I Love Charlie escrita por Strela Ravenclaw


Capítulo 40
A única garota que amei.


Notas iniciais do capítulo

Olá... ♥

Capítulo novinho e sem demora! Preparem os lenços de papel!!

Desculpe se houver erros de ortografia, to quase dormindo aqui.

Boa leitura!! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/662204/chapter/40

Narrado por Charlie

A chuva havia parado – e só notei depois de um bom tempo, digamos que ficar com Tommy, distraia-me e me desligava do resto do mundo, como se só houvesse nós dois ali.

Não pensei em mais nada quando me entreguei a ele, e não me arrependo, por que foi a melhor coisa que fizemos.

— Chegamos. – Tommy tirou-me dos meus pensamentos avisando que havíamos chegado na minha casa.

— Obrigada por me trazer.. – falei aproximando meu rosto do dele, encostei nossos lábios e beijei-o.

Levei minhas mãos até seus cabelos e os puxei com carinho – continuei o beijo de forma delicada, até ele parar e me dar um selinho.

Estranhei sua ação, pois Tommy dificilmente para um beijo sem que o ar comece a nos faltar.

Fitei seus olhos e ele me olhava sério, ouvi sua respiração sair pesada, como se algo o estivesse incomodando.

— Está tudo bem? – perguntei confusa.

— Sim… – ele disse – só preciso te contar uma coisa, mas não sei como fazer.

— Contar o que? – perguntei deixando transparecer minha curiosidade.

— Charlie… – ele olhou-me com certa tristeza, estranhei, pois nos estávamos bem.

Tínhamos nos entendido, e agora estávamos realmente juntos – depois de tanto tempo de ódio, antipatia… Nós assumimos que não era nada daquilo, que na verdade, estávamos apaixonados.

— O que foi? – perguntei ainda confusa. Ele nada disse, apenas continuou olhando-me triste – Me diz… Confia em mim! 

— Eu confio! Quem não vai confiar em mim, vai ser você. – falou, ele bateu no volante do carro me assustando – você vai me odiar! 

— Eu não vou! – falei tentando acalma-lo, toquei seu rosto com minha mão e fiz ele olhar pra mim de novo – nós estamos bem… Nós estamos juntos, e é o que eu quero Tommy… Ficar com você! – sorri doce pra ele, que apenas sorriu triste e decepcionado.

— Eu também quero ficar com você, e eu nunca quis ficar com ninguém. – ele disse olhando-me intensamente – eu não imaginei que me apaixonaria pela garota que eu detestava, não pude entender no começo, eu não compreendia o que sentia por você, e talvez por isso, eu tenha sido um completo idiota! E por isso, por medo de assumir que eu tinha me apaixonado, por medo de sentir coisas por você… Por isso eu vou perde-la.

— Você não vai me perder! – falei tentando transmitir segurança pra ele.

— Você não vai querer ficar… – Tommy falou, seu olhar era triste e arrependido.

— Para! – falei um pouco alto e peguei em seu rosto para beija-lo, mas Tommy segurou meu braço, não era forte seu aperto, apenas para impedir minha ação.

— Eu vou magoa-la… – disse, olhei-o confusa, não conseguia entender onde ele queria chegar, porque isso? Nos estávamos tão bem! – Charlie eu fiz algo, e eu vou entender se você não quiser me perdoar…

— Então me fala! – falei interrompendo-o.

— Eu… – ele procurava palavras, me deixando ainda mais nervosa.

— Tommy! – falei alto.

— Eu apostei que transaria com você! – suas palavras saírem rapidamente, mas demoraram a fazer sentido na minha mente – Eu apostei com o Noah, e por isso a Lucy fez chantagem comigo, ela queria contar pra todos o que eu fiz. – tirei meu braço de sua mão que ainda me segurava, olhei pra ele com certa confusão, até digerir tudo o que eu havia ouvido.

Não falei nada – minha mente estava processando aquilo ainda – agora tudo fazia sentindo, as vezes que Noah me olhava com deboche e superioridade – como se sempre soubesse de algo – como Lucy o fez mentir pra mim. Tudo estava ficando claro.

— Charlie? Fala alguma coisa! – ele falou preocupado, não sei por quanto tempo fiquei em silêncio. – Charlie! 

Meu olhar estava fixo no nada, tantas coisas passavam na minha cabeça, tantos momentos que foram uma farsa, uma mentira!

— O que quer que eu te diga? – falei olhando-o.

Eu não esbocei qualquer expressão – porque era assim que eu me sentia por dentro, vazia. Ele me deu algo, e depois me tirou tudo.

E eu estava vazia.

— Me diz qualquer coisa… Me xinga, fala o que você está sentindo! Charlie.. – Tommy olhava-me preocupado e triste, mas isso não me comoveu.

Eu sentia que poderia odia-lo, mas agora tudo o que eu tinha era um vazio e tudo o que eu sentia por ele era uma confusão gigante.

— Tommy eu não o odeio, mas eu nunca mais quero vê-lo. – falei calmamente, tão calma que até mesmo eu estranhei, mas era como se no fundo eu sempre soubesse que algo era estranho, que nem todos os sonhos podem ser reais.

— Charlie.. me deixa explicar... – o interrompi.

— Você disse que sentia algo por mim, certo?! Então em nome de qualquer coisa que você diz que sentiu por mim, não me procure mais, eu não quero mais vê-lo, esquece tudo isso! – abri a porta do carro e desci, mas ele veio atrás de mim, e antes que eu pudesse entrar em casa e desabar de vez, ele me parou.

— As coisas não podem acabar simplesmente assim… – Tommy disse.

Olhei em seus olhos – os meus começavam a marejar, enfim a tristeza me abatia depois do baque do primeiro momento em saber a verdade.

— Não se pode acabar com aquilo que nem se quer começou! 

— Mas nós estávamos juntos, como pode dizer…? – ele olhava-me triste.

Mas eu não conseguia acreditar, eu não acreditava mais nele.

— Nós nunca estivemos juntos Tommy! Você me usou, e no final venceu sua aposta! Não tem que ficar comigo, você já ganhou! – falei olhando-o decepcionada. 

— Eu quero ficar com você! – ele se aproximou tocando meu rosto, mas tirei sua mão.

— Você não sabe o que é gostar de alguém, você nunca entendeu, nem vai! Então me deixa em paz! Vai embora, eu não sinto mais nada por você, não quero mais olhar pra você! – falei, todas as palavras foram para magoa-lo, eu queria que ele sentisse o mesmo que eu estava sentindo, o vazio. 

— Você está mentindo… – ele falou baixo.

— Você já conseguiu o que queria, agora vai embora, em nome de qualquer coisa que você pensou ter sentindo por mim, vai embora! – dei-lhe as costas e entrei em casa, fechei a porta e subi as escadas, era como se eu apenas estivesse no piloto automático.

Assim que entrei no meu quarto vi Katie sentada na minha cama – ela tinha um olhar preocupado, o que estranhei de primeiro momento.

— Sua mãe me deixou entrar.. – falou forçando um sorriso.

— Mas porque está aqui? – perguntei olhando-a, eu sabia o motivo, mas tentava não acreditar que minha amiga sabia de algo.

— Achei que fosse precisar de mim… – ela falou chegando mais perto de mim.

— Você sabia, não é?! – constatei o óbvio, ela apenas confirmou com a cabeça – Sai daqui! – falei abrindo a porta para que ela saísse.

— Charlie… Deixa eu explicar! 

— Eu pensei que fossemos amigas, Katie! Mas até você mentiu, me enganou…

— Só me deixa falar! 

— Não! Sai daqui, vai embora! – gritei, ela se assustou e demorou alguns segundos até ir pra porta.

— Se precisar de mim, sabe onde me encontrar… – Katie falou, eu apenas bati a porta.

Me deitei na cama fitando o teto – as lembranças de nossos momentos juntos passavam na minha mente, e eu me sentia usada, como não percebi? Como me deixei levar assim? Como pude ir tão longe? Me entregar a alguém que só queria me usar!

Lágrimas desciam por minha bochecha sem esforço nenhum.

Um buraco estava no meu peito, um vazio enorme, e doía, eu sentia que doía.

Narrado por Tommy

Eu sabia que contar a verdade iria nos destruir, mas eu fiz mesmo assim, e não sei dizer se me arrependo disso.

Vi a mágoa nos olhos dela, eu sabia que ela não me perdoaria.

E não a culpo por isso, nem sei se eu me perdoaria.

Nunca me apaixonei por nenhuma garota, pelo contrário, eu evitava isso a todo custo – o amor pra mim era algo a ser evitado, prevenido, eu não costumava a acreditar em mulheres, eu já havia sido abandonado por uma.

A única mulher que um dia recebeu o meu amor, era minha mãe. Apesar de não ser de sangue. Foi ela que me deu um lar, quando eu fui jogado a própria sorte na sua porta.

Pode parecer impossível, mas aconteceu. 

Miranda, era o nome da mulher que se dizia minha “mãe de sangue”. Ela trabalhava na casa da minha mãe, Molly.

Minha mãe passou por um período difícil, depois de perder um filho, e meu pai, como um péssimo marido a traiu.

E adivinha com quem? Com a mulher que trabalhava pra eles, e ela estava grávida, de mim.

Meu pai deu dinheiro para que ela fosse embora – como forma de se livrar do problema – e ela foi, mas Miranda voltou, somente para me deixar na porta deles.

E assim ele teve que contar a verdade para sua esposa, minha mãe adotiva. E mesmo que ela soubesse que eu era fruto da traição dele, ela me amou, e quis ficar comigo.

Já meu pai, ele me rejeitou, não me queria por perto.

Eu não entendia no começo, mas quando Molly não teve mais como esconder, ela me contou a verdade.

E eu entendi o porquê ele me detestava, porque eu era tudo aquilo que ele nunca quis.

E Miranda? Ela apenas deu a luz a mim, e me abandonou, não a conheço, e nem quero. Não sinto nada por ela.

Depois de tudo que aconteceu com a Charlie e comigo, essas coisas simplesmente começavam a rondar minha mente. Eu não sabia como expressar meus sentimentos, por passar anos reprimindo tudo isso.

Dirigi tão rápido que mal me dei conta de quando cheguei em casa.

Passei direto pela sala indo em direção ao meu quarto.

— Ei, onde você vai? Nem ao menos vai falar comigo? – minha mãe que estava na sala lendo um livro me chamou. Fui até ela e sentei ao seu lado. – O que aconteceu querido? – ela deixou seu livro de lado enquanto olhava-me preocupada.

— Eu estraguei tudo, mãe, como sempre! – falei com raiva.

— Como assim? Achei que vocês iam se acertar… – falou referindo-se a Charlie.

— Ela merece alguém melhor! – falei.

— Você é alguém melhor, querido! – ela falou e passou a mão por minha bochecha.

— Não mãe, eu a magoei.. – eu sentia um vazio enorme, como antes de tê-la em meus braços, faltava algo.

— Tommy… – minha mãe me chamou quando abaixei a cabeça.

Senti algo molhar minha mão, eu estava chorando?! Eu não chorava desde..

— Querido, você está chorando? – ela me fez levantar o rosto para olhar em seus olhos. – você não chora desde que te falei sobre…

— Sobre a Miranda. – conclui sua frase – eu a perdi, mãe! Eu perdi a Charlie! 

— Mas meu amor, você não disse que a amava? Então nada está perdido…

— Eu a magoei demais, mãe. Eu não mereço ela! – falei, as lágrimas tinham parado.

— Querido… – ela olhava-me triste. – me conte o que você fez.

— Você não vai gostar de saber.. – falei.

— Não tem problema, eu só quero ajudá-lo, só quero te ver bem! 

— Obrigada mãe! – ela me abraçou, como se eu fosse uma criança.

— Tommy, eu sei que ela tem um bom coração, ela vai perdoa-lo.

— Mas ela nunca mais será minha. – falei enquanto a abraçava mais forte – eu perdi a única garota que amei.

Admiti isso em voz alta já não era um problema tão grande – tanto que nem me dei conta de quando as palavras saíram.

Porque era tão real, eu a odiei porque não entendia o que sentia – eu não queria sentir aquilo por ela, eu não poderia – eu a afastava, e a magoava, mas eu a queria, e sabia disso, eu só não entendi que aquilo poderia ser a droga do amor.

Eu não queria ama-la.

Mas eu a amei, Charlie Nilson, a única garota que amei.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Seu comentário é importante pra mim! ♥♥

Ps: A fanfic está entrando na reta final, faltam apenas dez capítulos para o fim, confesso que estou triste, mas tudo tem seu fim, não é?!

Ps²: Passem na minha outra fanfic (https://fanfiction.com.br/historia/731749/Unsolved/)

Até logo, prometo não demorar!

@riverdaleszz.

Beijos ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I Love Charlie" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.