Quem é Você? escrita por Layane Alves


Capítulo 8
Capitulo 8




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Assim que desceu do táxi no endereço e Lindsay ,detetive Messer se surpreendeu ao ver seu chefe parado na entrada do prédio. Seu semblante serio não era nenhuma novidade para os que o conheciam,já que quase sempre estava descontente ou insatisfeito com algo.  

—E ai, Mac?!Veio ver como está a Lindsay? -o loiro sorriu ao se aproximar. 

—De onde conhece Maêssa Lamaerte? -Mac foi direto ao ponto. Logo, o sorriso do detetive desapareceu. 

—Do que está falando? 

—Não  se faça de desentendido. Sabe muito bem do que estou falando.-o encarou, forçando-o a dar uma resposta sincera. 

—Perai... Como sabe da Maêssa?  

—Ela está morta, Danny. -falou com plena seriedade e o loiro engoliu a seco. -Encontramos o corpo pela manhã no hospital. 

—Então... 

—Sim, ela é a vitimado banheiro. É por isso que preciso que me diga como a conhece e porquê suas digitais e DNA estavam no corpo dela. 

—Eu juro, Mac, que a ultima vez que a vi ela estava viva e respirando. -disse apreensivo. 

—Apenas me conte o que preciso saber. Venha. -caminharam até o carro escuro de Mac e lá Danny desabafou. 

—Eu não a conhecia até ontem de manhã quando ela me seguiu pelo estacionamento do hospital.  

—O que ela queria? 

—Entregar a assassina de sua irmã. Mas antes disso ela me explicou tudo por trás da morte da Têssa.-ele deu uma pausa. 

—Pode continuar, ainda temos tempo. 

—Bom, ela meio que implorou para que eu gravasse toda a nossa conversa. Algo em seu olhar me fez pensar que algo aconteceria com ela... 

—E ela disse por que e quem matou a Têssa? 

—É melhor você mesmo ouvir tudo o que ela disse.-retirou o celular do bolso e logo soltou a gravação feita. 

"-Está gravando? -a voz feminina com o sotaque francês perguntou nervosamente. 

—Sim, está. -detetive Messer confirmou.

—D'accord...-pôde-se ouvir um profundo suspiro após a palavra dita pela mulher. -Quero que todos saibam quem assassinou minha irmã e que as pessoas envolvidas nisso paguem de forma justa pelo que fizeram.

—Estou te ouvindo.

—Minha irmã foi morta por uma mulher fria e calculista,na verdade,uma assassina profissional de aluguel. E se pensam ser coisa da máfia, esqueçam! Essa tal mulher não tem nenhuma relação com os negócios da máfia francesa.

—E como sabe disso? -ele perguntou.

—Sou da máfia desde que me conheço por gente. Meu pai é um grande mafioso francês e nos obrigou a entrar no ramo desde pequenas.

—Isso explica a tatuagem na nuca da Têssa.

—É a nossa marca, tenho uma idêntica. Mas ao contrário de mim, a minha irmã nunca fez trabalhos pra máfia. Oh Deus! Ela era a pessoa mais doce e encantadora que eu conhecia,não via maldade nas pessoas e jamais fez coisas ruins á alguém.

—E como alguém assim acaba com um tiro na testa numa avenida de New York?

—Detetive,só porquê ela gostava de todos não significa que todos gostavam dela também. E uma dessas pessoas é a mãe do Dionne.

—O noivo dela, certo?

—Exato. Essa mulher odiava a Têssa e jurou que faria de tudo pra acabar com ela se ela aceitasse o pedido de casamento de seu filho. E como ficaram noivos, a mãe dele cumpriu com o que prometeu.

—Mas,por que ela não queria que o filho se cassasse com a Têssa?

—Não era a Têssa, era o casamento em si. O Dionne é herdeiro de uma fortuna, seu pai assinou um testamento deixando 90% de seus bens para ele,o único filho.

—E como a mãe dele se beneficia?

—No testamento havia uma condição imposta: ele não deveria se casar, caso contrário a herança seria totalmente doada para o governo. E se ele permanecesse solteiro,no testamento afirmava que boa parte da fortuna seria direcionada para a mãe dele. 

—Só que o Dionne preferiu a Têssa ao invés do dinheiro.

—Com certeza. Não sei se o cadáver dela estava tão bonito quanto ela costumava ser. Ela era linda por natureza, só que ele não a amava apenas por sua beleza exterior, ele conseguia ver o que ninguém conseguiu enxergar naquele ambiente mafioso no qual ela vivia: sua beleza interior que radiava bondade e generosidade. O Dionne se apaixonou por ela assim que a viu.

—De fato ela era muito bonita. Mas, o que ela fazia aqui na cidade?

—Sua beleza chamou a atenção de uma agencia de moda lá em Paris, eles firmaram contrato de dois anos para que ela trabalhasse numa filiam daqui. Por dois meses minha irmã conseguiu viver feliz e livre daqueles imundos mafiosos franceses, dai então ela acaba morta como uma pessoa qualquer.-disse chorosa e ao mesmo tempo enfurecida.

—Eu sinto muito. E o que te faz pensar que a mãe do Dionne tenha contratado alguém para matá-la?:

—Sou da máfia, sei de tudo que acontece. Principalmente quando envolve alguém que amo,só que isso não foi o suficiente para salvar a vida da minha irmã. Quando cheguei aqui já era tarde demais.

—Como soube que ela seria assassinada?

—Não tenho tempo pra explicar. O que precisam saber é que a mãe do Dionne ordenou dois assassinatos.A Têssa foi apenas a primeira.

—E a segunda?

—Se lembra do testamento? Então,ele somente é válido quando a pessoa morre... só que acontece que o pai do Dionne  ainda está vivo.

—E quem é o pai dele?

—Jhonatan Cullen, o milionário mais rico de New York.

—O senhor Cullen,dono da marca de jóias e roupa de grife dos EUA?

—O próprio.

—Não acho que a senhora Cullen seria capaz de uma barbaridade dessas e muito menos sabíamos que tinham um filho! -exclamou espantado.

—Não estou falando da senhora Cullen, mas sim da amante do senhor Cullen e do filho que ele teve fora do casamento.

—Meu Deus! 

—E tem muito mais,só que não cabe a mim contar o que aconteceu depois  que abafaram esse caso e o senhor Cullen mandou a mãe e o garoto pra viverem na França. Eu só preciso que impeçam mais um assassinato e o próprio Jhonatan lhes contará o que aconteceu.

—Como poderemos evitar algo que nem sabemos quando ocorrerá?

—Seja esperto,detetive. A nova coleção de jóias será lançada amanhã a noite e a marca Cullen dará uma grande festa,ou seja,uma ótima oportunidade  para um assassinato sem deixar pistas.

—Comunicarei aos meus colegas.

—Detetive, quero que saibam que minha irmã não era uma pessoa má. Ela apenas nasceu na família errada,meu pai a odeia desde que nasceu e minha mãe não está mais entre nós. Eu era a única que podia protegê-la e não consegui evitar  sua morte.

—Não se culpe, Maêssa. Iremos pegar quem fez isso com ela,pode ter certeza.

—Sei que pegarão. Mas tenho certeza de que não estarei aqui para ver isso. Estou ciente de que serei uma pessoa morta depois que eu descer desse carro.

—Prometo que ninguém irá te machucar.

—Eu também prometi isso á minha irmã e falhei. O que faz você pensar que pode ser diferente comigo?

—Sou um detetive da policia de NY e a promessa de um detetive jamais pode ser quebrada.

—Então, senhor detetive, não prometa coisas que não pode cumprir. Não quero viver num mundo onde minha irmã não está sorrindo ou simplesmente vivendo, quero justiça e nada mais. A Têssa ficaria orgulhosa se ao menos uma vez eu fizesse um coisa  boa e dentro da lei.

—E nada disso será em vão.

—Assim espero, detetive. Mantenha o senhor Cullen vivo, pegue a assassina,conforte o Dionne após a prisão da mãe e se alegre com as outras noticias que virão.

—Que notícias?

—Faça e verá.

—Maêssa, que notícias? -ele insistiu na pergunta.

—Adeus, Daniel. Cuide bem de sua namorada ou seja lá o que ela seja pra você.

—Como sabe da Lindsay?

—Andei te vigiando. Queria ter a certeza de que você era um detetive honesto e esperto. Parabéns, você é!

—Entendo. Posso fazer uma ultima pergunta?

—Se sei algo sobre o homem que atacou sua loura em seu prédio? Sim, não foi nada pessoal. A mãe do Dionne queria apenas criar uma distração e atrasar o caso de investigação do assassinato da Têssa, por isso mandou aquele individuo a atacar no banho.

—Ele nunca quis a matar?

—Não sei...mas aqui entre nós: se eu não tivesse chegado naquele momento,ele certamente teria a matado.

—Você esteve lá?-perguntou surpreso.

—Estava. Fui eu quem o esfaqueou no estômago duas vezes e fui eu também quem cobriu o corpo nu de sua loura. E fui eu quem gritou por socorro e não a Lindsay que estava desacordada.

—Faz sentido. E por que...

—Danny, não quero te colocar em perigo. Você sabe o que precisava saber,então coloque em prática sua inteligência e traga honra ao nome de minha irmã.

—Está bem. Obrigado, Maêssa, espero te encontrar algum dia.

—Não nos encontraremos. Ao menos que  acredite em inferno, pois é lá que estarei  em breve. 

—Não acredito.

—Nem eu. "

Mac encarou o homem sentado no banco do carona.

—Por que parou?

—Ela disse isso e depois saiu do carro. 

—É uma pena não conseguirmos mais informações.E por que não me contou sobre isso antes?

—Estava preocupado com a Lindsay.-respondeu sem o olhar.

—Entendo perfeitamente. É por isso que ficará fora desse caso.

—Como assim?

—Não posso te manter na investigação, está emocionalmente e pessoalmente envolvido com o caso.

—Esperava isso. E o que fará?

—Juntarei a equipe daqui a pouco e faremos exatamente o que a Maêssa nos pediu: manteremos o senhor Cullen vivo, pegaremos a assassina e prenderemos a mãe do Dionne.

—Não temos nenhuma prova contra a mãe dele. -alegou o detetive.

—Se não prestou atenção, ela disse que se evitarmos mais um assassinato ,o senhor Cullen nos dirá o suficiente que precisamos saber para colocar essa mulher atrás das grades. -disse convicto.

—Faça o que tem que fazer. -abriu a porta do carro e saiu.-Nos vemos amanhã.

 

Todos aguardavam na sala de conferências para a reunião marcada de última hora pelo chefe. Ele entrou e se desculpou pelos cinco minutos de atraso, permaneceu de pé e olhou atenciosamente para casa rosto presente naquela sala.

—Dispensarei  comentários explicativos sobre o motivo dessa reunião. Como devem saber,o caso Têssa está profundamente relacionado com o último homicídio dessa manhã. -disse Mac com ar autoritário. Logo apontou para Stella que começou a falar.

—O que sabemos sobre a Têssa é que ela era membro da máfia francesa e foi assassinada no inicio da semana. Descartamos envolvimento de mafiosos, visto que o possível calibre que atravessou sua cabeça não é do mesmo utilizado por eles em seus negócios de execução. 

—Exatamente.-disse Peyton. -O único DNA que encontramos em seu corpo pertence ao seu noivo, Dionne Fournier. O mesmo tem relação de parentesco com... -Mac a impediu de continuar.

—Nos diga a causa da morte da segunda vítima, por favor. -o chefe a fuzilou com o olhar e ela mudou de assunto.

—Pois bem...é, a causa da morte foi envenenamento por Estricnina,uma substância fatal e que compõe o famoso veneno de rato. Mais de 50ml entrou em sua corrente sanguínea, o que significa uma dose letal e e suficiente para matá-la. Ela teve convulsões enquanto a substância percorria seu sistema circulatório. Ao menos 15 minutos são suficientes para matar uma pessoa adulta, seus efeitos são instantâneos. Após uns cinco minutos seus órgãos digestivos começaram a parar,aos dez praticamente todos os seus órgãos não estavam mais funcionando. E aos quinze, já não havia mais atividade cerebral. Uma morte lenta e dolorosa. Nesse processo doloroso, a vitima teve convulsões fortíssimas,o que deixou aqueles hematomas pelo seu corpo. Ela morreu de dentro pra fora.-explicou a legista de belos olhos azuis.

—E acredito que quem fez isso a viu se debater no chão e morrer aos poucos.-comentou Stella.

Adam exclamou algo:

—Quinze minutos! Foi o tempo que a mulher desconhecida das imagens da câmera de segurança ficou no banheiro!

—E...

—Chefinho, essa mulher matou a segunda vítima! -disse empolgado e seus olhos brilharam. -Só precisamos saber quem é ela.

—Então, saia dessa sala e descubra quem é essa mulher! -ordenou Mac e ele de imediato saiu.

—Será que essa mesma mulher matou também a Têssa? -perguntou Sheldon.

—Com certeza. E temos de evitar que ela faça mais uma vítima. Stella, temos uma festa pra ir!

—Como assim Mac? -a grega se levantou.- Em primeiro lugar, estamos no meio de dois casos que acabaram de se tornar um... e em segundo lugar, estamos brigados e fora daqui não tenho a obrigação de ir em festas com você. -cruzou os braços e todos a olharam.

—Em primeiro lugar, suas palavras machucam e em segundo, iremos á trabalho.

—Bem que eu queria ir á uma festa a trabalho.- suspirou Peyton pensativa.

—Ótimo! Peyton vai contigo. -Stella se sentou novamente.

—Ela não é detetive e não tem a capacidade de evitar que um homem seja assassinado em sua própria festa de lançamento.

—Não sei se me sinto lisonjeada ou magoada com seu comentário, Mac.-brincou a legista, mas ele não riu.

—E acha que eu tenho a capacidade de...-Stella riu por alguns segundos e logo expressou preocupação. -Está falando da festa do milionário Jhonatan Culler?

—Exatamente.

—Como ele está envolvido nessa investigação? -Sheldon mais uma vez perguntou esperando uma resposta concreta.

—Ele é o pai do Dionne,noivo da Têssa. -respondeu Mac.

—Então,ele é também o pai da... Precisamos evitar que esse homem seja morto! -detetive B. disse decidida e se levantou, de novo.

—Essa é a ideia desde o inicio. Sheldon, comunique á delegacia que precisamos de reforços, Peyton... Volte para o necrotério e veja se consegue extrair alguma coisa que nos leve á assassina. -todos estavam saindo da sala quando uma voz feminina se elevou.Eles então se voltaram.

—Espera! -gritou a grega. -Como saberemos quem é a assassina,se não temos um nome e nem mesmo um rosto?

—Adam nos manterá informados e Peyton também nos ajudará. Vamos, não temos tempo a perder! -Mac falou e todos 'correram' para suas funções designadas.

 

Quando Danny entrou no quarto Lindsay  estava se debatendo na cama.Ele logo foi até ela e a segurou em seus braços. A loura chorava e soluçava, seu rosto estava tomado pelo pânico.

—Calma, meu amor.Era apenas um sonho ruim!

—Eu o vi, Danny! -chorava entre as palavras pronunciadas. -Eu o vi! Ele estava me machucando...Danny,ele estava...

—Ninguém irá te machucar,já passou.-a abraçou mais forte ainda.- Foi  apenas um pesadelo,já passou.- ao mesmo tempo que a consolava, suas mãos adentravam em seus cabelos louros acariciando-os.

—Era um sonho? -perguntou um pouco desorientada. -Ele não está aqui, não está me machucando?- seus olhos estavam arregalados de medo.

—Não, meu amor. Não há ninguém aqui além de nós dois.

—E a mamãe? Elisa, onde está a mamãe? -olhou para Danny confusa.

—Não há nenhuma Elisa aqui e sua mãe já está dormindo. 

—A mamãe precisa saber do que ele fez, Elisa! -sua voz estava rouca e ela ainda chorava. -Eu preciso contar pra mamãe, Elisa! Ele me machucou! -começou a gritar e a bater em Danny, seu estado estava além de um choque pós pesadelo.

—Lindsay, me escuta. -ele segurou suas mãos e eles se olharam nos olhos. -Não há ninguém aqui,ele já foi e a Elisa também. Tudo vai ficar bem,me entendeu?

—Aham. -ela confirmou e ele a abraçou novamente. -Danny,não me deixe!-implorou entre lágrimas.

—Jamais irei te deixar! -depositou um beijo suave em seus lábios e ele a deitou.

A mão quente de Danny em seu quadril a fez encaixar-se perfeitamente na curva do corpo dele. Com a respiração dele na nuca, Lindsay então mergulhou num sono profundo,convencida de que estava segura.

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam!
beijos...♥