Rebeldes com causa escrita por DarkRaven


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

N/A: Essa história se inicia alguns meses depois do início dos ataques feitos pelo Cebola. Alguns Flashbacks virão mais para frente explicando alguns personagens não estarem presentes. Espero que gostem :)



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Era difícil dormir. Apesar de se encontrarem em um bunker muito abaixo da superfície, podiam ouvir as explosões causadas pelos ciborgues que procuravam por rebeldes. Eles eram esses rebeldes. Torciam para que nunca fossem encontrados, pelo menos não até estarem prontos para fugir ou até mesmo contra-atacar.

Era difícil dormir. Os olhos castanhos de Mônica corriam por todo o teto, cansados, porém acordados e alertas. Ainda sofria de solidão, apesar de estar com seu namorado dormindo ao seu lado, sentia falta de seus amigos. Cascão fugira no começo de toda a guerra para treinar e tentar vencer Cebola e seu exército, Magali sumira logo antes por motivos desconhecidos. Ela estava sozinha pela primeira vez desde seus sete anos.

Virou novamente para o lado da parede, visualizou vários anos de aventuras que os treinaram para isso. Perguntou-se o por quê do Cebola, em todos os futuros que já viram, ter se tornado um super vilão se eles lutaram tantas vezes juntos para salvar o mundo. Sua inteligência se sobressaía com planos mirabolantes que, ironicamente, tornaram-se infalíveis com os anos.

Suspirou uma vez e sentiu os dedos de Do Contra dançarem pelo seu cabelo. Um arrepio correu pelas suas costas, era um sentimento bom, algo positivo no meio de tudo negativo. Ele estava preocupado - embora nunca fosse admitir isso - com o bem-estar da garota. Estavam há um ano fugindo e tentando encontrar maneiras de se igualar em forças com o Cebola: Marina já conseguira usar a magia do lápis para abrir portais no tempo e espaço, tornando-se a arma de fuga; Denise e Xaveco formaram-se como generais dos rebeldes. A simpatia de Denise deixava a todos atentos enquanto Xaveco, que se mostrou uma boa adição ao grupo, apresentava os planos de ataque e defesa.

Outros da turma estavam presentes e tornaram-se rapidamente bons instrumentos de guerra. Instrumentos... Quando que Monica começou a pensar em seus melhores amigos como instrumentos? Perdera toda a vontade de ter alguma amizade a partir do momento que não tivera mais seus três melhores amigos ao seu lado? Ela conseguia responder rapidamente essa pergunta, porém, não a exteriorizava mesmo sob tortura.

Mais uma explosão e seu coração gelou. Essa tinha sido perto. Teria o ditador os encontrado? Seu coração saltou de medo. Não estavam prontos para algo desse tipo.

- Tenta dormir um pouco, Mônica. - Disse DC perto do seu ouvido.

- Estou tentado. - respondeu - Você deveria estar dormindo. Amanhã você vai dar aula de natação e mergulho.

Monica sentiu o beijo do namorado em seu pescoço e encurvou-se um pouco, sentindo cócegas. Queria poder conversar com ele, mas exteriorizar tudo o que estava pensando e passando não era fácil. Um dia fora, antes de tudo aquilo.

O alarme tocou e os dois levantaram. Enquanto punham as botas, a porta do quarto se abriu e Carmen entrou. Uma garota antes tão preocupada com a beleza e coisas fúteis, hoje, com seu cabelo preso em um rabo de cavalo bem acima de sua cabeça, sem nenhuma maquiagem e roupas sujas de treinar.

- Alguns ciborgues estão cavando bem acima de nós. - Disse assustada - Eu acho que nos encontraram.

Mônica assentiu e levantou rapidamente. Andou rápido pelos corredores batendo nas portas que não estavam abertas e acordando a todos que descansavam de um dia cheio. Odiava fazer aquilo e preferiria deixá-los dormir, entretanto, era momento de se defender.

- DC, - Mônica não olhou para ele enquanto andavam - chame a Marina, o Xaveco, a Dorinha, a Sofia e a Denise na sala de controle. Precisamos bolar um plano.

Sem responder, ele se virou e correu pelo lado contrário.

- Carminha, prepare tudo na sala de controle. Eu preciso pegar meu bastão. Encontro vocês logo.

Concordando, Carmen se direcionou para a sala e Mônica virou à esquerda em direção ao arsenal.

Abriu a porta e pegou sua arma com que acostumara-se tão bem. Entalhara no meio um pequeno coelho que lembrava-lhe do Sansão, seu pequeno coelho de pelúcia que perdera quando sua casa explodira. Agradecia a Deus por seus pais estarem bem e junto dela, porém, ver os pais do Cebola levantarem-se todos os dias e treinarem para lutar contra seu próprio filho não era bom. Com certeza machucava-os mais do que a ela.

Girou o bastão com maestria e sentiu seu balanço. Seu pai havia feito um bom trabalho de manutenção nas armas e a sua estava muito bem balanceada.

Chegando à central de controle, todos estavam em frente à tela que mostrava os ciborgues cavando. Já tinham conseguido perfurar um quilômetro de profundidade. Faltavam três.

Denise e Carmen olhavam a planta do bunker, enquanto Marina concentrava-se esperando as ordens de fuga.

- O que temos? - perguntou Mônica deixando seu bastão ao lado de sua cadeira e sentando.

- Miga, a coisa tá feia. - Disse Denise. Mesmo com toda a guerra, ela não perdera seu jeito despreocupado. Contudo, confiava que, quando precisasse, Denise se tornaria uma ótima combatente - São cinco ciborgues abrindo espaço. Não identificamos se eles eram humanos antes ou se são criações do Cebola, mas precisamos sair daqui.

- As minas que o DC implantou nesses locais já foram acionadas? - perguntou Mônica.

- Ainda não. Eles parecem estar esquivando de todas. - Sofia disse digitando algumas teclas até a tela dos ciborgues diminuir e um mapa de minas aparecer ao lado de mesmo tamanho. O ziguezaguear dos ciborgues mostrava que eles realmente sabiam onde cada mina estava.

- Como ele pôde saber? - Perguntou Mônica para si mesma alto o bastante pra todos ouvirem.

"Simp..s" Uma voz conhecida, mesmo que cortada, ecoou na sala. "Simples." Repetiu a voz e o computador piscou, mudando de tela e deixando transparecer aquela imagem horripilante do ser que prendera a alma do Cebola dentro de si.

- Cebola. - Disseram todos em uníssono.

"Turma." respondeu com desprezo "Não sei se vocês sabem, mas não importa o que aconteça, eu conheço vocês bem demais para deixar vocês escaparem tão facilmente."

- Como você nos achou? - Perguntou Mônica entre os dentes. Ela queria odiá-lo. Poderia até. Mas sentia ainda aquela esperança pequena que ainda existisse o Cebola que ela um dia conhecera dentro daquele casulo.

Ela sentiu seu peito vibrar com a risada.

- Pelo menos ele tem a risada de vilão de filme barato. - Disse Denise.

"Eu comando os computadores, Mônica." Respondeu de forma debochada como se falasse com sua irmã Maria Cebolinha "Franja está conectado vinte e quatro horas por dia perscrutando todos os eletrônicos e, apesar de imaginar que já soubessem disso, vocês usam muito o computador e o telefone."

Mônica olhou para Denise.

- Eu e a Carmen ainda precisamos de um tempo de fofocas, oras. - A garota deu de ombros.

"Só vim aqui para dizer que em pouco tempo terei vocês trabalhando para mim."
Dito isso, desapareceu da tela e deixou o barulho das brocas se aproximando e o silêncio da sala.

- O que faremos, Mô? - perguntou Sofia olhando para a garota. Logo, todos estavam olhando esperançosos por um plano daquela que era teimosa demais para se deixar perder.

- Simples. Nos preparamos para o ataque.

**Continua**


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