Chegamos logo no castelo. A sensação não diminuíra, ao contrário. E eu também não me sentia muito bem. Não estava tonta, com febre ou nada assim. Só não me sentia... normal.

Fui até o meu quarto. Deitei-me em minha cama e adormeci. 

Estava andando no meio de uma floresta. De repente ouvi uma voz fraca a chamar por socorro. Fui até o local. Era minha irmã. 

“Eowyn! Eowyn! O que aconteceu?”

Ela olhou pra mim como se estivesse olhando para uma barata. - “O que você faz aqui?”

“Como assim o que eu faço aqui? Eu estou aqui para te ajudar!”

“Você já ajudou o bastante, muito obrigada.” - Eowyn olhou para outra direção. Acompanhei seu olhar. Karl estava morto, trapassado por uma estaca. Depois voltei a olhar para minha irmã. Ela sangrava, mas era como se o sangue não viesse dela, mas de uma criança que ainda não nascera.

“O que...”

“Por que você fez isso Sarah? Por que?”

“Mas... mas eu não fiz nada!”

“Exatamente. Não fez nada, nada pra impedir que isso acontecesse.” - Eowyn se levantou - “Eu te odeio.”

Ela saiu correndo e eu tentei segui-la. Mas cada vez ela ficava mais longe...

“EOWYN! EOWYN! Volte aqui! Por favor! EOWYN!!!!”

Acordei suada, com o sol se pondo. Tinha dormido mais do que pensara.

“Foi só um sonho. Foi só um sonho.”

“O que foi só um sonho?” - Ouvi a voz de Luke.

“Nada que seja da sua conta. Vá embora.”

“Não, acho que não vou. Sabe Sarah, acho que está na hora de você começar a me respeitar.”

“E por que eu faria isso?”

“Porque eu posso te matar agora. Porque em um futuro não muito distante, você será minha noiva.”

“Não acho que você irá me matar. E não serei sua noiva. Não sei se você notou, mas eu não gosto de você.”

“Ninguém perguntou se você quer casar comigo. Você vai e ponto.”

Dizendo isso ele me agarrou e começou a me beijar.

“Me largue seu idiota!”

“Não, não vou. Hoje você será minha.”

Ele fez menção de desabotoar minha blusa, mas eu desviei sua mão com um tapa. Pareceu ter doido. Ok, desde quando eu tenho força pra machucar um vampiro?

“Eu já te mandei a puta que pariu hoje?”

“Sua vadiazinha.”

“Sua mãe.”

Ele avançou em minha direção de novo. Em um impulso, peguei a estaca em cima do móvel e finquei em seu peito. 

Um segundo depois Luke jazia morto no chão.

Uma onda de terror percorreu o meu corpo. O que os outros vampiros fariam? Imediatamente, comecei a correr em direção a saída. Notei que corria mais rápido que o normal. O que estava acontecendo comigo?

Infelizmente, não corria rápido o bastante. Estava chegando a orla da floresta quando ouvi as vozes dos vampiros. Eles iriam me alcançar.

Foi quando vi algo que nunca tinha visto antes, mas sabia que minha irmã já tinha: vários objetos metálicos, que eu sabia serem estacas, voaram em direção aos vampiros. Vi-os recuarem de volta ao castelo. 

Exausta de tanto correr, desmaiei.

Mas não sem antes me ver cercada de criaturas que eu nunca vira antes e que eu sabia que não queriam o meu bem.

Feiticeiras.