No Ritmo escrita por JéChaud


Capítulo 38
Ja é Amor


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, como estão nessa sexta linda?!
Aqui vai mais um capítulo cheinho de carinho pra vocês ♥ ♥ ♥
Gente como vocês são incriveis, muito obrigada de verdade pelos comentários, favoritos, pelo carinho ♥ ♥ ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/662571/chapter/38

— Cas, eu sei que fugi do assunto por duas vezes, mas agora que criei coragem quero falar tudo que estou sentindo, eu gosto de você, não imaginei que despertaria esse gostar em mim, e pensei muito antes de aceitar esse convite, me preocupo sim com o Quim e com a Cascuda, mas não vou fugir do que quero – Magali concluiu o olhando atenciosamente, seus olhos cintilavam sob a luz ambiente.

Cascão não esperou mais uma palavra, passou de sua cadeira para a ao lado da Magali, segurou com suas duas mãos o rosto delicado da menina, e a beijou docemente.

 --

— Não Camila, simplesmente não quero mais, que saco isso! – Cebola respondeu a olhando de braços cruzados, mal tinha conseguido chegar em casa direito e a encontrou em sua porta o esperando.

— Você está todo molhado, toma um banho quente, se acalma e vamos conversar depois, não to entendendo nada que está querendo dizer – Camila propôs chorosa.

— Camila o que você não entendeu?! Foi legal, mas não quero mais!!! Acabou, já foi, já era sabe?! E nem tínhamos nada firmado, você era livre, eu era livre, lembra disso? – Cebola perguntou saindo de frente a sua porta, ele sabia que sua irmã amava escutar pela janela suas discussões com a Camila, a menina vivia dando chilique por algo.

— Cebola tenho certeza que você só está falando isso por causa daquela patricinha mimada – Camila gritou em protesto, mania que tinha sempre que ficava nervosa.

— Para de gritar e deixa ela fora disso, não tem nada a ver – Cebola falou respirando fundo tentando se acalmar. – Posso chegar em casa em paz?

Estava frio, ele estava todo molhado, e se não fosse pela Camila, seria um dia incrível, que ele deitaria na cama pensando na sua bailarina., mas não, agora estava do lado de fora de casa, ouvindo gritos histéricos, com frio e sono.

—Você nunca me rejeitou – Camila choramingou coçando a cabeça num ato de desespero. – Não vou aceitar isso!

— Camila, não quero que tudo acabe desse jeito, você se sentindo rejeitada, foi legal o tempo que ficamos, mas já deu, não estou mais nessa vibe, e to me dedicando a outras coisas, ando sem tempo, agora não me faz perder a cabeça e me estressar por favor, vamos conversar de boa ta, você sabe que não tenho paciência pra chilique – Cebola tentou ser o mais paciente que conseguiu.

Camila cruzou os braços segurando o choro, observou a moto dele encostada na garagem com dois capacetes apoiados, olhou para sua mochila e uma blusa de frio cor de rosa desapontava de dentro da mesma, ela não precisou de mais desculpa nenhuma para entender o que se passava.

— Eu sei que é por causa dela, essa menina virou sua cabeça, você nem parece mais a mesma pessoa, está diferente há um tempo já, vai me dizer que está apaixonado pela bailarina patricinha do Rio de Janeiro?! Acha mesmo que vai conquistar o coração dela Cebola?! Me poupe dessas baboseiras, ela vive em outro mundo, outra realidade, cai na real, acorda – Camila continuou usando seu dom de destilar veneno, vendo que o atingia – Ela pertence a outra classe, você nunca vai chegar aonde ela está, nunca vai ser o que ela quer.

Cebola a observou virar as costas e ir embora pisando firme, ele respirava rápido e pesado tentando conter a raiva dentro de si, era claro que ela percebeu que o atingiu, talvez num de seus pontos mais fracos, nunca tinha se apaixonado por alguém de verdade, e quando finalmente aconteceu ela era seu oposto.

Não se permitiu chorar, ele nunca chorava, guardava seu choro para aqueles momentos nos quais a dor ultrapassava seu orgulho e caia em forma de tristeza. Sempre foi forte, e mantinha sua pose diante das pessoas, não permitiria que a Camila estragasse isso.

Respirou fundo mais um pouco pelo minuto que se estendeu, por fim entrou em casa dando de cara com sua irmã na porta, não foi surpresa nenhuma para ele, tinha certeza que ela estaria lá.

— Maria, não acredito que estava ouvindo de novo minhas conversas – Cebola reclamou acenando para os pais ao passar pela sala – Você não cresce não?!

— Ouvi, e tenho umas opiniões para dar – Maria o seguiu petulante.

— Não pedi sua opinião – Cebola respondeu claramente irritado caminhando para seu quarto.

— Sei que só está falando assim porque está nervoso, então vou opinar sim – Maria o ultrapassou assim que entraram no quarto e sentou em sua cama de braços cruzados.

— Maria... – Cebola começou, mas foi cortado.

— Cebola, me escuta um pouco, já percebi que você está diferente faz um tempinho, mais feliz, mais animado, chega rindo em casa todo dia, não atende as ligações da Camila, nem as vezes que ela liga em casa, ah e continua a falar dormindo igual quando éramos pequenos, ouço muito bem o nome de quem está mexendo com sua cabeça, é Monica. – Ela continuou vendo que ele a interromperia – Não interessa de qual classe social ela é, se ela tem mais ou menos dinheiro que você, se vocês se gostam, se dão bem, essa diferença econômica não existe. Além do mais, tenho certeza que quando dançam, as diferenças somem, e vocês se unem deixando as semelhanças muito mais evidentes. Não ouve o que a Camila disse, ela é assim, impulsiva, sempre gostou de você e vai continuar assim enquanto você não tomar juízo, espero que não desperdice essa chance que apareceu na sua frente, de mudar para melhor, nenhuma menina antes conseguiu fazer você ter sonhos com elas, tenho certeza que essa Monica é muito importante pra você.

Cebola permaneceu na mesma posição em que se encontrava quando a irmã começou a discursar, de costas mexendo no guarda roupas, ouviu com atenção as suas palavras, e sorriu.

— Quando foi que você cresceu? – Ele perguntou virando-se por fim para ela, e percebendo que já estava sozinho no quarto.

—-

Monica chegou em casa completamente encharcada, abriu a porta em silencio, e viu a sala iluminada somente pela luz fraca que tremeluzia da TV, olhou para o sofá e viu a Magali dormindo tranquilamente sobre o colo do Cascão que também cochilava com a cabeça encostada no sofá.

Ela sorriu e continuou a entrar na ponta dos pés, pegou sua toalha num gesto mudo dentro do seu quarto, reparou que a porta do quarto da Denise estava fechada o que indicava que ela não estava em casa, e por fim entrou para o banho. Esquentou a água o máximo que conseguiu para quebrar o frio que se instalou em seu corpo ao andar de moto molhada, e a deixou escorrer sob seu corpo num mix de sensações.

—-

Pensar no Cebola e nas coisas que estavam vivendo a deixava ansiosa, já fazia mais de três semanas em que estavam saindo, o show das multinacionais estava perto, e os ensaios estavam incríveis, a sua coreografia da Le Ballet estava quase concluída, e a da festa seria a mesma no qual tinham dançado na ONG, tudo corria mais que bem.

Se antes ela já contava os segundos para o ensaio começar devido a sua dedicação, agora ela ficava ansiosa o tempo todo para se encontrarem.

Fazia um pouco menos de um mês que saiam juntos, e ela já tinha aprendido coisas nas quais nunca nem sonhou em aprender, moto, carro, hip hop, skate, risadas, machucados de dias no parque caindo do skate, tudo isso fazia parte de quase trinta dias intensos e incríveis na sua vida, ela sabia que já não era só paixão, falar dele a fazia sorrir inconscientemente, já era amor.

—-

  - Cebola, véi, não acha que ta levando muito a sério essa aposta não? Passa o dia todo com ela agora, você já ganhou o skate, não precisa mais fingir não – Ricardo reclamou no intervalo do jogo deles em um domingo a noite.

— Ah... É... Não, é que prometi ensaiar, e participar com ela, e ela é gata demais gente, me deixa vai, sei o que to fazendo – Cebola respondeu rindo.

— Hum... Vai se apaixonar hein Cebola, a Julinha vive perguntando de você – Ricardo comentou bebendo água – Sempre chama a gente pra baladinha perto da casa dela.

— Julinha é muito gata – Um dos amigos deles comentou enxugando o suor que escorria.

— É mesmo, mas ando meio ocupado, fala pra ela que um dia quem sabe, vou ver na minha agenda – Cebola respondeu desinteressado enquanto arrumava seu cabelo.

— Ah cara, você não muda mesmo – Cascão comentou rindo - Alias, o Ricardo vai comprar seu skate final de semana que vem, sabe né tivemos que esperar receber e tal, mas o dinheiro já está com ele, a não ser que queira receber o dinheiro.

— Ah relaxa, nem to tão encanado com isso – Cebola respondeu se levantando para voltar ao campo – Bora voltar a jogar.

Cascão, Ricardo e Xaveco se entreolharam, sabiam que esse skate era desejo do amigo há muito tempo, preferiram não comentar por ora, saíram do banco rumo a quadra para continuar a partida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom pessoal, espero que tenham gostado ♥ ♥ ♥
Se puderem deixem suas opiniões, são sempre mega bem vindas ♥ ♥ ♥

“E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente uma vontade de se ver... E os dois se encontravam todo dia e a vontade crescia como tinha que ser ♪” Eduardo e Monica – Legião Urbana.

Beijinhos e até o próximo capítulo ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "No Ritmo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.