas, vai trabalhar na Império, como seus irmãos ou vai continuar sem fazer nada?

O Comendador olhava em seus olhos. Lucas respirou fundo antes de falar.

—Pai, eu pensei muito e......— Lucas fez um pausa - eu aceito trabalhar na Império

—Que bom que você tomou a melhor decisão, meu filho— José Alfredo o olhava nos olhos e Lucas ficou se perguntando o que estaria passando na cabeça do seu pai.

Lucas ficou em silêncio esperando alguma manifestação de seu pai, mas como ele só o olhava, resolveu sair. Quando já tinha chegado na porta do quarto seu pai o chamou :

—Lucas— o garoto olhou para trás

—Venha até aqui— Lucas foi caminhando até o pai e parou na sua frente novamente.

José Alfredo levantou-se da poltrona e colocou a mão no ombro do filho

—Seja bem vindo a Império meu filho— Lucas ficou sem reação quando sentiu o abraço do pai.

—Amanhã eu quero lhe ver bem cedo na Império,viu— o Comendador disse quando se afastaram. Estava muito feliz pela decisão do filho.Apesar de todas as brigas, o que ele mais queria era que o filho parasse de ser tão inconsequente e se tornasse o homem de valor que ele sabia que Lucas era.

Lucas viu que os olhos do pai estavam brilhando,como se estivessem lacrimejando.

Quando fechou a porta do quarto do pai, ficou parado no corredor. Ainda podia sentir o abraço do pai. Saber que seu pai estava feliz por sua causa era maravilhoso. Tinha passado muito tempo da vida querendo provar que também era bom, que tinha suas qualidades. A maioria das vezes só ouvia palavras ofensivas. Era verdade que muitas vezes merecia bronca. Mas saber que seu pai estava feliz por ele, era reconfortante. Porque muitas vezes o que ele queria era conversar com o pai, sentir-se cuidado e não ser o motivo de tantas brigas. Realmente estava em uma nova fase de sua vida e estava feliz por isso.