Beyond Two Powers escrita por Annie


Capítulo 8
As Uniões


Notas iniciais do capítulo

Esperamos que todos gostem. Boa leitura!



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ADELAIDE

Quando partiu, Adelaide imaginou que teria de ouvir todo um discurso de Melissa ao voltar. No entanto, não pensou que fosse ser um sermão tão radical e extremamente cansativo.

— Nós tivemos que enviar dois príncipes, Adelaide — disse Melissa, com as mãos na cintura, encarando a irmã que estava desconfortavelmente sentada em seu trono. — Príncipes! E um deles é seu noivo!

— Nós ainda não decidimos isso. — interferiu Adelaide, com um olhar desconfiado.

— Ah, minha querida — reclamou a rainha, massageando a têmpora. Ela parecia prestes a explodir. Todo o Salão havia sido esvaziado para que elas pudessem conversar a sós. — Você já não tem mais escolha. Eu comuniquei a decisão ao Príncipe Nicholas há alguns minutos. Você irá se casar com ele.

— O quê? — indagou a princesa, com um grito, levantando-se. Toda a magia em seu corpo agitou-se, fazendo com que um brilho estranho e incomum surgisse em seus olhos. Melissa juntou as sobrancelhas. — Você não pode fazer isso. É meu casamento. Deveria ser minha escolha.

Melissa cruzou os braços, erguendo seu queixo. A coroa cintilou em sua cabeça. Subitamente, Adelaide a viu como todas as outras pessoas viam: uma rainha imponente, cuja palavra era a autoridade máxima e a magnificência não era questionada por ninguém.

— Fugir foi um ato infantil e inaceitável, Adelaide — disse Melissa, com um olhar de decepção que feriu Adelaide. — Eu espero que você tenha consciência de que não voltarei a confiar em você tão facilmente. Por isso, por favor, colabore.

Adelaide sabia exatamente o que ela queria dizer; colaborar era calar-se e aceitar seus deveres como uma princesa, ignorando como eles poderiam interferir em seu psicológico.

Farta e exausta demais para discutir, Adelaide assentiu.

— Tudo bem — declarou, com um pequeno e fraco sorriso. — Tudo bem. Melissa, eu sinto muito.

Melissa a encarou por alguns segundos.

— Eu também, minha irmã.

Assim que a rainha partiu, Adelaide apoiou o cotovelo em um dos braços do trono, massageando a têmpora. Sua cabeça parecia prestes a estourar. Desde que voltara, tudo que recebera foram olhares desaprovadores e repreensões.

Quando ergueu a cabeça, Adelaide viu Jay caminhando pelo Salão, na direção dos Jardins. Levantou-se de seu trono, chamando pelo cavaleiro. Assim que notou a princesa, o jovem foi até ela.

— Jay — começou Adelaide, com um pequeno sorriso. — Sinto muito por fugir de vocês. Honestamente, eu não imaginava que Nicholas estava ajudando os grupos de busca, ou não teria fugido.

Ele sorriu diante da confissão. De fato, Adelaide ter encontrado Nicholas a prejudicou, pois fez com que Melissa tivesse um ataque de nervos ao imaginar aquele que deveria ser o noivo de sua irmã encontrando-a após uma fuga.

— A propósito, Alteza — disse Jay, semicerrando os olhos de forma descontraída, escondendo seu incômodo. — A senhorita conhecia o plebeu que a escondeu?

— Arlen? — indagou ela, juntando as sobrancelhas, e Jay teve de esconder ainda mais seu desagrado ao ouvir o nome do plebeu. Adelaide soltou uma pequena risada. — Não, eu não o conhecia.

— E por que a senhorita pensou que seria uma boa ideia?

Ela pensou por um momento.

— Na verdade, eu não sei. — confessou, e ambos riram levemente. — Entretanto, muito obrigada por ter ido procurar por mim.

— Disponha, Alteza. — respondeu-lhe Jay, com um sorriso gentil. Adelaide imediatamente sorriu junto dele. Era praticamente impossível não se sentir contagiada pelo cavaleiro.

Então ela notou o quanto ele parecia pensativo.

— Jay? — chamou ela, com um tom baixo, e ele abaixou os olhos de volta para ela. — Há algo de errado? Você parece distraído.

— De modo algum, Alteza — mentiu ele, e Adelaide pareceu poder enxergar através da mentira, pois semicerrou os olhos para o cavaleiro. — Não há nada de errado.

— Você sabe que pode confiar em mim, certo? — indagou Adelaide, juntando as sobrancelhas com a própria pergunta. Ela confiava em Jay; portanto, imaginava que seria justo que ele também pudesse confiar nela.

— É claro que sim, Alteza.

E, por mais que a resposta houvesse sido dita com toda a convicção, Adelaide não acreditou nem um pouco.


. . .

Há alguns dias, a Rainha Melissa e a Princesa Adelaide vinham recebendo reclamações de que a comida das dispensas havia diminuído. Porém, concentrada com o acordo e com outras coisas, Adelaide nem pensou nisso. Entretanto, naquele momento, com tantos problemas, a princesa quis algo que pudesse ser simples de se resolver e encaminhou-se até a dispensa, disposta a analisá-la.

— Esperem por perto, guardas, porém me dêem algum espaço. — instruiu-lhes Adelaide, para os guardas que estavam vigiando a dispensa. — Podem dar uma volta pelo corredor, se preferirem. As ostras não irão me engolir.

Ambos os guardas riram. Era óbvio que não havia nada de engraçado na piada; Adelaide apenas gostava de testar o quão falsos nobres e guardas eram ao seu redor pelo fato de que ela era a princesa, e sempre se divertia com o resultado.

Assim que os dois haviam se afastado, Adelaide adentrou a dispensa e não pôde acreditar no que viu: Perry Young, o renomado cavaleiro do Reino da Prata, com sacolas recheadas de comida em suas mãos.

Adelaide encarou Perry, atônita. Não era difícil notar o que estava havendo: a comida da dispensa não estava sumindo, estava sendo roubada.

Por Perry.

— Cavaleiro — começou Adelaide, piscando e fechando a porta da dispensa para garantir que nenhum outro soldado visse a cena. — Por favor, diga-me que meus olhos estão me enganando.

Ele mal se moveu.

— Você está roubando — reconheceu ela, em um tom baixinho, balançando a cabeça. — Por que você está roubando?

— Você realmente está me perguntando? — indagou ele, com um olhar estranho. — Basta me mandar para a cadeia de uma vez.

— Perry — disse Adelaide, fazendo com que ele parasse. Era a primeira vez que Adelaide o chamava pelo primeiro nome sem ironia em sua voz. — Estou lhe pedindo uma explicação. Você deve ter uma.

Ele não respondeu. Então Adelaide lembrou-se do verdadeiro motivo da aliança do Reino da Prata com o Reino do Ouro. A troca era completamente justa. O Reino da Prata estava responsável por oferecer soldados e armas para o Reino do Ouro, enquanto o Reino do Ouro ofereceria... ajuda contra uma crise.
Uma crise na qual famílias plebeias passavam fome frequentemente.

— Faremos dessa forma, Perry — começou a princesa, e ele parecia prestes a ter um colapso. — Você irá sair daqui com esta sacola de alimentos e eu direi que está me ajudando a doar alimentos aos... desafortunados. Desta forma, eles permitirão que você pegue um cavalo no estábulo. Não demore e não deixe que ninguém o veja entregando esta comida à sua família.

— O quê? — perguntou Perry, incrédulo demais para se mover. Suas mãos trêmulas agarram ainda mais as sacolas em mãos. — Está brincando comigo? Acha que isso é engraçado? Porque é doentio que...

— Não há ninguém brincando aqui, cavaleiro — interveio ela, e escondeu a gentileza em seus próprios olhos. Sentiu-se compadecida por Perry e desejou que ele pudesse facilitar sua escolha. — Eu estou lhe fazendo uma oferta de verdade. E eu espero que você seja inteligente o suficiente para aceitá-la.

Perry estreitou os olhos para ela, revezando a atenção entre a princesa e a comida em suas mãos. O olhar dele partiu o coração de Adelaide ao meio. O desespero e a necessidade eram tão óbvios em suas íris que ela teve vontade de realmente esvaziar a dispensa, dando todo o alimento a todos os plebeus que existiam.

— O que você irá querer em troca? — indagou ele, e Adelaide tentou disfarçar sua indignação.

— Eu não quero nada — disse ela, balançando a cabeça. — Que tipo de monstro você pensa que eu sou, Perry, para cobrar de você algo assim?

— O tipo que é da realeza.

E toda a culpa que Arlen havia poupado Adelaide de sentir ao abrigá-la em sua casa e apresentar a ela a vida plebeia, Perry fez com que caísse sobre os ombros da princesa como o maior peso que haviam carregado em sua vida. Ela imaginou que jamais esqueceria aquela sensação.

A sensação de que não era direito seu escolher o que fazer com uma dispensa, enquanto plebeus por todo o Reino — e por fora do mesmo — passavam fome e desejavam uma única parte daquela fartura.

— Eu direi a eles que você está levando a comida para uma cidade afastada — completou Adelaide, e sua voz tremeu. Perry juntou as sobrancelhas ao notar. A princesa estava claramente prestes a chorar, porém ela jamais choraria na frente dele. — Não se preocupe, ninguém irá segui-lo. Não volte tarde ou terei de dar explicações a Melissa.

Antes que Perry pudesse responder, Adelaide saiu do local e apressou-se para longe dali. Respirou fundo, recobrando sua postura, e sentiu a sensação de tristeza se esvaiar. Ainda assim, sabia que, dali para frente, mal seria capaz de olhar para Perry. E não seria por ódio.

Seria por culpa.

E como se a situação de Adelaide não estivesse ruim o bastante, Melissa surgiu à sua frente, os braços cruzados e a expressão fechada retornando ao rosto.

— Adelaide, que história é essa de que havia um plebeu com você na cidade?

Adelaide desejou que pudesse desaparecer dali. Daquela vez, porém, seu desejo não gerou efeito algum, fosse mágico ou não.

MAXINE

Após voltarem ao castelo, a feiticeira sentia suas energias esgotadas. Encarar a pobreza que um dia ela vivenciara fora uma grande carga emocional, e pesou em sua mente. Enquanto os nobres pareciam brigar com Adelaide, a loira permanecia de fora, olhando para o Reino através da varanda do salão principal. Ela suspirou, apertando seu pescoço, sentindo seus músculos gritarem por descanso.

— Cansada? - a voz rouca de Perry soou próxima demais, fazendo a feiticeira sobressaltar-se.

— Não faça isso novamente, cavaleiro, ou juro que degolo você com minhas próprias mãos.

Diferentemente do que ela esperava, o homem deu uma risada, apoiando-se no parapeito da varanda assim como ela. Os pelos da moça eriçaram-se ao sentir sua pele tocar com a dele.

— Admito que fiquei surpresa por ter aceitado vir comigo para buscar Adelaide. — ela declarou, olhando-o em seus olhos — Pensei que se odiassem.

— Acredite em mim, Duquesa, nos odiamos. — ele deu um sorriso de lado, olhando para o céu. Maxine não pôde segurar seu próprio sorriso ao vê-lo tão em paz — Mas tive motivos muito maiores para acompanhá-la.

Ele então saiu, deixando Chase parada na varanda, o cabelo esvoaçante, e um bobo sorriso em seu rosto. Havia gostado de passar nem que fossem alguns segundos são estar em pé de guerra com o cavaleiro. Ela suspirou e seguiu diretamente para o salão, onde pela centésima vez escutara Melissa ralhando novamente com a Princesa, que apenas ouvia a tudo sem questionar. Estava na hora da loira intervir em toda aquela baboseira.

— Cara Melissa, — a voz de Maxine era poderosa e clara, fazendo a Rainha calar-se para poder ouvi-la — não sejas tão dura com sua irmã. Olhe, Adelaide é jovem. Passou toda sua vida presa no castelo, nunca viu seu povo como ele realmente é. Não, ela não fez nada de errado em fugir. Talvez tenha errado em não avisar que estava saindo, de fato, mas por favor, não a culpe. — a loira sorriu, um sorriso caloroso e um tanto superior — Sua irmã está passando por uma grande pressão ultimamente. Todos nós precisamos de uma fuga para respirar.

Tanto Adelaide quanto Melissa permaneceram em silêncio. Maxine fez uma breve reverência e saiu do salão, distraída, mal reparando no rapaz louro e sorridente que vinha na sua direção. Seth a segurou pelos ombros e lhe deu uma leve chacoalhada, fazendo-a rir graças ao susto. Ambos seguiram até a arena, onde o Príncipe havia separado um tempo exclusivo para que os dois pudessem treinar. A feiticeira vestiu sua roupa de esgrima e escolheu a espada, esperando pacientemente que Seth viesse até ela. Deu um aceno para Jay, que patrulhava os Jardins naquela tarde. A loira murmurou uma música baixinho enquanto desenhava na terra da arena, sentada em uma pedra. Uma rajada de vento levantou seus cabelos e ela ergueu os olhos azuis até o céu, vendo uma grande sombra negra alada sobrevoar sua cabeça. Ela sorriu.

"Volte para a floresta, Lance, antes que os arqueiros queiram abatê-lo."

"Um arqueiro em especial adoraria acertar uma flecha em meu coração. Voltaremos a nos ver, milady."

A feiticeira deu de ombros e levantou-se quando Seth finalmente apareceu. Rapidamente os dois começaram a treinar, conversando durante os ataques. Nicholas, que passava pelos Jardins, pareceu ultrajado com a cena.

— Olá, Príncipe Seth. Por que não me surpreende vê-lo completamente alheio à situação da princesa que o hospedou?

— Ora, caro Nicholas.— Seth riu, colocando a espada de lado — Todos nós precisamos de um descanso. Por que não experimenta? Maxine é uma verdadeira guerreira.

Nicholas sorriu.

— Sinto muito, Seth, por desapontá-lo. No entanto, eu tenho assuntos realmente importantes a resolver. Política, alianças, realeza e nobreza. Você vê, assuntos que Maurice sempre responderá por você.

— Certamente. — o loiro concordou, sem perder a pose. Maxine assistia a tudo com um largo sorriso, o que parecia atiçar a raiva do representante do Reino do Diamante — É tão previsível quanto os outros nobres. Todos vocês acham que sou um fracasso, e de fato, não posso culpá-los. Mas tenho um longo futuro a frente, e meu Reino, certamente, não sofrerá as consequências de meu casamento.

A frase não pareceu abalar Nicholas, cujo rosto manteve-se entediado.

— Temo informá-lo de que está enganado, Seth. Não penso que será um fracasso; certamente, anseio o momento em que poderei vê-lo nas reuniões da realeza, e não Maurice. Quanto a meu casamento, — Ele abriu um sorriso ainda maior e mais afiado. — certamente interferirá no meu Reino. Afinal, há de enriquecê-lo de uma forma indescritível.

— Com sua licença, Príncipe Nicholas, — Maxine interferiu, sentindo um ódio subir em suas veias como cobras sufocantes — mas ninguém aqui, para início desta conversa, dirigiu-se a você. Então, por favor, retire-se. — o homem a olhou horrorizado — E lembre-se, minhas Ilhas têm riquezas o suficiente para comprar as terras de seu Reino quantas vezes forem necessárias.

Ele semicerrou os olhos para ela, respirando fundo.

— Oh, Duquesa Maxine, lembre-me de quando uma duquesa passou a ter mais poder que um príncipe? — disse ele, e Maxine apertou os lábios — Muito obrigado. Agora, de me dão licença, eu realmente tenho de ir. Minha noiva me espera.

Virou-se, com a elegância de quando havia chegado, e partiu para a área do castelo na qual encontraria Adelaide. A feiticeira precisou apertar as mãos para evitar lançar a espada na direção do homem. Seth suspirou, também irritadiço, e virou-se para a Duquesa, com um sorriso forçado no rosto. Ela nunca pensou que fosse vê-lo com aquele tipo de sorriso. Desejou que Lance degolasse Nicholas com suas garras naquele momento.

— Parece que ele quebrou o clima, não é? — o Príncipe disse — Podemos treinar mais tarde, Max. Preciso de um banho quente agora.

Ele saiu da arena, e quando ninguém parecia estar por perto, a loira cravou fundo a espada no chão, fazendo com que rachaduras brotassem ao seu redor. Sabia bem que aquele ódio que sentia não era inteiramente seu. Boa parte dele vinha de alguém que estava aos arredores. Ainda usando sua roupa de esgrima, Maxine caminhou pelos Jardins até encontrar aquele que procurava. Jay estava a postos, parecendo distraído, sem reparar que, graças a sua energia mágica, as vinhas de uma árvore próxima começavam a rastejar na sua direção. A loira fechou a palma, cortando a magia, e sorriu calorosa para o guarda, que retribuiu, não tão entusiasmado.

— Olá, Jay.

— Maxine. — ele cumprimentou — O que a traz até aqui? Algum problema?

Ela se sentou no banco ao lado do rapaz, convidando-o a acompanhá-la com tapinhas na pedra polida. O garoto olhou ao redor e se sentou, colocando a lança de lado, assim como o escudo.

— Se Dudley me ver aqui, certamente irá me matar. — ele balançou a cabeça. Maxine sorriu.

— Oh, não se preocupe com aquele velho. Pedi a ele que me fornecesse um cavaleiro de companhia e ele me disse que você estaria disponível. — Jay assentiu — Tire esse elmo, por favor. Há um assunto muito sério que preciso falar com você.

O guarda a obedeceu. Ele deu um suspiro ao sentir a brisa gélida do início da noite bater contra seu rosto. Os soldados só poderiam tirar suas armaduras durante a madrugada, se não estivessem de vigilância. Um pouco mais aliviada por poder encarar os olhos castanhos do rapaz, ela prosseguiu com o assunto.

— Jay, você precisa controlar seu poder mágico. — ela disse em alto e bom som, o que fez o garoto arregalar os olhos imediatamente — Não se preocupe. Todos aqueles que quiserem ouvir nossa conversa — inclusive Adelaide — ouvirão coisas totalmente diferentes do que o que foi realmente dito. — ela sacudiu a mão — Enfim, você precisa se controlar.

— Me controlar? — ele olhou para o guarda que passava a sua frente, que tinha o cenho franzido em confusão para os dois — Mas não estou fazendo nada de errado…

— Jaime, eu sou extremamente aberta a energias. — Max o explicou — Consigo sentir a energia de Adelaide, de Perry, de Seth, de Melissa, de Maurice… Até mesmo daquele impudico do Nicholas. Mas todos eles são incrivelmente controlados. Você… Bem, você exala energia demais. E isso interfere em minhas ações, pois eu acabo por usar o seu mana, não o meu.

— Isso não é problema, é? — ele perguntou, inquieto — Quero dizer, um pouco a mais de energia deve lhe fazer bem, não é?

Ela riu. Jay era bastante evoluído em sua magia prática, mas sua teoria ainda era meio antiquada. Ela retornou a explicar com mais clareza.

— Vou lhe dar um exemplo real. A raiva que sentiu de Nicholas hoje mais cedo, lembra-se? — ele permaneceu em silêncio — Bom, ela foi a responsável por levar-me até aquele beco e nos teletransportar para cá, pois eu, através do seu ódio, queria sair dali. Entende o que quero dizer?

Ele assentiu, parecendo desapontado. Max mordiscou seu lábio inferior e suspirou, batucando seus dedos na pedra polida antes de tomar sua decisão.

— Olhe, eu fiz isso apenas um vez na vida. — ela recolheu um graveto do chão e sussurrou na sua direção, o mesmo tendo sua ponta incandescente — Você reconhece, não é?

— As runas de Pérola. — Jay confirmou — Você… Confia mesmo em mim?

— Confio, Jay. — ela sorriu — E espero que você também confie em mim. Repita o que eu disse, tudo bem?

Ele assentiu e ela começou.

"Eu, Maxine Chase, aceito confiar minha vida nas mãos de Jaime Underwood. Ligamos nosso mana como dois irmãos."

O rapaz repetiu suas palavras e então, ambos tocaram a ponta do dedo no graveto cintilante. Suas peles queimaram por breves momentos e então, o "ritual" estava feito.

— Agora, nossos manas são totalmente ligados. Sua energia só me influenciará se eu realmente precisar, e vice-versa. Também não mentiremos mais um para o outro e saberemos onde qualquer um de nós dois estiver. — ela sorriu — Espero que possa te ajudar a evoluir sua magia. Você é um soldado e tanto, Jay. Mas um soldado que duela em uma guerra diferente.

E então se levantou, deixando o rapaz ali, com um breve sorriso no rosto. Se precisasse de alguém, para qualquer coisa que fosse, ele claramente saberia onde encontrar.


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Notas finais do capítulo

Esperamos que todos tenham gostado!



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