Isabela

Joaquim estava meio estranho hoje, estava sendo engraçado mas ao mesmo tempo safado ao extremo.

— Você tá bem Joaquim? - eu perguntava rindo.

— Melhor agora - ele respondia rindo enquanto colocava uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

— Eu já vou indo, Quim abre a porta pra mim? - Priscila nos interrompia.

Joaquim acompanhou-a até a porta.

2 Semanas depois...

Joaquim

" Fica calmo Joaquim, ele está bem, nós estamos bem, mas daqui cinco dias estamos de volta " André falava do outro lado da linha tentando me acalmar.

" Ok, mas cuida bem do meu irmão, senão eu esgano você André " Eu falava enquanto encerrava a ligação.

— Tudo vai ficar bem, fica calmo Joaquim - Isa falava enquanto me abraçava, só ela pra me acalmar uma hora dessas.

Nessas últimas duas semanas, aconteceram muitas coisas, em Salvador, André havia capotado o carro enquanto fugia dos capangas da Regina junto de Felipe, os ferimentos deles foram graves, Felipe ficou em coma por uma semana, mas agora já está melhor.

Na semana passada em mais uma festa de Nicholas, no jogo da verdade minha irmã havia assumido sua atração por garotos e garotas, e então ela acabou ficando com Natalie uma amiga de Omar, e o próprio Omar.

Nessas duas semanas eu e Isa começamos a namorar e até agora estamos bem.

Sou tirado de meus devaneios com uma mensagem de Priscila.

Priscila

" Precisamos conversar, é sério! " Foi o que eu consegui escrever, eu estava nervosa, muito nervosa, eu poderia ter acabado com a minha vida, mas por este motivo talvez o Joaquim iria se prender à mim.

" Fala " Ele respondeu.

" Precisamos conversar pessoalmente, me encontra na praça principal daqui a 15 minutos! " Respondi.

" Ok " Joaquim me enviou.

Fui me arrumar, acho que no mínimo eu teria que estar apresentável, depois de cobrir minhas olheiras com corretivo, soltei meus cabelos loiros e peguei a chave de casa. Meus avós ainda dormiam, por isso eu teria que ser rápida.

Joaquim

— Joaquim? - Priscila perguntava me tirando de meus devaneios.

Ela estava com uma aparência péssima, ela tentou esconder suas olheiras, mas foi em vão, elas ainda estavam evidentes.

— Sobre o que você queria conversar? - pergunto e ela se senta ao meu lado.

— É algo sério! - ela exclamava segurando minhas mãos - Eu ando sentindo enjoo, tontura, hoje completam dez dias que não desce pra mim, eu fiz um teste e deu positivo - essa hora lágrimas rolavam no rosto dela.

— Não pode ser, nós sempre usamos proteção - eu falava abismado.

— Eu também não sei, deve ter furado, algo deu errado, eu vou ser mãe e você pai - ela dizia.

— Calma, se esse for o problema eu assumo, eu dou um jeito, mas por favor me deixa sozinho, eu preciso assimilar um pouco as coisas, eu preciso de algo pra provar se eu sou pai ou não, sei lá - então depois de dito eu saí daquela praça deixando a garota loira dos olhos azuis sozinha.

Priscila

Assim que Joaquim saiu eu rapidamente peguei meu celular e disquei o número de Mathias.

" Alô, o que você quer Priscila? " ele perguntava.

" Me encontra aqui na praça principal, por favor " eu disse e desliguei.

Por alguns minutos que pareciam não acabar, fiquei sentada esperando Mathias chegar.

Sinto uma mão em meu ombro e assim que me viro vejo ele.

— Senta por favor - eu falava secando as lágrimas.

— O que você queria me falar? - ele perguntava tentando ser compreensivo.

— Mathias você vai ser pai - eu falava.

— Não, isso só pode ser brincadeira né Priscila? - ele falava - diz pra mim que é brincadeira - ele me sacudia.

— Infelizmente não é - meus olhos se enchiam de lágrimas novamente - mas fica calmo, antes de qualquer coisa eu conversei com o Joaquim e disse que a criança era dele - eu dizia.

— Mas você não acha que vão perceber, quando a criança nascer e por pura coincidência ser idêntica a mim? - Mathias respondia - você vai abortar isso, eu não quero ser pai, eu não quero acabar com a minha vida.

Isabela

Joaquim disse pra mim que ele precisava sair pra resolver uns assuntos pendentes e eu apenas assenti, hoje completavam duas semanas de namoro entre eu e ele, sinceramente ainda não tinha pensado no que fazer.

— Droga! - Joaquim resmungava chutando a porta e me tirando de meus devaneios.

— O que foi? - perguntei calma indo abraça-lo.

— Isa, me desculpa - ele falava me deixando confusa.

— Te desculpar pelo que? - eu perguntava.

— Senta, precisamos conversar - Joaquim dizia me acompanhando até o sofá e sentando-se ao meu lado.

— O que foi? - perguntei de um jeito compreensivo - você está estranho desde que voltou - disse.

— Me perdoa - ele chorava e segurava minhas mãos, confesso que eu fiquei com muita pena dele - eu fui falar com a Priscila, eu não tinha nada pendente, ela queria conversar comigo sobre algo sério - nessa hora meu sangue ferveu, sobre o que ela queria falar com ele?

— O que ela queria Joaquim? - dessa vez falei ríspida.

— Eu vou ser pai - foram as palavras de Joaquim.

Joaquim

Lágrimas escorriam dos olhos verdes dela, ela soluçava e eu a abraçava.

— Sai de perto de mim - ela gritava - como você pode, como você pode fazer isso comigo, eu esperava de qualquer um menos de você! - Isabela disse e depois saiu correndo do apartamento.

Isabela

As ruas estavam desertas, talvez porque em feriados todo mundo viajava, em meu rosto lágrimas eram evidentes, meus olhos inchados e embaçados não encontravam nenhum motivo pra sorrir.

Sei que a culpa não é dele, mas eu não consigo acreditar, todo mundo já comentava que eu era idiota por namorar alguém que já transou com a vadia da Priscila, agora então vão falar mais ainda.

Eu e Joaquim não podemos ficar juntos, nós não fomos feitos um pro outro, todas as nossa juras de amor foram em vão, elas se perderam em um abismo, elas tem que ser esquecidas.

Minha visão começou a ficar turva, meus olhos inchados e embaçados não enxergavam mais nada, e o choque do meu corpo contra o chão podia ser sentido.

Gotas da chuva caiam sobre meu corpo e eu não conseguia me mover, a única coisa que me lembro foi de escutar o som de uma porta de carro sendo aberta e alguém me pegar no colo, me levando pra dentro do carro.