Iterum NEET escrita por AKAdragon


Capítulo 2
Não como qualquer dia...


Notas iniciais do capítulo

Talvez eu esteja em uma montanha russa de acontecimentos... Só talvez.



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Por algum motivo, Klein se recusou a descer e apenas jantamos eu, Hiro, Jéssica e Julieta. Os três conversavam entre si e eu apenas observava Julieta, como seu cabelo loiro que ia até um pouco depois do ombro voava quando ela virava a cabeça, como seus olhos piscavam, como ela arrumava seu óculos quando abaixava muito a cabeça. Tudo parecia em câmera lenta enquanto eu a observava. Até que percebi que aquilo era sono.

– Desculpe, mas preciso ir dormir.

– Ah, por quê?

– Tenho que trabalhar amanhã.

– Okay, Tchau! - Julieta estava muito animada por algum motivo...

Fui para o meu quarto e dormi bem rápido. No dia seguinte, fui direto para o banheiro quando acordei, o que foi um erro. Assim que abri a porta dei de cara com Julieta seminua, ela usava apenas uma calcinha de renda preta e uma regata preta, havia uma toalha na sua cabeça que secava sua cabelo. Ela olhou para mim e continuou a secar o cabelo com a toalha, como se nada estivesse acontecendo.

– Desculpe! - Gaguejei. - Não deveria ter...

– Ah, cala boca. O que foi? - Ela agora estava penteando o cabelo. - Já estou saindo, não se preocupe.

– Não, tudo bem pode ficar aí. - Ela passou por mim e deu tapinhas no meu ombro.

– Boa noite.

– O quê?

– Boa noite ou bom dia pra você, senhor certinho. - Ela riu e pendurou a toalha molhada em meu ombro. - Coloca no varal para mim? Valeu!

Ela fez o sinal de paz e amor e foi a última porta do corredor. Depois de pendurar a toalha dela e comer cereal enquanto assistia ao jornal. Estava indo para o meu quarto quando percebi que o gato dela tentava entrar em seu quarto, ele estava arranhando a porta e miava na direção da maçaneta como se aquilo fosse algum tipo de senha ou código. Fui até a porta, o gato ronronou quando cheguei perto e se esfregou em minha perna. Abri a porta e encontrei um quarto escuro. Segurei a tentação de acender a luz e coloquei minha cabeça para dentro do quarto e olhei em volta. Havia várias montanhas de livros, jogos e mangás. A janela estava coberta por uma cortina preta que claramente não era aberta fazia bastante tempo, a única fonte de luz vinha de uma enorme televisão que cobria boa parte de uma parede, o resto estava coberto por vários outros monitores. Na tela maior estava o jogo The Witcher 3 pausado e nas outras telas, várias redes sociais, vídeos no YouTube e fóruns de jogos. Na outra parede havia uma cama de casal, pude ver Julieta deitada de costas para a televisão e seu gato sentado ao lado dela me encarando. Acenei para ele e fechei a porta. Senti alguém atrás de mim, mas quando me virei apenas vi um gato preto magro de olhos cinza escuro. Ele miou para mim e foi até o andar de cima. Provavelmente é um gato do Klein...

Chego atrasado no trabalho, não que eu me importe, daria de tudo para poder trabalhar em outro lugar, mas não tenho nenhuma opção... Felizmente meu gerente não estava na loja hoje, por isso ninguém brigou comigo. Estava trabalhando fazia apenas algumas horas e já estava cansado. Minhas pernas doíam de ficar me abaixando e levantando carregando caixas de um lado para o outro, subindo e descendo a escada do estoque. Estava esvaziando uma caixa quando uma garota apareceu na minha frente. Ela usava uma calça jeans azul, um tênis branco, um top branco e um kimono azul, seu cabelo castanho com luzes estava preso em um coche frouxo e ela segurava um café da Starbucks. Revirei os olhos e suspirei.

– Sim, como posso ajudar?

– Você tem o livro "Cidade de Vidro"? Da série "Instrumentos Mortais"?

– Sim, espere um pouco que eu vou pegar. - Fui para o estoque, mais uma vez, e voltei com o livro que ela pediu. Quando voltei, ela derrubou o café em mim.

– AH! Desculpe-me! - Ela disse com uma surpresa falsa.

– Está tudo bem, aqui está o seu livro. - Entreguei para ela o livro e peguei o copo de café vazio de sua mão. Ela parecia um pouco desapontada quando me afastei dela.

– O que você está fazendo?

– O que foi? Não era esse livro que você queria? - Joguei o copo no lixo.

– Sim, era esse livro, mas...

– Então agradeço sua preferência.

Voltei para o estoque e troquei de uniforme. Quando voltei, ainda cheirava a café, mas não podia fazer nada contra isso. Passei o resto do expediente evitando pessoas com café, não queria levar outro banho. Quando finalmente voltei para casa, não pensei duas vezes e corri direto para o banheiro, precisava me livrar daquele cheiro horrível de café hipster. Quando saí do banheiro, encontrei Julieta deitada no sofá, ela usava uma legging preta, bota preta de coura, uma blusa vermelha comprida nas costas e seu cabelo estava preso em uma trança lateral. Ela olhou para mim e sorriu.

– Finalmente! Eu estava te esperando! - Ela desligou a televisão e se levantou. - Vamos, se troque. Hoje nós vamos sair.

– Para onde vamos?

– Só vá se trocar!

Coloquei um jeans preto, uma blusa branca, um moletom preto e um tênis preto. Ela sorriu para mim e me guiou até um mustang 1964 preto, fiquei de queixo caído.

– É original?

– Claro que é original. - Ela riu e abriu o carro. Entrei e fiquei no bando do passageiro. - Claro que com algumas mudanças, ele não move por gasolina e sim eletricidade, eu não gosto do barulho do motor, me dá dor de cabeça.

Ela ligou o carro e partiu. Paramos em frente a um bar, o manobrista já conhecia ela e ficou com as chaves do carro. Em vez de entrarmos pela porta da frente, ela me guiou até um beco sem saída ao lado do bar e abriu a porta dos fundos, entramos em um corredor escuro e úmido. Ela tirou o celular do bolso e trocou algumas mensagens, após alguns minutos ela guardou o celular de novo. E começou a checar todas as portas dos quartos. Pensei em ajudar, mas assim que abri a boca, ela sorriu, abriu uma porta e entrou.

O quarto era pequeno, havia um enorme sofá que cobria três paredes do quarto, uma televisão onde estava passando um filme e uma mesa de café com algumas garrafas, uma porção de batatas e uma pizza de mussarela.

– Poxa, eu comi pizza ontem! - Julieta riu e fechou a porta.

– Que pena! Se você tivesse nos chamado, não teria esse problema. - Uma garota de cabelo branco riu e tomou um gole de sakê.

Haviam três garotas sentadas no sofá, a garota de cabelo branco curto e olhos âmbar, que usava uma saia plissada preta, meia 7/8 preta, uma camisa branca social e um casaco de lã preto. Uma garota de cabelo vermelho longo e olhos azuis, que usava um vestido preto curto e um sapato de salto preto. E uma garota de cabelo e olhos pretos e usava uma calça jeans preta justa e uma camiseta azul. Julieta sorriu para a garota de cabelo branco e sentou ao lado dela. Observei as garotas de cabelo vermelho e preto que começaram a se beijar. Sentei ao lado de Julieta.

– Eu sou Haru. - A garota de cabelo branco se apresentou, foi quando percebi que era asiática. - A de cabelo vermelho é Riley e a outra é Anne.

– Não ligue muito para elas, sempre fazem isso. - Julieta cochichou para mim.

– Hey! - Haru chamou a atenção do casal. - Temos visita, porque não vão para um quarto?

– Tem razão. - Anne ajudou Riley se levantar. - Eu vou fazer Riley gritar tão alto que vocês serão obrigados a ouvir.

Elas saíram do quarto e Julieta riu. Haru se deitou no novo espaço liberado do sofá e fechou os olhos. Me servi de um pouco de sakê.

– Por que ainda chamamos elas para sair?

– Porque é engraçado ver você com raiva delas. - Julieta riu. - E como você está? Ele te... Ligou?

– Não, ainda bem... - Haru se levantou e ajeitou a saia. - Bem, vamos.

– Por quê? Acabamos de chegar... - Percebi que Julieta também estava se levantando.

– Anne não estava brincando sobre a parte de fazer Riley gritar...

– É horrível. - Haru completou, o que fez Julieta rir.

Voltamos para casa. Julieta se trancou dentro do quarto com Haru, por isso resolvi lavar minhas roupas sujas de café. Depois que terminei de lavar e colocar tudo no varal, fui para o meu quarto. Era quase uma hora da manhã - não precisava ir dormir pois não ia trabalhar amanhã - quando ouvi a campainha tocar. Quando saí do quarto encontrei aquele mesmo gato preto na porta da frente, como se fosse atender a porta. Abri a porta e Anne entrou sem dizer nada, ela estava toda molhada, não se importou em tirar o tênis sujo de lama e saiu sujando todo o corredor. O gato preto olhou para ela com reprovação e pulou uma poça de lama com desgosto. Ele olhou para mim, dei de ombros para ele como se dissesse; "Eu também não sei". Anne bateu na porta do quarto de Julieta. Haru abriu a porta e Anne entrou. Só pude ouvir Anne gritando para elas.

– A Riley sumiu!

Então Julieta saiu do quarto e me puxou para dentro. Antes de fechar a porta do quarto ela fez carinho na cabeça do gato preto e voltou para dentro.

– O que aconteceu? - Perguntei.

– A Riley sumiu! - Anne chorava. - Estávamos no bar, bebendo quando Riley disse que iria para o banheiro. Eu fiquei no balcão, mas ela começou a demorar muito, quando fui para o banheiro não tinha nenhum sinal dela, perguntei para os guardas, mas eles disseram que apenas viram ela saindo. Procurei na casa dela, na minha casa e tentei ligar no seu celular, mas ele está fora de área! Vocês precisam me ajudar!

– Louis, você poderia ir até a delegacia? Por favor? - Julieta estava de braços cruzados com o queixo apoiado na mão, estilo Sherlock Holmes.

– Tudo bem. - Saí do quarto e quando olhei para o chão, estava tudo limpo. "Quem limpou o chão...?" Pensei em perguntar para Julieta, mas achei melhor apenas deixar para mais tarde e seguir minha missão principal, descobrir o que aconteceu com Riley.


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Notas finais do capítulo

Segundo capítulo! Uhu! Dois seguidos! Espero que essa versão seja melhor que a outra! he.. he he...



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