O Que Restou de Nós? escrita por Ookamimi


Capítulo 1
PRÓLOGO




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Era um som desagradável, uma poluição para seus ouvidos. Seus pais não a largavam e corriam junto a ela na rua, eram pessoas por todos os lados, corriam na mesma direção e gritavam até acabar com as próprias cordas vocais.

– Cuidado! – Escutara de seu pai, que avançou sobre ela protegendo-a.

Houve um acidente de carro naquele momento, provavelmente o piloto estava infectado ou fugindo dos doentes. Ao mesmo instante, o carro atingido e o que o atingiu explodiram, lançando estilhaços para todos os lados, atingindo milhões de pessoas ao mesmo tempo, além de bloquear uma das passagens pelo fogo da explosão.

Estava se preparando para correr, mas seu pai não se mexia.

– Pai? – Deu-se o trabalho de olhar para baixo. Ao mesmo instante, soltou um grito fino e duradouro. Seu pai havia sido pego por um dos estilhaços, havia atravessado a garganta do mesmo. – Pai! Pai! – As lágrimas não tardavam a sair, gritava e o balançava ao mesmo instante. Ele não reagia, não piscava, sequer respirava.

Sua mãe tinha a mesma reação. Gritava o nome do marido, mas não respondia, pensava que morreria em um mar de lágrimas.

– Venha, querida. Vamos logo! – Aos prantos, puxou Akemmyh para longe de seu pai, abraçando-a no mesmo instante. – T-Temos que ir! Agora! – Reagiu ao ver uma horda se aproximando. Começou na mesma cena que antes, puxava Akemmyh e a arrastava pelas ruas. Deveria chegar a base onde estavam mantidas as pessoas saudáveis. Essas seriam transferidas para outro continente, para qualquer outro local.

Um outro acidente aconteceu logo a frente, o carro perdeu o controle e atingiu o posto de gasolina, causando uma explosão gigantesca, atingindo alguns errantes e até mesmo as pessoas que corriam.

Foram obrigadas a seguirem por outro caminho. Entraram por uma passagem mais parecida com um beco, escapando de alguns que estavam sendo infectados, passando pelas pessoas que estavam sendo devoradas, era uma cena terrível.

– Não olhe, querida! – Arrastava a filha pelo beco, enquanto corria de alguns infectados que estavam a perseguindo.

Encontraram-se sem saída. O beco havia acabado por ali, mas ainda tinha um muro, considerado escalável.

– Suba, vá logo! – Deu impulso para que sua filha subisse nele. Akemmyh ficou no topo, e estendeu o braço para sua mãe, puxando-a para cima.

Outro grito. Sua mãe havia sido pega pelas pernas por um dos errantes, e outros três estavam se aproximando. O grito dela aumentou ao sentir os dentes do doente na sua pele, o chutou para longe e conseguiu subir finalmente.

– Vocês está bem? – Akemmyh perguntou em desespero.

Sua mãe assentiu, e pulou junto a ela do muro. Akemmyh passou a mão pelo ombro da mãe, apoiando-a em si mesma, e a ajudando a andar. Estavam chegando onde queriam, logo a alguns metros estava a base, com helicópteros que tinham objetivo de tirar as pessoas da cidade e os colocar em um local mais seguro.

Por fim chegaram até o portão, os guardas estavam parados eliminando alguns infectados das grades, mas ao parecer o som atraía o resto, por isso alguns estavam com bastões ou qualquer objeto para “matá-los” e também utilizavam armas silenciosas.

Ao chegar no portão, fora barrada pelos guardas. Mandaram-nas se afastarem, e examinaram as duas.

– Uma está infectada! – Escutou o guarda ao lado, que estava olhando para a perna de sua mãe, onde fora mordida. – Dada a permissão para executar?! – Apontou uma das armas silenciosas para o crânio de sua mãe.

– Não! – Gritava em desespero. Um dos guardas que estavam dentro da base aceitou o pedido de execução.

– Akem- – A bala atingiu sua mãe em cheio. A mesma caiu para trás, já não respirava, não piscava, seu coração não batia.

– Mãe! – Gritava enquanto era arrastada para dentro da base com o resto dos saudáveis. Estava sozinha, não tinha família nem amigos vivos.

E o pior, horas depois, toda a base foi atacada. Todos morreram, com exceção de Akemmyh.


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