No Ritmo escrita por JéChaud


Capítulo 24
Flores ao Vento


Notas iniciais do capítulo

Oláá meu amores, como estão?
Gente quero agradecer muito por todas mensagens carinhosas que vocês deixam aqui, são realmente incriveis, obrigada de coração ♥
Espero que gostem, ai vai mais um capítulo feito com muito carinho ♥ ♥ ♥



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Monica permaneceu em silencio, pensando na possibilidade, seria uma nova professora, novos colegas, a coreografia dela era pra ser inovadora, sem contar que tinha também a apresentação do meio do ano com o Cebola... O Cebola...

Ela pegou no sono com o nome dele na cabeça, no fundo mesmo sem querer admitir, ela sabia que os motivos dela gostar tanto de vir para São Paulo iam além do balé e das amigas.

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Cebola abriu lentamente os olhos, e assim que a luz refletiu em seu rosto pegou o travesseiro e colocou sobre sua face.

Lembranças do dia anterior ainda rondavam sua mente, tinha sido incrível, e ele estava quebrado, tudo estava andando conforme o planejado, pelo menos ele achava que sim, e ainda de quebra tinham ganhado uma apresentação que ajudaria a ONG também.

Virou o corpo cansado para o lado e pensou na Monica, ela era tão doce, lhe passava uma calmaria, quando estava ao lado dela enxergava as coisas de outra forma, parecia que ela via o mundo de outro jeito. Com a mesma intensidade com que esse pensamento lhe invadiu a mente, ele o afastou, o foco não era esse, alias não podia ser esse, e sim seu skate, que ele queria e muito, há um bom tempo.

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Monica teria dormido por mais aproximadamente dez horas seguidas se a amiga não tivesse a acordado as dez da manhã. Denise chegou já pulando na cama dela a chacoalhando.

– Acorda ami – Denise pediu ansiosa.

– Que? O que? – Monica balbuciou sonolenta.

– Acordem meninas, caramba, quero saber tudo – Denise insistiu levantando e abrindo a cortina fazendo o Sol inundar o quarto inteiro.

Magali cobriu a cabeça com o cobertor reclamando alguma coisa inaudível.

– Denise, por favorzinho, jájá a gente conversa, me deixa dormir – Monica reclamou, passando as mãos sobre o rosto.

– Não, não, as duas, podem acordar gatonas, quero saber sobre o e-mail, e sobre o climão babado de ontem na festa, eu vi você e o Cebola se abraçando e tals... – Denise comentou rindo.

– Não era nada demais, é que ele me ajudou quando eu estava triste, contei pra ele, e nos abraçamos como amigos, está feliz? Foi isso, beijo deixa eu dormir – Monica contou bem rápido fechando os olhos novamente.

– MONICA, pode acordar, me conta direito meu – Denise gritou arrancando o cobertor da amiga – Credo que priguicite vocês...

– AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH que saco, ta, tá ta bom, deixa pelo menos escovar os dentes? Senhora despertador – Monica pediu se rendendo.

– Ta enquanto isso eu acordo a Maga – Denise concluiu rindo.

–-

Monica aproveitou a deixa para se trancar no banheiro e mandar mensagem para seus pais e ao seu professor contando a novidade e todos ficaram felizes por ela, seu professor até a emocionou, logo após entrou em um banho refrescante, tinha dormido com a roupa que chegou, péssima mania que tinha adquirido devido a correria do dia a dia.

Os vestígios da boa noticia que recebeu na noite anterior ainda corriam sob suas veias, e foi cantarolando que saiu do banheiro, se arrumou e começou a contar para as amigas o que tinha em mente, mostrou o email, e aproveitou para entrar em contato com a direção da Le Ballet para se reinscrever.

Conversou com eles por telefone sob os olhares curiosos das amigas, e depois de aproximadamente uma hora e muitas dicas de quem lhe atendeu, Monica desligou o telefone pulando de alegria.

– E ai? – Magali perguntou rindo igualmente feliz.

– E ai que estou reinscrita, e me falaram que querem uma coreografia inovadora, que traga coisas inesperadas, vou ter que pedir pro Marcos me ajudar – Monica contou animada pegando o celular para mandar mensagem a seu professor.

– Ami, tem certeza que não acha melhor aceitar a proposta da Alice?! As aulas da Lemon são incríveis, e eu já vi os ensaios para shows das meninas, é realmente puxado – Magali comentou a olhando atenciosamente.

– Sem contar Mo, que você pode tirar muitos novos passos daí, sei que você é apegada ao seu professor, e sua cidade, mas é a oportunidade da sua vida, e se seu professor te apoia de verdade, tenho certeza que vai te incentivar a fazer isso, porque não conversa com ele? – Denise propôs se sentando calmamente no sofá.

– E outra coisa, temos lugar suficiente aqui pra você ficar Mo, o meu quarto é grande, o apê é bom, e rachando entre três fica mais barato ainda – Magali a convidou sorrindo.

– Falando assim vocês me convencem meninas, realmente não é uma má idéia – Monica respondeu soltando o celular.

– Haha e sei muito bem que você tem mais motivos pra querer ficar aqui – Magali brincou passando as mãos no cabelo dela.

– Uiiiiiii Cebolaaaaa – Denise entrou na brincandeira rindo.

– Uiiiiiiiiiii Cebolinhaaa vem aquiiiii, vamos andar de motoooo – Magali continuou zoando enquanto caiam na gargalhada.

– Calem a boca hahahaha – Monica pediu se sentindo envergonhada.

– Ai Cebola, me abraçaaaaaa – Denise concluiu se jogando no sofá abraçada de uma almofada, arrancando risadas das amigas.

– Ai, como vocês são ridículas, nada a ver gente, nos tornamos bons amigos - Monica por fim se recompôs.

– Ah ta bom, de todo jeito conversa com seu pai, vai ser muito legal ter você aqui – Denise falou arrumando seu cabelo.

– Olha, sério agora, gostei da ideia, mas preciso pensar um pouco, vou conversar com meu professor e depois com a parte mais difícil, que é meu pai – Monica concluiu – Volto hoje a noite pra casa, e já falo com eles.

– Ok, ami, vamos passar a virada do ano no sitio do Xaveco, se quiser ir está convidada – Denise concluiu se levantando – Agora me da um beijo aqui que vou sair não sei se volto antes de você ir.

– Beijo ami, pode deixar, amei a idéia, mas você sabe tem meu pai, ele quer que eu passe com a família dos Boa pintas, aquele menino que contei pra você Maga – Monica falou claramente chateada.

– Bom tenta ir vai ser legal, beijinhos, fui – Denise saiu pegando sua bolsa e fechando a porta logo atrás. – Ah e depois quero saber sobre esse Boa pinta ai, quem tem um sobrenome desse gente? – Ela gritou do corredor.

–-

Voltar pra casa foi um pouco dolorido naquele dia, estava cada vez mais apegada as novas amizades e a vontade de ficar lá aumentava significativamente. Antes de ir embora Magali ligou para a Alice perguntando se a proposta ainda estava de pé, e uma vez confirmada, Monica embarcou sabendo sobre qual assunto precisaria pensar durante a viagem.

E foi exatamente isso que fez, encostou a cabeça na janela e pensou o caminho todo na possibilidade, tinhas os pós e contras, se aceitasse ficaria um bom tempo longe da sua família e do seu professor, mas em compensação poderia a ajudar muito na montagem da nova coreografia lhe mostrando novos passos, sem contar os novos amigos e as novas oportunidades que poderia desfrutar.

Assim que pousou e saiu do aeroporto para seu desespero viu seus pais juntamente com outra família a esperando.

Respirou fundo não acreditando no que via, passou as mãos sobre o rosto e continuou caminhando em direção a eles.

– Oi filha linda – Seus pais a cumprimentaram assim que ela se aproximou.

– Oi, tudo bem? – Monica os cumprimentou com saudade, mas claramente decepcionada.

Olhou para o lado e viu os Boa Pinta lá sorridentes, foi com um sorriso forçado que os abraçou também.

– Seja bem-vinda novamente – Fabinho desejou a entregando um ramalhete de flores das mais diversas cores vivas, incrivelmente lindo.

– Ah... Que isso, não precisava – Monica agradeceu um pouco assustada.

Eram realmente lindas as flores, se tivesse ganhado de outra pessoa em outra ocasião ficaria extremamente animada, mas dele não, ela sabia que as intenções iam muito alem do que um simples gesto de cortesia.

– Lógico que precisa filha, olha como elas ficam lindas ao lado do seu rosto, combinam com você – Sr. Sousa falou abrindo o porta malas do carro e guardando as malas dela. – Muito obrigado pela gentileza Fabio, você é realmente um rapaz ótimo.

Monica observou quieta e impaciente aquele teatro, seus pais sorriam animados com os Boa Pintas, Fabinho falava qualquer coisa no ouvido dela, que ela já não ouvia e aos poucos foi percebendo que a possibilidade de ir morar em São Paulo se distanciava calmamente como flores ao vento.


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Notas finais do capítulo

Bom pessoal, espero que tenham gostado ♥ ♥ ♥
Se puderem deixem seus comentários, são super bem vindos, e lidos com muito carinho :3

"Em uma época, onde o materialismo se espalha por todo lado, é realmente incrível encontrar pessoas que tenham carinho por nós!!! "

Pessoal vocês tem me pedido pra colocar o nome das musicas que coloco sempre nas notas finais, a partir de hoje colocarei, e já estou colocando aos poucos nos anteriores também :)

Beijãooo e até o próximo capítulo ♥



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