No Ritmo escrita por JéChaud


Capítulo 52
Mudaram as estações


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, tudo bem??!!!
Aqui vai mais um capítulo com muitooo carinho pra vocês ♥ ♥ ♥
Obrigada de verdade pelos comentátios, favoritos, pela atenção, vocês são incríveis *---*



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Cebola chegou correndo no futebol, os times já aqueciam e foi o Cascão que veio bravo em sua direção.

— Po careca, achei que não vinha mais, íamos ficar com um a menos, e hoje é bem contra o time do Laranjal – Ele reclamou entregando a camisa do amigo. – Se troca rápido, o juiz já vai começar.

— Vou me trocar correndo, tive que fazer umas coisas antes mals – Cebola correu para o vestiário cansado.

Jogou sua mochila em um canto e apoiou seu celular sobre ela, na tela dava para ler claramente a mensagem recém enviada para o Marcos.

— Conseguiu falar com ela? Você vem para ajuda-lá?! Só quero que ela fique bem e seja feliz, ao contrário do que eu lhe causei, assim que ela passar eu sumo da vida dela. Abraço!

—-

Monica dormiu chateada naquele dia, não interessava a justificativa que as amigas lhe deram, ele tinha a espionado, se metido novamente nas suas coisas e o pior visto que a dificuldade realmente existia.

Imaginou por horas em quais momentos ele a supervisionou escondido e se ele tinha percebido o real motivo da falta de foco em seu ensaio, era claro, ela ainda pensava nele, ainda sentia dor ao realizar passos naquele salão, ainda lembrava de cada risada que o preenchia em noites de ensaio.

Jogou seu caderno de dança longe e virou para dormir mirando o Luar pela Janela. Quando as meninas entraram no quarto, por mais que não estivesse, preferiu fingir que dormia num sono pesado, queria evitar qualquer tipo de confronto naquele dia.

Será que o problema era realmente ela?! Todos a dizendo para conversar com o Cebola, que ele só quer ajudar, mas e quando ele a enganou? Como que ela confiaria novamente nele?!

Sempre foi cercada de pessoas que não se importavam com nada do que ela queria, nada do que realmente ela sonhava, de pessoas que tentavam lhe impor o que estudar, o que comer, como se portar, mas com o Cebola foi diferente, ele a achava linda com o cabelo bagunçado dos dias que atendia a porta ainda com sono, não ligava se ela andasse de meia na casa, se sentasse sem cruzar as pernas, ela se sentia bem ao lado dele e isso foi o que mais a machucou quando descobriu que era tudo uma aposta, saber que ele era só mais um, igual aos outros.

 Foi em meio a esses pensamentos que pegou no sono, um sono regado de pesadelos angustiantes, em um ela chorava pelo Cebola que não lhe dava bola, em outro o Cebola já tinha a esquecido passando sem olhar em sua cara, no ultimo que teve, o qual mais se lembrava, o Fabinho entrava no tapete vermelho com ela vestida de noiva ao seu lado, acordou num pulo.

Já mal humorada e com um pouco de dor de cabeça, correu para se arrumar teria ensaio e não queria perder um segundo do seu tempo de criação, ou pelo menos tentativa de criação, da nova coreografia.

Lembrou com arrependimento que já tinha combinado com as meninas que elas a esperariam, uma vez que ficariam até mais tarde no local, não desmarcaria, mas estava chateada com ela e de muito mau humor para socializar com as pessoas.

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—De, hoje a noite passo pra pegar vocês – Xaveco mandou uma mensagem no celular da namorada.

— Eba, não terá que ficar até tarde na empresa? – Denise perguntou animada – Vamos de carona hoje meninas – Ela avisou para as amigas.

— Vou amor, mas como vão esperar a Mo, eu passo ai e busco as três – Ele concluiu.

— Podíamos sair hoje né amor? – Ela perguntou – Chamar as meninas também, depois do climão que rolou, o pessoal nunca mais saiu junto – Denise se animou.

— Bom por mim fechou, decidam ai e me fala, nove horas estarei ai na frente, beijos.

—-

— Meninas o que acham de tomarmos um açaí hoje a noite? Nunca mais saímos – Denise perguntou fazendo cara de choro – Por favorzinho?!

— Bora, vou mandar mensagem pro Cas – Magali concordou na hora.

— Ah migas, vocês não vão me fazer ir e ficar lá atrapalhando né? – Monica perguntou enquanto as duas aguardavam sua resposta. – E também nem to no clima.

— Você sabe que não tem nada a ver Mo, você é amiga de todos nós e deles também – Magali comentou enquanto trocava de roupa no vestiário feminino. – E para de se isolar, vamos vai.

— E outra, o que aconteceu foi passado, você já está ai e bem, os meninos foram idiotas e já pediram desculpas, vamos comemorar isso – Denise falou sorrindo.

— Hum, ta, ta bom, eu vou – Monica concluiu – Mas vou ficar até as 20h30 ensaiando hein, não saio antes disso.

—-

A aula passou tão rápido que nem se deu conta, quando percebeu já estava em cima da hora do seu ensaio. Alice andava mais severa, sempre que se aproximavam os grandes concertos nos quais as melhores companhias de balé clássicos se apresentavam, ela surtava.

Os passos estavam mais firmes, mais puxados e avançados, para Monica não era difícil, tinha muita facilidade com o balé, não era a toa que sempre a consideravam uma ótima bailarina, mas manter o foco com apenas dois meses para sua grande audiência era extremamente difícil.

Visto que estava atrasada para se trancar em seu local de ensaio, preferiu pular o almoço, fechou a porta logo que entrou e a trancou, abriu a mochila e jogou tudo que tinha no chão liso da sala de dança, o caderno amassado onde anotava os passos estava lá com algumas folhas dobradas.

Ligou a musica com calma, se posicionou em frente ao espelho e repassou tudo que já tinha feito até aquele momento, tentou primeiro com sua nova musica e assim que terminou passou as mãos sobre a cabeça, estava ruim!

Andou de um lado para o outro olhando para sua sapatilha no chão tentando pensar,  decidiu de sobressalto colocar a musica antiga que dançariam, respirou fundo e começou no mesmo compasso que a melodia desempenhar sua dança conforme anteriormente ensaiado, deixando espaços vagos onde antes havia o Hip Hop, olhava o espelho com tanta intensidade desejando que seu coração não doesse, que por segundos esqueceu onde estava, seu pensamento lhe pregou uma peça e ela lembrou das mãos dele a conduzindo por todo o salão, suspirou de olhos fechados e só abriu quando percebeu que a musica tinha acabado.

Se repreendeu mentalmente por isso e meteu um chute involuntário em sua mala e consequentemente em tudo que estava apoiado sobre ela.

Arrancou com força as folhas onde antes estavam escritas sua coreografia com ele regada de coraçõesinhos vermelhos e as rasgou sem deixar tempo para se arrepender, picotou o maximo que conseguiu com o coração em chamas e jogou tudo o mais longe dela que seu braço permitiu.

Olhou no relógio 21h00 estava totalmente atrasada, correu para juntar as coisas que ainda restavam, jogou tudo na mala, deu uma ajeitada no cabelo e no rosto e correu para encontro das amigas.

Passou a cantina agora vazia e acenou tristemente para o Tio da cantina que cuidava na parte da noite do local, deduziu que as amigas já estariam do lado de fora e foi para lá que ela caminhou, nem tinha terminado de descer quando alguém a puxou pelo braço.

— Monica, preciso falar com você – Cebola a chamou.

— Não acredito que vocês chamaram ele – Monica gritou para as amigas que já estavam com seus respectivos pares na frente do carro a esperando.

— Monica eu só vim conversar com você, seu professor me disse que você não quer que ele venha, por que? Se você está com dificuldades não precisa esconder isso, quero te ajudar, eu vi que você está mal – Cebola falou a olhando no olhos.

Monica encarou muito bem aqueles olhos cor de caramelo reparando como casavam lindamente com seu boné de aba reta mesclado de dourado, admirou como se fosse a ultima vez que os veria e não conseguiu segurar mais, explodiu com tudo que vinha agüentando esse tempo todo.

— Me solta, me deixa, eu não quero você cuidando da minha vida – Ela gritou puxando o braço dela de volta – Eu não sou um prêmio pra você me apostar, eu acreditei em você e em tudo que me falava, você sabia o quanto eu demoro pra confiar nas pessoas, e o que fez? Jogou tudo no lixo.

— Calma, eu já pedi desculpas, já me arrependi ok?! Só quero te ajudar, suas amigas também, eu liguei pro seu professor porque ele também se preocupa com você – Cebola tentou explicar achando que melhoraria a situação.

— Você não tinha o direito de ligar pra ele Cebola, você não tinha o direito de entrar na minha vida e bagunçar tudo assim – Monica rebateu se afastando mais do menino que se aproximava.

— Monica, o que menos quero é te atrapalhar, fui infantil, mas me arrependi, voc~e não tem idéia o quanto é difícil pra mim, assumir que estou errado, sou um cara orgulhoso, se fosse qualquer outra mina eu teria deixado pra lá, mas com você é diferente... – Cebola falou tentando controlar suas emoções.

Para, não começa de novo com esse papo, que eu não caio mais, você deve falar isso pra todas, quantas vezes a Camila já deve ter escutado essa história? – Monica provocou perdendo um pouco a razão.  – Não sou trouxa igual ela não.

— Gente, para, vamos para por favor vocês estão no meio da rua – Denise pediu se aproximando um pouco.

— Não... Não vou aceitar que fale assim, quem você pensa que é pra dizer o que sinto? Que se dane seus conceitos formados dentro de uma gaiola, a vida aqui fora é diferente desse cercado que você vive, as pessoas pensam, sentem, não são movidas só pelo dinheiro não. Ve se acorda e enxerga quem corre por você – Cebola rebateu a Monica nervoso, ignorando totalmente o impedimento da Denise.

— Eu não entendo suas gírias, e muito menos quero! Se eu tenho classe, isso não é prisão, é educação, você também não sabe o que sinto, ou o que eu senti quando me enganou, não quero sua ajuda Cebola, nem do Marcos, nem das meninas, eu me viro sozinha - Monica concluiu chateada.

—Para de ser infantil você está precisando de ajuda, por que não aceita? Me escuta pelo menos uma vez, para de ser mimada e me olha nos olhos – Cebola se exaltou aproximando-se novamente.

Nessa hora Cascão e Xaveco já ficaram alertas, o conheciam muito bem e sabiam que quando o amigo se estressava e se aproximava era hora de parar porque a discussão não teria fim!

— Quer saber? – Monica perguntou enrolando o riso no choro - Acabou, estou cansada de tudo isso. Não vou mais dançar, não quero mais saber disso, foi uma péssima idéia ter vindo pra cá, não da mais... Pra mim chega! Vou embora... – Ela concluiu tirando suas coisas de balé de dentro da bolsa e jogando no chão, roupas que ela usaria na apresentação, o caderno dos passos (ou o que restou dele), o pen drive que o Cebola a deixou com as musicas que dançariam, até mesmo sua sapatilha que mais gostava.

— Como assim vai embora? – Denise e Magali perguntaram juntas.

— Vou voltar pro Rio, pra mim já deu, meu pai estava certo, eu tenho que ser uma grande administradora e sei lá mais o que ele quer.

— Monica dançar é seu sonho – Magali se colocou a frente.

— Acho na verdade que os sonhos podem ser mudados – Monica concluiu sumindo para dentro de um taxi parado no ponto ao lado da escola.


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Notas finais do capítulo

Bom pessoal, espero que tenham gostado ♥ ♥
Se puderem deixem suas opiniões, são sempre super mega bem vindas ♥

“Nem desistir nem tentar agora tanto faz... ♪” Por enquanto – Cassia Eller.

Beijinhos e espero vocês no próximo capítulo ♥ ♥ ♥



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