No Ritmo escrita por JéChaud


Capítulo 41
Amores de verão


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, como estão?!
Aqui vai mais um capítulo com muito carinho pra vocês ♥ ♥ ♥
Obrigada gente, vocês são incriveis, muito obrigada de verdade pelos comentários, favoritos, pelo carinho ♥ ♥ ♥



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— Me solta – Monica gritou  perdendo um pouco do controle, a raiva tomou conta da sua razão e ela começou a lhe dar diversos empurrões e tapas descoordenados – Eu acreditei em você, confiei no que me falava, e vocês riam nas minhas costas – As lágrimas escorriam novamente descontroladamente - Eu disse que te amava Cebola... Eu disse que te amava... – Ela concluiu lentamente o empurrando mais uma vez.

Cascão e Ricardo olharam tudo bestificados, tentaram ajudar mas naquele momento se intrometer só pioraria tudo, um sentimento de pena tomou conta deles que olhavam o Cebola pela primeira vez sem reação diante de alguma situação.

— Mo, você tem que me ouvir – Ele pediu claramente arrasado – Eu também te amo.

— Eu ouvi Cebola, acredite... Eu ouvi – Monica o olhou mais uma vez e por fim já com sua mala em mãos saiu da sala sumindo pelo corredor.

—-

Cebola até tentou a seguir, mas amigos o impediram,  ambos estavam muito nervosos para conversar no momento, era melhor esperar a poeira abaixar.

Ele lutou contra o impedimento dos dois, e quando por fim conseguiu se soltar levou as duas mãos a cabeça preocupado.

Mesmo sem entender direito o que aconteceu, Cascão e Ricardo se mantiveram em silencio, nunca tinham visto o Cebola daquele jeito, ele sempre tinha uma tirada cômica para esses apertos que aconteciam em sua vida, mas dessa vez era diferente, ele permaneceu sem cor no rosto, com as lagrimas presas aos olhos, e o semblante triste. Decidiram esperar ele falar e foi assim que aconteceu cerca de cinco minutos depois.

— Cara, como fui burro – Cebola reclamou dando um murro na parede. – Não acredito nisso.

— Calma velho, explica, o que aconteceu aqui? – Ricardo perguntou o impedindo de continuar os socos.

— Não era só pela aposta mano, nunca foi só pela aposta, eu nem queria mais saber do skate, to nem ai pra isso, me amarrei nela velho, ela me faz bem, me ensina varias coisas, a gente ri muito juntos, é diferente, e eu joguei tudo pela janela por causa do meu orgulho – Cebola respondeu claramente agoniado

— Ah cara, desculpa falar mas vacilou, por que não falou antes véi?! Você nunca demonstrou pra gente, não imaginei que rolava sentimento no que estavam vivendo – Cascão respondeu lhe dando um tapinha nas costas – Espera ela se acalmar e conversa com ela, tenho certeza que se a mina gostar mesmo de você ela vai te escutar.

— Não sei Cascão, a família dela é toda cheia dos costumes, e já tem até um playboizinho meio que prometido pra ela, se ela voltar pro Rio nem sei o que vai ser – Cebola comentou segurando com força as lágrimas que queriam cair.

— Isso ainda existe nos tempos de hoje? – Ricardo perguntou estranhando. – Que ano eles vivem? Não podem obrigar ela a ficar com ninguém.

— Pior que sim, o cara é bonado né, cheio da grana, é filho do sócio do pai dela – Cebola contou tentando se acalmar. – Cara vou perder ela pra sempre, não acredito!

— Desculpa véi, não sabia mesmo que ela podia estar por aqui – Cascão concluiu o olhando – Se soubesse nunca teria tocado no assunto.

— Eu sei velho, eu sei, relaxa – Cebola o acalmou respirando fundo.

—-

Uma, duas, três chamadas na caixa postal, mas ele não desistia, tornou a discar sentado em sua cama, e por fim desistiu quando pela quarta vez ouviu a voz dela avisando que o telefone estava desligado.

Chegou em casa exausto, não sentia fome, tomou um banho e se trancou em seu quarto, guardava seu choro para momentos de dores intensas e esse era um deles, abaixou a cabeça permitindo que suas lagrimas escorressem finalmente livres.

Ele sentia que a tinha perdido, lembrava-se das inúmeras conversas que tiveram, onde ela sempre lhe contava como era difícil de se deixar confiar em alguém, de como ela gostava dele de uma forma que não tinha gostado de nenhum outro e de como estava animada com tudo que estavam vivendo, e os planos que tinham feito.

Ele nunca tinha conversado sobre constituir uma família com ninguém, e com ela isso fluía naturalmente, brincaram diversas vezes escolhendo o nome dos filhos, sobre lugares que queriam conhecer juntos, até mesmo sobre onde seria o casamento, nunca imaginou que em quase três meses poderiam viver tudo isso de forma tão intensa.

Abriu a gaveta do seu criado mudo e tirou de lá o passaporte da viagem que nem sabia mais se aconteceria, marcada para a próxima semana, logo após a apresentação deles, sua dor de intensificou quando se lembrou da animação dela para lhe apresentar seus pais, estavam tão perto de algo mais serio, enxugou mais lágrimas que caiam e virou de lado na cama, aos poucos foi pegando no sono.

Era orgulhoso demais para assumir que tinha chorado, por isso não destrancou a porta a noite inteira, mas sabia que sua irmã tinha escutado, ela sempre escutava, de qualquer forma não lhe deu chance de o importunar, decidiu que não abriria a porta e assim o fez.

—-

Monica saiu da Lemon o mais rápido que conseguiu, ignorou totalmente a Denise que chegava mexendo no celular.

Pegou o primeiro taxi que viu passar e chegou em frente a seu prédio antes do esperado, entrou sem dar bom dia ao porteiro como fazia normalmente, subiu e assim que adentrou o apartamento se jogou em sua cama.

Só o que queria era chorar em paz, e agradeceu por não ter ninguém por lá, arrancou sua sapatilha com raiva do jeito que conseguiu e a jogou no canto do quarto, tirou sua roupa e colocou o primeiro pijama que encontrou, por fim pegou seu celular o colocando sobre a cômoda ainda desligado e sentou no cantinho do quarto, encostada na parede abraçando os joelhos.

Se permitiu chorar tudo que segurou desde sua descoberta, soluçava encontrando nas lágrimas uma forma de colocar aquele buraco recém aberto em seu peito, para fora. Era a primeira vez que vivia algo daquela intensidade, nunca tinha amado um namorado daquele jeito, foi rápido, instantâneo, em dois meses faziam planos para a vida.

Ela sabia no fundo que não deveria ter se apaixonado por ele, mas quem controla o que sente?! Seu choro inundava sua garganta e caia em forma de dor, quem dera cada lágrima esvaziasse um pouco do que estava sentindo naquele momento.

 Imaginar que estava amando alguém que só se aproximou dela por causa de uma aposta era a mesma coisa que pegar facas e inseri las em seu estomago, a dor era a mesma, a intensidade da causa também.

Ela acreditou com todas as forças que estavam vivendo o mesmo amor, que partilhavam do mesmo sentimento, que ele investiu nela por causa do que sentia e não por um skate, era difícil demais aceitar isso.

Lembrar da lista de coisas que tinham combinado de fazerem juntos, piorou ainda mais toda a situação, tinham a apresentação da ONG, a viagem na qual já estava programada, as tardes de inglês, as outras de aula de direção, e a mais importante, a apresentação da Le Ballet.

Não queria pensar nisso, balançou a cabeça e voltou a chorar apoiada com o queixo sobre o joelho, só parou quando ouviu alguém entrando pela porta.

— Mo?! – Magali chamou, jogando sua bolsa na cama ao perceber a amiga chorando. – O que aconteceu?!

Monica permaneceu quieta, aceitou os braços abertos da amiga e continuou a chorar. Magali respeitou seu silencio, a abraçou e permaneceu assim esperando a amiga se acalmar.

Onde quer que tenha lido, ou o que quer que tenham lhe contado, não se igualava ao vazio que sentia nesse momento, ela o amava, e tinha feito planos com ele, não era mais uma paixão infantil na qual você se distrai e quando percebe não doi mais, era amor, amor de verdade, a dor permanecia ali, intensa, pesada.

Seu conto de fadas tinha chegado ao fim, no mesmo compasso que a meia noite a magia da carruagem acaba, a tornando novamente uma abobora e o sapatinho é deixado na escada pela cinderela, mas dessa vez sem príncipe nenhum para encontra lo.


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Notas finais do capítulo

Bom pessoal, espero que tenham gostado ♥
Se puderem deixem suas opiniões, são sempre super mega bem vindas ♥

"Os amores de verão terminam por varias razões, mas no fundo todos tem uma coisa em comum, são estrelas cadentes, um momento espetacular de luz nos céus, um vislumbre passageiro da eternidade e num segundo desaparecem" - Diário de uma paixão.

Beijinhos e espero vocês no próximo capitúlo ♥ ♥ ♥



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