Paulícia - Uma História escrita por Annasinger19


Capítulo 29
29° - Alícia


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas



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Pov's Alícia

O dia de hoje acabou se mostrando extremamente chato, e olha que é difícil eu achar algum dia no acampamento chato.

Meu avô até se esforçou para que o dia fosse legal, mas depois das duas festas o que a maioria queria era descansar, não um dia com provas de acampamento. Mesmo sem nenhum ânimo o pessoal acabou indo, a vitória foi para o time laranja, o que empatou  o placar.

Quando o dia finalmente terminou - o que pareceu um século na minha opinião - eu estava exausta. Não apenas física, mas psicologicamente também. Esses dias aconteceram tantas coisas de uma vez e eu não tive um momento só meu para poder pensar em tudo.

Primeiro a turma veio para o acampamento - o que eu adorei, é claro, sempre quis que eles viessem -, aí acabei me perdendo na floresta com o Guerra, acabamos virando amigos, depois ele me beijou e meio que começamos a ficar, aí teve a chegada do Pedro e as duas festas. Tudo isso em uma semana. Posso dizer que com certeza foi o verão mais animado aqui no acampamento, e disso eu posso falar.

Você pode até pensar " nossa Alícia, então você deve ter dormido assim que caiu na cama certo?! ". Como eu queria que fosse tão fácil assim. Eu estava agitada demais para conseguir dormir. Por mais que tentasse, o máximo que eu consegui foi bagunçar os lençóis. Não sei quanto tempo se passou, eu conseguia ouvir alguma das meninas roncando baixo, o que não me ajudou em nada na tarefa de relaxar a mente.

Depois de mais alguns minutos de tentativas frustradas eu decidi tomar uma ducha, a sensação da água no meu corpo sempre me relaxa. Levantei da cama bem devagar e peguei uma muda de roupa e a minha toalha saindo logo em seguida tentando não fazer muito barulho com a porta. Tenho que lembrar para o meu avô de passar óleo nessas portas.

Fui andando até o banheiro e entrei acendendo as luzes. Um conselho que dou para quem tiver medo de filmes de terror: não vá aos banheiros do acampamento de noite! Por serem separados por box e as portas estarem fechadas dá a impressão de que assim que você entrar alguém vai sair de algum deles e tentar te matar com uma faca de açougueiro. Mas, como a pessoa corajosa que sou não ligo para isso.

Fui para dentro de um dos Boxes, tirei a minha roupa e entrei de baixo d'água. Conforme a água caindo senti meu corpo relaxando, aos poucos eu fui ficando mais tranquila, mas ainda com um sensação estranha, como se eu tivesse esquecido algo. Eu nunca fui uma pessoa que tem problemas para dormir, mas o motivo de hoje tem nome e sobrenome: Paulo Guerra.

Por algum motivo desconhecido eu não tirava ele da cabeça. Ontem foi tão.. como eu posso dizer?! Estranho. Essa é a palavra: estranho. Eu estava muito bem na minha, estava quase ficando com o Jonas, um garoto que eu já estava de olho a algum tempo quando o ser humano do Paulo chegou e estragou tudo.

Okay, talvez " estragou " seja uma palavra muito forte, já que provavelmente eu gostei mais do tempo que eu passei com o Paulo do que com o Jonas. Mas isso não significa nada, nos ainda somos amigos certo? Certo!?

Fiquei nos meus devaneios até que meus dedos ficaram enrugados por causa da água, sinal que eu tinha que sair. Peguei a toalha e me enxuguei, coloquei a minha roupa e quando estava secando os meus cabelos acabei batendo no rodo que caiu fazendo uma barulho baixo, mas que fez um eco danado dentro do banheiro vazio me assustando.

— Droga de rodo! - eu disse me abaixando para pegá-lo.

Depois dos segundos que meu coração levou para voltar a frequência normal alguém bateu a porta e eu acabei  me assustando novamente.

— Quem é? - perguntei já agarrando o rodo e me preparando para atacar caso fosse algum maníaco doido que se perdeu na floresta e veio parar aqui. Assisti filmes demais para desconfiar de algumas coisas.

— Sou eu, o Ed. Posso entrar? - ele perguntou do outro lado.

— Pode sim - eu disse abaixando o rodo. Talvez o sono esteja me deixando paranóica no final das contas - O que faz acordado a essa hora?

— Eu acordei com sede, então resolvi levantar para tomar um copo de água, mas na volta eu ouvi um barulho aqui e resolvi ver se era alguma coisa.

— A sim, isso foi eu que acabei derrubando o rodo sem querer, desculpa se eu te assustei - embora ele tenha me assustado mais, ele só não precisa saber disso.

— Não foi nada. Agora, o que faz acordada a essa hora Alícia?

— Eu não estava conseguindo dormir, por isso resolvi tomar um banho e ver se eu conseguia relaxar.

— Você sem sono?! Duvido. Você quando vê uma cama só falta criar raízes nela - falou rindo de mim, filha da mãe.

— A culpa não é minha se eu gosto de dormir, e se eu bem me lembro, você consuma ser pior do que eu em relação a isso - falei cutucando o peito dele.

— Sou nada - então antes que eu pudesse lembrá-lo de todas as vezes que eu tive que gritar para ele acordar ele mudou de assunto - Mas porque você não está conseguindo dormir?

— Não sei, acho que estou com muita coisa na cabeça, com tudo que tem acontecido...

— Ah, entendi.

Então nos dois ficamos em silêncio por um tempo sem saber o que falar, até que ele resolveu falar alguma coisa.

— Você está gostando do Paulo.

Não foi uma pergunta.

— O que? - eu perguntei embora tivesse entendido o que tinha dito.

— Eu te conheço a tempo demais Alícia, consegui perceber que você está diferente assim que te vi.

— Escuta Ed, eu na..

— Não Alícia, me deixa falar por favor .

Ele pediu com uma vontade tão grande, eu simplesmente concordei com a cabeça e o deixei falar.

— Eu gosto de você Alícia, e não gosto apenas como amiga, eu gosto pra caramba de você. - eu provavelmente devo ter parecido muito chocada, por ele me deu um sorriso tímido antes de continuar - Eu percebi no ano passado, quando estava me despedindo de você. Percebi que gostava de passar os verões com você, gostava das nossas conversas, e de tudo que fazíamos juntos. Então esse ano eu tinha me decidido, eu ia tentar ser mais que um amigo para você. Não tem noção de quão nervoso eu estava ante de chegar aqui no acampamento. Mas então assim que eu cheguei percebi, você estava diferente.

— Mas eu n...

— Espera - ele falou e eu apenas concordei - Depois de todo esse tempo, eu te conheço bem demais, e percebi o jeito que você fica perto dele, o jeito que olha pra ele. Me senti triste no começo, pensava comigo mesmo que havia perdido minha chance com você, mas percebi que ele te faz feliz, mesmo que você mesma ainda não perceba isso. E o que eu queria te dizer é que está tudo bem. Não vou ser o babaca que atrapalha o casal - ele falou rindo e não consegui segurar o riso - então quero que você saiba que eu vou continuar aqui por você, vamos continuar sendo amigos,

— Eu não sei o que dizer...

— Eu sei, não precisa dizer nada. Mas vou te dar um conselho. Da para perceber que vocês se gostam, mas os dois são orgulhosos demais para admitir. Não perca a oportunidade de ficar com quem você gosta apenas pelo orgulho, porque depois que passar e você perceber o erro, já vai ser tarde demais.

— A Ed, para de falar e só me dá um abraço vai - falei já o abraçando e ele correspondeu.

No fundo ele sabe que eu não queria falar mais nada, por isso saímos do banheiro e ele me acompanhou até o quarto das meninas.

— Boa noite Lilica - ele falou me cutucando pra me provocar e eu revirei os olhos dando um tapa de leve em sua mão.

— Boa noite Edzinho - deu um abraço rápido nele e entrei.

Fui passando de fininho pelas meninas até chegar na minha cama, deitei e por mais que eu tentasse, não conseguia tirar a minha conversa com o Ed da cabeça.

Será que eu gosto mesmo do Paulo?

E não podia parar de pensar no Ed. Ele gosta de mim. E eu não posso negar que gostava dele também, mas de uns tempos para cá eu já não me sinto do mesmo jeito. E por mais que eu não queira ver isso, a culpa é do guerra.

Desde que nos tornamos amigos, eu percebi que ele não é aquele moleque babaca, metido e fútil que eu pensava. Claro que às vezes ele continua sendo um completo idiota, mas isso eu consigo relevar. Eu gosto de passar um tempo com ele..

Então a realidade me atingiu como um tapa na cara.

Eu gosto do Paulo. EU GOSTO DO PAULO!!

No que eu fui me meter?! 


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Notas finais do capítulo

Desculpa pela mega demora para atualizar. Não posso negar que até pensei em desistir da fic, com tanta coisa acontecendo na minha vida, mas eu sei como é ruim quando gostamos de uma fic e ela não é concluída. Por isso tomei a decisão de continuar com a fic, mas vou diminuir o número de capítulos. Na minha previsão inicial íamos ter uns 50 capítulos, mas já não gosto da história como eu havia pensado. Vocês merecem um final, por isso vamos ter no máximo mais 5 capítulos, então se preparem, porque estamos na reta final.
Eu também vou começar a revisar os capítulos, pois já se passou muito tempo, e minha escrita já mudou bastante. Não vai afetar a história da fic, só vou consertar alguns erros e algumas partes que já não me agradam mais, mas o essencial da fic continua.
Obrigada a todos pelo carinho e paciência que tiveram comigo nesse tempo, a todos que comentaram me incentivando a continuar, vocês me deram motivos para voltar. Beijos e até a próxima.



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