Iterum NEET escrita por AKAdragon


Capítulo 1
A Menina Diferente


Notas iniciais do capítulo

Bem vindo há fábrica de Hipsters mais famosa de todo o mundo, uma livraria... Ah, que maravilhoso... ¬¬'



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Mesmo com apenas uma semana dia de trabalho já estava cansado de todas as hipsters que entravam na livraria. Sempre atrás de algum livro modinha – A culpa é das Estrelas, Divergente – e aquelas mães solteiras que sempre vêm atrás de livros de alto ajuda ou de “Cinquenta tons de Cinza”. Estava quase desistindo e aceitando o trabalho de meu tio em sua sorveteria quando uma garota entrou na livraria. Ela usava tênis preto, calça jeans rasgada preta e uma camiseta larga de um vídeo game. Usava óculos pretos e uma maquiagem simples. Estava com outras duas pessoas, uma garoto parecido com ela, de cabelo preto e uma garota alta, pálida e ruiva. Os três riam e seguravam um sorvete de uma sorveteria que ficava em frente à livraria – Los Paleteros – e um copo da Starbucks na outra. Eles passaram por mim e pude ouvir ela dizer:

- É tipo aquelas fanfictions ridículas; Um coque frouxo, starbucks na mão e então ela sem quer derruba o café no cara. – Eles riram.

- Não esqueça do volume de Jogos Vorazes debaixo do braço. – Completou o garoto. Eles riram. A menina parou perto de uma estante e fingiu uma voz mais fina.

- Ai meu Deus! – Ela pegou um livro da Taylor Swift e segurou o riso. – Eu estava atrás desse livro “Taylor Swift, a história completa” Faz semanas!

- Cala boca! – A ruiva disse rindo. – Vamos logo, tenho que achar um livro para ler na viagem.

- Okay!

Eles foram até a seção de livros cultos – apelido que eu dei para a seção onde ficavam os livros de fantasia grossos de 1.000 páginas – e lá ficaram. Meu coração batia rapidamente. Fui até a mesma seção onde estavam e fingi que estava arrumando os livros. A garota ruiva estava vendo livros de romance na estante do outro lado da seção enquanto a garota e o garoto procuravam títulos interessantes na estante culta de fantasia – George R. R. Martin e J. R. R. Tolkien – A menina sorriu e pegou um livro do Tolkien.

- Estava procurando esse faz meses! – Ela sorriu e guardou o livro de volta na estante. Encarou a seção de jogos e correu para lá. – Já volto!

Segui ela sorrateiramente e percebi que procurava na seção de jogos para Playstation 4. Sem eu perceber, ela se aproximou de mim.

- Com licença?

- Olá, com o que posso ajudar? – Olhei para ela e percebi que seus olhos eram cinzas. “Nunca vi alguém com essa cor nos olhos!”.

- Você tem o jogo The Witcher 3? Para o Playstation 4?

- Vou ver no sistema. Espere um pouco.

- Certo.

Minhas mãos estavam frenéticas enquanto eu escrevia no computador.

- Tem um "T".

- O quê?

- Witcher. Tem um "T" entre o "I" e o "C".

- Verdade.

Ela riu. Ela riu? Resisti a tentação de olhar para ela me concentrei na tarefa que tinha que fazer. Tínhamos apenas um no estoque. Corri e peguei o último. Ela me esperava na seção de jogos, agora remexia a parte dos jogos para computador. Entreguei a ela o jogo. A garota olhou para o meu uniforme e sorriu.

- Gosta de jogos?

- Sim...

- Legal. – Passou a mão pela camiseta. – Aconselho jogar esse jogo.

Ela apontou para a sua camiseta e, consequentemente, para os seus peitos. Me segurei para não encarar por muito tempo e li o que estava na camiseta. “Life Is Strange”.

- Já ouvi falar desse jogo. É legal?

- Legal!? É maravilhoso! - Seus olhos brilhavam de emoção. - Pena que perdeu para The Witcher no JoyStick Awards...

- Saquei.

- Bom, obrigado. – Ela balançou gentilmente a caixa do jogo. Antes mesmo de dar um passo, seus olhos perderam o foco e ela ficou ligeiramente branca. – Você tem Fallout 4?

- Tenho.

- Obrigada de novo. – Saiu com os dois jogos na mão. – Ele ia me matar se eu esquecesse!

Depois de ela e seu grupo irem embora, o dia voltou a ficar entediante. Hipsters atrasados para o cinema comprando seus livros modinhas. Solteiras comprando Cinquenta tons de Cinza. Estava me trocando quando vi um novo pingente em meu uniforme, era o pingente do jogo "Life Is Strange" que estava na camiseta da garota. Toquei o pingente e senti minha pele formigar, por alguma razão, tinha certeza que havia sido aquela garota que colocou o pingente no meu uniforme. O guardei em minha mochila e saí do shopping que estava fechando, não me importei em me despedir de ninguém, odeio despedidas, sinto como se nunca fosse ver aquela pessoa novamente.

O metrô está ridiculamente cheio e o ônibus, pior ainda. Como se o universo não estivesse satisfeito com minha infelicidade, no momento que desço do ônibus começa a chover, estou sem meu guarda-chuva e sou obrigado e ficar esperando a chuva diminuir no ponto de ônibus após quase duas horas, consigo correr até minha nova casa. Ela tem um formato um pouco estranho, é preciso subir uma escada de metal antiga para chegar até a porta principal, dentro temos um pequeno hall de entrada - acho que os donos da casa são japoneses, pois há um pequeno armário para colocar sapatos - para a direita do hall temos um corredor com duas portas, uma das portas é o meu quarto o outro... Não tive coragem de abrir ainda, há uma terceira porta no outro lado da parede, onde fica o banheiro. Para a esquerda, temos a sala de estar e a cozinha, em frente do hall temos uma escada de madeira que leva para o segundo andar da casa que ainda não pude explorar, os donos da casa pediram para eu evitar o segundo andar, pois uma outra família mora lá, mas nunca ouvi nada. Tiro meus sapatos e deixo no pequeno hall e coloco minhas pantufas. Vou para o meu quarto, pego uma roupa mais confortável e vou para o banheiro tomar um banho quente, não quero pegar um resfriado. Fico bastante tempo no banho, reaquecendo meu corpo congelando pela chuva. Quando saio do banho, a primeira coisa que percebo, são as vozes. Geralmente sou a única coisa viva nessa casa, além do gato laranja dos donos da casa. Então... Quem são essas pessoas? Coloco um moletom preto, uma camiseta branca e seco meu cabelo do melhor jeito possível, olho no espelho para ver se estou apresentável, tenho cabelo preto e olhos pretos, minha pele é bem clara e sou bem magro, nunca tentei emagrecer, mas já tentei engordar um pouco, nunca consegui. Saio do banheiro e sigo as vozes até a sala.

A primeira coisa que percebi foi que haviam três pessoas na sala, duas garotas e um garoto. Depois, percebi que eram as mesmas pessoas que haviam entrado na livraria naquele mesmo dia. É uma piada, certo? A ruiva para de falar e me encara, o garoto segue o olhar dela e me encarava com... Raiva? Por quê? Então a garota que comprou os jogos se vira para mim e me encara, demora um pouco para ela me reconhecer.

- É você! O garoto da livraria! - Ela ri, se levanta e estende a mão. - Sou Julieta, você deve ser Louis, o garoto que alugou o quarto. Uau que coincidência!

- Sim. E você também mora aqui?

- Eu sou dona desse lugar! - Ela ri. - Esta é Jéssica e este é Hiro. Desculpe não ter lhe dado boas vindas, eu precisava zerar um jogo que havia comprado. Ando muito ocupada esse dias.

- Imagino. - Tento colocar todas as peças no lugar. Ela esteve morando comigo esse tempo todo? E eu nunca percebi? Como!? - Bom, foi muito bom conhecer vocês, mas preciso fazer um trabalho.

- Há deixa disso! Nós pedimos pizza, quando ela chegar, nós vamos te chamar Okay?

- Sim, claro.

- Ótimo! Eu também vou chamar o Klein, ele mora no segundo andar.

- Tem certeza que ele está vivo? Eu não escuto nada lá em cima.

- Ah, ele é praticamente uma coruja. Mas já deve ter acordado agora. - Ela vai até as escadas. - Vou chamá-lo! Já volto!

Ela sobe as escadas e começa a gritar algo no andar de cima. Escuto uma voz masculina responder e então Julieta começa a rir. Como foi que tudo isso aconteceu? Esse é provavelmente o melhor dia da minha vida desde que cheguei aqui!


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Notas finais do capítulo

Este é Iterum NEET 2.0! Vou tentar melhorar Iterum NEET Espero que consiga!



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