No Ritmo escrita por JéChaud


Capítulo 54
Tanto Faz


Notas iniciais do capítulo

Olááá meus amoress *-* A edição 93 começa a chegar amanhã nas bancasss, quem está com a ansiedade a mil??? EUUUUUUUUUUUUU *-* ♥ ♥
Aqui vai mais um capítulo com muitooo carinho pra vocês ♥ ♥ ♥
Obrigada genteeeeeee sério mesmo, vocês são incriveis, muito obrigada de verdade pelos comentários, favoritos, pelo carinho ♥ ♥ ♥



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Monica continuou a observar, as lágrimas se formaram em seus olhos, e ela permitiu que uma caísse enquanto ele esperava por sua resposta. Parecia tão lindo e fácil, por que ela não conseguia simplesmente se entregar novamente? O medo não podia ser maior do que seu sentimento. Então por que era tão difícil?

— Eu... – Ela tentou falar mais não conseguiu.

Cebola se aproximou e enxugou as outras lágrimas que escorriam rebeldemente.

— Eu te amo – Ela por fim falou criando coragem e talvez se arrependendo quase que de imediato.

Ele não esperou mais resposta alguma, com a mesma mão com que enxugava as lágrimas, segurou seu cabelo delicadamente e a aproximou para finalmente unir seus lábios num beijo regado de saudade.

Monica nem tentou lutar contra, o correspondeu com o coração em chamas esperando que aquele momento não acabasse tão cedo.

—-

Mas acabou, assim que o aviso do voo no qual ela participaria soou nos auto-falantes do aeroporto.

Ela se soltou do beijo com um susto, mirou os olhos dele como quem se despede e rapidamente agachou para pegar tudo que tinha caído no chão.

Cebola observou confuso, por alguns segundos teve certeza que ela desistiria da viagem, mas ao vê-lá arrumando novamente a bolsa e segurar seus documentos em mãos, seu estomago despencou.

— Isso... Foi um beijo de despedida, não foi? – Cebola perguntou a olhando.

Monica o fitou por um momento.

— É complicado... Eu preciso ir, preciso colocar minha vida em ordem, perdi o controle e infelizmente tudo que aconteceu entre nós contribuiu para isso, meu pai estava certo, nem levo tanto jeito assim para o balé, eu desisti da apresentação, vou me dedicar a empresa da família. Agora preciso fazer o check in, manda um beijo para as meninas por mim – Monica se despediu entrando no local de embarque, deixando para trás um Cebola totalmente confuso.

—Quer saber?! – Ele gritou chamando atenção de algumas pessoas por perto – Se é isso que você quer, não vou te impedir... Tanto faz...

Monica virou para olha-lo enquanto ainda tinha tempo antes de entrar para o avião e abaixou a cabeça engolindo o choro.

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— Ela foi embora – Cebola contou para as meninas assim que voltou para o apartamento.

— Eu imaginei, deixou dinheiro na mesa pra pagar as contas do mês – Magali respondeu sentada no sofá com a cabeça apoiada sobre as mãos.

— Cara, e agora? – Cascão perguntou fitando o amigo.

— Agora a vida segue, nunca fui de choramingar por causa de sentimento, não vai ser agora que vou – Cebola concluiu – Só passei aqui para avisar vocês porque ela pediu, vou pra casa, falou!

Eles observaram o Cebola caminhar e sumir através da porta, e quase como se tivessem combinado se entreolharam logo após.

— Alguem acreditou nisso que ele acabou de falar? De que não está nem ai?! – Denise questionou sentando ao lado da Magali que permanecia triste.

— Não mesmo – Xaveco respondeu na lata – O cara ta mal, mas esse é o jeito dele de demonstrar, fingindo que não liga.

— Pois é – Denise concordou.

Magali permaneceu quieta, só despertou dos seus pensamentos quando foi dormir, estava quase pegando no sono quando o aviso de nova mensagem preencheu a tela do seu celular.

“Meninas, desculpa sair sem avisar, quero agradecer muito por terem me recebido em sua casa e por me ajudarem sempre que precisei, preciso reorganizar minha vida, me sinto um pouco confusa no momento, espero encontrá-las novamente em breve, com amor Monica”

—-

Monica terminou de enviar a mensagem e guardou o aparelho dentro de sua bolsa, já estava na porta de casa e mais uma vez teve que tomar coragem para entrar e encarar os pais e as perguntas que com certeza viriam.

Com dificuldade destrancou a porta o mais cautelosa que conseguiu e adentrou a casa toda apagada. Deduziu de cara que seus pais estavam dormindo, agradeceu por um momento, voltou a trancar a porta, pegou suas malas pesadas e se arrastou para subir a grande escada semi espiral que a levava para seu quarto.

Chegou no corredor de cima e por um instante achou que desmaiaria de susto, deu um grito e largou as malas no chão quando viu uma pessoa parada no escuro, Dona Léia gritou juntamente com ela e ambas levaram as mãos ao peito.

— Dona Monica, é a senhora? – Léia perguntou tateando a parede a procura do interruptor.

— Léia? – Monica respirou fundo se acalmando – Que susto, sou eu sim, tudo bem?

— Estou bem, e o que a senhora faz por aqui e essa hora? – Léia questionou a analisando de cima a baixo assim que as luzes se acenderam.

— Longa história, mas vou passar digamos que umas férias por aqui, cadê meus pais? – Monica perguntou olhando para os lados, se eles estivessem em casa com certeza teriam saído do quarto com aquela gritaria.

— Viajaram ontem dona Monica, sabe, a senhora conhece as viagens do seu pai, pelo que entendi ele fechou umas palestras pelas empresas lá dos gringos, ai a Dona Luisa foi acompanhá-lo – Léia explicou ajudando a menina a carregar suas malas para o quarto.

— E pra onde foram dessa vez? – Monica perguntou se sentindo feliz por ver seu quartinho todo aconchegante.

— Pra California – Ela concluiu sorrindo.

— Ah, California... Bem a cara da mamãe mesmo. É tão bom te ver Léia, estava com saudades – Monica a abraçou.

Léia era governanta da casa desde que Monica nasceu, cuidou da menina e sempre se deram bem, só não eram mais unidas porque ela não dava muita abertura, respeitava demais a família e era bem integra, tentava dar privacidade para eles, por mais que eles a quisessem por perto.

— Digo o mesmo dona Monica, se precisar de mim, estou no meu quarto - Léia retribuiu o abraço um pouco desajeitada, e fechou a porta ao sair.

Monica analisou seu quarto com saudade, ouviu uma agitação e correu para fazer carinho no Monicão que pulava em sua cama animado pela chegada da dona.

—-

Custou para dormir naquela noite, a saudade despontava em seu peito, acordou poucas horas depois sentido o clima diferente, por alguns instantes esqueceu que estava em casa novamente, assim que reconheceu a cortina branca perolada do seu quarto deu um pulo da cama, Monicão que estava aconchegado em sua casinha ao lado da dona, ergueu as orelhas reparando no que ela fazia.

Monica correu para a janela e a abriu, o mar estava incrível, lhe dava bom dia com um Sol radiante, ela respirou fundo se apoiando na janela, tinha esquecido como era boa a vista daquele local.

Seu corpo ainda trazia a melancolia da noite anterior, seus lábios ainda traziam o gosto do beijo dele, mas ela lutava para deixar isso para trás. Era lógico que levava um tempo para a dor ir se dissipando mas as vezes, em algumas noites parecia que ela só piorava.

Tomou um banho rápido, colocou um de seus biquínis, uma saída de praia de crochê por cima, jogou dentro de uma das suas bolsas preferidas de palha vários dos seus acessórios, e desceu para tomar café.

Léia já tinha preparado uma mesa enorme com tudo que tinha direito de comer, desde iogurtes até os mais diversos tipos de geléias e o Monicão pulava ao lado da mesa tentando enxergar de onde vinha aquele cheiro de comida.

— Léia, não precisava de tudo isso, não precisa se preocupar – Monica falou a olhando com compaixão.

— Que isso Dona Monica, você está em fase de crescimento precisa comer bem, alias fiz aquele pão de queijo que a senhora tanto gosta – Léia se defendeu, ela amava preparar tudo que seus patrões gostavam.

— Sériooo?? Que demai eu amo, obrigada então, senta aqui vamos comer comigo – Monica chamou.

— Magina dona Monica, que isso, eu já tomei café – Léia respondeu corando.

— Vamos Léia, senta aqui, vamos papear, preciso me distrair – Monica pediu novamente arrastando uma cadeira para ela se sentar.

— Tá bom, mas rapidinho ta – Léia se sentou cautelosa ao lado dela.

O café da manhã passou tranqüilo, quando ela se distraia a dor suavizava mesmo que por instantes, porém assim que seu pensamento caia nele novamente a mesma voltava com intensidade.

Assim que terminou o café e ajudou sob protestos da governanta, a tirar a mesa, Monica pegou sua bolsa e aproveitando que era sábado saiu para a praia.

Chegou na orla e tirou as havaianas cor de rosa, amava andar descalça pela areia, comprou a água de coco de sempre, e estendeu a canga o mais próximo ao mar que conseguiu, sentou de pernas cruzadas, sentindo a brisa em seu rosto.

Como quem toma coragem para fazer algo, Monica pegou seu celular o analisou por um tempo, discou o número do seu professor e o explicou sobre a nova decisão, estava firme, mesmo sobre desaprovação da parte dele, ela o explicou sem dar muito espaço para as criticas, que não faria mais a apresentação da Le ballet e passaria a trabalhar com seu pai, o balé seria um hobbie, voltaria para as aulas na escola dele mas não faria parte da equipe de show, antes que ele surtasse mais do que já tinha surtado, Monica se despediu e desligou o telefone, discou logo após para seus pais, os explicando a mesma coisa, não se surpreendeu com a risada alegre de seu pai quando soube que a filha o acompanharia para a empresa quando voltasse, mas foi inevitável sentir vontade de chorar quando desligou a ligação. Podia ouvir seu pai comemorando, dizendo que tinha a avisado desde o começo.

Terminada suas ligações Monica retirou cuidadosamente a capinha do aparelho, removeu o chip e tornou a colocar a capa.

Pensou mais um pouco sobre o próximo passo que tinha decidido fazer na noite passada, e sem mais delongas quebrou o chip no meio, tinha decidido recomeçar esquecer o que passou, mesmo que para isso precisasse deixar São Paulo para trás.


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Notas finais do capítulo

Bom pessoal, espero que tenham gostado ♥
Se puderem deixem suas opiniões, são sempre super mega bem vindas ♥

“Viver, viver e ser livre, saber dar valor para as coisas mais simples... ♪” – Pontes Indestrutíveis – Charlie Brown Jr.

Beijinhos e espero vocês no próximo capítulo ♥ ♥ ♥



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