I Love Charlie escrita por Strela Ravenclaw


Capítulo 23
Faça antes que outra faça por você.


Notas iniciais do capítulo

Olá...

Desculpe se houver erros de ortografia.

Boa leitura! ❤

PS: leiam as notas finais.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/662204/chapter/23

Escutei o toque do meu celular. – Eu odiava acordar cedo no domingo, abri os meus olhos e estiquei minha mão até a “mesinha” que estava meu celular.

Não olhei no visor, simplesmente atendi irritada por ser acordada.

— Alô? – falei com mau humor.

— Oi, sou eu, Katie! – pude escutar um risinho baixo. – Te acordei?

— Obvio! – respondi ainda mal humorada.

— Se arruma que eu to indo ai te buscar. – falou e desligou na minha cara.

Bufei.

Mas mesmo assim fui me “arrumar”.

— Filha? – escutei batidas na porta.

— Pode entrar. – eu havia acabado de passar maquiagem na “marca” que ainda estava no meu pescoço.

— Vai sair? – minha mãe perguntou.

— Sim… Vai ter uma festa na casa da Katie, na piscina... – comuniquei.

— Que bom que você está se divertindo, vivendo até que enfim sua juventude. – minha mãe falou.

— Mãe! O certo não é a senhora me proibir de ir? – falei brincalhona.

— Claro que não! Eu quero ver você feliz… Se divertindo. – ela chegou perto de mim e tocou meus cabelos. – Minha princesinha cresceu tão rápido.

— Mãe para de nostalgia! – sorri. – Já que a senhora quer que eu me divirta, vou aproveitar o máximo…

— Ei, nada disso! É pra se divertir, não aparecer aqui drogada ou grávida! – tive que rir do que ela havia falado.

— Sim senhora! – falei obediente. – Essa roupa ficou bonita? – perguntei ficando de frente para ela.

— Linda, você é linda! – ela sorriu.

— Charlie, a Katie está ai embaixo… – me virei para porta e vi Tommy parado.

Ele me olhou e abriu a boca. – Certo eu nem estava tão arrumada, eu estava simples!

Minha roupa era normal, um short jeans azul claro, uma blusa de alcinha estampada com flores e o biquíni que eu havia comprado ontem.

Nossos olhares se encontraram.

Quando a gente se olhava era sempre tão intenso. – Não sei se só eu percebia isso.

— Ela está linda, não é?! – minha mãe falou ao passar por Tommy. Eu nem tinha visto ela andar até a porta. – Vou pedir pra Katie subir… E fecha a boca, menino! – minha mãe falou e eu ri.

Tommy coçou a nuca envergonhando. – Envergonhando? Isso não fazia sentindo vindo dele.

— Você ficou linda… – ele começou a falar, Tommy veio se aproximando de mim.

— Cheguei! – Katie entrou no quarto. – Acho que eu interrompi vocês…

— Não! – respondi rapidamente.

— É, acho que não… – Tommy concordou comigo. Antes de sair do quarto ele ainda me olhou uma última vez.

— Eu juro que não entendo vocês! – Katie falou se jogando na minha cama.

— Nem eu… – soltei um longo suspiro.

Ficamos durante um tempo ligando para algumas pessoas para avisar da festa, até a hora da mesma.

Nós descíamos os degraus da escada quando resolvi questiona-lá sobre Jeff.

— Não vai chamar o Jeff? – perguntei.

— Não! – ela respondeu secamente.

— Por que? – indaguei indignada.

— Porque eu não quero! –  bufou. – Vamos logo, ainda temos que chamar o Tommy…

— Não sei pra que! – revirei os olhos. – Ele já gosta de atormenta o meu juízo, se eu ficar de biquíni então…

— Ele vai enlouquecer com o seu corpinho! – falou maliciosa. – Se fosse um biquíni fio dental…

— Eu não gosto de biquíni fio dental! – respondi. – Fica enfiado na bunda. – resmunguei.

— Essa é a ideia Charlie! – ela falou rindo.

— Que conversa interessante... – escutei a voz do Tommy. Olhei em direção a sala e vi ele sentado no sofá. – Concordo com a Katie sobre você usar o fio dental…

— Ninguém está perguntando a sua opinião! – sorri irônica pra ele. – Então guarda ela pra você!

— Eu não estou afim! – respondeu. – E você fica ainda mais linda irritada…

— Ei! Eu estou aqui viu?! Só pra avisar já que vocês se xingam e depois se pegam. – Katie soltou uma risadinha maliciosa.

— Katherine cale a boca! – bufei. – E vamos logo…

— Pra onde vocês vão? – Tommy perguntou enquanto nós caminhávamos até a porta.

— Não é da sua conta! – respondi, fazendo-o ri debochado.

— Se eu estou perguntando é porque é da minha conta sim! – respondeu. – Pra onde vocês vão Katie?

— Pra “festinha” que eu vou dar lá em casa, quer ir? – eu lancei um olhar feio pra Katie.

— E não ia me chamar? – ele perguntou com uma sobrancelha arqueada.

— Claro que eu ia! – Katie respondeu sorrindo. – Mas a Charlie estava tentando me convencer do contrário…

— Estava é? – ele perguntou pra ela, mas estava com os olhos fixos em mim. – Porque? Está fugindo de mim?

— Não tenho do que fugir. – respondi olhando-o nos olhos.

— Porque a gente não vai indo antes que vocês comecem a se matar? – Katie se intrometeu na nossa pequena discussão. – Ou se pegar…

— Eu prefiro a segunda opção. – ele me olhou mordendo os lábios.

Fomos de carro para a casa da Katie. – Tommy dirigia igual a um louco e eu o xingava sem parar. –  Katie observava tudo soltando muitas gargalhadas.

— Bem vinda a minha casa! – Katie falou abrindo a porta. Nem preciso dizer que a casa era enorme né? Era linda por dentro, muito bem decorada. Tinha dois andares e muitas fotos de Katie. – Você já conhece tudo por aqui Tom, então…

— E como conheco! – ele foi até o sofá e se jogou lá.

— Folgado. – resmunguei.

— Vem Charlie. – Katie falou me puxando em direção as escadas. – eE quero que você me ajude com a minha roupa…

O quarto dela era rosa com detalhes em branco, era um suite e tinha um closet enorme. – Na porta da closet tinha uma foto em tamanho de um poster grande dela.

— Não, não, não! – resmungou tirando todas as roupas do armário. – Me ajuda, Charlie!

— Você tem alguma saída de praia? Coloque por cima do biquíni! – falei com cara de tédio.

— Você é uma genia! – falou e pegou a saída de praia, junto com o biquíni. 

Depois de um século Katie ficou pronta, enquanto ela se arrumava eu liguei para o meu irmão e pra Jas, avisando para eles virem logo para cá.

— Pronto. – falou saindo do closet. Eu estava deitada em sua cama. – Como estou?

Ela estava linda. E eu me senti o patinho feio.

— Linda como sempre! – sorri e ela retribuiu. – Mas porque passou maquiagem se vai entrar na piscina?

— Você também passou... – falou apontando para o meu pescoço. Onde deveria está a marca do chupão. – E minha make é aprova d'água. – deu de ombros.

— Eu não vou entrar na água mesmo! – levantei e fui em direção a porta.

— Como assim? – Katie perguntou indignada.

— Você acha que eu vou ficar de biquini na frente de um bando de gente? Nem pensar Katherine! – falei decidida.

— Um monte de gente ou do Tommy? – perguntou quando estávamos descendo as escadas. Alguns garotos que eu já tinha visto na tal pista de skate, estavam entrando no momento que nós desciamos.

— Ambos. – falei.

Os meninos agora nos olhavam de cima a baixo. Era como se estivessem analisando a gente.

— Dylan que bom que veio! – Katie falou passando por mim indo abraçar um garoto, muito bonito por sinal.

— O Tommy me ligou e falou que você ia dar uma festinha… – eu observava os dois, os outros garotos que estavam com ele me encaravam.

— Eu pedi pra ele te chamar. – Katie jogou os cabelos para trás.

— Chamar só o Dylan é? Assim eu fico com ciúmes. – um outro garoto que estava com o tal “Dylan” falou, comendo a Katie com os olhos.

— Claro que não Ed! – ela foi até ele e o abraçou. – Aproveitem a festa garotos! – falou para os outros que foram para a área aberta da casa.

Só então pude perceber que já havia um numero considerável de pessoas ali.

— Ah, deixe-me apresentar vocês... – Katie se lembrou que eu ainda estava ali. – Dylan essa é a Charlie... – o tal Dylan se aproximou e me deu um beijo no rosto.

— Prazer. – falei e sorri educadamente.

— O prazer é todo meu! – foi impressão minha ou a frase teve duplo sentido?!

— E Charlie, esse aqui é o Ed... – o tal Ed me deu um beijo na bochecha e depois sorriu. Me comeu com os olhos pra ser sincera.

— Cody! – falei ao ver meu irmão entra pela porta. – Desculpem, mas vou ali falar com o meu irmão…

Fui em direção a Cody e Jas com a sensação de que alguém me olhava. Virei para ter certeza e vi o tal Dylan me encarando.

— Jas. – abracei-a. Ela estava linda com um vestido amarelo com um decote em “v”. Seus cabelos estavam presos em um coque mal feito. – Você está linda, mas que cara é essa?

— Seu irmão! – falou fuzilando Cody. – Pergunte pra ele. – Jas saiu e foi até Katie que conversava com Dylan e Ed.

— O que você fez? – fui logo perguntando.

— Nada! – ele levantou as mãos em sinal de rendição.

— Nada? Então porque ela está emburrada? – arqueei a sobrancelha o encarando.

— Só porque eu não deixei ela colocar o biquíni… – falou cruzando os braços.

— Fala sério! – revirei os olhos.

— Tem um bando de garotos aqui e eles vão ficar comendo ela com os olhos. – Agora foi a vez dele ficar emburrado.

— Eu que sou sua irmã, você não está nem ai! –  falei irônica.

— Não estou porque sei que você não vai tirar a roupa. – deu de ombros. – Eu te conheço.

— Você é um chato! – resmunguei. – Vamos até sua namorada antes que algum deles de uma cantada nela. – olhei em direção a Jas que conversava com Dylan, enquanto Ed falava algo no ouvido de Katie (me agradeci mentalmente por não ter chamado o Jeff).

— E ai, Dylan. – meu irmão falou e puxou Jas pela cintura. Um tanto possessivo.

— Vocês se conhecem? – perguntei.

— Da pista de skate... – Dylan respondeu. – Seu irmão ia muito lá com o Tommy.

— Velhos tempos… – Cody comentou.

— Hum. – falei.

Meus olhos passeavam pela casa até chegar na porta que dava para a área aberta. –  Não tinha mais visto Tommy desde a hora que nós havíamos chegado.

— Vamos gente, a festa é na piscina! – Katie falou e logo em seguida puxou Ed pela mão.

Nós seguimos ela até uma porta de vidro que estava aberta. Assim que passei pela porta pude vê uma enorme piscina. Havia algumas mesas, e espreguiçadeiras e um jardim lindo num canto mais afastado.

O local tinha bastante gente. Algumas garotas já estavam de biquíni e alguns garotos as olhavam sem pudor.

Vi Tommy sentado na borda da piscina, ele estava sem camisa, somente de bermuda. Seu cabelo estava molhado entregando que ele já havia entrado na piscina.

E lá estava a garota que eu havia visto  com ele na escola. – Ela prendeu seu longo cabelo preto em um rabo de cavalo e estava somente de biquini.

— Vem Charlie! – Katie me puxou até uma das mesas. Fomos seguidas por Cody e Jas. Os garotos haviam “evaporado”. – Ed é um safado! –  falou ao ver ele conversando com outra garota.

Me sentei e Katie se sentou ao meu lado, Cody puxou Jas e ela sentou no colo dele. Agora havia uma mistura de raiva e timidez em seu rosto.

Ficamos ali nos quatro conversando, até Dylan se juntar a nós. Ele era bem legal e bonito… atraente, gostoso também, tenho que me controlar, esses pensamentos não são saudáveis.

Nós riamos de mais uma das besteiras que Katie disse, até ela se levantar.

— Eu não sei vocês, mas eu vou dar um mergulho. – ela tirou a saída de praia, chamando a atenção de vários garotos. Ed que conversava com uma menina qualquer veio até ela.

— Vou entrar com você. – ele a comia com os olhos sem disfarçar.

— Tanto faz! – falou dando de ombros. – Vem comigo, Charlie? –balancei a cabeça negativamente. – Ah, qual é? Vamos vai! – ela insistiu.

— É, vamos Charlie! – Ed botava pilha.

— Eu sei o que você tá querendo viu Ed! – Cody falou. – Mas pode tirar o olho da minha irmã!

— Você sabe Cody que hoje eu to querendo a Katie! – ele sorriu malicioso pra ela. Que não devolveu o sorriso.

— Vamos? – Katie fez biquinho.

— Melhor não… – falei envergonhada.

— Jas então? – ela perguntou.

— Eu não vim de biquíni. – Jas respondeu e fuzilou Cody logo depois.

— Eu tenho um que não uso, porque eu acho grande, se você quiser... – ela sorriu ao ver que Jas sorria também.

— Nem pensar! – Cody falou antes que minha amiga respondesse.

— Como é que é Cody? – Jas indagou olhando-o – Eu quero sim!

— Jas… – meu irmão começou.

Jas passou os braços pelo pescoço dele e o beijou e nós ficamos ali, esperando o casal terminar de se “pegar”.

— Prometo que é só um mergulho. – ela falou e ele bufou.

— Ta bom! – meu irmão emburrou, já sabia que não ia impedi-lá.

— Então vamos lá no meu quarto pra você colocar… – Katie puxou ela pelo braço, fazendo-a se levantar do colo do meu irmão.

— E eu posso ir junto? – brincou Ed, e logo depois recebeu um olhar feio do meu irmão. – É brincadeira! – ele deu um tapinha no ombro do Cody.

— Você, vem com a gente! – Katie apontou pra mim. Me levantei da cadeira e fui andando com elas.

Katie conversava sobre modelos de biquínis com Jas. As duas estavam se dando super bem.

Quando nós passamos pelo outro lado da piscina pude ver a garota que estava com Tommy se levantar. Ela se preparou e mergulhou. Tommy a observava.

— Quem é ela? – perguntei para Katie quando a garota emergia na superfície.

 Ela é da minha sala e de Tommy… – Katie a olhou. – Aluna nova e metida.

— Hum. – disse antes de entrar na casa e perder a visão dos dois.

— Ficou lindo! – Katie falou ao ver Jas de biquíni. – Você parece uma modelo Jas, sério.

— Ah que isso Katie, não é pra tanto! – Jas sorriu.

— Vamos? – perguntei.

— Sim. – elas responderam em uníssono.

— Não vai colocar o vestido pra voltar para lá? – perguntei a Jas.

— Não. – respondeu dando de ombros.

— Eu também estou só de biquíni! – Katie falou.

— Mas você é cara de pau! – nós rimos.

— Não sou, meu rosto parece com o de uma boneca de porcelana! – revirei os olhos e continuei rindo.

Assim que chegamos na piscina os olhares foram direto para Katie e Jas. – Enquanto Jas corava, Katie passou a mão pelos cabelos e sorriu satisfeita.

— Até que enfim! – Cody falou. Mas seus olhos estavam no corpo de Jas, que ficou ainda mais corada, se é possível.

— Vamos?! – Katie puxou Jas pela mão e elas foram para a piscina, meu irmão foi logo depois com Dylan e Ed.

Eu fiquei ali sentada. – Confesso que tive vontade de ir até lá com eles, mas eu não queria chamar atenção.

— Não vai entrar? – escutei a voz do Tommy. Ele havia se sentado ao meu lado.

— Não estou com vontade. – falei com cara de tédio. – E sua amiga? Ela deve está te procurando…

— Que amiga? – indagou sorrindo cafajeste.

— A garota que estava com você! – falei olhando diretamente para a piscina.

Ele começou a rir.

— Qual a graça? Também quero rir! – voltei a olha-lo.

— Seu ciúmes. – ele mantinha o sorriso, extremamente convencido.

— Eu não tenho ciúmes de você! – revirei os olhos.

— Se você fazer isso de novo, eu juro que… – fomos interrompidos.

— Tom… – eu e ele quebramos o contato visual quando a garota simplesmente apareceu do nada. Ela ainda estava só de biquini. – Pode passar o protetor solar nas minhas costas? – tive vontade de vomitar.

— Não dá, to meio ocupado aqui. – respondeu olhando-a. – Pede pra outra pessoa. – tive que conter o riso ao ver a garota saindo dali bufando.

— Acho que ela não gostou muito da sua resposta. – dei um sorrisinho satisfeito.

— Não me importo! – ele deu de ombros. – Aqui está mais interessante...

— Tem certeza? – perguntei com uma sobrancelha arqueada.

Ele olhou de novo para a garota, que agora estava ao longe olhando fixamente para gente. Logo depois seu olhar voltou para mim me analisando.

— Absoluta. – afirmou olhando-me nos olhos. – Apesar de que o biquíni que ela está, me faz questionar a minha resposta...! – ele abriu um sorriso cafajeste.

Entendi onde estava querendo chegar, ele queria me provocar.

— É mesmo? – olhei dentro de seus olhos antes de me levantar. Levei minhas mãos até a barra da minha blusa e levantei-a tirando o tecido do meu corpo. Abri o botão do meu short e desci o zíper, senti o jeans escorregando por minhas coxas. O olhar atento de Tommy sobre meu corpo agora acompanhava o meu short descendo por minhas pernas até tocar no chão. Abaixei-me e peguei o mesmo, coloquei ele em cima da cadeira juntamente com a minha blusa. – Ainda questiona a sua resposta? – perguntei. O olhar dele estava focado em meu corpo, o vi morder os lábios e só ai me dei conta do que fizera.

Eu estava caindo no joguinho dele.

— Não, não mesmo! – ele respondeu sem tirar seus olhos de mim. – Puta merda, Charlie!

— O que? – perguntei inocente.

— Você não tem noção de como é gostosa, tem? – seu olhar subiu analisando mais uma vez sem pudor meu corpo, até parar em meu rosto que agora havia ficado extremamente vermelho.

Mordi os lábios tentando formular alguma resposta.

— É, você realmente não tem! – respondeu sorrindo malicioso.

— Cala boca. – foi a única coisa que eu consegui dizer.

— Eu adoraria que você fizesse isso por mim!

Me virei de costas e pulei na piscina ignorando totalmente o que ele havia dito.

Narrado por Tommy

Se aquela garota vivia em meus pensamentos era agora que eu não iria conseguir tira-lá. Charlie me atraía de uma forma insana! Ela conseguia me fazer perder o controle – não que eu tenha muito – . Eu não entendia como eu poderia querê-lá tanto.

Infelizmente desde o nosso beijo eu não havia conseguido ficar com mais nenhuma garota, toda vez ela vinha em minha mente.

A mais ou menos um dia atrás eu tive certeza que ela iria pedir o meu beijo, mas fomos interrompidos por Cody. –  Eu começava a me questionar o que me fazia sentir tão atraído por ela.

Talvez fosse tudo. Ela era única, diferente… Não era só a sua beleza  – que não é pouco –  mas a forma como ela é. O jeito que ela me enfrenta, me desafia sem fraquejar, isso me irritava muito, mas agora só me faz querer mais a ela.

E hoje quando a vi só com aquele biquíni, eu não sei como pude resistir a ela. Porra Charlie era muito gostosa! E toda aquela inocência me deixava ainda mais louco por ela, eu queria corrompe-lá, eu queria ela pra mim.

Fui tirado dos meus pensamentos quando escutei alguém me chamando.

— E ai Tom?! – Noah surgiu em minha frente. Ele estampava um sorriso no rosto.

— Oi. – respondi-o secamente. Eu havia apostado com ele que conseguiria transar com a Charlie e sempre que Noah podia ele me infernizava com esse assunto.

Estava ficando cansado dele e me segurava constantemente para não dar um soco no meio de sua cara.

— Como vão as coisas? – ele se sentou em uma cadeira perto e mim.

— Bem. – respondi desinteressado.

Observava Charlie na piscina. – Ela conversava animadamente com Katie e os outros que estavam ali. Notei também que Dylan a olhava com certa malícia, me irritando com os sorrisos que ele dava para ela.

— E a aposta? Como vai? Já conseguiu? – Noah perguntou cínico. – Se eu fosse você se apressava por que parece que tem mais interessados... – ele olhou em direção a piscina onde Charlie estava. Entendi exatamente a quem ele se referia.

— Porque você não cala a boca? – serrei os punhos olhando-o perigosamente. Eu estava querendo socar a cara dele.

— Ah, qual é, Tom! – Noah sorria de forma doentia. – Vai me dizer que está com ciúmes? Tem que aprender a dividir o brinquedinho com os amigos… Até porque convenhamos que ela está bem gostosinha.

Aquelas palavras imundas foram a gota d'água. –  Me levantei tão rapidamente acertando um soco em seu rosto fazendo-o cair da cadeira. Fui pra cima dele dando socos sem dó.

Narrado por Charlie

Escutei uma gritaria, quando olhei para fora da piscina vi um circulo de pessoas em volta da mesa que eu estava sentada a poucos minutos.

— Tommy! – Cody falou saindo da piscina.

Fui atrás dele.

Assim que me aproximei do pequeno “tumulto” vi dois garotos atracados no chão brigando. Um deles era o Tommy e o outro eu conhecia de vista, já havia ido em uma festa em sua casa e o pouco que eu sabia era seu nome, Noah e que ele e Tommy eram amigos, mas pelo o que vi acho que a amizade deles acabou de acabar.

— Faz alguma coisa! – falei para o meu irmão. Tommy estava por cima do garoto agora e socava seu rosto com força. O tal Noah estava com o nariz sangrando.

— Nunca. Mais. Você. Vai. Falar. Dela. Daquela. Forma! – Tommy falou pausadamente. Não entendi muito bem o que significava, mas sabia que se tratava de alguém, especificamente alguma garota.

— Já chega! –  Cody foi até eles e puxou Tommy de cima do garoto. Vi meu irmão usar muita força para tentar separar-los.

— Ah meu Deus! – Katie surgiu ao meu lado. – Ajudem a separar! Vai!

Dylan ajudou Cody com Tommy segurando-o e Ed levantou Noah que mesmo com o rosto inchado, vermelho e sangrando exibia um sorriso de vitória e satisfação.

— Eu estou bem! – Noah garantiu. Ed então o soltou.

Quando nós menos esperamos Noah acertou o rosto de Tommy, ele não revidou porque estava sendo segurado.

— Seu filho da puta! – o ódio em sua voz era descomunal – Eu vou matar você!

Ele tentou se soltar mais uma vez, mas não conseguiu. Ed se colocou a frente de Tommy para impedir que a briga continuasse.

— CHEGA! PAREM OS DOIS, AGORA! – Katie gritou. – Noah sai da minha casa, eu não te convidei – ele a olhou com desdém.

— E você acha que precisa me convidar? Garota eu vou a onde eu quiser! E também você não precisa convidar nenhum macho pra vim, suas portas sempre estão abertas não é? E as pernas também… –Tomei a frente e sem pensar acertei um tapa em cheio no rosto já machucado dele.

— SAI DAQUI! – ele me olhou surpreso – EU MANDEI SAIR!

Cody soltou Tommy e aproximou-se de Noah.

— Eu vou levar você até a porta. – meu irmão disse nada amigável.

— Tá bom… – ele levantou as mãos em sinal de rendição.

Respirei fundo não acreditando no que acabará de acontecer. Não conseguia entender de onde vinha aquele surto de coragem súbita.

— Você está bem? – perguntei a Katie que tinha uma expressão assustada.

— Estou. – ela respondeu. – Obrigado! – Katie se jogou em cima de mim me abraçando com força.

— De nada… – respondi ainda tentando entender a minha coragem.

— Acho que tem alguém que precisa mais de você do que eu agora! – ela falou baixinho para que só eu ouvisse. Desfiz o abraço e a olhei confusa. Vi que ela olhava por cima dos meus ombros então virei-me e vi Tommy. Ele estava sentado em uma das cadeiras. Tinha um corte bem a cima de seu olho. – Tem um kit de primeiro socorros na cozinha... – ela falou antes de gritar mais uma vez – APROVEITEM O QUE SOBROU DA FESTA! E VOCÊS FOFOQUEIROS DEEM ESPAÇO.

— Você está bem? – perguntei me aproximando dele. – Dylan que até então estava ao lado de Tommy sorriu pra mim antes de sair dali.

— Pareço bem? – ele perguntou grosso.

— Não vem descontar em mim não! Eu só fiquei preocupada com você, porque sou uma idiota…! – abaixei a cabeça para não olha-lo.

— Desculpa… – escutei ele dizer. – É que aquele escroto me irrita.

— Tudo bem… – respondi agora olhando-o. – A Katie disse que tem um kit de primeiro socorros lá dentro…

— TOM! – escutei uma voz feminina. Eu já havia escutado antes, era a tal garota.

Dei as costas a eles e fui em direção as minhas roupas que estavam em uma das cadeiras. Peguei e vesti meu short e logo depois a minha blusa.

— Já mandei ele embora. – meu irmão retornou.

— Fiquei com medo que ele tentasse te bater. – Jas falou e logo depois agarrou Cody.

— Ele não é nem louco… – meu irmão respondeu e a abraçou de volta.

Tommy surgiu ao meu lado. Dessa vez sem a garota.

— Você precisa de um curativo! – Katie falou. – A Charlie pode fazer, tem um kit de primeiros socorros na cozinha.

— Ela tem razão! – Cody concordou.

— Não foi nada… – Tommy disse.

Seu olhar cruzou com o meu, mesmo com o pequeno corte um pouco acima do seu olho, ele continuava lindo…

— Mas é sempre bom fazer um curativo... – falei. – Se você quiser…

— Eu concordo! – Katie falou. – Você sabe onde é a cozinha não é Tommy?

— Sei. – seguimos em silêncio até a cozinha.

A curiosidade me matava por dentro, eu queria muito saber o porque do Tommy ter brigado com aquele garoto…

As suas palavras martelavam em minha mente – “Nunca. Mais. Você. Vai. Falar. Dela. Daquela. Forma!” –  Do que ele falava? Ou de quem?

Assim que adentramos a ampla cozinha eu fui até os armários procurar o tal kit, não o achei nas portas de baixo. Então tive que ficar na ponta do pé para alcançar as de cima.

— Pode pedir ajuda a hora que quiser. – ele comentou, pude escutar o som da sua risada ecoando pela cozinha.

Tentei pegar o kit, mas não consegui. Tentei de novo e nada, as minhas pernas eram muito curtas.

— Estou esperando… – ele falou ainda rindo. Continuei tentado, mas não conseguia alcança-lo. – Olha Charlie apesar dessa posição deixar sua bunda bem empinada e eu estou adorando vê-lá assim, isso já está me irritando!

Sai da ponta dos pés e me virei para ele.

— Pode pegar? 

Tommy veio até mim, eu jurei que naquele momento ele me puxaria pela cintura e me beijaria, mas ele só passou direto e sem dificuldade pegou o kit e estendeu para mim.

Preparei o que era necessário para limpar o local machucado, mas ainda assim havia um problema.

— Pode abaixar um pouco... – ele riu da minha cara antes de atender meu pedido. Seu rosto se aproximou do meu.

— Você é muito baixinha… – ele sorriu pra mim.

— Fica quieto! – falei sentindo um leve rubor tomar conta do meu rosto.

Comecei a limpar o pequeno corte, não demorou muito e eu já estava colocando o band-aid nele.

Nossos rostos estavam próximos. O vi molhando os lábios e olhando fixamente para minha boca.

— Obrigado. – me agradeceu.

— Por nada… – ele se afastou de mim.

— É melhor nós voltarmos. – concordei com um aceno de cabeça.

Depois da briga, a maioria das pessoa haviam ido embora, assustadas, eu acho. – Ficamos ali conversando por um tempo. Percebi que a garota que estava com o Tommy ainda permanecia aqui e me olhava com uma cara nada agradável.

(…)

Já estava ficando tarde, então decidimos ir embora.

— Tommy pode levar a Charlie pra casa? – Cody perguntou quando estávamos saindo da casa da Katie. – Tenho que levar a Jas na casa dela.

— Posso. – respondeu dando de ombros.

— A minha opinião não conta não é?! – falei ao vê-lo entrar no carro junto com a Jas.

— Para de reclamar! – Tommy falou indo em direção ao carro dele.

— Charlie espera! – Katie gritou vindo de encontro a mim. – Tenho que te falar algo...

— Fala! – falei olhando em direção ao carro. Vi a garota conversando de novo com Tommy.

— Faça! – Katie falou atraindo minha atenção. – Beije-o. É o que vocês querem. Faça antes que outra faça por você! – engoli em seco, naquele momento eu não sabia o que fazer.

— Eu tenho que ir. – fui em direção ao carro, abri a porta e entrei. Tommy me viu, então entrou logo depois de mim.

Encostei minha cabeça no banco e soltei um longo suspiro pensando no que a Katie tinha dito. – De repente me veio algo na cabeça. A curiosidade para saber o motivo da briga dele com Noah.

— Por que brigou com o Noah? – perguntei de uma vez.

— Eu não quero falar sobre isso… Entende? – Tommy respondeu sem olhar nos meus olhos.

Ele estava totalmente concentrado no trânsito a frente ou só usando isso de desculpa para não me responder.

— Sim… – Encostei minha cabeça no vidro do carro, fechei os olhos e acabei adormecendo.

Senti que estava sendo carregada. –Abri levemente os olhos e vi Tommy subindo as escadas comigo em seu colo. Encostei minha cabeça em seu peito e pude ouvi seu coração, estava calmo.

Ouvi seus passos em direção ao meu quarto, ele abrindo a porta. –  Tommy estava agora me colocando com cuidado na cama.

Abri os olhos quando senti ele acariciar meu rosto. –  O vi sentando ao meu lado na cama.

— Desculpa eu te acordei. – ele se afastou um pouco de mim. Parecia até sem jeito.

— Obrigado por me trazer até aqui… – sorri de lado.

— Não precisa agradecer, você me ajudou hoje na festa com o curativo é o minimo que eu posso fazer. – ele ia se levantar quando segurei em seu braço.

— Espera! – me sentei na cama me aproximando dele.

Nós ficamos ali, apenas nos olhando. –  Eu tentava tomar coragem pra fazer o que eu tanto queria.

Em um movimento rápido levei minhas mãos até seu rosto e trouxe ele pra mais perto encostando nossos lábios de maneira casta.

Me afastei um pouco só pra poder falar.

— Eu quero. – sentia o ar sair mais pesado, eu estava nervosa. – Eu estou pedindo... – olhei nos olhos dele. Tommy parecia querer aquilo tanto quanto eu. – Me beija.  

Ele não demorou para atender meu pedido.  – Qualquer distância que havia entre nós foi quebrada quando sua boca tocou a minha.  – Tommy me beijou calmamente, seus lábios tocavam os meus de maneira lenta.  – Enquanto suas mãos pousaram sobre minha cintura, eu envolvi meus braços em seu pescoço.  – O beijo ficava mais intenso, nossas línguas se tocavam e eu me sentia quente. Não queria parar de beija-lo. Mas o ar começava a nós faltar, então da mesma maneira calma fomos parando o beijo, nossos lábios ainda se escostavam, era um sacrifício nos separarmos.

Permaneci com os olhos fechados escutando nossas respirações levemente ofegantes. – Senti sua mão acariciando minha bochecha então abri os olhos olhando-o.

— Acho melhor eu ir para o meu quarto... – ele sorriu. Um sorriso normal, sem o nível habitual de deboche ou malícia.

— Uhum… – olhei para baixo mordendo os lábios.

Tommy segurou no meu queixo, delicadamente e selou nossos lábios mais uma vez antes de sair do meu quarto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Deixe seu comentário!! ❤

Eu fiquei um tanto insegura quanto ao beijo deles, então me digam nos comentários se ficou bom, ok?!
Sofri muito escrevendo esse capítulo, mudei ele umas cinco vezes até ficar da forma que eu queria, por isso ficou grande...

Acho que é só isso, até o próximo capítulo.

Beijos ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I Love Charlie" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.